O articulista passou parte de sua vida no mar, mas é um apaixonado pela aviação.
Um dia no aeroporto de Kai Tak em Hong Kong viu aterrar um avião MD-11 da companhia aérea brasileira VARIG, e muito contente ficou ao ver um avião do país irmão naquela cidade asiática.
Hoje, volvidos 85 anos da fundação desta saudosa companhia aérea, aqui fica a minha humilde homenagem.
Varig
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Fundada em | 7 de maio de 1927 (85 anos) | |||
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Encerrou atividades em | 2006 | |||
Hub | Aeroporto Internacional de Guarulhos | |||
Focus cities | Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro - Galeão | |||
Programa de milhagem | Smiles (até 20 de julho de 2006) | |||
Aliança aérea | ex-membro Star Alliance | |||
Subsidiária(s) | ||||
Destinos | 59 (no momento da recuperação) | |||
Slogan | A gente vai mais longe, por você. | |||
Sede | Porto Alegre, Rio de Janeiro | |||
Pessoa(s) chave |
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A VARIG foi a primeira companhia aérea brasileira. Fundada no 7 de maio de 1927 em Porto Alegre (Rio Grande do Sul) sob o nome Viação Aérea Rio Grandense por o ex-piloto de combate na Segunda Guerra Mundial, o alemão Otto Ernst Meyer. A empresa, que era controlada pela Fundação Ruben Berta, atravessou um processo de recuperação judicial inédito no Brasil.
Entre as décadas de 1950 e 1970, a Varig era uma das maiores e mais
conhecidas companhias aéreas privadas do mundo, concorrendo até mesmo
com a inigualável PanAm.
A empresa era conhecida pelo seu requintado serviço de bordo em todas
as três classes. Nessa época a Varig operava rotas internacionais pra América, Europa, África e Ásia, no início com os Lockheed Constellation e Douglas DC-6, mais trade com os Boeing 707 e Sud Aviation Caravelle, e por fim com os Douglas DC-10 e Boeing 747.
Em 20 de julho de 2006,
após ter entrado no processo de recuperação judicial, teve sua parte
estrutural e financeiramente boa isolada e vendida para a Varig Logística S.A. através da constituição da razão social VRG Linhas Aéreas S.A., a qual, em 9 de abril de 2007, foi cedida para a Gol Transportes Aéreos.
Devido ao fato de não poder operar voos com a própria marca, que foi cedida juntamente à unidade produtiva que hoje está sob o domínio da VRG Linhas Aéreas S.A., a Fundação Ruben Berta criou a marca Flex Linhas Aéreas, que chegou a operar voos regulares comissionados pela Gol Transportes Aéreos mas, que teve sua falência decretada no mesmo dia do decreto da falência da Varig.
História
Primeiros Anos
A VARIG nasceu em 7 de maio de 1927, em Porto Alegre, fundada pelo imigrante alemão Otto Ernst Meyer, em conjunto com diversas personalidades teuto-brasileiras do Rio Grande do Sul, como Alberto Bins, Artur Bromberg, Waldemar Bromberg, Emílio Gertum, Jorge Pfeiffer, Ernst Rotermund, Rudolph Ahrons. Era a companhia aérea mais antiga do Brasil, e uma das mais antigas do mundo.
Sua primeira aeronave foi uma hidroavião Dornier Do J Wal, apelidado de Atlântico, de nove passageiros, considerado um dos mais modernos de sua época, que fez seu voo de estreia de Porto Alegre a Rio Grande, no mesmo estado. No início, operava hidroaviões (além do Dornier Do J, contava com o Dornier Do-B Merkur) a partir da Ilha Grande dos Marinheiros, no Rio Guaíba, operando principalmente nas regiões sul e sudeste do Brasil. Em 1932, comprou seu primeiro avião com trem de pouso, um Junkers A-50 Junior, e depois o Junkers F.13, iniciando suas operações em Porto Alegre, no terreno que daria origem ao Aeroporto Internacional Salgado Filho.
No início a Varig operava apenas vôos regionais no Rio Grande do Sul com aviões de diferentes tipos e origens, priorizando aviões de fabricação alemã. Mas isso mudou em 1943, quando chegaram os primeiros Lockheed L-10E
que operaram até a década de 1950. Esses aviões iniciaram a
padronização da frota da Varig, o que reduziu custos de manutenção e
treinamento e iniciou a expansão da Varig dentro do Brasil. Nesses
primeiros anos, a Varig operou alguns tipos únicos em sua frota e alguns
aviões arrendados de outras empresas recém criadas como o Syndicato Condor.
Seu primeiro colaborador, Ruben Berta,
tornou-se o presidente da empresa em 1941 e, graças à sua habilidade
política, guiou a Varig por um período de grande expansão. Em 1945
articulou a transferência do controle acionário para a Fundação dos
Funcionários da Varig (depois Fundação Ruben Berta). Permaneceu no cargo até seu falecimento, em 1966.
A grande expansão
Na década de 1940, a Varig operou seu primeiro vôo internacional, ligando Porto Alegre a Montevidéu, com a aeronave inglesa De Havilland DH-89 Dragon Rapide.
A partir de 1946 a Varig apresentou sua maior expansão de todos os tempos. Com o final da Segunda Guerra Mundial,
as aeronaves eram encontradas a preços baixíssimos no mercado. Os tipos
mais importantes que a Varig adquiriu nesse período foram os Douglas DC-3 e os Curtiss C-46. Os primeiros chegaram em 1946 e operaram até a década de 1970,
sem sofrer qualquer acidente ou incidente considerado grave. Esses
aviões permitiram a Varig se expandir rapidamente, chegando a operar
rotas até para os remotos aeródromos do Nordeste. Essa frota tinha
tendência a só aumentar ao passo que a Varig crescia e engolia empresas
menores.
Em 1955, chegaram os primeiros Lockheed Constellation, e com eles a Varig inaugurou a sua rota mais prestigiosa, que ligava Porto Alegre a Nova Iorque com escalas São Paulo, Rio de Janeiro, Belém e Ciudad Trujillo, hoje Santo Domingo.
Esses aviões ficaram conhecidos pelo seu luxo e sofisticação a bordo, o que tornava a Varig concorrente da PanAm, que mais tarde viria a colocar o primeiro jato nas rotas para o Brasil. Os Constellation operaram até a década de 1960, substituídos pelos Boeing 707.
Era a jato
Em 1959, a Varig trouxe os primeiros jatos ao Brasil, o Sud Aviation Caravelle, matriculado PP-VJC e mais tarde receberia mais dois do tipo. Esse jatos foram logo empregados nas rotas para Nova Iorque. Mas a passagem desses aviões foi curta na Varig, pois em 1960, a Varig trouxe o primeiro Boeing 707, que logo assumiram as rotas como Nova Iorque, Paris, Tóquio, Londres
etc. A frota de 707 cresceu e ao final da vida desse avião na empresa,
vinte Boeing 707 chegaram a ser operados tanto como cargueiros quanto
aeronaves comercias de passageiros. No entanto, os índices de segurança
desses aviões não eram dos melhores. Nada menos que 7 aeronaves foram
perdidas em diversos acidentes e incidentes a maioria deles com vítimas
fatais. Os 707 operaram até o final da década de 1980, quando já estavam sendo substituídos pelo Douglas DC-10.
Em 1961, a Varig assumiu a Real Aerovias,
que já havia comprado a Aerovias Brasil e curiosamente era maior do que
a Varig no mercado doméstico. Ao incorporar essa empresa, a frota da
Varig praticamente dobrou e com ela vieram novos tipos, como os Convair 340, Convair 440, novos Lockheed Constellation e Douglas DC-6, que foi empregado nas rotas domésticas de longo curso e ligações internacionais.
As Linhas da Real também foram incorporadas as da Varig, inclusive as internacionais. A aquisição da Real Aerovias colocu três Convair 990
originalmente encomendados pela empresa. Esses jatos eram os mais
rápidos do mundo naquela época e foram empregados nas rotas para Lima, Caracas, Cidade do México, Los Angeles e Miami.
Em 1965, a Panair do Brasil
foi dissolvida pelo governo brasileiro, e suas aeronaves e rotas foram
entregues para a Varig, o que permitiu o início das rotas para a Europa, que eram operadas pela Panair. A Varig incorporou dois Douglas DC-8 que a Panair utilizava em seus vôos para a Europa
o que levou a empresa a ser a única companhia aérea do mundo a operar
os três jatos americanos concorrentes (Boeing 707, Convair 990 e Douglas
DC-8).
No mercado doméstico Varig investia pesado em novos aviões para
substituir os já ultrapassados DC-3. Ela tinha monopólio praticamente
total das rotas internacionais, mas perdia espaço no mercado doméstico
para as concorrentes VASP e Transbrasil. Em 1962, iniciou a carreira de um dos aviões mais memoráveis da história do Brasil, o Lockheed L-188 Electra.
Ele foi empregado pela Varig nas rotas da Ponte aérea Rio-São Paulo, a qual operou até 1991. Alguns Electra operaram até como cargueiros puros, e outros chegaram a fazer ligações com escalas entre Rio de Janeiro e Nova Iorque e também Lisboa.
Isso sem sofrer qualquer incidente sério. O primeiro Electra operado
pela VARIG, de prefixo PP-VJM, encontra-se hoje no Museu Aeroespacial do
Campo dos Afonsos no Rio de Janeiro.
A Varig também encomendou outros aviões para operar suas rotas
domésticas em substituição aos DC-3. Entre eles estão os Hawker-Siddeley
HS-748 "AVRO" (em 1967) e 4 Fairchild Hiller FH-227B da extinta Paraense (em 1970).
Os melhores anos
A década de 1970 foi a melhor fase da história da Varig, marcada por diversos reconhecimentos e expansões. Nesse período, o presidente Hélio Smidt
investiu no serviço de bordo e em novas rotas e aeronaves. Varig foi
levado a topo mundialmente, reconhecida pela qualidade do serviço de
bordo, chegando a concorrer diretamente com empresas renomadas como Lufthansa, Air France, KLM e a PanAm.
O catering chagava a servir caviar na primeira classe, e em alguns vôos
o jantar tinha churrasco no espeto. O crescimento da empresa foi
completado pro novos e mais modernos aviões e novas rotas no mercado europeu com saídas do recém inaugurado novo terminal do Aeroporto do Galeão.
A verdadeira expansão da Varig no mercado doméstico se iniciou no final de 1970, quando a empresa trouxe o primeiro Boeing 727. Os jatos 727 foram usados em rotas domésticas e colocados nos serviços para a América Latina, também para Miami e Cabo Verde. No fim da carreira, quando esses aviões já estavam ultrapassados, alguns foram convertidos a cargueiros e foram repassados a Varig Log.
Vendo o sucesso da VASP com seus novos Boeing 737, Varig trouxe 10 Boeing 737-200 entre 1974 e 1975,
um dos principais aviões da Varig. Ele iniciou o processo de
substituição dos turbo-hélices nas rotas domésticas. Além disso, foi o
primeiro jato pilotado por muitos dos pilotos que mais tarde viriam a
voar em Boeing 747 e McDonnell Douglas MD-11.
Ao final da década de 1970, a frota doméstica era composta por mais
de 70 % de jatos, o que proporcionou o início de vôos ligando o Norte e o
Sul do Brasil com muito menos escalas do que se operados por aviões a
hélice. Operações como Rio-Manaus e Rio-Belém, que eram apenas operadas
como escalas de vôos internacionais, foram iniciadas por esses jatos.
Em 1974 Varig comprou o primeiro de 15 Douglas DC-10 que iniciaram o processo de substituição dos já muito desgastados 707. Ele foi o primeiro jato "widebody" (dois corredores) da América Latina. Por suas elevadas autonomia e velocidade forma logo colocados nas rotas de maior curso da empresa, como Rio-Nova Iorque, Frankfurt, Paris, Roma, Londres e também nos vôos para o Japão com escala em Los Angeles.
No ano de 1975, a Serviços Aéreos Cruzeiro do Sul estava enfrentando dificuldades em enfrentas os concorrentes mais fortes como VASP e Transbrasil.
Ela foi vendida a VASP, mais por motivos desconhecidos, caiu nas mãos
da Varig. De início a Cruzeiro não foi totalmente absolvida. Sua marca
ainda prevaleceu até 1992,
mas seus aviões foram repassados pra as rotas da Varig, e alguns foram
pintados em suas cores, mas ainda mantendo a matricula da Cruzeiro. Com
isso, a Varig adquiriu mais 6 Boeing 737-200 e alguns Boeing 727.
No final da década de 1970, a Varig comprou a Rio Sul,
uma empresa regional. Essa, assumiu as rotas regionais da Varig no Sul
do Brasil, e mais trade também passaria a operar várias rotas regionais
no sudeste e centro-oeste.
Em 1981 Varig começou uma grande expansão com a chegada dos primeiros Boeing 747-200. Primeiramente foram tres jatos que foram empregados nas rotas para Nova Iorque, Frankfurt, Paris, Londres e Roma.
Devido a expansão da Varig e a vinda de outras empresas estrangeiras, o
Aeroporto de Galeão, principal aeroporto internacional brasileiro, e de
onde partiam praticamente todos os vôos internacionais, estava operando
acima do seu limite operacional. O novo terminal 2, só ficaria pronto
na década de 1990. Porém, já prevendo essa situação, o governo iniciou a construção do Aeroporto de Guarulhos, em Guarulhos que, apesar de maior cidade e centro econômico do país, contava apenas com o pequeno e restrito Aeroporto de Congonhas, que não tinha capacidade para operar vôos de longo curso.
O aeroporto ficou pronto em 1986,
e foi inaugurado por um 747 da Varig procedente de Nova Iorque. Em
seguida, muitas companhias brasileiras e estrangeiras, transferiram
grande parte de suas operações do Galeão para Guarulhos. Os vôos
internacionais tinham origem e destino no Rio, mas antes de procederem
para seu destino final, havia uma parada em Guarulhos, local onde havia
maior fluxo de passageiros, o que desafogou muito o Galeão.
Um ano antes, em 1985, a Varig ampliou a frota de Boeing 747,
com a chegada de dois Boeing 747-300, de maior autonomia e capacidade.
Esses dois aviões eram 747-300 Combi, ou seja, seu deck principal era
usado tanto para passageiros quanto para carga.
Depois vieram mais um 747-200 e três 747-300, esses com capacidade para
mais de 300 passageiros, todos aparelhos utilisados da South African Airways. Esses aviões terminaram o processo de substituição dos Boeing 707 e foram colocados nas rotas para Paris, Nova Iorque, Frankfurt, Londres, Joanesburgo e Tóquio.
A frota de 747 da Varig só ficaria completa em 1991, com a chegada de 3 Boeing 747-400 sob arrendamento. Esses 747 voaram para Nova Iorque, Paris, Roma e inauguraram a rota Rio-Hong Kong, com escalas em São Paulo, Joanesburgo e Bangcoc, mas os Boeing 747-400 serviram na empresa apenas até 1994.
Os custos de leasing eram muito altos, e a empresa já não estava mais
em total saúde financeira, então os jatos foram devolvidos, junto com os
747-200. Os únicos 747 remanescentes foram os da série 300 que permaneceram até 1999 e 2000.
Em 1980 a Cruzeiro encomendou dois Airbus A300
para operação em suas rotas domésticas de alta densidade. A Varig se
animou com os novos jatos e encomendou outra dupla, igualmente
utilizados em rotas domésticas de alta densidade. Varig decidiu pelo seu
padrão Boeing e optou por encomendar dois Boeing 767-200 para sua expansão doméstica e internacional em 1986. O jato, de apenas dois motores podia fazer vôos intercontinentais com baixo consumo e alta velocidade. Os Boeing 767-200 foram os primeiros aviões da Varig que não necessitavam de um engenheiro de vôo. Em 1987,
a Varig recebeu 6 jatos 767-200 da verão ER (Extended Range) que tinham
autonomia aumentada. Esses jatos serviram rotas para América do Sul,
América do Norte e Europa, além de operar vôos charter e regulares entre
São Paulo e Rio de Janeiro e o nordeste para cidades como Salvador e Fortaleza.
A partir de 1990, a Varig recebeu outros nove 767, mas estes da versão 300ER. Esses 767 foram empregados nas rotas para Lisboa, Madri, Roma, Milão, Chicago, Atlanta, Toronto e outras cidades da América do Sul. Os 767-300ER também foram a aeronave escolhida pela VRG Linhas Aéreas (Nome da Varig sob comando da Gol).
Renovação da frota e início do declínio
Em 1987 a Varig recebeu o primeiro Boeing 737-300
e iniciou o processo de modernização da frota. A Varig viu nele a
aeronave ideal para tal renovação, pois o avião tinha consumo bem mais
baixo que os atuais 737-200 e 727. Ele substituiu o Electra na ponte
aérea, e foi o responsável pelo apelido dado as 737-200 após sua
chegada: "Breguinha". A substituição dos Boeing 737-200 terminou em 2003 quando o último foi desativado.
A companhia também buscava um substituto para os DC-10 que já haviam
enfrentado problemas antes e agora estavam antiquados em relação aos
767-200 e os 747-300. Foi aí que a McDonnell Douglas lançou o MD-11,
o substituto do DC-10. O avião, que contava com nova tecnologia, cabine
digital, maior autonomia e capacidade tanto de passageiros e de carga
foi visto pela Varig como o avião ideal para suas rotas. No geral o
avião foi um fracasso e muitas companhias reclamaram do seu desempenho,
mas na Varig isso não aconteceu.
Os dois primeiros chegaram em 1992 e foram colocados nas rotas de São Paulo para Frankfurt e Paris, e de lá seguindo para Amsterdam, Zurique ou Roma. A Varig ficou muito satisfeita com o MD-11 e ele foi gradativamente substituindo o 747 e o DC-10 que foram vendidas. Em 1998 a Varig utilizava seus MD-11 nas rotas para Amsterdam, Bangcoc, Buenos Aires, Frankfurt, Hong Kong, Joanesburgo, Londres, Milão, Nova Iorque, Paris e Roma. Os MD-11 serviram a companhia até a falência, em 2006. No total foram 26 aeronaves. Nenhuma empresa aérea utilizou tantos MD-11 na versão de passageiros como a Varig.
Em 1993, a Varig criou uma divisão de carga, a VARIG CARGO, que depois foi renomeada Varig Log. A Varig Cargo inicialmente operou os Boeing 727 e mais tarde operou os Douglas DC-10 que a Varig havia descartado.
Em 1995, a Rio Sul também iniciou sua expansão. A frota, que era composta apenas por Embraer EMB-120 Brasília, foi renovada com novos jatos Embraer ERJ-145, os famosos "Jet class" que chegaram em 1997 e Boeing 737-500, o que permitiu a empresa expandir seus serviços em frequências e capacidade. A Rio Sul também criou os serviços de Ponte aérea, interligando os aeroportos de Congonhas (São Paulo), Pampulha (Belo Horizonte), Santos Dumont (Rio de Janeiro e Brasília. Além disso, a Rio Sul, comprou a Nordeste, e consequentemente, essa empresa entrou para o grupo Varig. A frota da empresa foi renovada e passou a ser composta por Fokker 50, Boeing 737-300 e 500 e Embraer EMB-120 Brasília.
Apesar da situação aparentemente estável, a partir do ano de 1996, a Varig comçou a ter balanços negativos, essa situação não se recuperou mais.
Em novembro de 1996, a Varig mudou sua identidade visual, adotando a famosa "estrela dourada". Em 1997 entrou para a Star Alliance, quase que como um membro fundador. Isso só não ocorreu devido ao Codeshare da Varig com a Delta Airlines.
Em 1999 a
Varig tentou iniciar uma nova expansão de sua frota doméstica.
Encomendou sete Boeings da nova geração da família 737, sendo cinco Boeing 737-700 e dois Boeing 737-800, que chegaram em 2001.
Mas esses aviões serviram na empresa por pouco tempo devido a
deterioração da situação financeira, devido a dívidas que vinham sendo
acumuladas desde as expansões dos anos 1970 e 1980, associadas ao
congelamento das tarifas aéreas na década de 1990 e a entrada de aviões
baixo consumo como Airbus para Cruzeiro
no mercado brasileiro. A administração da empresa não estava tomando
qualquer medida para solucionar a crise, pelo contrário, buscavam
retorno financeiro comprando novas aeronaves e abrindo novas rotas.
Crise no novo milénio
Em 2000, a Varig trouxe alguns Boeing 737-400 usados da Transbrasil e mais alguns 737-500 para a Rio Sul. Mas chegou 2001 e com ele os Atentados de 11 de Setembro. A aviação entrou numa crise inigualável, com reflexos no mundo inteiro. Transbrasil foi a primeira a cair. Não resistindo a abalos como a perda de seu fundador, Omar Fontana, o crescimento da TAM Linhas Aéreas e o surgimento da Gol.
Em Novembro de 2001, a Varig recebeu o primeiro de uma encomenda de três Boeing 777-200ER.
As novas aeronaves tinham a mais nova tecnologia e com um sistema de
entretenimento individual, no qual o passageiro pode escolher o que quer
assistir em uma tela individual na própria poltrona. Esse tipo de
sistema não existia em nenhum outro avião da empresa. A Varig veio a
receber em 2005 mais Boeing 777-200 usados, provenientes da United Airlines e British Airways. Os novos aviões foram colocados nas rotas para Miami, Nova Iorque, Frankfurt, Madri, Paris, Amsterdam e Londres, revezando com o MD-11.
Apesar de todas as inovações, na Varig não estava nada bem. A
diretoria não tomava qualquer atitude para evitar a crise e reduzir as
dívidas da empresa. Além disso, a Varig vinha perdendo muito espaço no
mercado doméstico mediante ao crescimento implacável da TAM Linhas Aéreas e Gol Transportes Aéreos, que adotou o modelo low cost
e conquistou o público brasileiro, com suas passagens baratas. As
linhas aéreas Rio Sul e a Nordeste também vinham perdendo espaço no
mercado regional frente as concorrentes TRIP Linhas Aéreas e Total Linhas Aéreas.
O mercado aéreo estava sofrendo perdas. O Governo Lula, tinha uma dívida de mais de 4 bilhões de Reais com o Grupo Varig. Mas em vez de pagar a dívida, tentou promover uma fusão com a TAM Linhas Aéreos, em 2003. Apesar das primeiras providências serem tomadas para a fusão, o projeto fracassou.
Em 2004, a Varig recebeu o último tipo de avião da sua história. Foram encomendados quatro Boeing 757-200, ex-Iberia para serem utilizados nas rotas-tronco domésticas e América do Sul.
Crise e recuperação
Por mais de quinze anos a empresa apresentou balanços financeiros
negativos, além de ter mudado de comando mais de cinco vezes num
período de seis anos. Com dívidas estimadas em mais de sete bilhões de Reais, as dificuldades enfrentadas pela empresa foram, supostamente, reflexo do congelamento das tarifas aéreas nas décadas de 1980 e 1990, complementadas por uma administração ineficiente.
Em 2003, o Wikileaks divulgou um conjunto de documentos secretos do Governo que indicava que, ao invés de pagar as dívidas que o então Governo Lula tinha com o Grupo Varig (cerca de 4,7 bilhões de Reais), optou em promover uma fusão entre a Varig e a TAM, como se fosse parte de um projeto para reduzir os custos operacionais de um setor que ainda sofria as consequências dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, mas que não resultou êxito.
Em 22 de junho de 2005, a justiça brasileira deferiu o pedido de recuperação judicial protocolado em 17 de junho
do mesmo ano pela Varig. Com essa decisão, a empresa teve seus bens
protegidos de ações judiciais por 180 dias, mas dispôs de um prazo de 60
dias para apresentar um plano de viabilidade e de recuperação a seus
credores. As dívidas da Varig, inscritas no balanço de 2004, chegavam a 5,7 bilhões de Reais. Em novembro de 2005 a TAP Portugal, em conjunção com investidores brasileiros, formalizam a compra das subsidiárias Varig Log e Varig Engenharia e Manutenção (VEM), garantindo o pagamento de credores internacionais.
No mês seguinte, a Fundação Ruben Berta (FRB) fecha um acordo para transferir para a Docas Investimentos 67 % das ações ordinárias da FRB-Par Investimentos,
proprietária da Varig. A justiça do Rio de Janeiro, no entanto,
suspende a operação, justificando que a troca de controle teria de
passar primeiro pela aprovação dos credores. A FRB é afastada da gestão
da Varig, enquanto os credores rejeitam a oferta da Docas Investimentos e
aprovam um plano de reestruturação da companhia. Por meio do plano de
emergência - elaborado com a finalidade de sustentar o fluxo de caixa da
empresa até meados de julho/agosto de 2006 - a Varig tenta conseguir mais prazo com os credores para quitar suas dívidas.
Em abril de 2006 a Varig Log oferece 350 milhões de US dólares
pela empresa, mas a proposta é recusada pelos credores. Uma nova oferta
de 400 milhões é feita mas, sem uma definição da empresa, retirada no
mês seguinte.No dia 9 de maio uma nova assembléia dos credores define os termos de leilão
da Varig, que poderá ser vendida integralmente (a Varig Operações, que
cuida dos vôos nacionais e internacionais) ou separada (a Varig
Regional, que cuida das operações domésticas). Os preços mínimos são,
respectivamente, US$ 860 milhões e US$ 700 milhões.
Após outra proposta de compra feita pela Varig Log, uma nova assembléia foi realizada em 17 de junho de 2006. Os credores da classe 1 da empresa, formada pelos trabalhadores, aprovaram a oferta. Mas os da classe 2, que conjuga fundos de pensão e o Banco do Brasil, e da classe 3, reunindo empresas públicas e de leasing,
rejeitaram a proposta. Foram mais de 20 votos contrários só na classe
3, a maior parte deles advindos de empresas estrangeiras. Este resultado
inviabilizou a realização de um novo leilão da Varig, e como consequência a justiça pode vir a decretar a insolvência da empresa.
A venda
Em 20 de julho de 2006, a empresa foi vendida por 24 milhões de dólares, em leilão, para a Varig Logística, que assumiu 245 milhões de Reais em bilhetes emitidos e o passivo (milhas acumuladas) de 70 milhões de Reais do Smiles. A VarigLog se comprometeu a emitir debêntures
de 100 milhões de Reais, que poderiam ser convertidas em 10 % de
participação na nova empresa para funcionários e credores com garantias,
como o Instituto Aerus de Seguridade Social,
fundo de pensão dos empregados da empresa. A VarigLog foi a única
empresa a participar do leilão. Segundo analistas, o risco de sucessão
de dívidas foi o principal fator que afastou o interesse de outras
empresas nos leilões da Varig. Um dos deveres do novo dono seria
garantir um fluxo de caixa anual de 19,6 milhões de Reais usado para pagar os credores da "Velha Varig" nos próximos 20 anos.
Em 28 de julho
de 2006, começaram as demissões na empresa, totalizando somente neste
dia mais de 5.000 postos de trabalho cortados, sem o pagamento das
verbas rescisórias, que estavam arroladas no plano de recuperação
judicial, bem como os qutro meses de salários atrasados e dívidas
diversas com os mesmos.
Dezenas de aviões, ficaram retidos no hangar da
VEM no Galeão sem poder voar. Alguns outros aviões ficaram parados por
outros locais do Brasil e do mundo, como o Boeing 777-200 PP-VRE que ficou parado em Nova Iorque e o PP-VRJ em Salvador. A 3 de agosto de 2006, a Varig operou seu último vôo internacional. Nesse dia os vôos da Varig foram proibidos de pousar em Lisboa, Madri, Paris, Londres, Milão, Roma e Munique. O único lugar onde os vôos puderam pousar foi em Frankfurt. Dois MD-11, que decolaram para São Paulo e Rio de Janeiro terminando os vôos internacionais da Varig. Os passageiros remanescentes voltaram em vôos da Lufthansa.
Em 28 de novembro de 2006, a Varig anunciou que ia operar mais sete rotas entre 18 de dezembro e 4 de março. Desta forma, a empresa passou a voar para 12 destinos nacionais e quatro internacionais: Belo Horizonte, Florianópolis, Porto Seguro, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Salvador (Bahia), Fortaleza, Recife, Porto Alegre, Curitiba e Manaus (nacionais), e Caracas, Bogotá, Buenos Aires e Frankfurt (internacionais).
Em 14 de dezembro de 2006, a Varig recebeu o Certificado de Homologação de Empresa de Transporte Aéreo (CHETA) da Anac e as demais concessões para funcionamento, iniciando, em definitivo, a nova Varig.
Compra pela Gol Transportes Aéreos
Em 9 de abril de 2007 a VRG Linhas Aéreas S/A foi comprada pela Gol Transportes Aéreos,
por meio de uma subsidiária desta, a GTI S.A. A compra foi feita dessa
forma para evitar a transferência das dívidas da Varig para a Gol.
Fim da recuperação judicial
Em setembro de 2009, o juiz Luiz Roberto Ayoub, titular da 1ª Vara Empresarial do Rio, decretou o fim da recuperação judicial da Varig antiga, que estava operando com a bandeira Flex Linhas Aéreas.
De acordo com ele, as obrigações do plano de reestruturação foram
cumpridos no prazo de dois anos. A partir da publicação dessa sentença, o
que ocorreu no dia 1º, Ayoub informa que a Flex tinha um prazo de 10 dias para a transição da gestão da companhia, que voltou para a Fundação Rubem Berta,
acionista majoritária da Flex, com 87% do capital. A fundação havia
sido afastada da gestão da Flex por Ayoub em dezembro de 2005. A Flex
Linhas Aéreas em sua curta existência operou com apenas um Boeing
737-300. Neste período realizou apenas alguns voos para a Gol/Varig, por
meio de acordo. O último voo ocorreu em novembro de 2009, simbolizando
assim o fim da empresa.
A falência
No dia 20 de agosto de 2010, a Justiça
do Rio de Janeiro decretou falência da antiga Varig, além de mais duas
empresas do grupo, a Rio Sul Linhas Aéreas e a Nordeste Linhas Aéreas. O
comunicado oficial foi feito pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). Segundo o tribunal, o pedido foi feito pelo próprio administrador e gestor judicial do grupo, Licks Associados, que alegou que a 'Viação Aérea Rio Grandense' não tinha condições de pagar suas dívidas.
A antiga Varig faliu sem ver o fim da ação que cobrava da união cerca
de R$ 4 bilhões por perdas com o congelamento de tarifas nas décadas de
1980 e 1990. Após o ano de 2003 até o último dia de existência da
Varig, o Governo do Brasil
devia à Varig cerca de R$ 4,7 bilhões que, se fossem pagos,
provavelmente a Varig não teria falido. A empresa ganhou a questão no Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas a disputa judicial seguiu para o Supremo Tribunal Federal, onde ainda não foi julgada.
Processo de falência suspenso
A falência da "Velha Varig", decretada no dia 20 de agosto de 2010,
foi suspensa pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). A
corte, ao analisar um recurso da Fundação Ruben Berta,
controladora da empresa com 87 % dos papéis da Flex, concedeu o que
juridicamente se chama de efeito suspensivo à falência, até que o mérito
do pedido que contesta a quebra seja julgado. Na prática, a companhia
aérea volta ao status de empresa em recuperação judicial, pois o próprio
tribunal já havia suspendido o encerramento da recuperação, determinado
em setembro de 2009 pela primeira instância da Justiça do Rio.
Curiosidades
- Os primeiros pilotos da Varig eram todos alemães.
- A frota da Varig foi composta em 1943 com Lockheed L-10E Electra, antes era apenas uma coleção de aviões
- 427 aeronaves foram operados entre 1927 e 2006
- A frota da Varig dobrou depois incorporação da Real Aerovias com DC-3, C-46, Costellations e novos DC-6
- 1955 inauguração da primeira rota internacional de Longo Curso: Porto Alegre/Congonhas/Galeão/Belém/Ciudad Trujillo/Nova Iorque
- Primeira empresa a operar jatos no Brasil com Caravelle matriculado PP-VJC na rota Rio-Nova Iorque
- Os Boeing 707 foram os aviões que voaram por mais tempo
- Com a incorporação da Real Aerovias e da Panair do Brasil, a Varig herdou três Convairs 990 Coronado e dois Douglas DC-8. A Varig passou a ser a única empresa aérea no mundo a operar os três jatos concorrentes Americanos. Os DC-8 operaram de 1965 a 1977 e os Convair de 1963 a 1971
- Sete acidentes com perda total, cinco deles fatais. As aeronaves vitimadas foras PP-VJB, VJR, VLJ, VJZ, VLU, VJT, VJK. Destaque para o PP-VJZ, que se acidentou no vôo Varig 820, o pior acidente da história da varig e o PP-VLU, que desapareceu no Pacífico sem deixar rastros, permanecendo até hoje o maior mistério da aviação comercial
- A primeira companhia a fazer a para Japão foi a Real Aerovias. A rota foi tomada pela Varig após a compra da empresa
- Os DC-10-30 da Varig foram os primeiros jatos de fuselagem larga na aviação brasileira. Eles substituiram os 707 e integraram nas rotas para a África, Europa, Japão e Estados Unidos
- Os 767 foram os aviões de maior importância na história da Varig. Eles conseguiam voar para Europa e América do Norte sem escalas em com baixo custo de operação.
- Os 767 foram os aviões que operaram com mais esquemas de pintura, desde o adotado em 1950 com a chegada dos DC-3, até o operado atualmente. No total foram cinco, os dois citados mais as cores de 1997, com a cauda azul e a estrela amarela, as de 2004, com o nome Varig em destaque na fuselagem e o esquema utilizado pela Varig antes do novo instalado pela GOL, o mesmo das cores de 2005 porém com a barriga branca. Os aviões também operaram com um os esquemas da Star Alliance (cauda branca) e o da Copa do mundo de 2002.
- Os Boeing 737-300 foram as aeronaves operadas em maior número. Ao todo foram 47 aeronaves.
- A Varig chegou a operar dois 737-800, com função de substituir os 737-300. Matriculados PP-VSA/VSB operaram apenas por quatro anos, e voam hoje na GOL, sob matrículas PR-GIO/GIP.
- Os MD-11 foram os jatos de fuselagem larga mais importantes na história da Varig. O avião até a chegada dos 777, voou todas as rotas para a América do Sul, revezando com o 767 apenas na rota para Madri e na de Lisboa, (que só era eventualmente operada com os MD-11) e ainda as rotas para Nova Iorque, Miami, México, Chicago, Toronto, Los Angeles, Toronto, Tóquio, Nagoya, Johanesburgo, Bangcoc e Hong kong (alternando com o 747 até 1994).
- A Varig foi a maior operadora mundial do MD-11 na versão de passageiros com 26 Aeronaves.
- A Varig conquistou o título de melhor pintura áerea do mundo. Consistia em duas cores: o azul e o branco, junto com sua famosa estrela (rosa-dos-ventos) no estabilizador vertical. Atualmente utiliza as cores branco e azul, e sua famosa rosa-dos-ventos que agora é laranja por carregar o espírito da Gol e cortada ao meio no estabilizador vertical.
- A Varig transportou inúmeras celebridades, entre elas o Papa João Paulo II, jogadores da Seleção Brasileira de Futebol, presidentes de várias nações, seleções de futebol, artistas. Alguns momentos marcantes na história da empresa foram o transporte do corpo do piloto Ayrton Senna da Itália para o Brasil, a chegada da seleção brasileira tetracampeã no espaço aéreo de Brasília em 1994 com o DC-10-30 com pintura comemorativa da seleção escoltado por jatos da Força Aérea Brasileira, seguida do taxiamento da aeronave com o jogador Romário empunhando a bandeira brasileira na janela da cabine de comando.
- A Varig teve participação ativa na construção da Capital Federal. Inúmeros voos cargueiros da empresa transportaram milhares de toneladas de material até a então remota região do Planalto Central, materiais esses empregados nas centenas de obras em andamento.
- Todos os voos da Varig para o Japão faziam escala em Los Angeles, tornando-a a companhia brasileira mais conhecida entre os passageiros japoneses e norte-americanos.
- A Varig já transportou todos os presidentes brasileiros desde Getúlio Vargas até Fernando Henrique Cardoso.
- Durante os anos áureos da empresa, seus escritórios de reservas e atendimento aos passageiros e clientes no exterior eram considerados verdadeiros consulados extra-oficiais do país, pois prestavam os mais variados serviços de apoio e forneciam inúmeras informações ao público brasileiro em viagem. Além da excelência no atendimento, essas lojas também eram famosas pelo seu requinte e localização privilegiada como a de Paris que fica em plena Avenida Champs-Élysées e a de New York que ficava instalada no Rockefeller Center. Muitas vezes serviam de ponto de encontro para grupos de turistas que se dividiam em diferentes roteiros pelas cidades visitadas.
- O serviço de bordo sempre primou pelo requinte, conforme padrão idealizado por Helio Smidt. Na Primeira Classe, era servido caviar. Nos estertores da Varig, revelou-se que a iguaria era desviada e revendida por um quinto do preço original. Em entrevista ao Jornal do Brasil, o socialite Bruno Chateaubriand declarou que só fazia festas com o "caviar da Varig", que custava à empresa R$ 6 milhões ao ano.
- A antiga Varig Engenharia e Manutenção, atual TAP Engenharia e Manutenção, foi reconhecida pelo seu alto padrão técnico, tendo prestado serviços para diversas outras empresas nacionais e internacionais. Os dois principais parques de manutenção estão localizados na cidade do Rio de Janeiro, onde está o maior hangar da América Latina (assim como maior vão livre coberto da América Latina) e em Porto Alegre.
- Em meados de 2001 o jornalista e especialista em aviação, Edmundo Ubiratan, criou um website com a história integral da companhia até seus 75 anos. O website, hoje fora do ar, é ainda considerado um dos maiores acervos digitais sobre a história da Varig.
- Para alguns fãs da VARIG, a empresa existiu por dois anos sob a marca Flex.
- Quando operou os Boeing 777, a Varig matriculou as aeronaves com prefixos PP-VR*. Algumas aeronaves assim registradas foram carinhosamente apelidadas, como registrado com o PP-VRC "Roberto Carlos" e PP-VRD "Regina Duarte". Contudo, os aviões PP-VRA foi oficialmente batizado como Otto Ernst Meyer, enquanto o PP-VRB foi batizado como Ruben Berta.
Acidentes e incidentes
A Varig teve uma série de acidentes ao longo de sua história, os quatro mais famosos foram:
- 11 de julho de 1973, voo 820 próximo a Paris, França: Um Boeing 707 fez um pouso forçado devido a fogo num toalete, com 123 mortes, entre eles viajava Filinto Müller, ex-chefe da polícia política de Getúlio Vargas; o cantor Agostinho dos Santos; a socialite Regina Léclery. Os poucos sobreviventes eram tripulantes, que correram para a cabine de comando, além de um único passageiro;
- 30 de janeiro de 1979, Boeing 707-323 Cargo prefixo PP-VLU: Sob o comando do mesmo comandante do voo 820 de Paris (um dos poucos sobreviventes), o avião desapareceu sobre o Oceano Pacífico cerca de trinta minutos após a decolagem em Tóquio. Nenhum sinal da queda (destroços ou corpos) jamais foi encontrado. O voo de carga transportava, entre outros itens, 153 quadros do pintor Manabu Mabe, que voltavam de uma exposição no Japão. As pinturas foram avaliadas na época em mais de US$ 1,24 milhão. É conhecido por ser o maior mistério da história da aviação até os dias de hoje;
- 2 de janeiro de 1987, o voo 797 entre Abidjan e o Rio de Janeiro operado pelo Boeing 707 caiu quando tentava regressar ao Aeroporto africano com problemas em um dos motores. Dos 51 ocupantes somente 1 sobreviveu.
- 3 de setembro de 1989, voo 254 próximo a São José do Xingu, Brasil: erro de navegação do comandante Garcez e do co-piloto Zille fez com que o avião, um Boeing 737-200, vagasse sobre a Amazônia até que o combustível terminasse, obrigando-os a um pouso forçado noturno na selva. Doze dos 48 passageiros morreram no acidente. Os sobreviventes foram forçados a buscar ajuda antes de serem descobertos dois dias depois;
Destinos da Varig (1927-2006)
Destinos domésticos
Estado | Destinos |
---|---|
Acre | Cruzeiro do Sul - Rio Branco - Xapurí |
Amapá | Macapá |
Alagoas | Maceió |
Amazonas | Manaus - Tabatinga - Tefé |
Bahia | Barreiras - Ilha de Comandatuba - Ilhéus - Lençóis - Porto Seguro - Salvador - Vitória da Conquista |
Ceará | Fortaleza - Juazeiro do Norte |
Distrito Federal | Brasília |
Espírito Santo | Vitória |
Goiás | Caldas Novas - Goiânia |
Maranhão | Imperatriz - São Luiz |
Mato Grosso | Cuiabá |
Mato Grosso do Sul | Campo Grande |
Minas Gerais | Araxá - Belo Horizonte - Governador Valadares - Ipatinga - Juiz de Fora - Montes Claros - Uberaba - Uberlândia |
Pará | Altamira - Belém - Carajás - Marabá - Monte Dourado - Santarém - Trombetas - Tucuruí |
Paraíba | Campina Grande - João Pessoa |
Paraná | Apucarana - Cascavel - Cornélio Procópio - Curitiba - Foz do Iguaçu - Guarapuava - Londrina - Maringá - Paranaguá - Ponta Grossa - União da Vitória |
Pernambuco | Fernando de Noronha - Petrolina - Recife |
Piauí | Teresina |
Rio de Janeiro | Campos - Macaé - Rio de Janeiro |
Rio Grande do Norte | Natal |
Rio Grande do Sul | Aguarão - Alegrete - Bagé - Bento Gonçalves - Carazinho - Cachoeira - Caxias do Sul - Cruz Alta - Erechim - Guaporé - Ijuí - Itaqui - Jaguarão - Livramento - Passo Fundo - Pelotas - Porto Alegre - Quaraí - Rio Grande - Rosário do Sul - São Borja - São Gabriel - Santa Maria - Santa Vitória - Uruguaiana |
Rondônia | Porto Velho |
Roraima | Boa Vista |
Santa Catarina | Araranguá - Blumenau - Brusque - Chapecó - Criciúma - Florianópolis - Itajaí - Joaçaba - Joinville - Lages - Navegantes - Tubarão |
São Paulo | Campinas - Ribeirão Preto - Santos - São José do Rio Preto - são José dos Campos - São Paulo |
Sergipe | Aracaju |
Tocantins | Araguaiana - Palmas |
Destinos Internacionais
País | Destinos |
---|---|
África do Sul | Cidade do Cabo - Joanesburgo |
Alemanha | Frankfurt - Munique |
Angola | Luanda |
Argentina | Buenos Aires - Córdoba - Rosário |
Aruba | Oranjestad |
Barbados | Bridgetown |
Bolívia | Cochabamba - La Paz - Santa Cruz de la Sierra |
Cabo Verde | Sal |
Canadá | Montreal - Toronto |
Chile | Santiago |
Colômbia | Bogotá |
Costa Rica | San José |
Costa do Marfim | Abidjan |
Dinamarca | Copenhaga |
Equador | Guyaquil - Quito |
Espanha | Barcelona - Madri |
Estados Unidos | Atlanta - Chicago - Los Angeles - Miami - Nova Iorque - Orlando - San Francisco - Washington |
França | Paris |
Holanda | Amsterdam |
Hong Kong | Hong Kong |
Itália | Milão - Roma |
Japão | Nagoya - Tóquio |
Líbano | Beirute |
Libéria | Monórvia |
México | Cancún - Cidade do México |
Moçambique | Maputo |
Nigéria | Lagos |
Paraguai | Assunção - Ciudad del Este |
Perú | Lima |
Portugal | Lisboa - Porto |
Reino Unido | Londres |
República Dominicana | Santo Domingo |
Suíça | Zurique |
Tailândia | Bangcoc |
Trinidad e Tobago | Port of Spain |
Uruguai | Montevidéu - Punta del Este |
Venezuela | Caracas |
Aeronave | Quantidade | Período de operação | notas |
---|---|---|---|
Dornier Do J Wal | 1 | 1927-1930 | Primeira Aeronave da Varig e do Brasil. Batizado "Atlântico". |
Dornier Merkur | 1 | 1928-1930 | Batizado "Gaúcho". |
Morane Sauliner | 1 | 1930-1931 | |
Nieuport Délage 641 | 1 | 1931 | |
Junkers A50ce | 3 | 1931-1934 | PP-VAI batizado "Bagé". |
Klemm L-25 | 2 | 1930-1937 | |
Junkers G-24 | 1 | 1927 | Arrendado do Syndicato Condor |
Junkers F-13 | 2 | 1932-1948 | PP-VAG Batizado "Santa Cruz". |
Messerschmitt Bf-108B | 1 | 1936 | Perdido em acidente |
Messerschmitt Me 20B2 | 1 | 1937-1944 | Batizado "Aceguá" |
Junkers Ju52 | 1 | 1938-1943 | Primeiro grande orgulho na frota da Varig. Batizado "Mauá". |
Focke Wulf Fw 58 Kl2 | 1 | 1940-1941 | Arrendado do Syndicato Condor. "Batizado Aquirí". |
Fiat G.2 | 1 | 1942-1945 | Apelidado "Spaghetti" e batizado "Jacuí". |
De Havilland DH-89 Dragon Rapide | 1 | 1942-1945 | Batizado "Chuí". Preservado no MUSAL |
CANT Z.1012 | 1 | 1943 | Perdido em acidente |
Lockheed L-10E Electra | 8 | 1943-1955 | Primeiros tipos que compuseram uma frota. |
Noordyun UC-64A-Noresman | 1 | 1947-1950 | Utilizado no transporte de cargas. |
Douglas DC-3 | 48 | 1946-1971 | Aeronave que mais contribui para expansão da Varig. |
Curtiss C-46 | 29 | 1948-1971 | |
Douglas DC-6 | 5 | 1961-1968 | Provenientes da Real Aerovias |
Convair 240 | 14 | 1954-1968 | |
Convair 340 | 3 | 1961-1963 | Provenientes da Real Aerovias |
Convair 440 | 12 | 1961-1963 | Provenientes da Real Aerovias |
Lockheed Constellation | 10 | 1955-1966 | Inauguraram a rota Porto Alegre-Nova Iorque. 7 da versão G e 3 da versão H(Provenientes da Real Aerovias) |
Lockheed L-188 Electra | 15 | 1962-1991 | Primeiro Turbo-hélice da Varig |
Hawker Siddeley Hs-748 "AVRO" | 11 | 1965-1976 | |
Beechcraft B-99 Airliner | 1 | 1968 | Operado por quatro meses fazendo testes que visavam adesão do modelo a frota. |
NAMC YS-11 | 4 | 1976-1977 | Arrendados da Cruzeiro |
Fairchild Hiller FH-227B | 4 | 1970-1975 | Provenientes da Paraense. |
Sud Aviation Caravelle | 3 | 1959-1964 | Primeiro jato do Brasil. |
Boeing 707 | 20 | 1960-1989 | |
Convair 990 | 3 | 1963-1971 | Aeronave mais rápida da época. Provenientes da Real Aerovias. |
Douglas DC-8 | 2 | 1965-1977 | Provenientes da Panair do Brasil |
Boeing 727 | 11 | 1970-1992 | Repassados a Varig Log onde ficaram até 2007. |
Boeing 737-200 | 20 | 1974-2003 | Substitutos do DC-3. |
Douglas DC-10 | 16 | 1974-1999 | Primeiro Widebody do Brasil.Alguns repassados a Varig Log onde ficaram até 2008. |
Boeing 747-200 | 4 | 1981-1995 | Primeiro 747 Brasileiro. |
Boeing 747-300 | 5 | 1985-2000 | 2 da versão Combi. |
Boeing 747-400 | 3 | 1992-1994 | Maior avião operado pela Varig. |
Airbus A300 | 2 | 1981-1990 | Únicos Airbus da Varig. |
Boeing 767-200 | 8 | 1987-2003 | PP-VNS pintado nas cores da Star Alliance |
Boeing 767-300ER | 9 | 1989-2008 | PP-VOI pintado nas cores da Star Alliance com cauda branca.PP-VOL nunca foi pintado nas novas cores. |
Boeing 737-300 | 52 | 1987-2008 | Substitui Boeing 737-200 e os Electra.45 da Varig, 4 da Rio Sul e 3 da Nordeste |
Boeing 737-400 | 8 | 2000-2006 | Provenientes da Transbrasil. |
Boeing 737-700 | 7 | 1999-2006 | |
Boeing 737-800 | 2 | 2001-2006 | |
McDonnell Douglas MD-11 | 26 | 1992-2006 | Maior operadora Mundial do tipo na versão de passageiros. PP-VTH e PP-VTU nas cores da Star Alliance. |
Boeing 777-200 | 8 | 2001-2006 | PP-VRA Batizado "Otto Meyer" e PP-VRB Batizado "Rubem Berta". |
Boeing 757-200 | 4 | 2004-2006 | Ex-Iberia. Último tipo recebido pela Varig. |
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