Quando tinha 14 anos e trabalhava como marçano numa mercearia ouvi um dia o patrão fazer um comentário sobre o filme que tinha visto na noite anterior, referia-se ao filme a Ponte sobre o Rio Kwai e logo me despertou à atenção.
Resolvi fazer umas ecónomias e na companhia de amigos fomos ver o filme, para tal comprámos bilhetes dos mais baratos e por isso ficámos na primeira fila que nos fazia doer o pescoço de olhar para écran.
Era um filme de guerra, rodado nos anos de 1957 e baseava-se na construção de uma ponte sobre o Rio Kwai, pelos prisioneiros de guerra ingleses sob o comando dos japoneses.
Adorei o filme mas fiquei sem saber em que região do globo ficava situado essa ponte.
Encontrava-me já a viver em Macau quando descobri que o rio Kwai ficava na Tailândia na província de Katchanaburi e tive o ensejo de um dia lá ir.
Esse desejo tornou-se realidade no ano de 1985 quando fiz uma visita a Bangkok e hoje volvidos que são 20 anos aqui estou tentando fazer uma narração dessa viagem e de uma outra que efectuei no ano de 2004.
A primeira foi-me proporcionada por um casal amigo, ele contabilista do aeroporto de Bangkok, possuía uma já bem usada viatura Toyota e num fim de semana me convidou a dar um passeio até à cidade de Kantchanaburi que distava ainda 150 kms de Bangkok.
Segundo informações colhidas a província de Kantchanaburi é a terceira maior província de Tailândia e ocupada uma aéra de 19 486 kms2, e 55% do seu terreno é composto por floresta. Tem 11 distritos, 80 comunas e 887 aldeias.
A cidade com o mesmo nome foi fundada pelo Rei Rama I e era a primeira de defesa usada contra os birmaneses.
É uma província rica ali se podem encontrar imensas quedas de água, e segundo dizem uma delas a Erawan é uma das maiores da Ásia. Além da cultura de cana de açucar tem igualmente algumas minas de safiras e é banhada por vários rios.
Por essa altura o parque autómovel na Tailândia era pequeno e como tal não havia ainda os enormes engarrafamentos que se fazem sentir nos dias de hoje. Não havia ainda auto-estradas todas elas se limitavam a estradas de duas vias, algumas delas em péssimo estado de conservação.
Saímos de Bangkok em direcção a Ratchaburi, não sabia eu que por ali perto ficava a famoso mercado flutuante, e como tal não o fomos visitar, fomos sim visitar a cidade de Nakhon Phaton onde se localiza o maior pagode budista da Tailândia, chamado Phra Pathom Chedi, fiquei impressionado com a sua oponência, mas como pouco me dizia a religião budisda pouco me interessou e ali permanecemos pouco tempo.
O meu amigo devido ao pouco tráfego que havia na estrada ia conduzindo pela faixa da direita, que servia somente para fazer ultrapassagem, ia descontraído e mais à frente fomos mandados parar por um agente da polícia que nos passou a multa e tivémos que pagar a quantia de 200 Baths.
Chegámos à cidade de Kantchanaburi, o movimento ali era grande, muitas motos e bicicletas circulavam pelas apinhadas ruas cheias de pessoas.
Achei engraçado a sinalização das ruas cujos nomes estavam inseridos numa placa em forma de peixe.
Via-se que a cidade era rica em comércio, tanto pelas lojas que podemos ver assim como pelos inúmeros vendedores ambulantes.
Parámos no cemitério dos aliados, era um local imenso e impressionante, não havia cruzes, nem jazigos, somente campas rasas com placas onde estavam inscritos os nomes dos combatentes falecidos, fazia imenso calor e após tirar algumas fotos dali saímos, fotos essas que nunca cheguei a ver pois quando foi fazer a revelação das mesmas o rolo nada continha.
Fomos pois visitar a famosa ponte sobre o rio Kwai. No imenso largo podemos ver duas antigas locomotivas. Atravessámos a pé parte da ponte e podemos ver no rio algumas alegóricas embarcações que serviam de restaurantes e alguns turistas que em pequenas jangadas feitas de bambu desciam o rio.
Pouco mais havia para ver pensei eu por desconhecer toda aquela fértil província.
Regressámos pois a Bangkok seguindo por outro intenerário e neste podemos ver um grande número de camionetas transportando altaneiras carga de canas de açucar, era perigoso assim conduzir e disso tivémos a prova um pouco mais à frente pois encontrámos várias caminonetas tombadas na valeta e sua carga espalhada por todo o local.
Passada hora e meia chegáva-mos à Avenida Rama IX onde moravámos, terminavam assim a curta visita à ponte do Rio Kwai.
Volvidos 19 anos lá tornei a ir, não com esse meu amigo, pois tinha já falecido. Moráva-mos agora na Avenida Lat Prao bem distante do centro da cidade, tinha-mos comprado uma viatura Nissan modelo Sentra havia pouco tempo e minha companheira tinha ainda falta de prática, por isso quando lhe surgeri ir-mos até Kantchanaburi ela me disse que desconhecia o trajecto e o mais prático seria nós ir-mos numa das carrinhas que fazem esse percurso, a estação ficava junto ao monumento da Victória e as passagens eram baratas. Concordei com a proposta e através da net estive vendo os hotéis em Katchanaburi e um me chamou particularmente à atenção, era o resort Cumsaed, que estava fazendo promoção para esses dias, o preço era convidativo e o que tinha podido ver pelas fotos era um lugar aprezível, pelo que fiz a reserva de dois quartos para dois dias, visto irem conosco as nossas três filhas.
Preparámos as coisas e no dia seguinte bem cedo apanhá-mos um táxi e seguimos para o monumento da Victória, ali encontravam-se várias viaturas que faziam o trajecto para o nosso destino, uma tinha acabado de sair pelo que tivémos que ali aguardar por uma outra que sairia passada meia hora.
Enquanto aguardáva-mos pela saída da carrinha que acima se pode ver na foto, tivémos tempo ainda de ir comprar o jornal e algumas bebidas.
Conosco seguiram também mais três senhoras, mas cujo destino não era o nosso mas sim uma aldeia próxima da cidade de Kantchanaburi.
A viatura apanhou uma nova estrada, tipo auto-estrada, e a boa velocidade a foi percorrendo só parando para desembarcar as tais senhoras.
Passado pouco tempo entráva-mos na cidade e a viatura recolheu ao seu parque, através do condutor ficámos a saber que o resort para onde íamos ficava ainda bem distante da cidade e com ele combinados o preço e nos levar até lá.
Assim foi, seguindo por estradas secundárias e passando por algumas aldeias e campos bem cultivados por fim lá conseguimos chegar ao Resort, a sua entrada era imponente e o segurança nos pediu para mostra-mos as reservas, só assim nos deixou entrar, tendo o condutor de lá deixar a sua carta de condução.
As instalações do resort ficávam à beira do rio Kwai bem lá mais a baixo, não se podiam ver pois havia grandes jardins que tivémos que percorrer até lá chegar-mos, todo o local o achá-mos lindo, cheio de arvoredo e muitas flores.
Junto ao grande salão de jantar ficava a recepção e ali fizemos o chek-in e nos foram entregues as chaves, ficaríamos alojados não na parte do hotel em si, mas em duas vivendas que ficámos quase defronte do edíficio principal.
Tudo estava bem tratado e as operárias essas não tinha descanso na conservação e lompeza do imenso parque.
Os quartos eram espaçosos e confortáveis, nada ali faltava, porém havia um pequeno pormenor a casa da banho não era totalmente coberta, a parede que dava para o jardim tinha só uns 3 metros de altura o resto era o vazio do céu.
Como era ainda cedo fomos dar umaa voltas por todo aquele bonito local, havia três piscinas, duas opimpicas e uma para crianças e também um SPA, de nenhuma nos chegámos a utilizar, primeiro porque a água das piscinas nos pareceu não muito limpa e do SPA esse não queria-mos estar a despender dinheiro para usuferir dos seus serviços. Lá mais a baixo passava o rio Kwai e para lá nos dirigimos, calçava eu uns ténis de marca, mas por tanto andar sobre a relva as solas se descolaram tendo que fazer o resto do percurso descalço, nas fotos abaixo inseridas poderé ver-se parte do local e também o articulista com os sapatos na mão, muitas fotos tirei, mas na altura que estou escrevendo esta crónica em Macau, não tenho comigo as fotos para as poder inserir.
Estas fotos foram tiradas na parte oeste do resort junto ao rio Kwai, mas os jardins eram vários e imensos, junto do portão de entrada havia um ricamente ornamentado com com enormes estátuas de deuses e mais ao lado uma pequena réplica da vida do povo daquela região.
Aproveitá-mos e almoçamos no restaurante do hotel, o ambiente era de luxo, a paisagem era deslumbrante podendo-se ver ao longe as altaneiras montanhas e os campos todos verdejantes e mais perto o vasto caudal do rio e jardins adjacentes.
O menu era fraco e a comida apresentada, confecionada por um chefe francês não foi lá muito do nosso agrado o preço esse era excelente para o carote.
Antes de nos dirigir-mos para os nossos alojamentos ainda demos mais uma volta por por parte do jardim indo depois descansar.
Como a comida no hotel era de fraca qualidade resolve-mos ir jantar à cidade, tinha-mos o contacto telefónico do condutor que ali nos tinha levado e com ele combiná-mos em nos vir buscar.
Antes do jantar poderíamos ir visitar a ponte que minhas filhas ainda não tinha visto e mais alguns locais de interesse.
Eram 17.30 horas quando chegá-mos à cidade, tinha-mos levados quase meia hora de viagem. Calmamente podemos então percorrer a ponte as minhas filhas mais novas não se atreveram pois as ripas da ponte eram bastantes espaçosas entre si e lá em baixo ainda a uma altura considerável ficáva o rio.
Vimos ainda passar um combóio que vindo do Myammar seguia agora para Bangkok. Perto havia várias lojas que vendiam toda a espécie de produtos da região entre eles o famoso peixe salgado. Entrámos eu comprei uns ténis novos e alguns postais enquanto as miúdas iam comprando alguns brinquedos e porta-chaves.
Estava na hora de jantar e havia imensos batelões que serviam de restaurante e que depois de terem um certo número de clientes seguiam para o rio onde davam um grande volta e ali serviam o jantar acompanhado de boa música. Farto de barcos tinha ficado eu ficado pois tinha servido na Polícia Marítima de Macau por por 25 anos pelo que perferi um que dali não saísse.
Por conselho do condutor ficámos num que segundo a opinião dele era dos melhores, fomo-nos instalar no primeiro andar podendo dali ter uma vista de todo o rio e do movimento das embarcações.
A comida era óptima e alguns dos pratos um pouco picante me obrigou a beber duas cervejas de 0.75 dl. Com a bariiga cheia e sendo já noite resolvemos regressar ao resort.
Combiná-mos com o condutor para nos vir buscar no dia seguinte às 08.00 hors pois tencionáva-mos ir visitar as famosas quedas de água existentes no parque de Erawan e dar umas voltas por aqueles locais de todos nós desconhecido.
A noite passou-se agradibilissimamente bem sob o cantar dos passáros com seu canto melidioso.
Quando chegá-mos ao salão de jantar onde era servido o pequeno almoço bufet tivémos dificuldade em arranjar uma mesa vaga o que tivémos que aguardar por uma e isto devido a haver por lá centenas de professores vindos de Bangkok que ali tinham ido passar alguns dias de férias.
Enche-mos bem a barriga, só a filha mais nova e que como sempre comeu pouco. O condutor já por nós esperava e não nos demorá-mos em ir aos quartos buscar a pouca bagagem que levaríamos.
Iria-mos primeiro visitar o parque de Erawan. Ainda ficava longe, uns 68 kms, a estrada era óptima e ora circulando por planíceis ora por montanhas podemos ir admirando a bela paisagem até que tivémos que entrar num desvio que dava para Erawan.
A estrada era de terra batida, cruzamos com uma aldeia onde existia um enorme barracão que servia de alojamento a vários restaurantes, ali saímos para comprar algumas bebidas e pacotes de batatas fritas.
Chegados ao parque em si foi necessário comprar os bilhetes de entrada e espantado fiquei quando me pediram a quantia de 200 baths enquanto os naturais da Tailândia pagavam apenas a quantia de 20 baths, achei um exagero e se não tivéssemos tão longe da cidade não teria entrado.
O parque em si estava bem composto de flores e de indicações, tivémos que deixar ali a viatura e seguir a pé por um trilho infindável com um péssimo piso até alcançar-mos a primeira estação das quedas de água.
Como a caminhada tinha sido longa logo fui procurar um lugar debaixo de uma árvore para descansar, ali me sentei, mas por pouco tempo pois o terrenos estava repleto de formigas o que me levou a mudar de lugar, abri o farnel que leváva-mos e comi umas batatas fritas acompanhada de uma cerveja.
Viam-se passar muitos turistas alguns deles conduziam bicletas e seguiam lá para o alto da montanha onde havia maiores quedas de água.
Muitos miúdos se divertiam nas frescas águas e muitos tailândeses por ali passavam e seguiam igualmente lá mais para cima. As minhas filhas querendo ver toda a zona para lá se dirigiram voltando cerca de meia hora depois bem cansadas, Disseram que as quedas de água na terceira e segunda estação eram enormes, tinha ficado por ali pois a última e a maior delas ficava ainda muito longe.
Não me seduziu ir até lá e por ali fiquei.
Palmilhando de novo o trilho nos dirigimos até onde tinha-mos deixado e a viatura e dali seguimos para a tal aldeia onde num restaurante de baixa classe podemos comer alguma coisa, havia imensos autocarros de turismo ali parcados e muito dos turista que transportavam ali estavam a almoçar.
Segui-mos depois por altaneiras serras, podendo assim disfrutar de maravilhosas paisagens. Parámos no topo de uma que era um formidável jardim bem arranjado onde podemos ver a estátua da rainha e de um grande buda, ali havia algumas lojas e podemos ver a imensa barragem de Srinakarim, nome da rainha.
A paisagem que dali se podia ver era deslumbrante, com o rio Kwai a passar lá no vale, a barragem era imensa, ficava a 3 kms do parque de Erawan a 68 de Kantchanaburi, ali se produzia 41% da energia eléctrica consumida em toda a Tailândia.
De regresso ao resort parámos numa loja onde adquirimos alguns alimentos que nos serviriam de jantar, não estáva-mos disposto a ir à cidade.
Combiná-mos com o condutor para nos vir buscar no dia seguinte para nos levar a Bangkok e por ali ficámos tendo ainda percorridos os vastos e belos jardins do resort. Depois jantámos no quarto.
Vimos um pouco de televisão as miúdas estavam sempre a bater à porta de nosso quarto e iam e vinham brincando. Tomá-mos um banho e passámos uma óptima noite.
No dia seguinte de novo nos dirigimos para o salão onde ali tomá-mos mais um pequeno almoço, como era ainda muito cedo consegui-mos com facilidade encontrar mesas vagas mas passado pouco tempo o vasto salão ficou repleto de pessoas.
Regressámos ao quarto onde tratámos da bagagem e embalá-mos com muito cuidado as muitas orquídeas que tinha-mos comprados.
Assim nos despedimos daquele fabuloso resort mas sem vontade de lá regressar de novo por ficar distante de tudo.
Seguimos rumo a Nakorn Pathon depois de entrár-mos na vistosa cidade, tivémos que dar uma grande volta até poder-mos chegar ao parque junto do mosteiro. Esta cidade foi formada no mar e teve o seu apogeu durante a civilização Dvaravati de acordo com o espólio arquitetónico encontrado.
Mais tarde sofreu a influência do Budismo a da civiliazação indiana. Povos de diferentes raças aqui habitaram, mudado o curso do rio os seus habitantes tiveram que se instalar nas margens do rio e ali construiram novas povoações.
A nova cidade chamada Nakhon Chaisi também chamada Sirichai deixou deserta a cidade de Nakhon Pathon por centenas de anos até ao reinado de Rei Rama IV que era também um Bonzo e viajando por aquelas paragens ali mandou construir o templo Phra Pathon Chedi o maior e mais alto de todos os mosteiros existentes na Tailândia.
O movimento era imenso, tanto de turistas locais como estrangeiros. Nessa altura estava mais bem informado sobre a religião Budista e subi a imensa escadaria indo visitar o interior do templo.
Nas suas vastas alas havia centenas de imagens do Buda, todas elas diferentes e que tive o cuidado de fotografar, mas hoje não sei onde param essas mesmas fotos, encontrei somente uma onde eu estava vendo uma decorada mesas com artigos religiosos.
Saídos de Nakorn Pathon passámos por Ratchaburi, cidade esta que se localiza nas margens do rio Mae Klon, ainda grande parte da cidade e podemos ver o seu grande desenvolvimento, mas como nada de interessante havia para ver dirigimos à pequena povoação de Damnoen que distava ainda 26 kms que é considerada a Veneza do Este e ali se encontra o famoso mercado flutuante.
Nada podemos ver do mercado flutuante pois as suas actividades começam por volta das 05.00 hors e terminam às 07.00 horas, porém podemos ver o seu imenso mercado em terra e as muitas embarcações ali atracadas que serviam de restaurante.
Havia passeios pelo rio, mas nós perfería-mos entrar num dos tais restaurantes e ali almoçar-mos, a comida era típica daquela região e baseava-se em peixe, que por ali era abundante.
As minhas filhas iam atirando pedaços de pão ao rio e podiam-se ver os enormes peixes lutando por ganhar o seu pedaço.
A comida era saborosa e o preço esse era barato. Demos ainda uma volta pelo mercado onde vendo belas orquídeas a minha companheira, apreciadora de flores não resistou à tentação e comprou ainda mais algumas, flores essas que foram juntar às outras que leváva-mos na bagageira do carro que mais parecia um jardim ambulante de tantas flores que leváva-mos.
Segui-mos depois para Bangkok, e como sempre à entrada da cidade o trânsito era caótico e tivémos imenso tempo parados, por fim chegou a nova vez de prosseguir-mos caminho tendo apanhado uma auto-estrada que nos levaria a casa.
Terminava assim este belo passeio pela província de Kantchanaburi, muito ficou por ver, mas vimos o essêncial, as próximas viagens seriam para outros destinos neste vasto e belo reino do Sião.
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