o mar do poeta

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quarta-feira, agosto 8

MINHA VIDA MILITAR - 3A. PARTE



O quartel RI 16 ficava perto da casa do articulista, pelo que solicitou ficar desarranjado indo comer a casa, ficando assim com mais escudos no bolso.

Os militares que iriam formar as companhias 689, 690 e 691 começaram a chegar vindos de Beja, as companhias foram formadas e ainda tiveram uns dias de instrução no RI16

Tive o previlégio de dormir em minha casa e passar as noites como eu deseja-se.

Uma noite na compnahia de um amigo meu, indo eu à civil, compramos bilhetes para o cinema, sessão das 20 horas, quando ia a entrar entreguei o bilhete, mas o funcionário olhando para mim pediu para me identificar, já que o filme era para maiores de 17 anos, não fiz e sai para o corredor, quando estava a dar início ao filme tornei a entrar, e desta vez o senhor Pinto, disse vai embora ou mando chamar o polícia de serviço, olhei para ele e me identifiquei com meu cartão militar, lá entrei, mas ainda o ouvi dizer para um camarada, os gaiatos agora estão sendo chamados para a tropa.

Em virtude do RI 16 ser na altura um quartel onde se formavam compnahias para irem para o Ultramar, e não havendo espaço para tantas companhias, a 689 foi colocada no RA 1 em Évora e a minha a 690 passou a ficar adida ao RC 3, Regimento de Cavalaria 3 em Estremoz.

A Companhia de Caçadores 689 saiu de Évora para Lisboa com destino à Guiné


Porta de Armas do Regimento de Cavalaria 3 em Estremoz



O articulista encontrando-se de Sargento de ronda à cidade de Estremoz.

Não havendo dormitórios para os Sargentos, passámos a dormir no Convento de Santa Clara ali perto do quartel.

Aguardavamos embarque e já sabiamos que iamos para Macau, porém o embarque foi-se adiando, tendo nós que ir acampanhar nuns terrenos próximos de Évora Monte e ali continuar com a instrução que era um IAO, instrução duríssima e por lá ficámos até uns dias antes do embarque para Lisboa.


Foi este o nosso alojamento durante cerca de 3 meses, umas tendas de campanha cujo colchão era um pouco de palha que iamos apanhando pelo caminho.



Após duras provas regressámos, sem pre a pé até Estremoz, no dia seguinte um sábado, após ter arrumado todo o material no Covento de Santa Clara, e usando roupa civil me dirigi para o quartel afim de almoçar na messe de Sargentos, quando pretendia entrar no quartel fui barrado pelo sentinela, dizendo para ali aguardar pelo meu pai, respondi-lhe que ia almoçar na messe de Sargentos, mas ele continou na sua, dizendo espere ai, não tive oura alternativa senão identificar-me, ele prontamente fez a respectivamente continência e pediu desculpa.

Ainda em Estremoz quando fiz algumas rondas à cidade, e ao passar pela Rua General Gomes da Costa, uma senhora vendo-me passar disse lá vai o cara de menina, tendo eu lhe respondido que a menina estava entre as pernas, essa senhora era mãe de uma moça prima de meus amigos de infância, a Maria da Conceição Baptista Cardoso, que quando estudava no Liceu de Évora e se encontrava internada na Mocidade Portuguesa Femenina, ainda tentei pedir-lhe namoro, mas ao saber que tinha como namorado u amigo meu, o Pão Mole desisti da intensão.

Nada mais de anormal se passou durante a minha estada em Estremoz, no dia 4 à tarde houve uma formatura geral no Rossio de Estremoz onde foi dada uma missa sendo a Compnahia de Caçadores 690 abençoada pelo padre e lhes sendo entregue o guião

A esta cerimónia estiveram presentes a minha extremosa mãe e minha irmão Maria Vivência.

Nessa noite houve jantar melhorado, bacalhau muito vinho, encontrava- de Sargento de Dia e coube-me a mim comandar a companhia até à estação de caminhos de ferros, ia já com uns bons copitos no bocho e vez de arma levava uma viola na mão, mas tudo bem.



Na estação nos esperava uma automotora que nos levaria até Lisboa, a viagem até Évora decorreu da melhor forma com o pessoal a cantar e outros já com o baco a fazer efeito, dormindo.



A automotora parou em Éora para embarcar a Companhia de Caçadores 691 que seguiri igualmente para Macau, na gare encontrava-se, entre outros famliares dos militares, a mãe, irmã Rosalina e a namorada do articulista, delas ali se despediu dando beijos e um, por sinal o último, bem especial na boca de sua namorada,  ficando estas a chorarem, eu segurando a viola entrei para a automotora ficando numa das janelas fazendo adeus, foi o adeus derradeiro a Évora e ao amor que lá deixei, a Évora ainda voltei pela primeira vez volvidos de 10 anos de estar em Macau, quando ao amor esse voo para outro destino e jamais voltei a encontrar essa amada Pinto Guerra.

O embarque no navio India e respectiva viagem já o articulista descreveu em artigos anteriores, falta somente a sua vivência como militar em Macau.







2 comentários:

Henrique António Pedro disse...

Memórias que calam fundo em alargadas gerações de jovens portugueses que eram chamados a viver experiências únicas e enriquecedoras.

parabéns

Abraço

António Manuel Fontes Cambeta disse...

Estimado Amigo e Ilustre Poeta Henrique Pedro,
Muito aprendi e grato estou, todos os sacrificios por que passei, felizmente não estive em zona de guerra, valeram a pena.
Triste foi a morte de muitos de jovens portugueses que ao defenderem a sua pátria faleceram ou ficaram feridos esses que hoje o governo já não conhece, e é triste, de resto tudo bem, era outra juventude sem drogas, sem festivais musicais levabdo uma via ardua mas com sentido de responsabilidade e de amor pelo próximo.
Abraço amigo