Terça, 17 Maio 2011 10:57
A Lauak Portuguesa já deu início a produção de peças destinadas aos protótipos dos jactos executivos Legacy 450, que serão montados em Évora pela Embraer.
O trabalho começou em Janeiro, na unidade fabril radicada em Setúbal, tendo garantido Armando Gomes, director-geral da empresa, que pertencente ao grupo francês Lauak, que se houver necessidade, por uma questão de linha de montagem, será erguida uma fábrica em Évora. Os primeiros protótipos vão ser montados no Brasil, passando depois o processo para Portugal. Este ano serão produzidos os primeiros três aviões.
Com a experiência que tem no cluster da aeronáutica, como avalia este projecto da Embraer em Évora?
É óbvio que é muito importante que uma empresa desta dimensão venha para Portugal. Nós já trabalhávamos para a empresa indirectamente, porque trabalhamos para uma empresa espanhola, a Aeronnova, para quem fazemos parte das asas. Agora temos a oportunidade de trabalhar directamente para eles e isso é excelente. Mais importante ainda é perceber que atrás destas actividades outras vão vir.
Estamos a falar de um passo importante neste ramo de actividade no país?
Sem dúvida. O que está previsto são duas empresas feitas em Évora, uma mais vocacionada para compósitos, que hoje estão a ganhar terreno. É evidente que a parte de alumínio é sempre maior, mas estão a fazer-se compósitos e é importante que tenhamos cá essa fábrica, porque dará trabalho a muitas pessoas e servir muitos aviões.
É expectável que este investimento gere uma boa fonte de emprego em Évora?
Para Évora é muito importante, porque vai haver muito trabalho directo, mas também indirecto. Repare que nesta actividade, por cada trabalho directo na empresa, haverá cinco fora dela. Isto é muito relevante.
Mas terá de ser a chamada mão-de-obra especializada. Haverá resposta?
Quando avançámos com a Lauak em Portugal tivemos dificuldades em encontrar pessoas com formação para começarem a trabalhar. Tive de fazer formação no interior da empresa e continuo a fazer. Mas hoje já temos mais formação e sei que em Évora se vai fazer um centro de formação. Isso é muito bom, porque todas as empresas poderão ir buscar pessoas a esse mercado. A aeronáutica não é diferente do sector automóvel, mas as quantidades produzidas são bem menores. Depois estamos a falar de um trabalho que é muito mais manual que no sector automóvel.
Ou seja, podemos afirmar que há todo um potencial e um nicho de mercado que está por explorar?
Sim, para mim há três vertentes importantes, que são o mercado, a tecnologia e a formação que está associada. Mas estamos a falar de coisas que já se sabia que existiam em Portugal. Nós não estamos a descobrir só agora a aeronáutica, porque Portugal é um país que tem empresas muito interessantes neste ramo. Infelizmente são situações que não estão divulgadas.
O que é que já foi feito pela Lauak para o projecto da Embraer em Évora?
A Lauak Portuguesa já entregou no Brasil mais de 200 peças iguais às que Évora vai necessitar para a montagem das asas e cauda dos aparelhos.
E qual a vossa capacidade de resposta?
A que for necessária. Actualmente já fornecemos dois aviões e temos condições para fornecer mais dois, sendo que estes se destinam a fazer os ensaios.
Se houver necessidade, a Lauak admite vir a abrir alguma fábrica em Évora?
Sim, não há absolutamente nada que me impeça de ir para Évora. É Lauak está disponível para abrir uma fábrica em Évora. É claro que não vou levar tudo atrás de mim, porque principalmente as pessoas não iriam querer deslocar-se. Mas se houver necessidade de uma proximidade com alguma coisa, para nós, não há problema de nos virmos a instalar em Évora. Aliás, já temos lá um cliente, que é a Academia, a quem fazemos a manutenção dos seus 22 aviões.
O que admite deslocar para Évora, caso se chegue a essa situação?
Iria deslocar algum pessoal, mas penso que em breve haverá pessoas em Évora habilitadas a fazer este trabalho. É verdade que também temos de considerar que Évora está ao lado de Setúbal e que o transporte é muito rápido. Hoje transportamos peças para França, Brasil ou Marrocos, pelo que Évora está aqui ao lado. Agora, eu admito isso numa continuidade de linha, onde eles possam ter uma linha de montagem, em que uma parte venha a ser da Lauak.
No fundo, isso implicaria erguer uma nova fábrica?
Exactamente, o que não levantaria grande problema. Teria que ser feito algum investimento, mas temos que perceber que nós estamos hoje numas instalações em Setúbal onde pagamos uma renda de 40 mil euros e as instalações nunca serão nossas. Essa verba daria para construir uma fábrica em Évora, que no fim do pagamento seria nossa.
Quantas pessoas vão trabalhar no projecto da Embrarer?
Essa questão ainda não está definida, porque vai depender do número de aviões que venhamos a fornecer. Hoje as coisas ainda estão no protótipo e é preciso mais gente, mas depois talvez dê trabalho a cinco ou seis pessoas. Tudo vai depender das quantidades de aviões que forem feitos. É por isso que temos de assegurar uma facturação que nos permita ter um mínimo de pessoal dedicado a este projecto.
É usual dizer-se que Évora tem condições ímpares para ser um grande centro aeronáutico de Portugal. É verdade?
Sim. Apesar de ser uma cidade de interior, Évora tem uma geografia que permite desenvolver o sector aeronáutico. Desde logo, tem uma pista em que os aviões podem aterrar e levantar voo. Depois, as pessoas que gerem a cidade têm uma sensibilidade interessante para a aeronáutica e conseguiram atrair esta empresa.
Fonte - Diário do Sul - Évora
Fonte - Diário do Sul - Évora
Embraer contrata Lauak Portuguesa para fornecer fábricas em Évora
Cátia Simões
Empresa de Setúbal já está a trabalhar para os protótipos dos jactos executivos Legacy 450.
A Lauak Portuguesa, fábrica de componentes aeronáuticos em Setúbal, está desde Janeiro a produzir peças para os aviões que serão montados nas fábricas da Embraer, em Évora.
"Estamos a trabalhar para os primeiros protótipos dos jactos executivos Legacy 450, que vão ser fabricados em Évora", confirma o director-geral da empresa pertencente ao grupo francês Lauak, Armando Gomes, ao Diário Económico. "Os primeiros protótipos serão montados no Brasil e só depois a o processo passará para Portugal." Já este ano serão produzidos três aviões.
A Lauak Portuguesa, que conta actualmente com 120 trabalhadores, está a produzir cerca de 400 peças para os aviões da Embraer, a nível da asa ou da cauda dos aparelhos.
Cátia Simões
Empresa de Setúbal já está a trabalhar para os protótipos dos jactos executivos Legacy 450.
A Lauak Portuguesa, fábrica de componentes aeronáuticos em Setúbal, está desde Janeiro a produzir peças para os aviões que serão montados nas fábricas da Embraer, em Évora.
"Estamos a trabalhar para os primeiros protótipos dos jactos executivos Legacy 450, que vão ser fabricados em Évora", confirma o director-geral da empresa pertencente ao grupo francês Lauak, Armando Gomes, ao Diário Económico. "Os primeiros protótipos serão montados no Brasil e só depois a o processo passará para Portugal." Já este ano serão produzidos três aviões.
A Lauak Portuguesa, que conta actualmente com 120 trabalhadores, está a produzir cerca de 400 peças para os aviões da Embraer, a nível da asa ou da cauda dos aparelhos.
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