VIVÊNCIAS DO KAM MEI TA
Com 14 anos de idade, e por ter perdido o ano escolar, o 2 ano no Curso Geral do Comércio, devido a ter sido operado à apentecite, resolveu ajudar a sua pobre mãe e se foi empregar numa modesta mercearia, mesmo defronte da casa onde morava, indo ganhar 120 escudos mensais.
Fartou-se de trabalhar na loja e usando um carro de mão ia fazer a destribuição das compras no bairro novo da cidade, que era já imenso.
Passado seis meses se modou para a rua ao lado, indo trabalhar na sucursal de uma das mercearias mais conceituadas em Évora, indo ganhar 150 escudos mensais.
Fez de tudo nessa loja, desde lavar o balcão e a\os vidros da montra, aviar os fregueses e entregar encomendas em alguns bairros ainda bem distantes da cidade, tudo a pé, e por vezes com a juda do tal carro de mão.
O filho do patrão apreciou seu trabalho e o mudou para o armezém que tinha uma fábrica anexa, ali esse jovem, carregou às costas sacos de arroz e de açucar com o peso de 75 quilos cada, ajudava a descarregar as camionetas carregas com caixas de sabão, caixas de madeira de 30 quilos cada, fardos de bacalhau, com 60 quilos, estes no verão o sal entrava pela da costa deixando o corpo quase em carne viva, os sacos de amendoins eram colossais, mas o pior era carregar sacos de chicória, pois era duro que nem ossos levando assim o jovem uma massagem bem a preceito.
Da fábrica tomou conta aquando da ausencia do encarregado por motivo de férias, a fábrica Titan, fabrica biscoitos, amendoas, licores, marmelada e tinha uma torrefação de café.
O horário d etrabalho era das 09 às 13 horas e das 15 às 18 horas, mas por onde do patrão ia para a sucursal dar apoio até ao seu encerramento que era 19 horas e nos sábados às 20 horas.
O jovem Kam Mei Ta continuava estudando, à sua custa, na mesma escola comercial, durante o perido das 20 às 23 horas.
O patrão apreciando o seu trabalho, e seu filho ter sido mobilizado para Moçambique, promoveu esse jovem a gerente da sede, ou seja, gerente da segunda mercearia mais afamada da cidade, fazendo nas segundas e terças-feiras a praça de Évora, isto é acumulava como pracista. O seu vencimento na altura era de 850 escudos, muito para a época e para a idade do jovem.
Com 14 anos de idade, e por ter perdido o ano escolar, o 2 ano no Curso Geral do Comércio, devido a ter sido operado à apentecite, resolveu ajudar a sua pobre mãe e se foi empregar numa modesta mercearia, mesmo defronte da casa onde morava, indo ganhar 120 escudos mensais.
Fartou-se de trabalhar na loja e usando um carro de mão ia fazer a destribuição das compras no bairro novo da cidade, que era já imenso.
Passado seis meses se modou para a rua ao lado, indo trabalhar na sucursal de uma das mercearias mais conceituadas em Évora, indo ganhar 150 escudos mensais.
Fez de tudo nessa loja, desde lavar o balcão e a\os vidros da montra, aviar os fregueses e entregar encomendas em alguns bairros ainda bem distantes da cidade, tudo a pé, e por vezes com a juda do tal carro de mão.
O filho do patrão apreciou seu trabalho e o mudou para o armezém que tinha uma fábrica anexa, ali esse jovem, carregou às costas sacos de arroz e de açucar com o peso de 75 quilos cada, ajudava a descarregar as camionetas carregas com caixas de sabão, caixas de madeira de 30 quilos cada, fardos de bacalhau, com 60 quilos, estes no verão o sal entrava pela da costa deixando o corpo quase em carne viva, os sacos de amendoins eram colossais, mas o pior era carregar sacos de chicória, pois era duro que nem ossos levando assim o jovem uma massagem bem a preceito.
Da fábrica tomou conta aquando da ausencia do encarregado por motivo de férias, a fábrica Titan, fabrica biscoitos, amendoas, licores, marmelada e tinha uma torrefação de café.
O horário d etrabalho era das 09 às 13 horas e das 15 às 18 horas, mas por onde do patrão ia para a sucursal dar apoio até ao seu encerramento que era 19 horas e nos sábados às 20 horas.
O jovem Kam Mei Ta continuava estudando, à sua custa, na mesma escola comercial, durante o perido das 20 às 23 horas.
O patrão apreciando o seu trabalho, e seu filho ter sido mobilizado para Moçambique, promoveu esse jovem a gerente da sede, ou seja, gerente da segunda mercearia mais afamada da cidade, fazendo nas segundas e terças-feiras a praça de Évora, isto é acumulava como pracista. O seu vencimento na altura era de 850 escudos, muito para a época e para a idade do jovem.
O jovem e irrequieto Kam, era um burro de carga, carismático, bem conceituado e respeitado por todos na cidade que o viu nascer. Tinha dito uma formação religiosa forte, estudando num seminário, de onde foi expulso, por ter sido assediado sexualmente por um padre.
Na mercearia o patrão o aumentou de novo passando a ganhar 950 escudos, todo esse dinheiro, ele pontualmente o entregava a sua mãe, e esta, todos os domingos o presenteava com 5 tostões. Mas ele, sempre com uma miragem mais avançada na vida, ia guardando algum dinheiro, das comissões que recebia na venda de produtos aos retalhistas.
Fazia parte da Mocidade Portuguesa onde atingiu o posto de comandante de Castelo, curso esse tirado no INEF,na Cruz Quebrada em Lisbos, no Centro em Évora desempenhava as funções de Adjunto cultural, e foi nos anos 60, 61 e 62 campeão de tiro ao alvo, da provincia do Alentejo, participando no desfile em Lisboa da inauguração do moumento dos descobrimentos em Belém, na Mocidade muito aprendeu e engrandeceu o seu espirito são.
Bem jovem, num baile de Carnaval, na Sociedade Recreativa Barbosa do Bocage, do qual era sócio, se enamorou de uma jovem, foi esse o seu primeiro e único amor em Portugal, mas ela apesar de a ter ajudado em todos os campos, quando a ia receber à escola, enfregando ele um fato de macaco, ela por vezes o desprezava, tinha vergonha de andar com uma pessoa assim vestida, o que criava por vezes algum atrito entre eles.
Na loja era um senhor, e gostava de brincar com as freguezas, um dia uma senhora bem conceituada no meio, se dirigiu à merceria e indagou junto do jovem Kam se tinha Tide ao pacote, ele sorriu e disse, minha senhora Tide ao pacote é o que não falta por cá, ele sorriu, era uma jovem, casada com um engenheiro muito mais velho que ela. Depois de lhe ter entregue o pacote do detergente, só havia duas marcas na altura, o Tide e o Omo, ela indagou de tinhamos sal, e o malendreco do Kam disse, saltemos sim minha senhora!...
Ela, pensou de outra forma, e me disse que teria todo o prazer que eu saltasse para cima dela, bem coisas da junventude, salto esse que nunca realizei !...
Havia um amigo meu que trabalhava numa drogaria, ali por perto, era boa pessoa, mas a sua capacidade de trabalho era limitada, e o patrão dele determinou que ele no fim de semana compozesse a montra, tinha que ter algo que chamasse à atenção dos transeuntes, e ele, não sabendo o que deveria fazer, se foi aconselhar com o jovem Kam.
Sempre com ideias luminosas em sua mente, o Kam deu indicações a seu amigo como deveria proceder, pois para o Kam era um assunto banal.
O aconselhou a colocar algodão na base do chão da montra, depois o preencher com rolos de papel higiénico Smart, na alturas só havia marcas, o Chinês e o Smart, este mais luxuoso e como tal mais caro. Depois, colocar no centro da montra um manequim de uma jovem realçando o seu fisico e evergando um bikini e piscando um dos olhos. Ele, em principio não gostou da ideia, com receio que o patrão não gostar, mas eu continue e lhe disse, fazes um cartaz com letras bonitas e escreve isto, Tenha-a o sempre debaixo de olho.
Ele seguiu o meu conselho e a exposição da montra foi um sucesso, sendo até muito badalado por toda a cidade rsrsrsr.
Desde muito jovem que lhe corria nas veias o espírito de aventura, tendo pertencido à Mocidade Portuguesa, onde muito aprendeu e se formou como homem.
Com algum sacrificio o jovem Kam terminou o quarto ano do curso Geral do Comércio e a sua passagem pela escola deixou algumas marcas. Pois ele era muito traquina, e uma noite, após ter saído do emprego, um seu amigo veio ao seu encontro, tinha palmado (roubado) na caixa da taberna de seu pai, dez escudos, e no caminho da escola entraram em todas as tabernas e bebiam aguardente, com o estomago vazio devem calcular o efeito.
Chegados à entrada do átrio da escola, as luzes dos candeeiros encandearam o Kam que passou a ver tudo a rodar à sua volta.
A aula que tiinha às 15 horas era de Religião e Moral, ao qual assistiam somente os rapazes, num total de cinco de uma turma de 32 alunos.
O padre, o Conego Alegria, prometeu dar uma recompensa a quem soubesse os Dez Mandamentos, e o Kam foi o aluno escolhi, tendo o Conego lhe pedido para dizer o quarto mandamento da lei de Deus, e o Kam, já fortemente embriagado respondeu, quarta raios ta parte, era um jogo que a garotagem, na latura jogava que consistia em em saltar sobre o as costas do companheiro que se encontrava de cocaras e depois ao se saltar se dava um pontapé no cú.
O Conego ficou admiradíssimo com a resposta e ao sentir o odor forte do alcóol, desfeixou uma bofetada na cara do Kam e o expulsou da sala de aulas, este se dirigiu para as casas de banho e lá se fechou, deixando-se dormir.
Seu irmão mais velho, que era funcionário da escola e que regressava sempre a casa com ele, o não vendo foi indagar junto de seus colegas.
Foi dar com o Kam encerrada na casa de banho, abriu a porta e o retirou de lá, seguidamente encheu uma bacia com água onde mergulhou, por várias vezes a cabeça do Kam e o levando pelo braço para casa, que ainda ficando longe, sempre lhe dando uns tabefes e uns pontapés, para aprender de uma vez para sempre que não devia nem beber nem dar respostas daquelas ao conceituado e amigo Conego. Uma lição que o Kam jamais esqueceu e durante toda a sua vida bebeu sim, mas moderadamente nunca se embriagando.
Outra passagem de sua vida, que o marcou e que teve origem na sua ida voluntária para o exército, se passou ao cair da tarde no jardim do Bacalhau, perto de sua casa. Era domingo e tinha ido comprar duas entradas para o filme Com Jeito vai Sargento, uma séria inglesa, humorista que tanto apreciava, ao passar pelo jardim viu um amigo seu de noma Basilio e o cumprimentou, este devia estar mal disposto e o mandou para a p.... que o páriu, tendo o Kam retroquido, para ele basilio quando passasse pela sua loja lhe entregaria uma pasta dentrifica Colgade para lavar aquela boca porca, seguindo a caminho de casa.
Como os atacadores dos sapatos estavam soltos, e havendo no centro do jardim um enorme lago, em forma circular, ali na borda do mesmo apoio o pé e estavam atando os atacadores, quando o tal Basílio lhe pregou um valente murro que o fez ir mergulahar no lago, ficando como um pato todo encharcado.
O Kam de lá saiu, mas o Basílio tinha fugido e se encontrava numa das alas de saída do jardim, o Kam não o pressegiu, mas lhe disse que as coisas irão ter outros resultados quando de novo se cruzassem, estas palavras foram ouvidas por alguns presentes, todos eles amigos de ambos.
O Kam foi para casa lavou-se, jantou e depois calçou uma fortes botas que os militares usavam na altura. Foi ao encontro da namorada para a levar ao cinema, sessão das 20 horas, ela, e embora sabendo da nossa ida, se recusou a ir tendo o Kam assistido ao filme sózinho.
Ao lado do Salão Central, ficava a sede do Juventude de Évora e nessa noite havia um baile em grande.
O Kam depois de ter visto o filme para o Juventude seguiu e lá encontrando uns amigos, estava no meio da sala quando de novo alí apareceu o Basilio, e sem aviso lhe pregou dois murros na face, então o Kam reagiu e lhe deu uma tareia daquelas que terminou com a cabeça do Basilio enviada na bateria da orquesta e danificando a pele.
Foram chamados à direcção e o kam foi obrigado a pagar o consrto da bateria, pagamento esse feito posteriormente pelo seu irmão mais velho, que era sócio daquele clube futebolistico.
Não foram expulsos, e por lá continuaram sem mais sessões de pugilismo.
Porém à saída lá estava o Basilio aguardando o Kam o ofendendo e nova sessão de pugilismo se travou, ele, Basilio, não tendo as foraças ouxadas como o Kam levou mais uma tareia de criar bicho e fugiu, foi nessa altura que o Kam, já com uns copos, o vendo fugir cobardemnete, agarrou uma pedra da calçada e embora o Basilio estive a uma distância razoavel, esta lhe foi embater na cabeça lhe causando um traumatismo craneano, sendo levado para o hospital onde foi operado.
O Kam dali saiu, não pelas vias principais mas sim pelas travessas adjacentes e, chegado a casa, eram já 4 da manhã, se encerrou em seu quarto.
No dia seguinte, era feriado, recebeu a visita de dois agentes da Polícia de Segurança Pública que o levaram para a esquadra para ser ouvido em auto. A mãe do Kam ficou assim a par de tudo o que se tinha passado na noite anterior e foi falar com mãe do Basilio, para que entre elas o caso ficasse resolvido, mas ela não aceitou e quis que o caso fosse para tribunal. O Basilio esse ainda passou uns dias no hospital, em principio com um diagnótico nada favorável.
Na esquadra policial o Kam foi interrogado e precionado pelos agentes, que o acusaram de crime premeditado e também por ter agredido uma senhora e lhe partindo os óculos, o Kam refutou essas acusações, mas defacto sem ter dado por isso, ao lançar a pedra, o no movimento do braço este embateu na cara de uma senhora que encontrava por detrás dele e lhe partindo os olhos, cujas lentes lhe causaram alguns feridos na face, bem o Kam lá teve que aceitar mais aquela acusação, eram factor provados e nada tinha a constestar, a senhora essa apareceu na esquadra e com o Kam falou o perdoando, só queria uns óculos novos.
A mãe do Kam, lá pagou as despesas dos óculos e mais tarde todo o tratamento e hospitalização do Basilio.
Volvidos uns dias foi convocado para comparecer em Tribunal, um velho amigo de seu pai e seu antigo patrão serviram de testemunhas abonat’rias do Kam, ao entrar na sala de audiências, foi informado que devira envergar um casaco, e foi esse velho amigo se seu pai que retirando o que envergava o emprestou ao Kam, casaco esse, que para o corpo do Kam lhe acentou não como uma luva, mas sim lhe dava um ar de palhaço pobre.
O Juiz já era conhecido na cidade pela sua rigidez em condenar todos os que por lá passavam e o Kam não foi excepção, condenado por crime permeditado, foi condenado a 28 dias de prisão com pena suspensa por três anos uma multa ainda avultada e obrigado a pagar todas as despesas.
Todos os amigos do Kam Mei Ta ficaram indignados com a condenação dada pelo Juíz, pois ele Kam, não tinha cometido crime algum premeditamente, mas sim respondendo à agressão que tinha sido alvo, assim dizia e diz a lei, pois para haver crime premeditado, necessário é que se tenham 24 horas, o ue não foi o caso, enfim!..
Ficando com a pena suspensa o Kam corria graves risco de cometer algo de errado, e então iria cumprir os 28 dias de prisão a que tinha sido condenado e sabe-se lá o que demais poderia advir.
O Kam retomou o seu trabalho, o amigo que le tinha agredido até lhe perdoou e foi trabalhar para a mesma firma onde se encontrava o Kam, porém para o escritórios.
Sabendo que corrias alguns riscos se não se porta-se bem, resolver dar um novo à vida, e um dia passando pela Praça do Geraldo, em Évora, viu afixados uns anúncios governamentais, os quais solicitavam aos jovens para se alistarem no Exército ou na Marinha, para tal necessário seria ter 17 anos de idade no minimo.
O Kam ficou a pensar no assunto e resolveu alistar-se como voluntário no Exército, para tal preencheu o devido impresso o qual devia ser assinado por seus pais, visto ser ainda menor.
O seu pai tinha falecido quando ele tinha somente 8 anos de idade, tinha a sua mãe que era analfabeta mas sabia assinar o seu nome, então o Kam, sabendo que se disse-se à sua mãe o motivo que lhe a levaria a assinar o documento, ela nunca o faria, então usou a estratégia de lhe dizer que ela tinha que assinar aquele documento para ele Kam, poder justificar as faltas dadas às aulas, e assim a convenceu.
Nesse mesmo dia fez entrega do impresso no Quartel General e ficou aguardando resposta, o que veio a acontecer um mês depois, tendo sido informado para se apresentar à junta médica para ser inspecionado.
A junta médica ocorreu no Quartel de Infataria 16 em Évora, nas vésperas do Kam completar 19 anos, isto no dia 14 de Fevereiro do ano de 1963, tendo sido apurado para todo o serviço militar, digo, infantaria.
Quando sua, saudosa, mãe soube, foi ter com um Sargento amigo afim de eliminar todo o processo mas era tarde demais. O seu patrão ficou furioso, pois iria perder uma pedra fundamental na sua empresa, mas teve que se resignar.
O Kam que há muito andava poupando dinheiro, não do vencimento, pois esse o dava na totalidade a a sua mãe, mas sim o dinehiro ganho nas percentagens das vendas sobre produtos que a firma frabricava, ainda junto uma boa quantia, e com receio que as pessoas em Évora viessem a saber, foi abrir uma conta nos Correios, na cidade de Elvas.
O seu ingresso no exército lhe foi transmitido e lhe sendo entregue uma guia de marcha, para se apresentar no dia 8 de Agsoto de 1963, no CISMI, (Centro de Intrução de Sargentos Milicianos de Infantaria) em Tavira.
Em meados de Julho pediu baixa do serviço e se foi despedir de sua avó materna, a qual o tinha por seu neto mais estimado e carinhosamente lhe chamava o Torrado, pois quando ia passar férias a sua casa, era sempre depois de ter passado uns 15 dias na praia em Sesimbra e ia queimadinho do sol.
Ela carinhosamente preparou uns enchidos sem usar o tal pimentão e as massas, para que não me fizesse mal, alguns comerciantes vizinhos da loja onde o Kam trabalhava o ofertaram com cigarros, papel de carta, envelopes, selos e postais.
No dia 8 lá seguiu o Kam de combóio até Tavira, viagem essa que levou 16 horas, ia um dia mais cedo afim de ficar a conhecer a cidade, pois era a primeira vez que ia para o Algarve.
Chegado à estação, em Tavira, desembarcou e tentava sair da mesma quando foi abordado por agentes da Polícia Militar indagando se ele vinha para se apresentar no CISMI, ele disse que sim, mas só o faria no dia seguinte, e para provar lhes mostrou a guia de marcha, mas isso de nada lhe valeu e o levaram para uma camioneta e o conduziram ao quartel.
Ficaram gouradas as suas intensões. Na enorme parada interior do quartel já se encontravam umas boas centenas de jovens, estes que iam cumprir o serviço militar obrigatóriamente.
Madados formar lhes foi distruído fardamento, o Kam era magro e as roupas que le entregaram as medidas eram para pessoas com um fisico superior, o bivaque esse, ao coloca-lo na cabeça mais parecia, o de um cozinheiro. Mais tarde fez a troca do fardamento ficando assim com roupas à sua medida.
Depois os mandaram despir ficando nús em pelota, e em fila indiana se dirigiram para o posto médico onde eram observado por um médico e um enfermeiro, que lhes fazima uma inspecção de rotina, entregando-lhes depois um documento por eles assinado que era entregue na secretaria geral, e ali os distribuiam pelas companhias e lhes era dado um número de soldado instruendo, ao Kam calhou o 1025 sendo destacado para a segunda companhia.
Este o seu primeiro dia de tropa em Portugal.
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Inicialmente lhe foi ministrada uma instrução básica, ordem unida, marcha, ginástica de aplicação militar, regulamentos e vóz de comando que teve a duração de três meses.
Foi uma instrução dura, mas ele preparado para tudo e com sacrificio e muita abnegação, soube sempre contornar as dificuldades.
Na parte de vóz de comando o Kam já estava habituado a elas, pois tinha comandante de castelo da Mocidade Portuguesa, por algumas vezes foi escalado como faxina à cozinha que não era mais que ir buscar géneros aos armazéns, descacar batatas e lavar panelas enormes, de faxina aos sanitários ficou só uma vez e ai conheceu que ainda hoje, volvidos tantos anos, é um dos seus amigos preferidos.
O Kam Mei Ta após terminada a recruta ficou na mesma unidade militar afim de receber o treinamento da especialidade, muitos de seus colegas foram destacados para a Polícia Militar, Engenharia, Cavalaria e Artilharia, ele como era de infantaria não arredou de Tavira.
Foram concedidas umas curtas férias de três dias e o Kam então pensou em organizar uma excurção até Évora, visto haverem muitos alunos dessa cidade e de seus arredores, se assim pensou assim o fez, e foi alugar uma camioneta da firma Eva, arranjou pessoal e ele nada teve que pagar, ficando ainda a lucrar com o negócio, foi a única vez que foi a Évora no periodo de tempo que esteve em Tavira.
Mais seis meses de instrução esta sim, classificativa para o Curso de Sargentos Milicianos, muitos cabos readminitos lá iam frequentar esse curso. Por essa altura o Kam já era escalado para fazer sargentos de dia, e comandante de pelotão, embora fosse ainda aluno instruendo.
A instrução de ginástica militar aplicada era mesmo muito dura, num recinto nas traseiras do quartel havia uma escola com uma enorme escadaria em mármore, todos nós erámos obrigados a desce-las, n ão a pé, mas sim rolando deitados, levando com eles a arma, que era uma espingarda Mauser. O salto ao galho e manobras onde se fazia tiro real bem como marchas de 150 quilómetros era o pão nosso de cada dia. Em termos fisicos a coisa ia mesmo a fundo, tendo muitos ido parar ao hospital. Atravessar o rio em Tavira era outra das aventuras.
O Kam raramento saia à noite, mas algumas vezes o fez, para tal todos os alunos tinham que formar e lhe era pasada revista pelo Oficial de dia, o Kam se preparou, a sua apresentação era impecável, botas e botões amarelos brilhando, as calças devidamente vincadas, enfim estva a 100%. O Oficial ao lhe passar revista o mandou fazer a barba, ele ficou incrédilo, posi era imberbe, mas lá teve que acatar a ordem e fui para a caserna onde se mirou ao espelho, mas pelos esses ainda estavam para nascer.
Nesse intervalo de tempo os seus colegas já tinham saído do quartel e o Kam se foi apresentar ao Oficial de dia dizendo que já tinha feito a barba, o Alferes, olhou para ele e disse: Se tivesses vindo assim à formatura já tinahs saído com teu colegas. O Kam nada disse bateu a continência e dali se retirou, mas no seu pensamento iam rogando pragas ao Alferes.
Num fim de semana e não podendo ir gozar o mesmo a Évora, saiu do quartel e foi para um jardim junto ao castelo, local aprezível, levou os livros e por ali se entretinha estudando debaixo de um medronheiro, sabia que fruto era, mas não sabia as consequências que podiam resultar se abusasse em os comer, o Kam abusou, pois a fruta estava apetitosa, resultado apanhou uma camarina, embriagou-se, e se deixou dormir, só acordando lá para as 22 horas. Com muito receio de ser punido foi falar com o Oficial de dia e lhe contou o que se tinha passado, este era mais humano e para além de aceitar as desculpas tratou para que o Kam tivesse a refeição do jantar a que tinha faltado.
De outra vez, na altura do inverno, era noite estava já dormindo quando lhe deu vontade de urinar, na caserna não havia santinas, a noite estava fria, e as casas de banho ficavam ainda bem afastadas da caserna, para lá foi correndo, estava tudo às escuras e como só ia urinar, não entrou nos lavabos ficando à porta deste e assim lá aliviou a bexiga, ainda não tinha terminado quando ouviu uma vóz, berrando bem alto, que filha da puta está a ai a mijar para mim de mim!... o Kam dali saiu a correr de novo mas desta vez para a caserna.
No mês de Dezembro tiveram inicio as marchas finais, o curso terminaria após as mesmas, marchas essas em que havia provas de subsistência, nada possuiamos para comer, e teríamos que sobreviver com que o que encontrassemos, mas era proibido roubar.
Um dia o Kam cheio de sede, palmilhando as serras, na zona de Coi de Burra, se dirigiu a uma casa e pediu que lhe dessem um copo de água, a senhora que lá morava, uma senhora de certa idade, disse que só tinha a água suficiente para ela, que ele Kam a fosse encontrar lá pela serra em algum poço. Dali saiu, confirmando o ditado que os algarvios eram mais cinicos que os diabos. Caminhou alguns quilometros quando avistou um poço, e aí, sem tomar em conta a qualidade da mesma, saciou a sede, acto este que iria dar alguns graves problemas de saúde.
Faltavam dois ou três dias para a marcha terminar, nessa mesma noite o Kam se começa a sentir mal, a comida que possuía era uma lata de conserva e uma laranja que tinha apanhado num esconderijo marcado, mas nem apetite tinha, juntou-se aos seus colegas num acampamento e cansado, cheio de febre rapidamente adormeceu. No dia seguinte se fez a marcha de regreso para o quarel eram ainda uns bons 120 quilómetros, carregando a espingarda, capacete, baioneta e outros utilicios que levava às costas numa pesada mochila, com muito esforço lá foi seguindo, não dando parte de doente, com receio de perder o curso.
Quando chegou ao quartel a sua visão estava péssima, seguiu para a caserna e lá deixou ficar em sua da sua cama todo o material que tinha levado consigo e sem boné e todo sujo saiu pelas porta de armas ningém o impediu de sair, nem o próprio sentinela, e se dirigiu à enfermeira militar, qua ficava ainda longe do quartel.
A enfermeira era ampla e estava totalmente vazia, o Kam caiu em cima da primeira cama, quando o cabo enfermeiro veio ter com ele a fim de saber o que se passava. Disse até que seria melhor para mim ir para o quartel visto que o curso terminava e poderia ir gozar o Natal na sua terra.
O Kam pediu ao cabo para manadar chamar o médico, volvidos alguns minutos compareceu o médico e esteve escultando o Kam, depois falando com o cabo lhe perguntou a que horas saía o comboio de Tavira com destino a Évora e quantas horas levava a viagem. O Kam não ouviu a resposta do cabo, mas ouviu o médico dizer que o doente ali presente teria que baixar urgentemente ao hospital civil de Tavira, não havia tempo a perde, pois ir para o Hospital Militar da Região Sul em Évora punha em risco a sua vida.
Foi assim levado num jeeep para o hospital civil de Tavira onde entou em estado de coma, só acordando 15 dias depois.
No episódio seguinte veremos o que aconteceu ao Kam e quando saiu do hospital.
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