SAMPANA - TANCAR

Sampanas são embarcações de pequena dimensão, de construção naval chinesa e de boca aberta, a remos ou a motor, normalmente utilizadas para navegação em águas abrigadas.

Sampana ou Tancar

Uma sampana (chinês:舢舨; pinyin: shānbǎn) é uma embarcação de origem chinesa, de madeira, com o fundo relativamente plano, variando as suas medidas entre 3,5 e 4.5 metros de comprimento.

Algumas sampans incluem um pequeno refúgio a bordo, e pode ser utilizado como uma habitação permanente em águas interiores.

Sampans são geralmente utilizados para a pesca ou de transporte, nas zonas costeiras ou rios. É raro que um sampana possuir vela ou navegar loge da costa em virtude de não ter meios para sobreviver em caso de más condições climatéricas.

A palavra "sampana" literalmente significa "três pranchas", em cantonense, a partir das palavras sam (三, três) e pan (板, prancha). O termo se refere à concepção do casco, que consiste de um fundo plano (feito a partir de uma prancha) que aderem a dois lados (as outras duas pranchas).

As sampanas podem ser impelidos remos cruzados ou remos normais ou algumas com um único remo longo, chamado de Yuloh, o qual se utiliza balançando-o, porém, nos dias de hoje muitas delas são já equipas com motor.

Uma sampana junto a um tancar que serve de habitação aos pescadores de menos posses, hoje assim se podem ver no porto de Macau.


Tráfego marítimo no porto interior de Macau

Nesta foto pode ver-se uma tancareira (condutora de tancar) usando o tal remo yuloh.

Esta sampana serve igualmente de habitação, neste caso concreto no Vietname.

Geralmente em Macau este tipo de embarcação serve de táxi marítimo, que transporte os pescadores de suas embarcações para terra. Existem também sampanas que são pequenos restaurantes ou pequenas mercearias, mas hoje em dia já são raras, em Macau.

Uma miúda conduzindo uma sampana, este tipo de embarcação, é usado em muitos países da Ásia, tais como a Malásia, Hong-Kong, Vietname, Laos e Tailândia.

Depois de ingressar na Polícia Marítima e Fiscal e passado um curto período de instrução em terra seguimos para a aprendizagem do serviço de bordo, efectuada numa vedeta da classe “Bravo”.

Num desses dias de instrução marítima, após vinte e quatro horas de serviço contínuo cansados e cheios de sono, tivemos de ir para a doca D. Carlos I, para mais duas horas de aulas de remo em uma sampana!

Meu camarada L... “pesos pesados” e eu entramos de imediato para a sampana começando a remamar pelas turvas e escuras águas da doca.

Depressa o L... se cansou e sem outra alternativa continuei a remar mas agora sozinho.

Reparei que o mestre Belmiro, dos Serviços de Marinha, ia acompanhando os nossos movimentos. Solicitamos então para dar a aula por terminada pois já tinha passado quase uma hora e estavamos completamente esgotados.

O mestre acedeu ao meu pedido e remamos para o cais para desembarcar.

Encostada a sampana à muralha, rapidamente saltei para terra. O L... em vez de saltar para terra, apoiou as mãos na muralha, o que afastou o barco.

Como estava de pé, desiquilibrou-se e foi borda fora para o mar, enterrando-se no lodo mal cheiroso, de cabeça para baixo, porque a maré estava bem baixa.

Ao ver o sucedido não me pude conter as gargalhadas…embora pareça ridícula esta situação com um camarada fardado de pernas para o ar e a cabeça no lodo, não me ocorreu na altura qualquer ideia em ir ajuda-lo.

Foi quando uma voz áspera se fez ouvir. Era um Oficial da Marinha, que da janela da sua casa, situada na doca, me chamou a atenção para auxiliar o meu camarada.

Com um croque bastante comprido consegui voltar o L... o que lhe permitiu segurar no mesmo e puxar para a muralha. Vinha totalmente coberto de lodo fedorento, sem o boné que tinha ficado ali enterrado.

O Oficial comunicou ao meu camarada para se dirigir a sua casa para tomar um duche e vestir um “macacão “.

Telefonei para o comando solicitando uma viatura para o levar para casa, devido ter sido vitima de um acidente de instrução inesperado.

Este caso acabou por ser muito falado servindo de lição para todos os que andam no mar sem se empenharem totalmente no seu esforço e trabalho.

O incidente serviu ainda de lição ao L..., mas infelizmente por pouco tempo. Lento no raciocínio e preguiçoso no agir, sofreu mais tarde vários acidentes que reportaremos.

Terminava desta maneira um tanto inglória a primeira lição de aprendizagem de remo em sampana!