o mar do poeta

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domingo, novembro 14

14 de novembro: Dia Nacional da Alfabetização - BRASIL




Segundo a Constituição Brasileira, no artigo 205:


“A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”

Não há desenvolvimento econômico e social sem educação: pesquisas mostram que a alfabetização constitui motor para a expansão econômica.

Existem diversos métodos para alfabetizar crianças, jovens e adultos. No Brasil, os mais utilizados são o método global e métodos tradicionais, como o alfabético-silábico e o fônico. Por outro lado, muitos alfabetizadores brasileiros, das redes pública ou privada, preferem a teoria do construtivismo como base para a alfabetização. Qual o melhor caminho para ensinar a ler e escrever?

Escolher um ou outro é uma opção cujo grau de dificuldade aumenta principalmente quando se depara com a enorme diversidade socioeconômica e cultural de um país como o Brasil.

Com as constantes mudanças na sociedade, com o fenômeno da globalização, das tecnologias da informação e da comunicação, os currículos escolares necessitam de revisão e atualização para refletirem as necessidades reais dos estudantes, de forma a viabilizar um aprendizado adequado a cada realidade.







LEONARDO LIMA

Neste domingo, 14, o Brasil comemora o Dia Nacional da Alfabetização. Entretanto, de acordo com a Pesquisa Nacional de Amostragem por Domicílio (PNAD) divulgada recentemente pelo IBGE, não há muito o que comemorar. A taxa de analfabetismo entre pessoas de 15 anos ou mais, embora tenha caído, atinge 9,7 % da população, o que representa mais de 14 milhões de analfabetos. Segundo o relatório, a maior parte deste grupo é composta de homens, maiores de 25 anos e moradores da região Nordeste, onde cerca de 18,7% da população é de analfabetos.

Visando reverter este quadro, o MEC realiza desde 2003 o Programa Brasil Alfabetizado, voltado à alfabetização de jovens, adultos e crianças. Na Região Centro-Norte Fluminense, por exemplo, a iniciativa funciona atualmente nos municípios de Nova Friburgo, Bom Jardim, Duas Barras, Sumidouro e Carmo.

De acordo com Nilva Gripp Moreira, que coordena voluntariamente nove turmas na cidade, a 7ª etapa do programa em Nova Friburgo foi iniciada em junho deste ano. “São formadas turmas de jovens e adultos. Entretanto, a grande maioria dos participantes tem mais de 50 anos. Temos avós, pessoas casadas, aposentados, trabalhadores, enfim, pessoas de todas as idades”, explica.

Em Nova Friburgo, o programa atua no Ienf (Centro), Apae e Cofec (Conselheiro Paulino) e em São Pedro da Serra, São Lourenço, Solares, Cordoeira, São Geraldo e Amparo.

“Só no Ienf, temos 23 alunos matriculados. Visitamos as turmas mensalmente para acompanhar o desenvolvimento das aulas e uma vez por mês realizamos uma reunião com os alfabetizadores chamada Formação Contínua, na qual passamos atividades e trocamos experiências”, afirma Nilva.

Ela revela que, além dos conhecimentos de língua portuguesa, os alunos têm ainda aulas de outras disciplinas.

“Trabalhamos noções de cidadania, geografia, história e matemática. Além disso, as aulas são preparadas de acordo com os interesses dos alunos” diz.

Solidariedade: alguns alfabetizadores ministram aulas em suas próprias casas

Segundo Nilva, os alunos revelam os motivos mais diversos para aprender a ler e escrever depois de mais velhos.

“Muitos querem aprender para poder ler a Bíblia, outros para fazer compras no mercado, para poder pegar um ônibus sozinho, ler bulas de remédio”, conta.

Tais histórias se tornaram um novo projeto intitulado Histórias de Vida, que contém o relato da trajetória de vida dos estudantes.

“Tem muita coisa que a gente não acredita. É realmente muito interessante. Os que já conseguem, escrevem à mão. Já outros ditam e o alfabetizador passa para o papel. Pretendemos lançar um livro com essas histórias” informa Nilva, que diz que o grupo busca patrocinadores para a ideia se tornar realidade.

A coordenadora conta que nem todas as unidades funcionam em escolas. Grande parte das aulas acontece na casa dos alfabetizadores, que, por sua vez, também são voluntários e recebem apenas uma bolsa para ajuda de custo.

“No Cordoeira, a alfabetizadora transformou um quarto de sua casa em sala de aula. No Solares, a voluntária utiliza parte de seu salão de beleza. Em São Lourenço, as aulas acontecem na varanda de uma casa. Em São Pedro da Serra, um dos alunos cedeu um cômodo que ele mesmo construiu para o programa”, exemplifica.

Além das aulas gratuitas, que acontecem quatro vezes por semana (geralmente à noite), durante duas horas e meia, os estudantes ganham lanche e material como lápis, borracha e livro ilustrado.

No próximo dia 7 haverá a cerimônia de formatura das turmas das 6ª e 7ª etapas, em local que ainda será confirmado. Até hoje o programa formou na região cerca de 750 pessoas.

Os alfabetizadores coordenados por Nilva são Neila Virgínia (Apae); Nilda da Silveira (Solares); Márcia Cristina (São Lourenço); Sandra Lúcia (São Geraldo); Rafael Soares (Cofec); Solange Corguinha (Amparo); Vitória Cristina (Cordoeira); Cristiane Maia (Ienf); Deisemar Marrom Passos (São Pedro da Serra).

De acordo com a coordenadora, os interessados devem realizar suas inscrições diretamente com o professor. A partir daí ela recebe os dados do aluno e os cadastra num sistema via internet. Mais informações sobre o Programa Brasil Alfabetizado podem ser adquiridas junto à Coordenadoria Serrana II, através do telefone 2533-1217.



Um comentário:

Prof.Ms. João Paulo de Oliveira disse...

Caro confrade e amigo João!
Infelizmente temos um longo caminho pela frente para tornar meus patrícios plenamente hábeis nas competências leitora e escritora.
Desde a época das duas gestões do Presidente Fernando Henrique Cardoso, a Educação Brasileira tem sido tratada com muito empenho e anteriormente as escolas brasileiras nunca receberam tantos livros didáticos e paradidáticos como agora! Apesar disto muito tem que ser feito ainda...
Calorosas saudaçoes esperançosas!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Diadema-SP
Brasil