Dia de Cornos
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O Dia de Cornos, é uma festa profana celebrada no dia 25 de Abril, dia de São Marcos, nos Açores, principalmente nas Ilhas do Pico e Faial, e especialmente nas freguesias de São Mateus, em Madalena. e dos Cedros, no Faial.
A celebração foi praticamente esquecida após o 25 de Abril de 1974, sendo que subsistem pequenas tradições relativas a essa festividade.
Histórico e folclore
A comunidade realizava os festejos dos cornos, no dia de São Marcos,
saindo da igreja de São Mateus, todos os anos. O evento consistia numa procissão que levava até o templo uma coroa com um corno na ponta que, após receber a bênção, coroava todos os homens casados.
Certa feita, entretanto, o padre
proibiu a conotação religiosa do evento. Reza a lenda que, então, no
ano seguinte, enquanto o povo seguia a parte profana do Dia de Cornos,
realizava o padre a missa do dia de São Marcos, quando pela igreja
entrou uma rês que foi-se ajoelhar diante do púlpito - dando a todos a
certeza de que o evento, mesmo sem o aval do sacerdote, tinha a bênção
dos céus.
O festejo
Consiste na bênção da coroa e, após isto, um escrivão e um mordomo a
levava até cada homem casado do lugar, para ser coroado. Os solteiros,
chamados de burros, apenas assistiam, esperando para quando, uma vez contraído o matrimónio, pudessem também ser coroados.
O casado ajoelhava-se e era coroado pelo mordomo, enquanto o escrivão riscava seu nome da lista.
Nem todos as pessoas aceitavam de bom grado a imposição dos cornos
havendo por vezes lugar a insultos e ameaças mas no fim todos se
submetiam.
O Sermão dos Cornos
Após as celebrações o mordomo proferia o Sermão dos Cornos
"Pelo sinal Da Santa Cruzada, A capela dos cornos Está bem armada.
Êste dia de S. Marcos, Também tem o seu sermão, Que este dia para nós É dia de grande função.
Todo o homem que é casado E vive neste destêrro, De cornos anda pesado Sem ser bode nem bezerro.
Quantos nós podemos ver Que vivem mui bem armados, Sem nunca o perceber.
Pobre irmãos! Coitados!
Não há maior irmandade Que a do corno retorcido, Que a falar a verdade Enfeita tanto marido.
Os cornos, estamos vendo, É uma praga geral, Que cada um vai roendo Conforme sente o seu mal.
Podemos assegurar Bem nos termos desta lei, Que ninguém pode afirmar Desta água não beberei.
E assim desconfiados, Vamos passando a vida, Com mêdo de ser armados Dalguma ponta retorcida.
Nós os pobres humilhados Que nos tratamos de irmão, Sempre fomos mais poupados Neste mal de encornação.
Se os cornos flores abriram Como na roseira as flores, Quantos jardins não teriam As testas dalguns senhores!
Quanto mais velha endurece A coroa da armadura, É fruta que não apodrece Nem cai de madura.
Nem é preciso dizê-lo, Em muita casa rua ou beco Quanta "dôr de cotovêlo" Se vai engulindo em sêco.
Há p'r'aí muito torrão P'ra riba, p'lo rol já feito, É casa sim casa não; P'ra baixo é tudo a eito.
Se alguém o corno apanhar "Meta a viola no saco", É ouvir ver e calar E nunca dar o cavaco".
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José Adauto Caetano oferece 70 peças e 3 mil livros por R$ 15 mil.
Não agressão às mulheres
Na associação, Caetano disse que vai ficar apenas com os retratos e as recordações. "Não tenho como deixar de ser corno nunca, Deus me livre". Além, claro, dos cerca de 10 mil associados, todos com carteirinha oficial. "É uma salinha alugada por mim. Esses cornos não ajudam não. Além de cornos, são 'veacos' (caloteiros) e lisos (sem dinheiro)", brincou sobre a alta taxa de inadimplência da mensalidade de R$ 2.
A associação foi criada há 12 anos por Caetano e, segundo o fundador, desde que surgiu tem um propósito maior que o da brincadeira, que já expunha em livros de cordéis. "Criamos com o objetivo de não agressão às mulheres e dizer que as únicas alternativas se você for traído são aceitar ou deixar a mulher", explicou.
Uma vez corno, sempre corno
Questionado se já foi traído, ele responde: "fui não, sou". E ainda conta vantagem de ter tido oito mulheres e 18 filhos. "São todos meus, têm meu nome e ninguém toma". Quanto à atual mulher, ele reclama da possibilidade de não fazer jus à fama. "Vivo com uma mulher e estou com vontade de processar ela porque ela não quer me trair", brincou.
Fonte - G1 - Ceará
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08/12/2011 09h56
- Atualizado em
08/12/2011 10h09
Presidente de associação de cornos no CE quer vender coleção de chifres
José Adauto Caetano oferece 70 peças e 3 mil livros por R$ 15 mil.
Associação foi criada para lutar contra agressão às mulheres, diz fundador.
Coleção
de chifres está na sede da associação dos cornos, criada há 12 anos e
que conta com cerca de 10 mil filiados. (Foto: José Leomar/Agência
Diário)
O presidente da Associação dos Homens Mal Amados do Ceará, mais
conhecida como associação dos cornos, José Adauto Caetano, 63 anos,
decidiu vender sua coleção de chifres. "São 70 peças e acompanham três
mil livrinhos sobre todos os tipos de corno. Tem troféu de chifre e
cabide de chifre", afirmou. Caetano disse que apareceram alguns
compradores de peças individuais, mas que ele só vende a coleção, por R$
15 mil. "A primeira e única coleção de chifres do mundo é a minha",
disse, sobre o "valor sentimental" dos itens.
O material está exposto na sede da associação, na rua Pedro Pereira,
686, no Centro de Fortaleza. "Dá muito trabalho para limpar e resolvi
vender. Se for para um corno, melhor ainda, porque já faz parte da
família", disse. Caetano disse que está no local de segunda a sábado, de
8h às 16h.
Carteirinha diz que é válida em todo o sistema solar e afirma que o portador é "corno com todas as letras". (Foto: G1 Ceará)
Não agressão às mulheres
Na associação, Caetano disse que vai ficar apenas com os retratos e as recordações. "Não tenho como deixar de ser corno nunca, Deus me livre". Além, claro, dos cerca de 10 mil associados, todos com carteirinha oficial. "É uma salinha alugada por mim. Esses cornos não ajudam não. Além de cornos, são 'veacos' (caloteiros) e lisos (sem dinheiro)", brincou sobre a alta taxa de inadimplência da mensalidade de R$ 2.
A associação foi criada há 12 anos por Caetano e, segundo o fundador, desde que surgiu tem um propósito maior que o da brincadeira, que já expunha em livros de cordéis. "Criamos com o objetivo de não agressão às mulheres e dizer que as únicas alternativas se você for traído são aceitar ou deixar a mulher", explicou.
Uma vez corno, sempre corno
Questionado se já foi traído, ele responde: "fui não, sou". E ainda conta vantagem de ter tido oito mulheres e 18 filhos. "São todos meus, têm meu nome e ninguém toma". Quanto à atual mulher, ele reclama da possibilidade de não fazer jus à fama. "Vivo com uma mulher e estou com vontade de processar ela porque ela não quer me trair", brincou.
Fonte - G1 - Ceará
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