E foi por sua iniciativa que se criou o Jornal Manobra, do qual o articulista foi seu fundador.
Era um jornal muito simples, que era escrito em folha de stêncio e depois tirado numa obsulenta máquina, inicialmente o articula tinha como missão dactilografar o Jornal e imprimi-lo, depois o enviando para todos os departamentos oficias de Macau e algumas entidades civis.
Na mesma folha, tipo A4 segue-se:
ACTIVIDADES DA C.B. E ( Comissão de Bem Estar)
PRINCIPAIS RESULTADOS OBTIDOS DURANTE OS PRIMEIROS 6 MESES
Conseguiu uam melhor participação activa e voluntária dos agentes nos assuntos da Corporação;
Procurou de muitas formas, melhorar as condições de vida e bem estar dos agentes;
Fizeram-se muitas propostas, que foram aceites pelo Comando, para melhorara eficácia da PMF;
Apresentaram-se sugestões relativas ao moral profissional dos agentes;
Nomeou-se um representante da PMF para o grupo de trabalho para a reestruturação e unificação das categorias funcionais dos trabalhadores da função pública;
Traduziu-se parte do RDM, para chinês;
Elaborou-se o projecto do novo Estatuto da PMF;
Está em elaboração adiantada o regulamento da PMF;
Colaborou activamente com o Comando, como orgão de consulta, nas ocorrências disciplinares;
Projectou-se um Boletim Informativo;
Exposição, no COMFOS, das actividades desenvolvidas pela PMF;
Elaboração dum manual de agente da PMF.
No verso da primeira página segue-se:
A nossa vida está ligada ao mar, tal como a amarra liga o navio ao fundo. Fazemos parte desta velha embarcação que, embora cansada, continua a navegar sem rumo certo, nesta águas que nos rodeiam, por vezes calmas mas sempre à espreita de nos tragar.
Um novo patrão comanda agora, tentando levar-nos a um porto seguro. Para tal e aproveitando o casco ainda em bom estado, mandou tapar os furos dos rombos sofridos.
Tirou as côcas à amarra, para que possamos fundear por momentos, a fim de podermos trabalhar mais calmamente. Novas peças foram adquiridas para substituirem as já gastas, cujo rendimento era duvidoso. Os hélices estão sendo desempenados, o lastro está sendo compensado, nova calafetagem está sendo feita.
Novos instrumentos, tais como o radar, estão sendo introduzidos, para que possamos ver com mais nitidez o campo que nos rodeia e detectar, com a necessária rapidez, os perigos que possam surgir.
Enfim, não haverá mais o perigo de adornarmos, a estabilidade voltou. Com os rombos tapados, as obras vivas voltaram ao seu nível. Com os hélices desempenados, poderemos imprimir maior velocidade, encurtando assim o tempo no rumo a percorrer. Com o novo calafeto, a impermeabilidade é quase total.
Com as benificiações introduzidas, a habitabilidade está garantida e com o novo lastro a estabilidade é mais segura, sendo os balanços mais suaves.
Sabemos já qual o rumo verdadeiro aq ue nos dirigimos, graças aos ensinamentos adquiridos, não confundindo o norte magnético com o verdadeiro, dando-lhes o respectivo desvio.
Para tirarmos proveito desta nova embarcação é necessário:
1 - Conhecer a profundidade e os fundos que se se navega;
2 - Distinguir, entre outras, a verdadeira luz do farol;
3 - Tirar proveito dos ensinamentos daqueles que, sem recursos, conseguiram navegar por águas revoltosas e, com imensos sacrifícios, levaram à salvação a embarcação que hoje nos conduz;
4 - Levar para bordo toda a bagagem indespensável à viagem;
5 - Ter fé e confiança no piloto que nos guia;
6 - Nunca esquecermos os velhos ditados que dizem "Quem vai para o mar avia-se em terra" e "Gaivotas em terra é sinal de vendaval".
Assim, poderemos ficar cientes que não há mares desconhecidos e que poderemos traçar tantos rumos quantos desejarmos. Desta forma, podem vir tempestades pois, apetrechados como estamos, não seremos abalados na sua passagem impiedosa.
A seguir à tempestade vem sempre a bonanza.
A. Cambeta
Seguem-se na mesma páginas mais três artigos, sendo A CHALUPA FRIA da autoria de F.Lameiras, um pequeno poema RECORDANDO
Olhando os teus olhos,
de um encanto sem fim.
Nasce no meu coração,
um sentimento de meditação.
Quão feliz não seria
estar eternamente junto de ti
J.C.Almeida
Um pequeno provébio:
Em terra todos são lobos do mar. Porém, no mar todos são cordeirinhos.
A.Cambeta
As duas páginas seguintes são composta de poemas da autoria de J.C.Almeida e R.Monteiro respctivamente.
A terceira página abordam-se várias notícias do mundo e no verso da folhaa página humorística.
Na página final, face, apresenta os desenhos acima reproduzidos e no verso da folha, dois artigos, um a IDEIA de Costa Goodolfhin e o APOIO À IDEIA que se passa a copilar:
Há longo tempo alguém teve a ideia de lançar entre nós um jornal caseiro, para que os elos, ora dipersos, se unissem e pudessem formar uma amarra sólida que suportasse o peso que a liga. Porém, e por motivos alheios a esse alguém, não foi possível realizar esse ideal. Embora esse tempo volvido não tenha feito perder a esperança, hoje, com correntes de ideias livres, foi possível, graças ao carinho e apoio de quem nos comanda, podermos lançar a semente à terra e aqui está patente entre nós este pequeno e singelo jornal ao nosso inteiro dispôr.
A semente está lançada, os alicerces estão construídos e a raíz engrossará.
Que esta semente caía em terra produtiva. Nós somos a terra que pode dar essa produtividade.
Os alicerces estão feitos, cabe-nos construir o edifício com os andares necessários, com vista a poder satisfazer os nossos ideiais.
A raíz fixa-se, a árvore quer começar a desenvolver-se, compete-nos pois fortificá-la, regando-a com a nossa boa vontade e sabedoria, aceitando-a no nosso quintal, para que possamos colher dela os saboros frutos que possam dar e nos refresque com a sua sombra em taddes calmosas.
A. Cambeta
Para terminar segue-se
Diálogo entre Sócrates e Polemarco a respeito da justiça:
"Se alguém diz que a justiça consiste em restituir a cada um o que lhe deve, e se entende por isso que o homem justo só deve mal aos seus inimigos, como deve bem aos amigos, essa linguagem não é a de um sábio, porque não é conforme à verdade e acabamos de ver que nunca é justo prejudicar ninguém".
Desta forma se descreve, parcialmente,como foi a primeira edição do Jornal Manobra, por muitos desconhecidos. Era um jornal de publicação mensal.
Teve o seu início, como referi no mês de Abril de 1976, e, no ano de 1979, antes do Comandante ter regressado a Portugal a 4 de Agosto de 1979, terminou por pressões vindas do Palácio do Governo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário