
Capote Alentejano protege das baixas temperaturas sentidas em Portugal e é moda na Europa
JORNAL DIÁRIO DO SUL Terça, 12 Janeiro 2010 09:53
Os longos e quentes capotes alentejanos são por esta altura do ano muito procurados para fazer face às baixas temperaturas, mas nem todos se podem proteger da "cabeça aos pés" envergando este traje.A única fábrica de capotes no sul do país localiza-se na freguesia de Santa Eulália, no concelho de Elvas. É ali que centenas de capotes começam a ser confeccionados logo no Verão para que nesta altura do ano possam ser vendidos em todo o território nacional, noutros países da Europa e na América. José Alpedrinha começou a fazer capotes quando tinha apenas 18 anos de idade. Aprendeu com o pai que era alfaiate e dirige a empresa alentejana que já assinala cinquenta anos de actividade na feitura destes agasalhos. Na época alta de produção fazem entre quinze a vinte capotes por dia. Neste Inverno, a fábrica de José Alpedrinha já confeccionou mais de 700 capotes.
"Já chegámos a ter aqui na empresa setenta trabalhadores. Agora são só sete", conta à agência Lusa José Alpedrinha, ao mesmo tempo que acrescenta que "o negócio vai bem e não tem sentido a crise".
Cada capote representa quatro horas de trabalho, só na parte da costura, e o preço não está acessível a todas as bolsas: "os capotes variam entre os 200 e os 300 euros, sendo mais caros os que têm gola de raposa", justifica.
"O capote vende-se no Alentejo desde o início do século passado. Antigamente era vestido por agricultores e trabalhadores rurais. O capote cinzento escuro era para os senhores das terras - os latifundiários, os castanhos eram típicos dos habitantes do Redondo e Reguengos de Monsaraz e o verde, que é uma cor recente, foi feito a pensar nas senhoras espanholas e nos caçadores", explicou José Alpedrinha.
Outrora a matéria-prima, o burel, provinha das indústrias de lanifícios da Beira Baixa. "Agora isso acabou. O burel já só é feito em Castanheira de Pêra, única fábrica em Portugal", conta.
O capote alentejano foi deixando as verdejantes planícies alentejanas e instalou-se no guarda-roupa das grandes cidades da Europa e metrópoles mundiais "há capotes feitos por mim em Paris, Londres e até na América, principalmente no Canadá onde faz mais frio".Apesar do sucesso do capote alentejano, José Alpedrinha recusa vulgarizar o uso desta peça de vestuário, "gostava que se conservasse selectivo. Não concordo que seja generalizado e que cause impacto pela sua popularidade". José Alpedrinha orgulha-se de já ter vestido o capote alentejano a diversas individualidades.
"O doutor Mário Soares, Jorge Sampaio, José Saramago, entre muitos outros". Orlando Redondeiro tem uma loja em Estremoz (Évora) onde vende este tipo de artigos. O frio rigoroso do passado mês de Dezembro levou à ruptura do stock de capotes que tinha para venda.
"Em poucos dias vendi cerca de cinquenta capotes. Este é um artigo que tem tido muita procura nos últimos anos. Os clientes são da zona de Lisboa e há também muitos espanhóis que vestem os capotes verdes para as montadas que realizam no país vizinho", diz com satisfação Orlando, que também veste o capote desde os sete anos de idade.
Em Macau, havia o deputado Roque Choi, meu amigo pessoal e grande amigo dos portugueses, que durante o inverno, usava sempre o capote alentejano.
"Em poucos dias vendi cerca de cinquenta capotes. Este é um artigo que tem tido muita procura nos últimos anos. Os clientes são da zona de Lisboa e há também muitos espanhóis que vestem os capotes verdes para as montadas que realizam no país vizinho", diz com satisfação Orlando, que também veste o capote desde os sete anos de idade.
Em Macau, havia o deputado Roque Choi, meu amigo pessoal e grande amigo dos portugueses, que durante o inverno, usava sempre o capote alentejano.
2 comentários:
Meu querido amigo
Ver o capote alentejano...faz-me voltar às origens.
Beijinhos carinhosos de Alentejana para Alentejano.
Sonhadora
Com os frios que se têm feito sentir por este alentejo nada melhor que estes capotes alentejanos, o nosso querido pai usava-o sempre durante o inverno, noutros tempos era um agasalho comum, hoje em dia é mais abrigo dos ricos.
Postar um comentário