o mar do poeta

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sexta-feira, março 18

SAUDADE


Saudade: 
  Ó saudade vai embora, deixa-me ser quem sou, dá-me força para viver tudo o que comigo se passou. 
  Que sofrimento, meu Deus, que me faz tanta dor, eu vos peço a vossa ajuda, ajudai-me por favor. 
  Árvores foram plantadas, que eu visitei neste dia, eu peço a Deus que elas cresçam e me tragam alegria. 
  Elas se chamam João, nome por mim, tão amado, que guardo no coração, num cantinho bem guardado. 
  Que eu as possa visitar, acompanhando o seu crescer, que elas me possam falar, tudo o que eu quero saber. 
  Quero que essas árvores cresçam, sempre viradas ao céu, pois decerto está por lá, alguém que sempre há-de ser meu. 
  Foram, horas, foram dias, foram tantos anos, que bem juntos partilhamos tudo sem dúvidas nem enganos.
  Eu vou pedir aquela árvore, que mesmo longe está perto, se quer ser o meu abrigo, no meu caminho deserto. 
  Ando por cá, magoada, não sou sim, nem sou não, minha alma está sofrida e partido meu coração. 
  Ouvindo o que me pediste, eu vou assim caminhando, com a esperança e certeza que Deus me vai ajudando. 
  Sei que não estou sozinha, nesta minha caminhada tenho a tua companhia ao longo da minha estrada. 
  O tamanho da minha estrada, só Deus me pode dizer, mas o que me está destinado decerto que vou fazer. 
  Continuando a caminhar, e a esperança por companhia, vai a fé para me ajudar, talvez para encontrar um pouquinho de alegria. 
  Apertada no abraço da vida que continua, passe eu por onde passe, continuarei sempre a ser tua. 
  Quando chegar a minha hora, e me for daqui embora, carregando minha cruz, vou pedir ao meu bom Deus, que me leve junto a ti, para o céu junto a Jesus.

Artigo da minha estimada Amiga Generosa Baptista, recordando seu saudoso esposo.


Um comentário:

Catarina disse...

Bonito e muito sentido.