o mar do poeta

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quarta-feira, fevereiro 23

AMIZADE LUSA-TAILANDESA 500 ANOS DE EXISTÊNCIA







COMEMORAÇÕES DOS 500 ANOS DE AMIZADE LUSA TAILANDESA DEVIAM ASSINALADAS, COM POMPA E CIRCUNSTÂNCIA, BEM O MERECIA, MAS PELOS VISTOS, PARA ALÉM DE AGUMAS CONFERÊNCIAS, SEM INTERESSE, E DE LANÇAMENTO DE UM LIVRO, OS TAILANDESES POUCO OU NADA SABEM SOBRE ESTAS COMEMORAÇÕES.

A HISTÓRIA É FEITA PELO HOMENS E PELOS HOMENS É DISTURCIDA!...


Portugal, pequeno país à beira mar plantado, já foi senhor do mundo, hoje, nada temos a não ser esse jardim, com flores degradadas, onde a democracia, implatada no 25 de Abril, nos vem dando provas da incompetência dos políticos, bem, temos ainda as Ilhas dos Açores e da Madeira, mas os portugueses são saudosista vivendo recordando o glorioso passado, mas no presente nada fazem bem o bem de seu povo,  e tem desleixado os locais, onde por centenas de anos estiveram presentes, enfim, bem à portuguesa, caso de Malaca e do campo português em Ayutthya, são bem exemplo desse desleixo..

É como mágoa que escrevo estas parcas linhas, já que muito se tem escrito e falado sobre as Comemorações dos 500 anos da chegada dos portugueses ao Reino do Sião, hoje Tailândia, ora vivendo o articulista na diáspora, e estando ligado, vai fazer quase meio século, por lados familiares a este belo país, é com tristeza, que vejo pessoas, que se julgam abalizadas, a mandar bocas, a fazerem conferências, plulicarem livros, que no fundo pouco ou nada dizem, a visita do navio Escola Sagres, pela primeira vez à Tailândia, como se isso foi de importância revelante, quando o país, Portugal, está passando por dificuldades econónimas graves.

Dizem alguns senhores, que se julgam entendidos na diplomacia e que escrevem algo que não é totalmente real, por exemplo o comércio, Portugal nunca investiu como devia ser na Tailândia, houve tempos em que ainda se podiam ver nas parteleiras dos centros comercias, alguns produtos portugueses, nos dias de hoje, nada se encontra.

Fomos, é bem verdade, os primeiros ocidentais a chegar ao Reino do Sião, que ganhamos com isso? nada ou quase nada a não ser os terrenos onde se encontra instalada a Embaixada de Portugal, de resto os portugueses residentes ou casados com senhoras tailandesas, não tem qualquer tipo de regalias.

A amizade luso tailandesa existe só no papel, para certos senhores virem até cá passear, e depois escreverem algo e ganharem algum, será que esses senhores conhecem a comunidade portuguesa residente na Tailandia?, será que esses senhores se preocupam com eles? vejam o que aconteceu aquando do Tsunami e daí poderem tirar as suas ilações.







Felizmete ainda existem portugueses que conhecem bem este belo país, alguns aqui residem, que conhecem a fundo a história da Tailandia desde a chegada dos portugueses, no longínquo ano de 1511, e tem dado seguimento aos laços de amizade entre os dois países, o articulista é um deles, embora não residente permanente, é pai de 3 filhas luso-tailandesa, é, igualmente desta forma que se dá a conhecer a cultura e os costumes e a língua de um povo.
A seguir se transcrevem alguns artigos sobre as Comemorações dos 500 anos de Amizade entre Portugal e a Tailândia.

Tailândia


No âmbito das comemorações dos 500 anos de contactos entre Portugal e a Tailândia, decorreu na Universidade de Culalongkorn, Banguecoque, nos dias 26 e 27 de Junho, um seminário intitulado «A Relação Histórica e Cultural entre Portugal e o Sião».
 


Do vasto programa agendado, o destaque vai para as intervenções de Jorge Morbey, investigador das relações de Portugal com a Ásia, no dia 26, e para a exposição de Miguel Castelo-Branco, responsável pelas actividades culturais e científicas da Biblioteca Nacional de Portugal.

No dia 27, Rui Rocha, Director executivo do Instituto Português do Oriente e Coordenador da Delegação de Macau da Fundação Oriente, pronunciou-se sobre o valor económico das línguas e a presença da língua portuguesa na Ásia.

Paralelamente aos seminários desenvolvem-se três exposições – «Portugal e Tailândia, 500 anos de contactos» (mostra documental), uma apresentação e exposição de livros sobre as relações entre a Tailândia e Portugal e a presença portuguesa no sudoeste asiático; e a exibição de 37 painéis sobre a vida de Luís de Camões.
 2006

Ecos um encontro há 500 anos

Versão editada de um texto publicado no DN, a 7 de Julho de 2009, com o título, "Ayutthaya quer novo museu sobre a presença portuguesa".

Imediatamente a sul da ilha que em tempos definia o coração da capital do reino do Sião morava a comunidade portuguesa que ali se instalou depois de estabelecida uma relação entre os dois povos, não muito tempo após o primeiro contacto, em 1511. Destruída por um ataque birmanês em 1767, a cidade de Ayutthaya ficou reduzida a escombros.

O rei, corte e organismos oficiais deslocaram-se então para sul, estabelecendo nova capital em Banquecoque. E com os tailandeses também muitos dos portugueses que até então residiam em Ayutthaya caminharam para Banguecoque, instalando--se alguns no que é hoje o bairro de Santa Cruz, outros talvez juntando- -se aos que, desde o século XVII, viviam, na outra margem do rio, no bairro de Conceição.

Em Ayutthaya, contudo, permanece a memória da presença portuguesa. E recentes escavações arqueológicas começaram a devolver à luz do dia marcas concretas da mais antiga comunidade ocidental no reino de Sião, que chegou, a dada altura, a ter perto de mil habitantes.

À luz do dia, num local hoje musealizado, encontramos o que resta da igreja dominicana (foto que abre o post), uma das três que, à beira do rio Chao Phraya, serviam em tempos a comunidade portuguesa ali residente. Terminadas em 1984, as escavações junto a esta igreja revelaram não apenas as suas fundações e restos de paredes em tijolo vermelho, mas também uma série de esqueletos, alguns deles em exposição num edifício junto ao que resta do templo. As inundações de há 11 anos afectaram muito o espaço musealizado, tendo levantado as ossadas. Pelo que hoje parte do que se vê neste pequeno museu não são mais que moldes em resina.

Duas ossadas reais estão contudo preservadas em vitrinas, acima do nível do solo, prevendo a eventualidade de nova inundação pelas águas do rio que corre poucos metros abaixo.

O director do museu explicou que é seu o desejo de poder construir um novo edifício para este museu, "talvez no próximo ano", estando neste momento "à procura de um financiamento junto do Governo tailandês". E falou de contactos com a Fundação Gulbenkian com vista a "uma possível ajuda neste orçamento". A construção em vista custaria perto de 160 mil euros (edifício), mas o director reconhece que precisa de juntar a essa soma mais 100 a 120 mil euros para cobrir todos os custos em vista.

O novo museu ficaria situado entre o actual e o rio, e passaria a expor artefactos ali encontrados que estão guardados na reserva do museu da cidade, a não muitos quilómetros de distância, e que, por enquanto, não estão em exposição.

Não muito longe do local, uma recente campanha arqueológica revelou as fundações do que se pensava ser a igreja jesuíta. O director do museu atribui contudo as estruturas agora descobertas a um antigo templo budista (segunda imagem).

A terceira igreja, franciscana, continua ainda por localizar. Recentemente, agricultores acharam ossadas na zona que se pensa corresponder ao local onde terá existido em tempos. O terreno é hoje, contudo, uma propriedade privada. Pelo que a possibilidade de eventuais escavações existe, mas exigirá esforços oficiais para as viabilizar.


Portugal e Tailândia aliados há 500 anos
Nacional | 2009-06-12 12:08
Portugal e a Tailândia conheceram-se há 500 anos e, para assinalar a data, em 2011, o antigo Sião quer oferecer a Portugal uma réplica em teca de um Pavilhão, uma construção típica tailandesa a instalar na frente ribeirinha de Lisboa.

A réplica, cuja instalação defronte da Cordoaria Nacional está dependente da cedência de um terreno da Administração do Porto de Lisboa ao município da cidade, é uma das iniciativas com que a Tailândia pretende comemorar, em 2011, os 500 anos das relações diplomáticas com Portugal.

Este e outros projectos vão ser apresentados durante uma visita de cinco jornalistas portugueses, incluindo da agência Lusa, à Tailândia, a convite da embaixada em Lisboa.

A visita, que começa no domingo, insere-se no âmbito das comemorações do V centenário das relações diplomáticas e prevê deslocações a Banguecoque e a Ayutthaya, respectivamente actual e antiga capital da Tailândia, onde há vestígios de igrejas católicas e cemitérios portugueses e onde ainda vivem descendentes lusos, ambos fruto da passagem dos portugueses pelo reino ao longo de cinco séculos.

Portugal, por enquanto, não definiu um programa comemorativo.

Em declarações à Lusa, o embaixador português em Banguecoque, António de Faria e Maya, referiu que ainda não foi criada a Comissão Nacional Interministerial (ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Cultura) para as comemorações, aguardando-se que, "até ao final deste ano", se realize a reunião da Comissão Mista (Portugal/Tailândia) para "aprovar um programa conjunto".

Algumas das propostas portuguesas em estudo passam pela edição, em ambos os países, de um selo-postal e de documentos históricos inéditos sobre as relações luso-tailandesas, assim como pela realização de espectáculos de dança e música, exposições itinerantes de artes plásticas e um congresso.

Não é a primeira vez que a Tailândia oferece a reprodução de um Pavilhão, edifício disposto em colunas com pináculos dourados, a um país para assinalar as suas relações diplomáticas. Alemanha e Suíça já têm exemplares.

No caso português, a intenção foi manifestada há dois anos pela Embaixada da Tailândia em Lisboa ao assessor diplomático da autarquia, José Gouveia Melo, que foi embaixador em Banguecoque entre 1982 e 1989.

O local escolhido para receber a réplica - que "demora um ano a fazer" e cujas peças são encaixadas umas nas outras, sem pregos - é "um terreno junto ao rio, em frente à Cordoaria Nacional", que pertence à Administração do Porto de Lisboa, entidade com a qual o município da cidade está a negociar a cedência da área, salientou José Gouveia Melo.

A Tailândia propõe-se também avançar com a segunda fase das escavações arqueológicas no Ban Portuget (Bairro Português) de Ayutthaya que, na década de 90, puseram a descoberto as fundações da Igreja de São Domingos e esqueletos quase intactos no cemitério, conservados num trabalho a cargo da Fundação Calouste Gulbenkian e do Departamento de Belas-Artes da Tailândia.
Além da Igreja de São Domingos, foram construídas em Ayutthaya, por parte dos missionários cristãos portugueses, mais duas igrejas: a de São Paulo e a de São Francisco.

No ano passado, a Tailândia efectuou escavações na zona onde se supunha ter existido a Igreja de São Paulo, mas apenas foram encontrados vestígios de um templo budista.

A directora-adjunta do Serviço Internacional da Fundação Calouste Gulbenkian, Maria Fernanda Matias, manifestou à Lusa o interesse da instituição em continuar a apoiar técnica e financeiramente os trabalhos de preservação das ruínas em Ayutthaya, desde que sejam descobertos efectivamente vestígios portugueses.

Portugal foi o primeiro país europeu a estabelecer relações com o antigo Sião, tendo os dois Estados assinado um tratado de comércio e amizade em 1516, cinco anos depois da chegada do enviado do governador da Índia Afonso de Albuquerque, Duarte Fernandes, à capital do reino, Ayutthaya.
Através deste tratado, os portugueses instalaram uma feitoria em Ayutthaya, que albergava missionários, comerciantes e mercenários e que subsistiu até à destruição da capital pelos exércitos birmaneses, em 1767.

Em sinal de agradecimento ao apoio prestado pelos portugueses nas guerras com o rei da Birmânia, o Sião concedeu-lhes terras numa zona mais afastada do reino, correspondente à actual Banguecoque, onde ainda hoje, em duas áreas distintas separadas pelo rio Chao Phraya, mantêm-se de pé as igrejas de Santa Cruz e do Rosário.

No antigo Bairro do Rosário, onde, a par de Santa Cruz, os portugueses procriaram com siamesas e espalharam a fé católica, "ainda vivem várias famílias de apelido português e, no cemitério, encontram-se até lápides com inscrições" na Língua de Camões, assinalou a historiadora Maria da Conceição Flores, autora de "Os Portugueses e o Sião no Século XVI" e que acompanhou as primeiras escavações arqueológicas em Ayutthaya.

Em 1820, num novo gesto de gratidão, o reino do Sião ofereceu à coroa portuguesa o terreno, em Banguecoque, onde se localiza a embaixada lusa, a mais antiga representação diplomática portuguesa no mundo e na Tailândia.
Lusa/AO Online
Fonte - Acorianaoriental

Quarta-feira, 11 de Março de 2009
Portugal-Tailândia: 500 anos

Recebi do meu irmão Miguel o convite para uma conferência que terá lugar em Bangkok no próximo dia 26 de Março. Embora não possa lá estar, confesso que me interessam o tema e o conferencista, pois do Professor António Vasconcellos Saldanha li o volumoso Tratado Impossível, um magnífico tratado de história diplomática que merecia ser traduzido para chinês e inglês, pois põe a descoberto a relação absolutamente diferente que os Portugueses tinham, até ao século XIX, com os povos e Estados asiáticos.

Espero que com a conferência de AVS arranquem de vez as prometidas celebrações dos 500 anos da chegada dos portugueses ao Sião.

A Siam Society é uma grande instituição cultural tailandesa e tem como presidente o Rei da Tailândia, atestando o interesse pelo tema e o prestígio de que goza o Professor Saldanha.
Aguarda-se agora, com tal sucesso, que o Miguel (que é discípulo de AVS) realize na mesma instituição uma conferência sobre a investigação que tem vindo a fazer na Tailândia sobre as relações luso-siamesas nos século XVIII e XIX.

O texto, em inglês

Portuguese begun to arrive and settle in Asia five centuries ago. From India to Japan, the type of interests that moved them and the political dimensions they found dictated a considerably variety of types of human establishment and political forms of relationship with local independent rulers.
The peculiar position of Siam on the routes of Southeast Asia - a strategic plaque tournante useful for a wide range of commercial, military and missionary goals - attracted very early the settlement of a Portuguese community under the model of a campo or a bandel.

The bandel of Ayutthaya was possibly the largest, the oldest and the most important in the constellation of Portuguese "informal establishments" extant in the XVIth and XVIIth centuries in places like Bengal, Macassar, Sulawesi, Arrakan, Siriang in lower Burma and a few places in South China.

Quite different from subjects in "crown possessions", the bandel inhabitants kept their national or religious links with regional centers of the Portuguese Empire like Goa, Malacca and Macau, but one major characteristic was the elaborate but clear system of integration into pre-existent social and political structures of the places they were accepted to settle on.

Until the fall of Ayutthaya, the Portuguese bandel was the oldest European presence in Siam. Its history can be examined from different perspectives, eventually all of them relevant to understand the rich culture of 17th, 18th and 19th Siam. It is, for example, the direct ancestor of the comtemporary Santa Cruz community and the cradle of Christianity in Thailand.

It was also the origin of many civil and military officials that served the Siamese monarchs. It contributed to the cosmopolitan ambience of Ayutthaya in the 17th century and it is hard to find any relevant political event in that century to which the Portuguese bandel and its people are not associated.

On the eve of the opening of the official commemorations that until 2011 will mark the 500th anniversary of the arrival of the Portuguese to Siam, this conference aims to contribute to celebrate one of the most rich periods of the long Siamese-Portuguese relations.

Professor António Vasconcelos de Saldanha, PhD., is the author of several articles, essays and monographs on the History of International Law, Diplomatic History, Portuguese Imperial Institutions and Sino-Portuguese relations.

publicado por Nuno Castelo-Branco às 19:06

Embaixador português na Tailândia lamenta "falta de aposta" portuguesa no país
Publicado em 13 de Junho de 2009   

O embaixador de Portugal na Tailândia lamenta a "falta de aposta" de empresários e sociedade civil dos dois países no reforço das relações bilaterais, assinalando que o "Oriente tem estado um pouco esquecido" e que Portugal "é visto como fatalmente periférico".

As declarações de António de Faria e Maya foram proferidas à agência Lusa antes da visita, que se inicia domingo, de cinco jornalistas portugueses à Tailândia, incluindo da Lusa, a convite da embaixada tailandesa em Portugal.

A visita insere-se no âmbito das comemorações dos 500 anos das relações diplomáticas entre os dois países, que se assinalam em 2011.

Segundo o embaixador português, "a noção mútua do legado histórico comum é palpável", embora "a visão recíproca da actualidade" de Portugal e da Tailândia seja "infelizmente redutora e desfocada no tempo".

"Fruto não só da distância geográfica, contrastes culturais e inserção em diferentes agrupamentos ou blocos regionais económicos e geo-políticos, como são a União Europeia e a Associação de Nações do Sudeste Asiático", justificou.

"Mas, sobretudo, pela falta de aposta que, nas últimas décadas, se tem feito sentir, de ambos os lados, reconheça-se, pelos centros de decisão, incluindo os agentes económicos e a sociedade civil em geral, no vasto campo de potencialidades que se oferece", acrescentou.

Apesar de os tailandeses "nutrirem uma admiração e respeito" por Portugal, tido como uma "potência histórica", o País, comparativamente com outras nações europeias da mesma dimensão, "é visto como fatalmente periférico, associado quase só (...) à figura dos grandes ídolos do futebol", apontou António de Faria e Maya.

Por outro lado, "o Oriente tem estado um pouco esquecido" por parte dos investidores portugueses, salientou, ressalvando as excepções dos mercados da Malásia e de Singapura, onde, neste último caso, foi criado há dois anos um Centro de Negócios da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).

"A Tailândia é um país modernizado, um destino turístico com interesse histórico, mas afastado das empresas portuguesas", defendeu António de Faria e Maya.

O diplomata reconhece, no entanto, que a conjuntura de crise mundial e as convulsões políticas na Tailândia, que se acentuaram em 2006 com um golpe de Estado protagonizado por militares e que tiveram o seu seguimento em recentes manifestações contra a legitimidade do actual governo, impedem os investidores lusos de "arriscar" e os leva, em contrapartida, a optar por "mercados mais próximos, comunitários", logo mais seguros.

Com o intuito de captar o investimento português na Tailândia, "um mercado promissor" a par do Vietname, o Centro de Negócios da AICEP de Singapura pretende realizar, antes do fim deste ano, um "workshop" para empresários e meios de comunicação social de ambos os países.

Além disso, Portugal e a Tailândia estão a negociar um acordo de promoção e protecção recíproca de investimento e uma convenção para evitar a dupla tributação e prevenir a evasão fiscal nos impostos sobre o rendimento e o capital, adiantou o embaixador português.

Os dois países encontram-se igualmente a negociar um acordo de eliminação de vistos para passaportes diplomáticos, especiais ou de serviço. Actualmente, apenas os turistas podem viajar sem visto.

Faria e Maya destacou ainda, mas já no campo da cooperação académica e científica, a assinatura, há dois meses, de um protocolo entre as universidades de Chulalongkorn e Técnica de Lisboa, visando a concessão recíproca de bolsas de estudo e o intercâmbio na investigação científico-tecnológica.

Mais antiga, com vários anos, é a colaboração entre o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto e a Universidade de Burapha, que já permitiu a mobilidade de professores.

Fonte – Jornal online

Segunda-feira, 12 de Abril de 2010


Estamos nas vésperas das comemorações dos 500 anos de relações entre Portugal e a Tailândia. É um marco muito importante para os dois países. Para os siameses, o primeiro contacto com uma potência europeia significaria um contributo inestimável para a adequação do seu Reino a uma realidade que vinda de longe, poderia oferecer grandes benefícios, mas também algumas ameaças à integridade  territorial e aos pressupostos culturais que lhe davam forma.

Neste aspecto da confiança, Portugal a todos os demais - holandeses ou franceses - ultrapassou nos serviços prestados e na lealdade da sua gente ao serviço dos reis do Sião. A relação com Portugal foi benéfica para ambas as partes, tendo os portugueses encontrado um aliado que connosco sempre manteve boas relações, mesmo quando do rápido ocaso da lusa talassocracia nos mares quentes daquele tão procurado Oriente.

Bem servimos a monarquia siamesa de Ayuthaia, oferecendo-lhe militares, comerciantes e educadores dos convertidos a uma fé importada. Foi possível colaborar activamente na protecção do Sião, consolidando as fronteiras do país que é a Tailândia dos nossos dias. A nossa gente foi considerada como prestimosa nos serviços e de confiança para a defesa dos interesses do Reino e foi essa base de confiança que tornou longa, uma presença que até hoje chega. Em suma, os portugueses não traíram quem neles depositou a sua confiança.

Eclipsada a nossa antiga potência diplomática que era também salvaguardada pelo conhecimento das coisas militares e pelo decisivo contributo cultural - a língua, os nomes, a religião, a forma de organização de um Estado moderno, a gastronomia cujos vestígios encontramos em qualquer mesa tailandesa -, resta-nos bem mais do que poderíamos supor.

O mundo da lusofonia, onde o Brasil é o factor decisivo mas não único, está em crescendo de importância e o ensino do português num país com o potencial da China, atingiu um nível que seria impensável até há bem poucos anos. A Ásia está à disposição de quem nela ousar investir e firmar posições. Mercados de muitos centos de milhão e uma base sentimental que permanece na memória de tantos povos desde o Guardafui até ao mar do Japão, eis um legado a não desperdiçar.

Os recentes acontecimentos nas ruas de Bangkok, não foram obsessivamente comentados pela imprensa nacional, porque ao longo de décadas aconteceram sobressaltos semelhantes e que chegaram a atingir uma gravidade bem superior ás imagens que parcimoniosamente foram surgindo nos noticiários. De tudo o que foi possível ver, nada é comparável à violência a que assistimos recentemente mais a norte - no Quirguistão - ou aos noticiários que ciclicamente relatam as atrocidades da Junta birmanesa ou de outros despotismos daquela parte do mundo.

A Tailândia é um país cujo modelo de organização institucional mais próximo se encontra daquilo que consideramos ser uma Democracia. Existe de jure e de facto uma separação de poderes e a prova disso mesmo, verifica-se na constante insistência da aplicação da Lei, sem que para tal as autoridades alguma vez tenham recorrido a medidas extremas, tão típicas de regimes ditatoriais que pontilham o mapa da região: na Tailândia não existe qualquer posto disponível para um Ferdinando Marcos, general Suharto, general Nguyen, ou Ne Win.

Totalmente impensável será imaginar o florescente Reino entregue a uma imitação de Pol Pot, de Kim il Sung ou de um até hoje anónimo pequeno émulo do desaparecido Mao. Apenas quem não conhece o país poderá imaginar um cenário de impossível decoração institucional totalitária, pois isso representaria aquilo que os tailandeses desde sempre rejeitaram.
Tem estado em curso uma luta partidária que naquele país sofre de particularidades que descendem do legado da sua história, quando os potentados locais e durante séculos bastante autónomos, encontravam num difuso poder central, aquele ponto de convergência que esclarecia a soberania perante terceiros.

O que parece ser uma novidade, é o surgimento de armas automáticas e outros aparatos ofensivos no centro da própria capital. AK-47, foguetes e granadas de mão e de bem clara proveniência, têm sido utilizadas nos confrontos de rua e embora alguns pretendam subestimar essa evidência, a verdade é que esse manancial bélico, aliado à pouco enigmática origem do caudaloso volume de dinheiro investido na subversão, pode obedecer a uma estratégia muito vasta de controlo de posições em toda a região.

Já disso suspeitávamos e disso mesmo aqui demos conta.

A sua desestabilização e a corrida aos seus recursos, poderá ser um dos motivos para aquilo a que temos assistido. O que parece um dado novo, é a forma de actuar de uma parte da facção amotinada, completamente submetida aos ditames dos antigos manuais ideológicos que instituíram as sangrentas ditaduras que ainda circundam as fronteiras da Tailândia. Hoje não está em causa a justiça que todos querem, mas sim os riscos da cedência perante ímpetos totalitários de uma pequena minoria.

O Estado português não cederia, como não cederia qualquer outro dos nossos parceiros europeus. Assim sendo, compreendamos também que a Tailândia não queira ceder.

Bem fez a Monarquia do Rei Bhumibhol Aduliadej em ter-se mantido até este momento, afastada na tomada de um claro partido entre todos aqueles - e no campo vermelho a situação não é unívoca - que estão em liça. O Rei falará quando chegar o momento necessário para a acalmia dos espíritos, reorganizando-se o espectro político que possibilitará as reformas que afinal todos os contendores anunciam querer ver realizadas.

É este o papel fundamental que o soberano tem sabido exercer na perfeição e de quem todos poderão esperar um sinal inequívoco para o diálogo. As palavras de Rama IX sempre foram as palavras de mais de sessenta milhões de tailandeses - sejam eles de que partido forem - e isso é uma verdade de impossível negação.

Portugal é um país que ao longo de séculos cumpriu exemplarmente todos os compromissos firmados com os seus aliados, por mais distantes que estes se encontrassem no globo que todos habitamos. Se alguns parecem desonrar os compromissos fundamentais que regem a pacífica convivência entre Estados - o governo tailandês anunciou ontem indícios disto mesmo -, Portugal deve continuar a ser para a Tailândia, aquele elo com um passado já longínquo, mas que justifica uma velha amizade ditada pelo respeito mútuo e ajuda nos momentos de necessidade.

Para nós, para o nosso governo, Rama IX é o grande representante e sucessor de Ramathibodi II que com D. Manuel I assinou a mais antiga aliança entre uma potência asiática e um pais da distante Europa. Ayuthaia, Bangkok - a siamesa Vila das Oliveiras ou Azeitão -, o rio Menão (Chao Prhaya), as ligações com Macau e com a Malaca onde ainda hoje está vivo o nosso secular legado, são um património desconhecido para muitos portugueses, mas nem por isso menos reais do que as comunidades luso-descendentes e as pedras de armas que deixámos em fortalezas, templos e entrepostos.

Nestas auspiciosas comemorações do quinto Centenário, os tailandeses deverão continuar a olhar-nos como aquele Portugal que sempre tão leal lhes soube ser nos bons e nos maus momentos.

publicado por Nuno Castelo-Branco às 10:52






Convidado: NUNO CALDEIRA DA SILVA
por Pedro Correia | 16.09.10

A Tailândia, hoje

Em 2011 fará 500 anos que os portugueses chegaram às terras do então Sião numa primeira fase da expansão portuguesa depois da conquista da Índia. A partir da praça-forte que era Goa as naus portuguesas começaram a explorar para oriente e assim foram chegando primeiro a Malaca e mais tarde, nesse mesmo ano de 1511, a Ayuthaya, a então capital do reino do Sião. Ali ficámos durante muitos anos, criando a base de uma comunidade luso-descendente ainda existente e ajudando os siameses nas suas lutas contra os birmanes.
Portugal é sem dúvida o primeiro grande explorador das terras asiáticas. Existem inúmeros marcos dessas viagens desde a Índia até ao Japão.

Contudo hoje em dia para Portugal parece nada existir na Ásia para além da Índia, China e Timor-Leste (este quase que por dever) e o desconhecimento sobre a Ásia é grande.
Os discursos políticos que se ouvem quer nas Necessidades quer em São Bento para aí apontam. A forma como são encaradas as nossas representações diplomáticas e comerciais são disso também um claro sinal. Um simples navegar pelos sítios do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do AICEP são tristemente esclarecedores.
Deste modo vamos em 2011 prepararmo-nos para "não comemorar" aquilo que por dever histórico, patriótico e hoje em dia económico deveríamos fazer. Interessante é que os nossos parceiros assumem muito mais a sério essas datas do que nós e irão levar a efeito, por iniciativa e memória próprias, um vasto número de actividades comemorativas.


Olhando agora para a Tailândia que os portugueses conheceram em tempos e que agora "desconhecem", com muita mágoa minha, não posso deixar de relatar que o inverso não é verdade.

Aqui o comum dos tailandeses sabe que os portugueses foram os primeiros a aqui chegar e conhecem bem os elementos da cultura local relacionados com essa passagem dos portugueses por estas terras, nomeadamente a doçaria tradicional inspirada nos nossos doces conventuais trazidos para o Sião por uma luso-japonesa de nome Maria Guiomar ao tempo do Rei Narai.
Ao contrário do que muitos portugueses pensam a Tailândia é hoje, como a grande maioria dos países na Ásia, uma força bem viva e vibrante daquilo que é o mundo do futuro sem esquecer a sua cultura tradicional que está fortemente enraizada no seu povo. Combina assim uma sociedade bem ligada ao seu passado com uma força económica impressionante e um desenvolvimento que seria muito bem-vindo no nosso país.

Por certo que para muitos portugueses a Tailândia está na memória recente pelas manifestações, com alguma violência, que ocorreram em Abril e Maio deste ano. O facto é que, e apesar disso, a economia cresceu no primeiro semestre deste ano uns impressionantes 10.2%.

E note-se que a Tailândia não é um país subdesenvolvido, como se pode observar em todas as estatísticas das Nações Unidas, e a sua capital - Banguecoque ou Bangkok - é uma cidade do mundo onde o poder de compra e a oferta de serviços é muito superior ao que Lisboa pode oferecer. A economia da Tailândia é baseada na exportação embora seja de igual modo um dos poucos países do Mundo auto-sustentável do ponto de vista alimentar.
As principais exportações do país são: acessórios para computadores e computadores, acessórios para automóveis e automóveis (a Tailândia é o 7º maior produtor mundial de automóveis), borracha, pedras preciosas, arroz (maior exportador mundial), frangos (segundo maior exportador mundial após o Brasil), camarão, atum em lata (o maior exportador mundial sem que contudo capte um só atum), etc.
A economia não é baseada na exportação de produtos baseados em baixa tecnologia ou baixos salários: é sim baseada em forte investimento estrangeiro (Japão e a União Europeia nos dois primeiros lugares) e local, e na qualidade da mão-de-obra. E tudo isto se passa no momento em que o baht, a meada tailandesa, tem vindo a sofrer uma forte pressão em alta (o euro já perdeu este ano cerca de 23,5% em relação ao baht). Apesar disso as exportações continuam a aumentar a um ritmo impressionante, fundamentalmente puxadas pelo vigor dos mercados asiáticos com a China à cabeça.
A Bolsa de Bangkok também acaba de atingir o seu máximo desde Dezembro de 1996, e os ganhos dos investidores desde o início do ano já ultrapassam os 60%, o que faz atrair fortes fluxos monetários vindos do exterior e coloca mais pressão sobre o baht.
A Tailândia sabe viver o passado, sabe conhecer as suas raízes, como o irão mostrar as comemorações dos 500 anos da chegada dos portugueses ao Sião, mas sabe igualmente projectar-se no futuro sempre com um sorriso e uma visão positiva. São quase 65 milhões de pessoas profundamente enraizadas numa sociedade tradicional e fortemente budista onde a família é peça crucial ao mesmo tempo que são capazes de grandes aventuras viradas ao futuro.
Será um bom exemplo para Portugal?

Nuno Caldeira da Silva

(na parte em que Nuno Caldeira da Silva, se refere,  (que  o comum dos tailandeses sabe que os portugueses foram os primeiros a aqui chegar e conhecem bem os elementos da cultura local relacionados com essa passagem dos portugueses por estas terras, nomeadamente a doçaria tradicional inspirada nos nossos doces conventuais trazidos para o Sião por uma luso-japonesa de nome Maria Guiomar ao tempo do Rei Narai). discordo completamente, pois conheço a Tailândia e seu povo já fez 40 anos, e uma grande maioria desconhece a 100% a presença portuguesa no Reino do Sião, já para não falar nos doces conventuais, que, hoje em dia, se vendem e consomem por todo o país. Sobre o Cristiano Ronaldo, esse sim todos sabem que é português.



11OUT2010 - 265º Dia – Chegada à Tailândia! - NAVIO ESCOLA SAGRES

Com a água do mar a 31ºC, navegámos inicialmente para NE a fim de passar o estreito de Karimata entre o Bornéu e Sumatra. Preferimos utilizar esta passagem em relação à de Gelasa, entre Bangka e Belitung, por ser uma zona mais limpa de perigos para a navegação e por termos vários relatos de acções de pirataria no local.

Sábado, já de volta ao mar do Sul da China, rumámos a NW, aproados à península da Malásia. A corrente foi-nos sempre favorável e os ventos estiveram sempre dos quadrantes de SE. Eram os alísios, com uma grande influência da Zona de Convergência Intertropical, aqui mal definida mas com frequentes aguaceiros bem fortes.

Às 17:00 de Domingo, 3 de Outubro, passámos o Equador pela quarta e ultima vez nesta viagem. Foi um dia calmo, que dedicámos ao descanso e apenas alguns, poucos, vieram à ponte assistir à mudança de hemisfério nos equipamentos de navegação.

No dia 4 cruzámos os frequentados corredores de navegação que conduzem através do estreito de Malaca a navegação entre o Pacífico e o Índico. Eram dezenas de navios em fila, uns navegando para leste outros para oeste e nós íamos para norte.

A equação complica-se quando temos que nos desviar de um e depois ficamos em rumo de colisão com uns poucos que antes estavam safos. Correu muito bem pois com a preciosa ajuda dos equipamentos da ponte, o Radar, a Carta Electrónica, o GPS e o AIS, bastou uma pequena alteração de proa para tornar o cruzamento mais perpendicular e o abreviar.

À noite deixámos o arquipélago das Anambas por estibordo navegando com precauções redobradas por este ser um local com elevada concentração de roubos a navios. Seguimos junto à costa da Malásia até aos 5º N e atravessámos para a costa norte do Golfo da Tailândia cuja entrada estávamos a iniciar. O objectivo era navegar sob a influência de correntes e ventos favoráveis.

À medida que se aproxima o dia da nossa chegada a Banguecoque, os contactos com o Embaixador António de Faria e Maya vão-se tornando mais frequentes. Esta nossa visita, a primeira da Sagres à Tailândia, vem marcar o início das comemorações dos 500 anos da chegada dos portugueses ao Sião.

Em 1511, após a conquista de Malaca pela força com o objectivo de controlar as rotas marítimas entre os oceanos Indico e Pacífico, Afonso de Albuquerque optou por não conquistar o Sião pela sua boa relação com a China. Enviou ao rei uma espada com bainha de ouro e incrustada de diamantes com o objectivo de estabelecer uma aliança. Não houve tentativa de colonização e, sendo Portugal a potência marítima de então, o Sião ficou através desta aliança ao mesmo nível dos europeus, sendo a Tailândia o único país da região que gozou sempre de independência.

Ainda deu para navegar dois dias à vela mas o vento não permitia mais, o que tornava os dias ainda mais monótonos. O feriado de 5 de Outubro foi passado à vela, sem trabalhos além dos essenciais à navegação. A única novidade a bordo é que há muita gente a iniciar ou reforçar dietas e a aumentar a actividade física. É como a "febre" dos ginásios antes do verão só que aqui o objectivo é a chegada a Lisboa.

Um dos nossos jovens marinheiros, o Nogueira, juntou duas mesas das recepções e improvisou uma mesa de ping-pong. Aproveitando o vento muito fraco e a falta de balanço, desafiou toda a gente para jogar. Só acabaram à noite e criou-se mais um desporto, o "ping-pong de convés".

A 6 de Outubro realizamos um treino completo de combate a um incêndio na cozinha em que se simulou não se conseguir extinguir em nenhuma das fases do ataque e se foi até aos postos de emergência. Foi uma manhã inteira para rever procedimentos e corrigir alguns pequenos erros ou faltas que podem ser preponderantes numa situação real. Seguiu-se a preparação da barca para chegar impecável a Banguecoque.

O Golfo da Tailândia tem cerca de 500 milhas de profundidade por 250 de largura com profundidades médias de 50 metros e com muitas obstruções. Está pejado de embarcações de pesca e de plataformas de exploração de gás e petróleo e há sempre navios mercantes à vista.

No dia 9, às 6 da manhã, iniciámos a aproximação final à barra do rio Chao Phraya. Embarcámos Piloto e iniciámos a navegação de 28 milhas pelo estreito rio. O piloto estava muito nervoso pela sensação de falta de visibilidade para vante que um veleiro dá. Há muitas pequenas embarcações e barcaças a cruzar-se connosco e não há muito espaço para manobra.

Ficámos algo preocupados quando um comboio de barcaças rebocadas começou a chegar-se para o lado direito do canal, aquele que é normalmente o nosso. Esperávamos fazer o tradicional e regulamentar bombordo com bombordo e fomos forçados a uma manobra rápida para passar do outro lado. "Aqui não há regra. Olha-se, vê-se a tendência do outro, e passa-se por onde der mais jeito!", disse o Piloto.

O rio era ladeado de coqueiros e palmeiras ou de instalações portuárias ou de casas muito pobres misturadas com instalações de apoio à pesca. Cerca das 9:30 começámos a avistar os grandes edifícios da cidade e as gruas do cais comercial onde fomos atracar.

Contudo, já havíamos passado por debaixo de duas ponte, ambas com 50 metros de altura do tabuleiro, embora essa altura esteja bem descriminada em cartas e roteiros, causa sempre impressão, sobretudo para os menos avisados, a vista em profundidade, ou seja quando se olha para cima, temos a ilusão de que os mastros vão bater. Há quem aproveite para praxar os mais novos e dizendo-lhes para abrigar.

Com uma aproximação final muito lenta e sem velas porque não havia vento, atracámos num cais com centenas de pessoas a aguardar-nos.

A Banda da Marinha, grupos de crianças e jovens, jornalistas, as comitivas da Embaixada e da Marinha, e muitos amigos de Portugal. Agitavam-se muitas bandeiras da Tailândia e de Portugal e, finda a manobra, quando descemos ao cais para cumprimentar as pessoas e agradecer a emocionante recepção, ainda fomos brindados com canções portuguesas e os hinos dos dois países cantados pelas crianças que pertenciam às escolas católicas dos "Bairro de Santa Cruz" e da "Conceição" e pelos jovens alunos de português de duas universidades locais.

Actuou ainda um grupo de danças tradicionais tailandesas e recebemos o tradicional Puang Malai, uma espécie de pulseira de flores que se coloca no braço.

O Embaixador Faria e Maya e a Embaixatriz Maria da Piedade, que ensaiou as crianças num coro e dança muito bem interpretado, subiram a bordo com os representantes da Marinha e outros convidados importantes. Comentaram a emoção que foi ver a barca aparecer na curva do rio e aproximar-se do cais. Apresentado o navio e a sua missão, fizemos uma curta visita e passámos às entrevistas aos mais de 30 jornalistas que se interessaram pela nossa visita e que tiveram um papel fundamental na excelente peugada que estamos a deixar em Banguecoque e na Tailândia.

À nossa proa estava uma fragata paquistanesa que tinha acabado de receber várias crianças da International Wells School. Ao ver a Sagres, os miúdos quiseram também visitar o "barco dos piratas" que preferiam. Foi uma manhã muito atarefada a desembarcar o lixo, embarcar algumas provisões, receber autoridades e entidades, 30 jornalistas, crianças, alguns familiares nossos e muitos amigos de Portugal!

Após um tardio almoço volante improvisado iniciámos a visita à cidade, aproveitando o fim-de-semana livre. Mercado de Chantuchak, Grande Palácio, Buda Deitado, Chinatown, Casa de Jim Thompson, centros comerciais, parques e o próprio rio, foram os locais mais visitados nestes dias em que a Royal Thailand Navy disponibilizou autocarros para visitas. O navio não está muito perto da cidade porque as pontes não o permitem mas os táxis são baratos havendo ainda os tuk-tuk (triciclos), os toctoc (carrinhas), as scooters táxi, etc. Tudo serve para serviço de transporte e até no rio há vários tipos de carreiras que tornam os percursos bem mais curtos.

Na visita ao Palácio soubemos que o Rei tem vários Elefantes Brancos e descobrimos o significado da expressão. É que por cá, um elefante albino é considerado uma reencarnação de um príncipe e quem o tiver tem que o servir principescamente, i.e. com escravos, loiças de ouro, etc.

Apesar de a localidade onde estes estejam ser isentada de impostos, as despesas que o elefante branco acarreta tornam-no num presente envenenado a quem o recebe.

Largamos esta quinta-feira. Até lá ainda teremos o nosso almoço VIP, os cumprimentos, a recepção a bordo e uma outra na Embaixada de Portugal e muitas mais pessoas para contactar e coisas para ver.
Depois contaremos!
por: Pedro Proença Mendes, Cte do NRP "Sagres"

 

Sábado, 19 de Fevereiro de 2011


BTL 2011: Tailândia e Portugal em destaque

Contagem decrescente para a maior feira de turismo portuguesa: na quinta-feira, abre portas a Bolsa de Turismo de Lisboa na FIL - Parque das Nações. Como é habitual, os primeiros dois dias da Feira Internacional de Turismo são reservados aos profissionais da indústria; o público poderá começar a visitar o certame a partir das 18h00 de sexta-feira e até ao encerramento, o domingo seguinte.

A 23.ª BTL tem como Destino Internacional Convidado a Tailândia, aproveitando as celebrações de 500 anos de relações entre os dois países. Ainda em grande destaque, o Destino Portugal (segundo a organização, as marcas turísticas regionais serão “o grande motor” do evento), que ocupará todo o pavilhão 1.

A venda directa de viagens e programas é aposta forte, podendo os visitantes contar com muita animação e eventos paralelos, descontos (até 50 por cento), sorteios de viagens ou pacotes especiais para Carnaval, Páscoa e Verão, oferta de “vouchers” e noites de alojamento grátis (no Facebook BTL 2011, a organização vai actualizando as dezenas de ofertas).

Em matérias mais profissionais, a feira será cenário da cerimónia dos Prémios Turismo de Portugal, acolhe o programa Hosted Buyers (operadores turísticos, agentes de viagem e outros intermediários), lança o Clube BTL (para maior interactividade e melhores condições de trabalho entre participantes e com direito a regalias várias) e, em grande destaque, realiza a I Conferência Internacional de Turismo no primeiro dia da feira — vão abordar-se “os principais desafios que se colocam ao sector, num debate entre especialistas”, incluindo, como convidados, além de organizações, empresas e Governo português, o secretário-geral da Organização Mundial do Turismo, Taleb Rifai; ou representantes de alto nível de Marrocos, Brasil, Espanha e Holanda ou de empresas como a Google ou TUI. Em 2010, a feira integrou um milhar de empresas e foi visitada por cerca de 70 mil pessoas; participaram 45 países, uma centena de jornalistas internacionais e mais de 1400 profissionais estrangeiros. [L.J.S.]


Horários: exclusivamente para profissionais na 4.ª e 5.ª das 10h00 às 20h00 e na 6.ª das 10h00 às 18h00; público geral na 6.ª das 18h00 às 23h00, sábado das 12h00 às 23h00, domingo das 12h00 às 20h00. Bilhetes: Individual €5; profissional €10; estudante, jovem (11 aos 14) e sénior €2,5; até 10 anos (inclusive) não paga.

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