o mar do poeta

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terça-feira, fevereiro 24

ZENG HE NAVEGADOR CHINÊS

Terça-feira, 11 de Novembro de 2008






A primeira metade do século XV, é considerada como a época da história marítima da China. O domínio das técnicas de construção naval, aliado aos conhecimentos nos campos da astrologia, metereologia e hidrografia, preparam os chineses para a exploração marítima dessa época.

Simultâneamente, outro factor revelante a ter em conta, prende-se com o facto do terceiro Imperador da dinastia Ming - Zhu Di (1360-1424) - ser muito diferente dos seus antecessores, principalmente, pela importância que dava ao desenvolvimento das relações externas, com o objectivo de consolidar o seu poder.

Foi neste contexto, que o Almirante ZHENG HE iniciou as suas Viagens para Ocidente, que tinham como objectivo alargar a influência da dinastia Ming no Ocenao Índico, através do estreitamento dos laços políticos, diplomáticos e económicos com os países e regiões da Ásia-Pacifico, Península Arábica e África.

Outra razão subjacente às viagens oceânicas empreendidas por Zhu Di, conforme vem mencionado no legado escrito da distania Ming, foi a necessidade de procurar o Imperador Hui, a quem Zhu Di tinha usurpado o trono e que, de acordo com rumores que circulavam na época, teria fugido para o Sudeste Ásiatico.


A 11 de Julho de 1405, Zheng He, conduzia uma armada que partiu de Nanjim para a costa ocidental da Índia. A viagem de ida e volta foi efectuada em dois anos, tendo sido completada, com sucesso em 1407. Nesse mesmo ano, o almirante voltou a ser nomeado para empreender uma nova viagem. Num período de 28 anos consecutivos (1405-1433), Zheng He realizou um total de sete viagens oceânicas que o levaram a lugares remotos como a Península Arábica e África Oriental.

A armada de Zheng He, compreendia mais de 200 embarcações de diferentes tamanhos com uma tripulação na ordem dos 27 000 homens. Nessa época, um poder marítimo de tal dimensão era algo sem paralelo no Oceano Índico.

O Bao Chuan (Navio do Tesouro), era o navio almirante da frota de Zheng He. Segundo documentação da distania Ming, o Navio do Tesouro media cerca de 125 metros de comprimento, 50 metros de boca (largura) e tinha uma capacidade de carga superior a 8 000 toneladas.

Zheng He (1371-1433), nasceu na província de Yunnan, descendente de uma família de apelido Ma, de origem muçulmana. Acredita-se que o seu pai tenha empreendido uma peregrinação a Meca.

No ínício da distania Ming, a província de Yunnan ainda era controlada pelos senhores feudais da distania anterior (Yuan), só mais tarde, em 1381, é que o primeiro Imperador da dinastia no poder, enviou um exército para assegurar o controlo dessa província.

Ma He, então com 11 anos de idade, foi capturado pelos soldados Ming, na batalha entre este exército e os defensores da disnatia anterior. Mais tarde foi castrado e feito eunuco, para ser posto ao serviço do quarto filho de Zhu Yuanzhang, o príncipe Zhu Di.

De acordo com a documentação histórica, Ma He era muito talentoso e rapidamente se tornou um protegido de Zhu Di. O príncipe apreciava as suas qualidades e ficou particularmente grato quando Ma He, em 1402, lhe prestou apoio na revolta que o conduziu ao trono. Ma He foi então promovido a chefe dos eunucos, tendo-lhe sido conferida a gestão dos assuntos gerais do Palácio Imperial e atribuido o novo apelido Zheng. Desde essa altura, Ma He, ficou conhecido para a posteridade como Zheng He.

Mais tarde foi escolhido para comandar a armada que tinha como incumbência a exploração dos máres e oceanos, o que demonstra, sem sombra de dúvida, a confiança que Zhu Di depositava nele.

Ao longo de largos anos, sob o comando de Zheng He, a frota percorreu os máres superando todos os obstáculos e completando com êxito todas as missões. A natureza de lider nato de Zheng He, aliada a uma mestria diplomática, dotaram as Viagens Oceâncias para Ocidente de um sucesso sem precedentes.

Em 1430, seis anos depois da morte de Zhu Di, Zheng He partiu para a sua sétima e última viagem, tendo vindo a falecer vítima da sua idade avançada. Este acontecimento assinalou o culminar da era de apogeu das viagens marítimas da China.

Desde então, estas expedições cessaram, em consequência da adopção de uma política de reclusão que considerava que as viagens marítimas não só eram irrelevantes bem como constituiam um excessivo encargo financeiro para o governo. Toda a documentação oficial sobre as viagens de Zheng He foi, mais tarde, destruída e as explorações oceânicas banidas.

É de assinalar que o século XV foi um século de ouro na história marítima mundial. Foi nessa época que a China atingiu o seu expoente máximo ao nível da exploração marítima e do desemvolvimento das ciências naúticas. Estas actividades foram posteriormente abandonadas em virtude da pouca revelância política que lhe passou a ser atribuída pelos governantes conservadores.

Neste mesmo período, a Europa vira-se para o mar, conjecturando planos para navegar em águas desconhecidas afim de descobrir novas rotas e a expandir o seu poderio, actividade esta que se prolongou pelos séculos subsequentes.

(artigo extraído do folheto do Museu Marítimo de Macau)

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