
Como escreve o arqueólogo Jorge de Oliveira no prefácio da autoria de Francisco Bilou, (livenciado em história, Ramo Património Cultural, e Mestre em Arqueologia e Ambiente) onde é analisado exuativamente tudo quando respeita ao Aqueduto da Água da Prata "Está por fim resolvido um dos grandes enigmas da cidade de Évora.
Francisco Bilou fortemente alicerçado na documentação histórica calcorreou montes e vales e com os seus apurados sentidos identificou os testemunhos que desde André de Resende pareciam perdidos - os vestígios arqueológicos do Aqueduto da Évora Romana".

Uma coisa é certa, seja turista ou morador nenhum deles fica indiferente quando confrontado com a visão da arcaria do Aqueduto da Água de Prata, explanando todo o seu traço arquitectónico ao longo dos campos, até efectuar junção com a zona amuralhada e prosseguindo depois no seu interior até completar os 19 quilometros de extensão, compreendidos desde a captação, transporte e distribuição da água pelas inúmeras fontes e chafarizes então existentes na zona histórica.
Curioso é saber-se através da vastíssima documentação existente, em que diversos autores durante anos se referiram à existência de um outro aqueduto que precedeu o actual. Sobretudo porque (citamos) "talvez isto se deva ao facto de nunca terem posto em causa o saber e a autoridade de Mestre André de Resende; nesta e noutras matérias do conhecimento das "antiguidades". Mas acontece que o distinto epigrafista alemão Emil Hubner, na segunda metade do século XIX, sentenciou sobre aquilo que há muito fundamentava um dos melhores argumentos dos historiadores: - que algumas lápides consagravam a antiguidade de Évora e do "Aqueduto Sertoriano"surgidas devido ao labor arqueológico de Resende mas que não passavam afinal, de hábeis falsificações". Só que André de Resende tinha afinal razão e anteriormente existira mesmo outro aqueduto.
A monumental edificação a que hoje nos referimos foi efectuada entre 1531 (?) / 1537, sob a responsabilidade do arquitecto Francisco Arruda, mas sempre rodeada de algumas incertezas.

- Primeiramente gostariamos de saber qual foi o papel interventivo de Frei André de Resende, no que está relacionado com a cosntrução do Aqueduto.

"Essa é outra parte da história que estava por contar, que é o perceber a quem se deve na origem a decisão de construir o Aqueduto. E prova-se hoje por documentação que curiosamente esse mérito cabe inteiramente a D. João II e não a D. João III. É D. João II que toma a decisão (a primeira decisão) de avançar com o Aqueduto da Água da Prata.

Aqueduto da Água de Prata
Aqueduto da Água de Prata
O Aqueduto da Água de Prata, em Évora, foi construído entre 1531 e 1537 pelo arquitecto Francisco de Arruda. A construção descrita em Os Lusíadas, o poema épico de Camões.
Canto III
63
"Eis a nobre cidade, certo assento
do rebelde Sertório antigamente.
Onde ora as águas sutidad de argento
vêm sustentar de longo a terra e a gente.
Pelos arcos reais, que, centro a centro.
Nos ares se alevatam nobremente.
Obedeceu por meio e ousadia
de Giraldo, que medos não temia.
Lusíadas - Luís de Camões
Originalmente levava a água até à Praça do Giraldo. Foi parcialmente reconstruído no século XVII, em consequência da Guerra da Restauração.
A partir da Rua Cândido dos Reis tem-se uma nova visão sobre os 9 km de aqueduto que subsistem.
Classificado como Monumento Nacional pelo IPPAR desde 1910.
O nome do aqueduto eborense é "Água da Prata" e não o costumeiramente referido "Água de Prata". Apesar de por vezes se remontar o dito nome do aqueduto à sua onerosa construção (terá custado muitas pratas), a verdadeira razão está ligada às águas cristalinas e puras da fonte da Prata onde inicia.
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