O Grêmio Esportivo Brasil, mais conhecido como Brasil de Pelotas, é um clube de futebol brasileiro da cidade de Pelotas, no estado do Rio Grande do Sul.
O Grêmio Sportivo Brasil passou a existir em 7 de setembro de 1911, mas a história dele é mais antiga que a fundação. Tudo começou no início do século XX, no Sport Club Cruzeiro do Sul, que era dirigido por funcionários da extinta Cervejaria Haertel, em Pelotas. Apesar do âmbito social, nem todos os mantenedores da agremiação conviviam em harmonia, e de uma discussão nasceu o rubro-negro.
O episódio aconteceu na sede do Cruzeiro do Sul, que ficava ao lado da fábrica. Certo dia, enquanto alguns colaboradores colocavam uma cerca ao redor do campo, os atletas apareceram para treinar. Automaticamente o time foi convocado a cooperar com a obra e adiar o treinamento. Mas o pedido imposto não agradou aos jogadores, que, frustrados, foram embora.
Dois daqueles rapazes, que pertenciam ao elenco do Cruzeiro do Sul e foram praticamente obrigados a abandonar o treino, saíram caminhando juntos até parar em um terreno no centro de Pelotas para discutir a idéia de criar uma nova equipe de futebol. Os dois inconformados eram Breno Corrêa da Silva e Salustiano Brito, e, por ironia do destino ou não, o terreno onde eles pararam para conversar ficava bem próximo do local que hoje todo mundo conhece por Baixada, o estádio Bento Freitas.
Imediatamente após aquele diálogo, Breno e Salustiano resolveram marcar uma reunião para a fundação de um novo clube. O tal encontro aconteceu na casa do pai de Salustiano, no prédio número 56 da Rua Santa Cruz (centro de Pelotas). Passadas algumas assembléias, foi formada a primeira diretoria com Dario Feijó, presidente; Silvio Corrêa da Silva, vice; Walter Pereira, 1º secretário; Raymundo do Rego, tesoureiro; Breno Corrêa, adjunto; e os diretores Manoel Joaquim Machado, Ulysses Carneiro, Manoel de Souza, Nicolau Nunes, Paulo Castro e Mário Reis.
E no dia 7 de setembro de 1911, dia da independência do país, estava fundado o Grêmio Sportivo Brasil. Com ‘S’ mesmo, como se grafava na época.
Fundação
O Brasil de Pelotas foi fundado no dia 7 de setembro de 1911. A história do clube teve início após de uma divergência entre dirigentes e jogadores do Sport Club Cruzeiro do Sul, que era mantido e dirigido por funcionários da Cervejaria Haertel. Dois atletas do Cruzeiro do Sul, Breno Corrêa da Silva e Salustiano Brito, resolveram marcar uma reunião de fundação de um novo clube, que teve como local o prédio de nº56 da rua Santa Cruz, em Pelotas, residência do Sr. José Moreira de Brito (pai de Salustiano).
A primeira diretoria do Brasil ficou assim estabelecida:
Presidente: Dario Feijó
Vice-presidente: Silvio Corrêa da Silva
Primeiro secretário: Walter da Rocha Pereira
Tesoureiro: Raymundo Pinto do Rego
Adjunto: Breno Corrêa
Diretores: Manoel Joaquim Machado, Ulysses Dias Carneiro, Manoel Ribeiro de Souza, Nicolau Nunes, Paulinho Dias de Castro e Mário Reis.
Ficou decidido que as cores da camiseta do novo clube seriam verde e amarela. Possivelmente, a escolha tenha sido o primeiro fato histórico da rivalidade com o Esporte Clube Pelotas, pois o fardamento de ambos era semelhante. Por isso, o Brasil resolveu adotar as cores do Clube Diamantinos (vermelho e preto), já que o Pelotas havia escolhido as cores do Clube Caixeral (azul e amarelo) para seu uniforme.
O Brasil foi o campeão da primeira edição do Campeonato Gaúcho (que reunia os campeões da região Pelotas/Bagé e Porto Alegre/São Leopoldo), em 1919. Para disputar a final, o Brasil foi campeão regional invicto, com a seguinte campanha: 3x0 Rio Branco, 8x0 União, 3x2 Ideal e 6x1 Guarany.
Ao se tornar campeão da Segunda Região e do Campeonato de Pelotas - LPF, o Brasil disputou a final contra o campeão da Primeira Região e do Campeonato de Porto Alegre - APAD, o Grêmio. No dia 9 de novembro de 1919, o Xavante venceu o time da capital por 5 a 1, em Porto Alegre, gols de Proença (3), Alvariza e Ignácio para o Brasil, e Máximo, para o Grêmio.
O jogo foi realizado no Estádio da Baixada, no Moinhos de Vento, com a presença de mais de três mil torcedores. O Brasil precisou fazer uma viagem de navio a vapor de 16 horas entre Pelotas e Porto Alegre. O jornal porto-alegrense Correio do Povo registrou a ampla superioridade do time Xavante durante o jogo. A escalação dos times que disputaram a final do Campeonato Gaúcho de 1919 foi:
Brasil: Frank; Nunes e Ari Xavier; Floriano, Pedro e Babá; Farias, Ignácio, Proença, Alberto e Alvariza.
Grêmio: Demétrio; Pinto e Ary; Chiquinho, Dorival e Assumpção; Gertum, Lagarto, Máximo, Meneghini e Bruno.
Antes de retornar à Pelotas, o Brasil jogou contra a Seleção de Porto Alegre, no dia 11, e empatou por 3 a 3. O árbitro deste jogo foi Florêncio Ygartua, hoje nome de rua em Porto Alegre.
Após o retorno dos jogadores a Pelotas, a delegação campeã foi recepcionada por milhares de torcedores no porto de Pelotas. Houve queima de fogos e uma passeata até a Praça Cel. Pedro Osório, onde foram prestadas homenagens aos campeões.
A escolha do Índio Xavante como mascote rubro-negra passa pela rivalidade do GE Brasil com o EC Pelotas. Aconteceu em 1946, no clássico BRA-PEL que decidira o título do Campeonato Citadino daquele ano. O time da Baixada, que estava jogando fora de casa, foi para o intervalo perdendo por 3 a 1 e com um jogador a menos em campo.
Na volta para a segunda etapa tudo parecia perdido. O técnico Teté, que comandava o Brasil naquele jogo, chegou até ameaçar tirar a equipe de campo. Mas os torcedores rubro-negros não deixaram, pelo contrário eles empurraram time para uma virada histórica. A partida terminou num impressionante 5 a 3, em uma das mais suadas e emocionantes das tantas vitórias que o Brasil já conquistou sobre o rival da avenida.
Após o apito final, a torcida vencedora não se aguentou nas arquibancadas, atropelou o alambrado e invadiu o campo para comemorar. Vendo toda aquela euforia, quase que descontrolada, um dirigente áureo-cerúleo comparou a festa em vermelho e preto ao filme "Invasão dos Xavantes" (em cartaz nos cinemas de Pelotas na época) dizendo: "eles foram um bárbaros ao final do jogo, pareciam uns Xavantes".
Irreverente que é, a torcida rubro-negro ignorou o tom pejorativo da expressão e adotou a simpática e querida figura do Índio Xavante como mascote do Brasil.
Meus sinceros parabéns a este grande clube e a todos os seus associados.
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