GUERRA DOS FARRAPOS
Volvidos que são cento e sessenta e três anos, desde que a revolução dos farrapos tive início no ano de 1835, através da tv local, de Macau China estou tendo conhecimento de mais um episódio da história do Brasil através da telenovela A CASA DAS 7 MULHERES, criação da TV GLOBO.
Também conhecida como Revolução Farroupilha, foi uma das mais importantes revoltas contra o governo central do Brasil. De 1835 a 1845, as províncias de São Pedro do Rio Grande do Sul (atual Rio Grande do Sul) e de Santa Catarina lutaram por maior autonomia. Ameaçando a unidade nacional, chegaram a proclamar duas repúblicas independentes: a República Piratini, no Rio Grande do sul, e a República Juliana, em Santa Catarina. Comandadas por Caxias a partir de novembro de 1842, as forças legalistas enviadas pelo Rio de Janeiro derrotaram os revoltosos farroupilhas e reintegraram as duas províncias ao Império em 1845, já no reinado de Dom Pedro II.
Casa de Gomes Jardim, em obra de Celegari, local no qual Bento Gonçalves morreu.
Conflitos de Interesses. Durante o Período Regencial (1831-1840), as decisões do governo central eram inspiradas pelos interesses dos grandes proprietários de terras do Sudeste (Rio de Janeiro, sul de Minas, norte e leste de São Paulo), o que descontentava os produtores sulistas. O governo favorecia a importação de produtos da Argentina e do Uruguai (charque e couro) e aumentava constantemente os impostos sobre a produção gaúcha.
Além disso, no plano político, o governo nacional era fortemente centralista. As medidas mais importantes e a nomeação de presidentes provinciais eram decididas pelos líderes regenciais no Rio de Janeiro. Descontentes com a falta de autonomia e os prejuízos econômicos, os sulistas passaram a defender o federalismo.
Esses liberais ficaram conhecidos no sul como farroupilhas. Seu grupo era integrado por grandes proprietários, cujo líder era o deputado provincial e coronel da milícia Bento Gonçalves da Silva. O jornalista italiano Tito Livio Zambeccari, que vivia exilado no Brasil, foi o mentor intelectual da revolução, defendendo idéias liberais na imprensa gaúcha.
Eclosão da Revolta. Em 1834, o presidente da província do Rio Grande, Antônio Rodrigues Fernandes Braga, seguindo instruções da Regência, determinou novos impostos sobre os campos de pasto e criou um corpo militar subordinado ao governo provincial.
Os farroupilhas, liderados por Bento Gonçalves, depuseram o governo provincial em setembro de 1835. A revolta ganhou adesões por toda a província e assumiu o controle de pontos estratégicos da região, tomando diversas cidades.
Com a nomeação do gaúcho José de Araújo Ribeiro como presidente da província, o governo central do regente Porto Alegre foi retomado em 15 de junho de 1836. Os farroupilhas foram derrotados na Batalha de Fanfa, em 2 de outubro do mesmo ano. Bento Gonçalves e Zambeccari foram presos. Porto Alegre permaneceu sob controle do governo central até o final da revolução, mas o interior da província ficou nas mãos dos farroupilhas. Assim, um mês depois da derrota de Fanfa e da prisão de seu chefe, os farroupilhas proclamaram a República Piratini.
Bento Gonçalves, líder da Guerra dos Farrapos.
A República Piratini ou Rio-Grandense foi proclamada pelo general farroupilha Antônio de Sousa Neto em novembro de 1836, em Piratini. Bento Gonçalves foi aclamado presidente, embora estivesse preso no Forte do Mar, na Bahia. A troca de governo em Porto Alegre fortaleceu os rebeldes, que conseguiram novas vitórias. Bento Gonçalves fugiu da prisão em 1837, assumindo o comando da luta armada e a Presidência dessa República até a derrota do movimento em 1845.
República Juliana. A luta farroupilha se estendeu para Santa Catarina. Em julho de 1839, o general Davi Canabarro proclamou, em Laguna, a República Juliana, que durou pouco tempo. Ele contou com auxílio do revolucionário italiano Giuseppe Garibaldi, que mais tarde se tornaria herói nacional em seu país, na luta pela unidade italiana. Nessa época, Garibaldi estava refugiado no Brasil. Sua mulher, Anita Garibaldi, tornou-se a heroína dos rebeldes.
Caxias e a Pacificação. A partir de novembro de 1842, a campanha legalista esteve sob comando de Luís Alves de Lima e Silva, então barão de Caxias, nomeado presidente da província. Acuados pelas forças imperiais, os farroupilhas firmaram, em Quaraim, um pacto de ajuda militar com José Frutuoso Rivera, general-chefe do Exército uruguaio. Com isso, obtiveram algumas vitórias em 1843, logo neutralizadas pelos triunfos de Caxias no ano seguinte. E os farroupilhas decidiram negociar o armistício. Um conselho de guerra farroupilha convocado por Davi Canabarro, em 28 de fevereiro de 1845, aceitou as propostas de Caxias: anistia completa; reconhecimento dos postos militares dos chefes farroupilhas e, caso estes quisessem, sua integração ao Exército imperial; e redução dos pesados impostos sobre os produtos da pecuária sulista. A paz foi assinada em 1º de março de 1845.
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A Guerra dos Farrapos ocorreu no Rio Grande do Sul na época em que o Brasil era governado pelo Regente Feijó (Período Regencial). Esta rebelião, gerada pelo descontentamento político, durou por uma década (de 1835 a 1845).
O estopim para esta rebelião foi as grandes diferenças de ideais entre dois partidos: um que apoiava os republicanos (os Liberais Exaltados) e outro que dava apoio aos conservadores (os Legalistas).
Em 1835 os rebeldes Liberais, liderados por Bento Gonçalves da Silva, apossaram-se de Porto Alegre, fazendo com que as forças imperiais fossem obrigadas a deixarem a região.
Após terem seu líder Bento Gonçalves capturado e preso, durante um confronto ocorrido na ilha de Fanfa ( no rio Jacuí), os Liberais não se deixaram abater e sob nova liderança (de António Neto) obtiveram outras vitórias.
Em novembro de 1836, os revolucionários proclamaram a República em Piratini e Bento Gonçalves, ainda preso, foi nomeado presidente. Somente em1837, após fugir da prisão, é que Bento Gonçalves finalmente assume a presidência da República de Piratini.
Mesmo com as forças do exército da regência, os farroupilhas liderados por Davi Gonçalves, conquistaram a vila de Laguna, em Santa Catarina, proclamando, desta forma, a República Catarinense.
Entretanto, no ano de 1842, o governo nomeou Luiz Alves de Lima e Silva para comandar as tropas que deveriam os farroupilhas.
Apos três anos de batalha e várias derrotas, os "Farrapos" tiveram que aceitar a paz proposta por Duque de Caxias. Com isso, em 1845, a rebelião foi finalizada.
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revolução Farroupilha, também chamada de Guerra dos Farrapos, explodiu no Rio Grande do Sul e foi a mais longa revolta brasileira. Durou dez anos (1835 a 1845). Os problemas econômicos das classes dominantes estão entre as principais causas da Revolução.
O Rio Grande do Sul tinha uma economia baseada na criação de gado e vivia, sobretudo, da produção do charque (carne seca). O charque era vendido nas diversas províncias brasileiras (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e na região nordeste), pois era muito utilizado na alimentação dos escravos.Os produtores gaúchos, donos de imensas estâncias (fazendas de gado), reclamavam duramente do governo do império contra a concorrência que sofria do Uruguai e da Argentina, países que também produziam e vendiam charque para as províncias brasileiras. Como as impostos de importação eram baixos, os produtos importados pelo Uruguai e da Argentina chegaram a custar menos que a carne do Rio Grande do Sul.
A concorrência estava arruinando a economia gaúcha.Os poderosos estancieiros gaúchos queriam que o governo do império protegesse a pecuária do Rio Grande e dificultasse a entrada do charque argentino e uruguaio no Brasil.Essa mesma elite de grandes estancieiros também brigava com o governo do império por uma maior liberdade administrativa para o Rio Grande do Sul.Em 20 de setembro de 1835, o coronel Bento Gonçalves da Silva, à frente de um grande número de companheiros, atacou e tomou Porto Alegre, depondo o presidente da província. Com a queda deste, a Assembléia Provincial declarou vago o governo e empossou o vice-presidente Marciano Pereira Ribeiro, favorável aos farroupilhas.
Este acolheu para comandante das armas do Rio Grande do Sul o coronel revolucionário Bento Manuel Ribeiro (que, apesar do mesmo sobrenome, não era seu parente).
O Padre Feijó tentou solucionar o problema nomeando um novo presidente, José de Araújo Ribeiro, que era realmente primo de Bento Manuel. Alguns revolucionários, entre os quais o próprio Bento Manuel aceitaram a nomeação; porém outros continuaram seguindo Bento Gonçalves, que dominava todo o interior da província e tomara a cidade de Pelotas; um outro líder rebelde, Antônio Neto, vencera as tropas do governo na Batalha de Seival. Mas, havendo os legalistas retomado Porto Alegre, os farrapos decidiram proclamar a República Rio-Grandense, com a capital na cidade de Piratini.
A presidência da nova República foi entregue a Bento Gonçalves. Esperavam os revolucionários que seu exemplo fosse seguido pelas outras províncias, provocando assim a queda do regime imperial.
Mas Bento Manuel Ribeiro, que fora promovido a general pelo governo do Império, conseguiu derrotar os farrapos na Batalha da Ilha do Fanfa. Bento Gonçalves foi capturado e remetido para a Bahia, onde o encarceraram no Forte do Mar.
Conseguindo escapar, o chefe farroupilha retornou à luta no Rio Grande do Sul. Os revoltosos não haviam desanimado com os reveses sofridos: continuavam a lutar corajosamente. No fim do ano de 1838, dominavam quase todo o Rio Grande do Sul, exceto Porto Alegre e o litoral gaúcho. Os habitantes dessa região eram geralmente plantadores de trigo ou marinheiros; por esse motivo, não tinham os mesmos interesses que os criadores de gado preferiam apoiar o governo regencial. Em 1939, os farroupilhas estenderam seus domínios, promovendo uma expedição contra Santa Catarina.
A força expedicionária foi comandada pelo revolucionário David Canabarro, que recebeu o apoio do revolucionário Giuseppe Garibaldi. Este guerreiro, depois de lutar no Brasil e no Uruguai, iria tornar-se um dos maiores vultos de sua pátria, ao participar da guerra de unificação e independência da Itália.
A cidade de Laguna, em Santa Catarina, foi logo conquistada, e nela Canabarro proclamou a República Juliana (por ter sido feita em julho). Foi em Laguna que Garibaldi conheceu sua futura esposa, Anita Garibaldi, que o acompanharia em todas as suas lutas.
A República Juliana, entretanto, teve curta duração, pois os legalistas logo forçaram Canabarro a reentrar no Rio Grande do Sul. Em 1840, D.Pedro II foi proclamado maior de idade, assumindo então a Chefia do Estado. Um de seus primeiros atos foi conceder anistia, isto é, perdão a todos os revoltosos que depusessem as armas.
Os farrapos, entretanto, não aceitaram o perdão do Imperador: julgando-se vitoriosos, preferiram prosseguir na luta. Em novembro de 1842, o governo imperial decidiu nomear o general Luís Alves de Lima e Silva, barão de Caxias, para ocupar os cargos de presidente e comandante das armas na Província do Rio Grande do Sul. Esse militar era filho do antigo regente Francisco de Lima e Silva e já se distinguira no combate aos revolucionários do Maranhão, de São Paulo e de Minas Gerais, como veremos mais adiante.
Caxias obteve algumas vitórias decisivas (batalhas de Poncho Verde, Canguçu, Piratini, Porongos e Arroio Grande). Os farroupilhas, enfraquecidos após tantos anos de dura luta, aceitaram então as propostas de paz honrosa oferecida pelo general vencedor. Essa paz era necessária tanto para o governo imperial como para os farrapos, pois havia perspectiva de guerra contra o ditador da Argentina, Juan Manuel de Rosas. Foi assinada em 1° de março de 1845, concedendo ampla anistia a todos os revolucionários.
Os militares do Exército Republicano foram aceitos pelo Exército Imperial, conservando os postos que haviam alcançado durante a guerra. Quanto aos escravos que participaram da rebelião foram alforriados, isto é, libertados. Graças a essas sábias medidas, a paz voltou ao Rio Grande do Sul!
Fonte: Desconhecida
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