o mar do poeta

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sexta-feira, agosto 17

PONTE DE VILA FRANCA DE XIRA



Reboscando meus arquivos fotográficos fui encontrar esta antiga foto, tirada pelo fotografo C. Camarate, fotografo preferido de meu saudoso pai, cujo loja se encontrava na Praça do Sertório, 26, Évora.

Não posso negar que sou filho de meu pai, ele estava presente em todas, e nesta foto pode ver-se ele com uns amigos no dia seguinte à  inauguração da Ponte de Vila Franca de Xira, no dia 30 de janeiro de  1951.

Para a época a ligação da ponte sobre o rio Tejo foi uma festividade e fizeram-se imensas excursões para ir assistir à sua inauguração, o articulista tinha nessa altura 7 anos de idade, seu pai o quis levar, mas sua mãe não deixou, visto ser muito cansativo para uma criança daquela idade, mas está bem recordado o articulista desse evento.

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Ponte Marechal Carmona

A Ponte Marechal Carmona também chamada Ponte de Vila Franca de Xira sobre o rio Tejo une Vila Franca de Xira a Porto Alto.

O nome da ponte é uma homenagem a António Óscar de Fragoso Carmona.

 

História

Data de 1924 o primeiro pedido oficial do Município de Vila Franca de Xira para a construção de uma ponte sobre o Tejo junto a esta Cidade, situada sensivelmente entre Santarém e Lisboa e ponto de confluência de algumas estradas que estabelecem a ligação entre o Norte e o Sul. Estas circunstâncias levaram o Ministério das Obras Públicas, por intermédio da Junta Autónoma de Estradas a dar começo ao estudo sobre o problema.

No intuito de pressionar as autoridades para a construção da ponte foi publicado um primeiro artigo no jornal regional Vida Ribatejana, escrito pelo Sr. António Lúcio Baptista, digno vilafranquense que, como presidente do Município e director desse jornal, marcou uma posição relevante no assunto.

A campanha prosseguiu, ainda nesse jornal e, também, com a intervenção do ilustre vilafranquense Sr. José Van-Zeller Pereira Palha, que nunca mais deixou de lutar por tão grande melhoramento e mais ainda quando ocupou a presidência da Câmara. O facto de José Van-Zeller Pereira Palha ser amigo íntimo de Salazar por certo muito ajudou ao bom entendimento demonstrado na altura entre o Governo e os interessados em tão grande obra. Assim, para além da sua deslocação pessoal ao possível espaço por onde iria passar a nova ponte, deslocaram-se também por sua influência os ministros das obras públicas Engenheiro Duarte Pacheco, extremamente conhecido e reconhecido neste domínio, e os Engenheiros Cancela de Abreu e José Frederico Ulrich, este o ministro que mais se dedicou à realização de tal obra.

O Engenheiro Duarte Pacheco afirmou na altura a uma das comissões que se deslocou ao Ministério das Obras Públicas a pedir que fizessem a obra que a ponte seria construída, tendo afirmado também, depois de alguém ter sugerido a ideia do Estado conceder a sua construção e exploração a uma empresa particular que isso não era possível, que ao Estado é que competia construí-la, não havendo, portanto, portagens a pagar, pois ela seria a ligação da estrada de Leste com a do Sul, no Cabo.

Assim deu-se início à fase de estudo e concurso, já que depois da morte do ministro Duarte Pacheco, os engenheiros que ficaram à frente do projecto, Cancela de Abreu e José Frederico Ulrich, eram de opinião contrária à do falecido ministro e a ponte acabou mesmo por ter portagem. Na fase de estudo, principiou-se pela execução de sondagens, não só para determinar as características geológicas dos terrenos do subsolo, mas também para fixar o local mais conveniente à construção da ponte.

Elaborou-se o projecto que serviu de base ao concurso público para a adjudicação da obra, realizado em 29 de Janeiro de 1948. Foram apresentadas diversas propostas que variavam no seu valor entre 111.202.764$00 e 241.618.011$00, havendo concorrentes que apresentaram várias soluções para a realização da obra. Depois de estudadas, foi decidido atribuir ao grupo Sociedade de Empreitadas e Trabalhos Hidráulicos, Lda. e Norman Long & Co., Ltd. a adjudicação da obra em Abril de 1948, que prometia concluir a obra no prazo de 1000 dias pelo preço (incluindo acessos) de 130.000.000$00 — a maior e mais custosa empreitada até à altura adjudicada pelo Estado.

Aquando da construção fez-se na margem direita um complexo nó de ligação à então EN 1, hoje EN 10 e ao que seria, anos mais tarde, a Auto-Estrada Lisboa-Carregado para a qual já havia projectos.

Foi talvez este o mais importante motivo para construir em Vila Franca a travessia do Tejo, para além de, mesmo se a ponte sobre o rio fosse construída em Lisboa, não asseguraria de forma eficaz o trânsito entre as duas margens, principalmente para quem queria apenas deslocar-se no sentido Sul-Norte ou Norte-Sul sem passar pela Capital, até mesmo porque o facto de atravessar o rio em Vila Franca traduzir-se-ia numa poupança de quilómetros. Vila Franca de Xira tornou-se assim o principal ponto de passagem de e para além-Tejo, para mais que ainda não havia em Lisboa qualquer passagem entre margens sem ser de barco.

Foi inaugurada em 30 de Dezembro de 1951 por Craveiro Lopes e Salazar que se deslocaram numa carruagem Landau de 5 vidros, actualmente no Museu de carros de cavalos.

Características

Tem 1224m de comprimento com um tabuleiro central de 524m dividido em cinco vãos de 104m.

Fonte - Enciclopédia livre

8 comentários:

Valdemar Alves disse...

Ainda sou do tempo em que era preciso pagar ppara a passar.

António Manuel Fontes Cambeta disse...

Estimado Amigo Valdemar,
Eu não sei, porque ia sempre por Cacilhas, e meu pai nem automóvel tinha.
Abraço amigo

Pedro Coimbra disse...

Esta é mesmo dos arquivos, Amigo Cambeta.
Bestial!!
Aquele abraço e votos de bom fim-de-semana!!

Kalinka disse...

AMIGO ANTÓNIO CAMBETA

GOSTEI do seu post sobre os VINHOS
não comentei porque aquele post
só permite "Hiperligações"
e como já lhe disse,
com isso
eu não me entendo!

Pois gostei de saber que foi de
Évora até Vila Real...
desceram o rio Douro até ao Porto, adorou o passeio e as maravilhosas paisagens.
Pois, não sei há quanto tempo foi
mas os barcos de agora,
quase todos servem refeições.

Abraço amigo

Kalinka disse...

AMIGO ANTÓNIO CAMBETA

MUITÍSSIMO OBRIGADO por todas as explicações que dá, ajudam imenso.
No entanto, cada dia que passa os blogues têm pouca gente ou nenhuma que lêem...o que escrevemos e publicamos.
É uma pena este hábito estar a acabar...

Sobre as várias imagens do Lord Buda posicionados de várias formas,
EU APRENDI ISSO na minha visita à Tailândia:
cada um deles representa um dia da semana:
O meu é igual ao seu:
Buddha for Tuesday (pang sai yat)

The Tuesday Buddha image is lying on his right side, head resting on his arm, toes even.
It represents when Buddha entered parinibbana at his death on a Tuesday.
O dia do meu nascimento

Kalinka disse...

Sobre a SONATA VINÍCOLA

gostei de ver como conjugou os nomes dos vinhos
há imensos...
mas, não bebo,
por isso não os sei apreciar.

João Bacelar disse...

Lamento muito, mas a foto em que aparece o grupo não corresponde à ponte de Vila Franca. Se reparar, a ponte de Vila Franca não tem aquela estrutura transversal e os arcos são perfeitamente elípticos, não apresentam os ângulos como os que aparecem na foto. Parece-me mais a ponte de Alcácer, mas é apenas um palpite.
Um abraço,
João Bacelar
PS: fui eu que coloquei o artigo na wikipédia, do qual faz referência. Ele é inspirado numa peça jornalística da época.

António Manuel Fontes Cambeta disse...

Exmo. Senhor João Bacelar,
Em primeiro lugar o meu sincero obrigado pela sua importante informação.
Eu era miúdo quando a ponte de Vila Franca de Xira foi inaugurada, soube que meu pai e uns amigos lá foram assiistir à inauguração e minha mãe tinha a foto que publiquei, provavelmente e segundo descreve, a foto não terá sido tirada em Vila Franca de Xira.
Obrigado pelo reparado e já agora sincero obrigado pela informação. Abraço amigo