o mar do poeta

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terça-feira, junho 16

CORONEL VICENTE NICOLAU DE MESQUITA

Nasceu em Macau a 9 de Julho de 1918, sendo filho do advogado Frederico Albino de Mesquita e de Clara Esmeralda Carneiro, neto paterno de João Mesquita e de Esperança Nunes e materno de Vicente José Carneiro e de Rita Joaquina Pereira.
A 4 de Setembro de 1835, com 17 anos de idade, casou com Balbina Maria da Silveira, de quem teve 4 filhas; as primeiras e morreram de menor idade, em Maio de 1842; a quarta, Leopoldina, faleceu nonagenária em 1937.
A 26 de Fevereiro de 1858, Vicente de Mesquita casou em segundas núpcias com a sua cunhada Balbina Maria de Mesquita, de quem teve dois filhos e uma filha.



Assentou praça no Batalhão do "Príncipe Regente" a 9 de Junho de 1835, sendo promovido a segundo tenente em 15 de Julho de 1847. A 12 de Janeiro de 1850, foi promovido a primeiro tenente pelos serviços prestados com valor na tomada do forte do Passaleão, a 25 de Agosto de 1849.
Após o assassinato do Governador Ferreira do Amaral, os chineses fortificaram-se nos arredores da cidade, começando a fazer fogo contra Macau dum fortim, situado na aldeia de Passaleão, a um quarto de milha das portas do cerco.
Mesquita, à frente de 32 homens, avançou para essa fortaleza, escalou-a e tomou-a.
A 7 de Fevereiro de 1867, Mesquita foi promovido a tenente coronel e a 27 de Novembro de 1873 reformado em coronel.
A 20 de Março de 1880 suicidou-se após ter assassinado a sua mulher e sua filha Iluminada Maria, de 19 anos.
Em 25 de Junho de 1910, foi reabilitada a sua memória no Juízo Eclesiástico.
(Fonte - Padre Manuel Teixeira)


A 3 de Dezembro de 1966, decorrendo em Macau as manifestações do 1-2-3, a estátua no Coronel mesquita que se encontrava no Largo do Leal Senado, foi derrubada por manifestantes.





A CONQUISTA DO FORTE DE PASSALEÃO – Episódios do heroísmo português


  • Do início das hostilidades da China Imperial contra a Cidade portuguesa, resultaram, primeiro, bombardeamentos de artilharia chinesa colocada nos fortes próximos de Macau e depois a reacção do contingente militar luso para a defesa da Cidade Cristã.


  • Segundo informações militares da época, a guarnição do forte chinês mais próximo contava com mais de 500 elementos, e noutros colocados em posições mais elevadas e mais distantes, totalizavam mais de 1500 homens.


  • Foi neste ambiente de profunda crise, que emerge a heróica e corajosa figura do Segundo-Tenente, Vicente Nicolau de Mesquita, um militar macaense, de ascendência portuguesa, fiel à sua Bandeira e ao assistir ao assassinato do Governador - símbolo vivo da autoridade da Pátria -, propõe às autoridades governamentais em substituição do Governador, o Conselho do Governo, para um ataque à posição militar chinesa mais crítica para Macau, o Forte de Passaleão - nome traduzido do chinês "Pak-Shan-Lan" ou "Baishaling" – situado em Zhuhai, na região chinesa imediata ao enclave português.


  • O Herói do Passaleão, ou Herói Macaense, posteriormente conhecido como Coronel Mesquita desafiou o contingente militar português de Macau e clamou “Quem quiser morrer que me siga!", cerca de 20 ousados soldados da Pátria ouvindo o apelo, juntaram-se-lhe, com algumas peças de artilharia, marcharam e dispararam contra o Forte de Passaleão guarnecido por mais de 500 militares imperiais.Pelo único tiro de canhão ter acertado em cheio a posição chinesa, as forças sínicas entraram em debanda, desorganizando-se, o que resultou da conquista lusa sobre os atacantes da paz macaense.


  • Posteriormente, face a esta gesta heróica nacional, as autoridades imperiais chinesas fizeram um pedido de tréguas, comprometendo-se em não mais atacar a Cidade de Santo Nome de Deus de Macau, sob a contrapartida das forças reais lusas de se retirarem até ao istmo e aí fixarem a fronteira definitiva do enclave.


  • No exacto local do istmo que faz fronteira com a China, é em 1870 erguido o arco das Portas do Cerco, onde se assinala a data da morte do Governador e a da heróica conquista do Herói Macaense, Coronel Vicente Nicolau de Mesquita, a 25 de Agosto de 1849, sob a divisa da Marinha Portuguesa, “Honrai a Pátria, que a Pátria vos Contempla”, e que hoje é Património Mundial da UNESCO.


  • Foi devido a este feito, que se fixaram as fronteiras físicas de Macau, permitindo após a oferta de Macau à China por Portugal, a 20 de Dezembro de 1999, que toda a população chinesa e estrangeira com direito de residência e permanência na novíssima Região Administrativa Especial de Macau, pudessem continuar a gozar de uma sociedade e economia livres, regido pelos princípios de "Um País, Dois Sistemas", Macau ser governada pelas suas gentes, pela igualdade de oportunidades, manutenção do modus vivendi português, com os seus Direitos, Garantias e Liberdades consagrados na Lei Básica - a "mini" Constituição de Macau -, com instituições que defendem o Estado de Direito, baseadas no princípio da legalidade, da separação dos poderes, da autoridade político-executiva, legislativa e judicial aliada ao forte dinamismo da Sociedade Civil.


  • A estátua do Herói Macaense do Forte de Passaleão, Coronel Vicente Nicolau de Mesquita encontra-se à guarda dos Comandos de Portugal no Porto.



    ( Fonte - Alameda Digital)


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