o mar do poeta

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quarta-feira, fevereiro 25

BANGKOK - BUTTERWORTH














BANDEIRA DA MALÁSIA




PONTE DE PENANG






O prazo para poder ficar legalmente na Tailândia expirava em Março de 2000. Teria que me ausentar uma vez mais do país, desta vez iria até Penang. Comprei os bilhetes para o Expresso 35 com destino a Butterworth.

Fiquei admirado ao ser informado que este Expresso não possuia cabines de primeira classe o que não dava para entender lá muito bem visto tratar-se de uma viagem internacional e os Expressos em serviço doméstico possuírem essas cabines que aliás tinha utilizado na minha última viagem a Sungai Kolok.


O Expresso saiu na hora marcada e ficamos instalados num vagão dormitório onde os sofás utilizados durante o dia se transformavam em beliches à noite.

O espaço era acanhado, o barulho grande assim como o mau cheiro, indo o vagão completamente cheio de passageiros, com vários grupos de turistas viajando até Hat Yai.

Não liguei muito à paisagem que já conhecia e fechando os olhos lá fui dormitando até que chegou a hora de jantar. O empregado veio com a ementa tendo escolhido um prato de bife de galinha. Tive azar na escolha pois o sabor não foi do meu agrado e tive de recorrer a uma sandes de fiambre.

Após o jantar o empregado veio abrir o beliche de cima, onde tentei descansar deitado. Contudo não consegui dormir na verdadeira accepção da palavra e passando apenas pelas brasas como se costuma dizer acabei por acordar cansado.

Fui ao vagão restaurante e tomei um café forte. Estavamos já perto de Hat-Yai e ali chegados foram retiradas várias carruagens ao comboio, seguindo o Expresso para Butterwoth sòmente com quatro carruagens.

O percurso foi feito muito lentamente devido à reparação das vias e das bermas, causada pelas grandes chuvadas que há pouco tempo tinham assolado toda aquela área.


Eram 13.30 horas quando chegámos à fronteira de Padang Basar onde desembarcá-mos para apresentar os passaportes nos serviços de migração.

A gare abrigava os serviços de migração tailândes e malaio, uma casa de banho e uma pequena loja de câmbios. Levámos algum tempo na parte malaia regressando depois ao Expresso.

A viagem continuou no mesmo ritmo lento e eram já 16.10 horas quando finalmente parámos na estação de Butterwoth. Tinham-se passado vinte e seis horas desde a nossa partida de Bangkok!

Ao sair da estacão deparei com um terminal marítimo e uma enorme estação de autocarros. Não tendo almoçado e havendo ali vários restaurantes, aproveitámos e fomos almoçar.

Seguimos depois no ferry com destino a Penang, viagem curta onde a nossa esquerda, lá ao longe, ficava a bonita e extensa ponte que liga o continente à ilha e no lado direito havia grandes navios fundeados. Alguns iam descarregando as suas cargas para pequenos barcos de pescadores que estavam pelas margens.

Chegámos a Penang onde tinha reservado um quarto num hotel cujo nome me esqueci! Tive de ir procurar outro hotel mas entretanto lembrei-me que o nome da rua em Penang Road.

Para lá chegar tive que recorrer aos serviços de um velho e barulhento autocarro que cobrou 90 centímos pela viagem, dando-me de troco não 10 centímos mas sim uma senha no mesmo valor para utilizar na próxima viagem.


Disse ao condutor que desejava sair na Penang Road mas acabou por me deixar em Katamar, tendo que andar a pé todo o trajecto de volta.

Ficámos no Hotel Oriental onde paguei sessenta e nove Ringits por noite, tencionando passar ali duas noites. Depois de um reconfortante banho fomos jantar num restaurante chinês mesmo defronte do hotel. A comida era boa mas bastante cara.


Regressado ao hotel, estava cansado e cheio de sono, tendo dormido um sono pesado e só acordando quando os raios do sol entraram pela janela do quarto.

Como o hotel não tinha restaurante recorri ao vizinho Hotel Merchant onde tomámos o pequeno almoço. Segui depois num táxi entre os muitos ali estacionados e por 12 ringits o condutor levou-nos até ao consulado da Tailândia.

O porteiro do consulado, um individuo malaio, bastante prestável, veio ao meu encontro e entregou-me um impresso de pedido de visto.

Dei-lhe cinco rangits de gorjeta o que o fez arregalar os olhos. Tratei do pedido de visto ficando de ir buscar o passaporte na tarde do dia seguinte.

À porta do consulado estava estacionado um velho táxi. Como era uma via com pouco movimento sem mais táxis tive que recorrer a este que por doze ringits me levou até ao hotel. O táxi era velho, barulhento e não tinha ar condicionado mas felizmente a distância não era muito grande.

Como ainda era cedo demos uma volta pela parte histórica da cidade, preponderantemente chinesa. Entramos numa loja de chá, (só havia duas), e escolhemos a que nos pareceu mais asseada. A sala estava cheia pelo que ficámos sentados junto à porta da loja.

Os empregados falavam cantonense e foi fácil escolher a ementa porque tinha experiência de Macau onde regularmente ia tomar chá com meus filhos. Aqui a comida era diferente, menos saborosa e a variedade não era tão grande, porém chegou para nos satisfazer.

À tarde fomos até a baixa e na parte portuária apanhamos o ferry para o continente. Não foi preciso pagar, pois só se paga quando se vem do continente para a ilha.

Desembarcando, fomos para a estação de autocarros para indagar qual o número do autocarro que passava perto do supermercado Carrefour. O empregado indicou-nos e lá seguimos.

A paragem onde ficámos, no lado contrário da via, ainda era bastante longe e tivémos que andar um bom bocado até chegar ao supermercado.

Aqui fizemos algumas compras, entre elas duas galinhas assadas para o jantar e duas cervejas pretas, muito ao gosto dos malaios. Saímos, e novamente a pé, fomos até à via principal onde apanhámos o autocarro de volta à cidade seguindo depois de ferry para Penang. Chegados ao hotel preparamos a ceia e por ali ficámos.

No dia seguinte fomos até ao centro comercial Kotmar onde efectuámos algumas compras, passamos por um hotel onde vendiam passagens para Hat-Yai e marcamos dois lugares para essa tarde.

Almoçámos por ali perto e recorrendo aos tais táxis estacionados à porta do hotel, seguimos para o consulado, mas desta vez pagando menos. O condutor chinês ficou a nossa espera para nos trazer de volta. Este falava mandarim mas compreendia alguma coisa de cantonense e durante a viagem ia-se lamentando por o negócio estar fraco. Dizia ele que os bramiputras (malaios sis), tiravam todo o negócio.

Ao chegármos pelas duas horas ao consulado o porteiro veio logo ao nosso encontro.

Como a carrinha que nos levaria a Hat-Yai nos iria buscar ao hotel pelas quarto horas, estava com muita urgência em levantar o meu passaporte.

Disse ao porteiro que lhe daria 20 ringits se conseguisse ir buscar o passaporte. Retirou-se e voltou pouco depois dizendo que agora com o novo consul, era difícil, mas para eu ficar na fila porque seria o primeiro a ser atendido.

Agradeci e disse-lhe que depois falaria com ele. Assim foi, fui o primeiro a ser atentido, recebi o passaporte e fui ter com o porteiro a quem dei cinco rangits, ficando este bastante grato. Tomei o táxi que me aguardava seguindo imediatamente para o hotel.

Às quatro horas a carrinha veio-nos buscar e seguimos pela longa e majestosa ponte para o continente.

Podia ver-se agora a parte nova da cidade com seus belos edificios em flagrante contraste com a parte velha. A auto-estrada era óptima, o piso sempre regular e a viagem foi feita com tranquilidade e rapidez. Parámos numa tasca para ir-mos à casa de banho ou tomar algo refrescante.

O condutor era um tailândes e pedi-lhe para nos deixar junto do Hotel Asian.

Passámos as fronteiras, só tendo que sair na parte malaia. Na parte tailândesa o condutor levou os passaportes dos passageiros para serem carimbados e volvido pouco tempo estava de regresso, isto graças ao pagamento de 20 baths por passageiro.

Começou a chover torrencialmente e o resto da viagem foi feita bastante devagar devido à chuva e ao imenso tráfego.

Perto da estação de autocarros desembarcaram alguns passageiros, entre eles uma moça alemã que ia tomar o autocarro para Bangkok.

Saimos a seguir. Fiz o chek-in num bom hotel com um quarto amplo e bem apetrechado pagando 480 baths. Em seguida fomos jantar num centro comercial ali próximo e de regresso ao hotel, tentei ligar para a estação de caminhos de ferro, mas sem êxito.

Indagando junto a recepcionista fiquei a saber que devido às grandes chuvadas dos últimos dias, as ligações ferroviárias estavam suspensas.

Tornei a sair e numa agência de viagens por ali perto comprei dois bilhetes de avião para Bangkok para o dia seguinte.

No outro dia de manhã, depois de tomado o pequeno almoço incluíndo na diária, saimos para fazer algumas compras.

Almoçamos no trigésimo terceiro andar do hotel Lee Garden onde por 90 baths pudemos encher bem a barriga.

Regressando ao hotel ficámos aguardando a viatura que nos levaria até ao aeroporto, pois tinhamos combinado na agência de viagens o respectivo transporte, por não haver táxis.

O vôo era as 14.30 horas, mas tal como da vez anterior chegou atrasado. Não foi necessário recorrer desta vez a “business ” classe porque havia muitos lugares vagos na classe económica.

Passado uma hora estavamos em Bangkok, tomando então um táxi para nos levar a casa, distante do aeroporto apenas uns vinte e seis quilómetros.

Contudo foram necessárias três horas e meia para lá chegarmos devido aos grandes engarrafamentos de tráfego!

Finalmente chegámos a casa terminando assim mais uma longa e cansativa viagem para a aquisição de um visto de permanência.

A próxima viagem será de regresso a Macau e talvez para o ano teremos de efectuar nova viagem até à Malasia com a mesma finalidade.


Até lá, vamos tentando viver como Deus quer.

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