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terça-feira, fevereiro 22

CONVENTO DO ESPINHEIRO GANHA MAIS UMA "ESTRELA"







Convento do Espinheiro ganha mais uma “estrela”
Segunda, 21 Fevereiro 2011 14:35
 


UTAD certificou uma oliveira com 1098 anos!

 O Convento do Espinheiro Hotel & Spa ganhou este fim-de-semana mais um motivo de orgulho através da certificação da data de uma oliveira que, doravante, pode “dizer” que tem 1098 “primaveras”. A datação foi atribuída pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), a única entidade nacional com competência para certificar as idades centenárias e milenares das árvores.

Com esta idade, esta oliveira milenar que viu já nascer o próprio Convento no Séc. XV, a cuja existência estão ligadas várias lendas, desde a visão da presença de Nossa Senhora sobre um espinheiro em chamas, razão por que inicialmente era designado por Convento de Nossa Senhora do Espinheiro, até à narração dos encontros amorosos, ao tempo clandestinos, entre o príncipe Afonso, (filho de D. João II) e princesa Isabel, filha dos reis católicos de Espanha, encontros que terão “ofendido” a padroeira por terem lugar antes do casamento.



A cerimónia de entrega da certificação desta oliveira teve lugar no passado sábado, numa iniciativa desta unidade hoteleira e do Grupo “Oliveiras Milenares”, que foi parceiro da UTAD no projecto de datação de árvores idosas, e contou com a presença do professor Galopim de Carvalho.

Para o Director do Convento do Espinheiro, mais do que saber com exactidão a idade desta Oliveira, queremos “que os nossos clientes sejam parte integrante do dia-a-dia do nosso hotel, proporcionando-lhes momentos e situações inolvidáveis”.

Por outro lado, sabemos que quem nos visita quer muito mais do que pernoitar, degustar e usufruir das nossa comodidades. Quem se instala no Espinheiro quer também levar histórias para contar e para mais tarde regressar. É neste contexto que se enquadra o processo de datação desta oliveira. Queremos sempre surpreender”, frisa Dinis Pires.

O responsável pelo hotel, que fazia estas declarações durante um workshop de licores que decorreu posteriormente, lembrou as constantes iniciativas promovidas pelo Espinheiro, de “bom agrado para os nossos clientes”, em que a próxima decorrerá este fim-de-semana subordinada ao tema da cortiça.

Datação

O método de datação foi desenvolvido por este estabelecimento de ensino superior e encontra-se em fase de registo da patente, sendo os seus mentores o Prof. José Luis Louzada e Prof. Pacheco Marques, investigadores do Departamento Florestal da Universidade.



Perante a impossibilidade de datar as árvores idosas pelos métodos tradicionais, pois, na maioria dos casos a parte central das árvores (que corresponde à sua zona mais velha) entra em biodegradação, o que impossibilita a sua datação, estes investigadores desenvolveram uma metodologia não destrutiva que permite estimar a idade de qualquer árvore muito idosa, podendo ir até aos três mil anos, mesmo que esta se apresente oca no seu interior.


Esta metodologia permite estimar a idade das árvores através de um modelo matemático que relaciona a idade com uma característica dendrométrica do tronco (raio, diâmetro ou perímetro). Ou seja, não se baseia na identificação e contagem dos anéis de crescimento, ou na análise de radiocarbono da madeira formada nos primeiros anos de vida da árvore, mas sim através de um parâmetro dendrométrico do tronco das árvores (traduzido por exemplo pela dimensão do raio, diâmetro ou perímetro do tronco), com o qual a idade está bem correlacionada.




Em declarações ao Diário do Sul, o professor José Luís Louzada explicou que a sua equipa teve de estudar os padrões de crescimento da oliveira, no clima português, e usou uma abordagem que faz lembrar as matrioskas, as bonecas russas que vão saindo umas de dentro das outras, na questão dos troncos ocos. "Partimos progressivamente de árvores maiores para mais pequenas, que tinham a parte central do tronco intacta, para estudar o crescimento desta espécie. Nessas árvores, já podíamos contar os anéis e sabíamos a sua forma e dimensão”.

Com esses dados, fez-se um modelo matemático, que relaciona a idade, para esta espécie, em condições mediterrânicas, com características do tronco como o perímetro e o raio. Ficou então a saber quantos anos têm de passar até uma oliveira atingir certa dimensão. "Depois de termos esta função, sabe-se a idade de qualquer árvore. Basta medi-la e introduzir os dados num programa de computador”, diz José Luís Louzada.

Fonte - Diário do Sul - Évora


Um comentário:

Pedro Coimbra disse...

Aguçou-me o apetite e a curiosidade, caro Cambeta