o mar do poeta

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sábado, maio 19

SACO DE COBRAS

Tal como as águas a correr serenamente para o mar os acontecimentos vêm afluindo à minha memória e os vou tentando transmitir.

Como devem calcular, qualquer pessoa que tenha trabalhado durante vinte e cinco anos numa determinada profissão, certamente muitas histórias terá para contar, portanto tentarei relatar algumas das histórias passadas por um "Agente em Macau"que se passaram nesse espaço de tempo.

Encontrava-se o articulista de serviço na ponte pequena ou seja na ponte da companhia de navegação Hong Kong-Macao Hydrofoilds, no Porto Exterior.

Começavam a desembarcar os primeiros passageiros do dia, vindos de Hong Kong quando o articulista reparou num passageiro que transportava às costas um pesado saco de canhâmo.

Solicitou a esse passageiro que comparecesse na mesa de revista, tendo-lhe perguntado o que transportava no saco, não deixando de olhar para o movimento dos restantes passageiros, o proprietário do saco respondeu veja.

Retirando o atilho que amarava o saco, sem olhar para o seu interior, o articulista meteu a mão no interior do mesmo, retirando-a de imediato, visto que o mesmo estava repleto de cobras.

O articulista detesta répteis e ficou trémulo e sem fala, o passageiro ao ver o estado em que ficou o articulista sorria atando o saco o coloocu às costas e saiu da ponte.

Mais tarde, já calmo e pensando no que tinha sucedido achou o articulista que tinha procedido mal, mas em virtude de se encontrar  ainda à pouco tempo na corporação e lhe faltabdo ainda experiência profissional, esta tinha sido uma boa lição prática

Pensou que devia ter dado ordem de prisão ao passageiro que transportava o dito saco de cobras, e apreendendo as mesmo, já que a lei em vigor proibia o transporte de qualquer tipo de animais ou répteis vivos em navios de passageiros.

Se tivesse dado ordem de prisão ao passageiro e se ele não acatasse a ordem e decidisse abrir o saco, espanhando as cobras pela ponte, teria sido um pandemónio entre os passageiros e provavelmente o articulista ficaria numa situação bem complicada.

O caso aconteceu por volta dos anos 70 era ainda o articulista agente de segunda classe e encontrava-se trabalhando sózinho nessa ponte, onde muito aprendeu à sua custa, já que os chefes esses nada ensinavam.

Mais casos se passaram nessa mesma ponte, que em artigos seguintes o articulista tentará relatar.




4 comentários:

Prof.Ms. João Paulo de Oliveira disse...

Estimado confrade e amigo António Cambeta!
Minha esposa também tem ojeriza a répteis.
Caloroso abraço! Saudações cautelosas!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Diadema-SP

Graça Sampaio disse...

Ufa! Se fosse comigo acho que morria logo! Morro de medo de répteis! Mas que o fulano merecia ser preso, ah isso merecia!

(E as cobras de duas pernas?! Bom! Essas então são ainda piores!...)

Beijinho.

António Manuel Fontes Cambeta disse...

Estimado Confrade e Ilustre Prof. João Paulo,
Na vida de um polícia nem tudo é um mar de rosas.
Abraço amigo

António Manuel Fontes Cambeta disse...

Estimada Amiga Graça Sampaio,
Na altura do acontecido e encontrando-me sózinho na ponte, a melhor maneira de proceder foi essa.
Mas tive mais casos igualmente patéticos. Na vida de um polícia tudo acontece, e nós na PMF, que era uma corporação Policial, Marítima e Fiscal (Alfandega).
Sim tem toda a razão as cobras de duas pernas são mais venenosas!...
Abraço amigo