VOLVIDOS DOIS MESES E 4 DIAS APÓS TER SIDO SUBMETIDO À OPERAÇÃO
Volvidos que são dois meses e 4 dias após ter sido operado, o articulista, como se pode ver nas fotos acima inseridas, apresenta a mão neste estado, embora tenha já efectuado várias sessões de fisioterapia.
Por vezes a mão e os dedos ficam inchados e durante a noite, as dores vêem, sem qualquer explicação plausível.
Os médicos que efectuaram a operação, informaram que a mesma foi realizada com sucesso, porém a recuperação essa é lenta e levará cerca de seis meses até as coisas ficarem compostas, na melhor das hipóteses.
O articulista, hoje, tem a mão inchada, sentido que os ligamentos se contriem, causando uma sensação de mau estar, que parece ter cola colocada nas mãos!...
Paciência e muita calma vai tendo o articulista, oxalá que todo este processo fique concluindo em breve, Deus me ouça!....
A enfermidade de Dupuytren seria uma doença fibroproliferativa de causa desconhecida, de origem genética com um componente mendeliano dominante, ocorrendo primariamente em povos bárbaros originários do Norte da Europa, mais precisamente os celtas. Pelo processo de imigração, chegaram ao Sul da Europa,
Arquivos de Neuro-Psiquiatria
Arq. Neuro-Psiquiatr. vol.57 n.3B São Paulo Sept. 1999
doi: 10.1590/S0004-282X1999000500020
DOENÇAS DE DUPUYTREN E DE LEDDERHOSE ASSOCIADAS AO USO CRÔNICO DE ANTICONVULSIVANTES
RELATO DE CASO
PATRÍCIA CORAL*, ALESSANDRA ZANATTA*, HÉLIO A. G. TEIVE***, YLMAR CORREA NETO**, EDISON MATOS NÓVAK****, LINEU CÉSAR WERNECK*****
RESUMO ¾ Relatamos o caso de um paciente que após uso crônico de anticonvulsivantes, sem epilepsia definida, desenvolveu contraturas das aponeuroses palmar (doença de Dupuytren) e plantar (doença de Ledderhose). Discutimos as principais dessas complicações, os fatores predisponentes e sua estreita relação com o uso de anticonvulsivantes, particularmente de fenobarbital.
Arq. Neuro-Psiquiatr. vol.57 n.3B São Paulo Sept. 1999
doi: 10.1590/S0004-282X1999000500020
DOENÇAS DE DUPUYTREN E DE LEDDERHOSE ASSOCIADAS AO USO CRÔNICO DE ANTICONVULSIVANTES
RELATO DE CASO
PATRÍCIA CORAL*, ALESSANDRA ZANATTA*, HÉLIO A. G. TEIVE***, YLMAR CORREA NETO**, EDISON MATOS NÓVAK****, LINEU CÉSAR WERNECK*****
RESUMO ¾ Relatamos o caso de um paciente que após uso crônico de anticonvulsivantes, sem epilepsia definida, desenvolveu contraturas das aponeuroses palmar (doença de Dupuytren) e plantar (doença de Ledderhose). Discutimos as principais dessas complicações, os fatores predisponentes e sua estreita relação com o uso de anticonvulsivantes, particularmente de fenobarbital.
PALAVRAS-CHAVE: doença de Dupuytren, doença de Ledderhose, anticonvulsivantes.
A contratura palmar foi inicialmente descrita por Cooper na Inglaterra e Boyer na França por volta de 1823. Entretanto coube ao Barão Guillaume de Dupuytren, ao descrever em 1832 os resultados da fasciotomia palmar, a honra do epônimo1. A contratura ou doença de Dupuytren é caracterizada pela degeneração de fibras elásticas, espessamento e hialinização do feixe de fibras de colágeno da fáscia palmar, com formação de nódulos e contração da fáscia1. Em pacientes com doença de Dupuytren, lesões semelhantes na fáscia plantar medial (doença de Ledderhose) ocorrem em 5 a 10% dos casos e na fáscia profunda do pênis (doença de Peyronie) em 1 a 3%. A doença de Dupuytren incide mais frequentemente em homens entre a 5 ª e 7ª décadas de idade, principalmente de origem escandinava ou celta, sendo rara em negros e asiáticos.
Descrevemos o caso de um paciente que fez uso prolongado de anticonvulsivantes, sem epilepsia definida, e que desenvolveu as doenças de Dupuytren e de Ledderhose de forma intensa e simétrica.
RELATO DO CASO
JR, masculino, branco, 44 anos, pedreiro, refere episódio único de crise convulsiva generalizada tônico-clônica aos 19 anos, após ingestão excessiva de álcool etílico. Desde então vem fazendo uso diário de 100 mg de fenobarbital, 100 mg de fenitoína e 10 mg de diazepan. Há 23 anos começou a observar contratura da região palmar e plantar bilateralmente, que vem progressivamente se intensificando. Nega história familiar. O exame físico revelou contratura importante de ambas as fáscias palmares e plantares .
O exame neurológico não evidenciou alterações. A investigação complementar incluiu eletroencefalograma, eletromiografia e estudo das conduções nervosas que tiveram resultados normais. Após reavaliação do quadro clínico, sem evidência de epilepsia e com crise convulsiva única relacionada ao uso de álcool, foram suspensas as medicações anticonvulsivantes. O paciente foi submetido a correção cirúrgica das contraturas e um fragmento da fáscia plantar retirado, apresentou fibromatose ao exame anátomo-patológico.
DISCUSSÃO
DISCUSSÃO
A etiologia das doenças de Dupuytren e Ledderhose permanece incerta. Diversos estudos têm mostrado associação com doença hepática alcoólica, drogas anticonvulsivantes, trauma, diabetes melitus, além de uma forma familiar autossômica dominante.
Estudos de Féré e Fracillon, publicados em 1902, sobre os dedos e aponeuroses palmares de pacientes epilépticos não mostraram qualquer relação entre epilepsia e a doença de Dupuytren.
Desde o início do século, tem sido descrita a associação dos barbitúricos com desordens do tecido conectivo, incluindo ombro congelado, doença de Dupuytren, nódulos palmares, fibromas plantares ou doença de Ledderhose, doença de Peyronie, e dores generalizadas. Mas como tais desordens são comuns na população em geral uma relação causal com as drogas antiepilépticas tem sido provável mas não certa3. Lund, em 1941, observou incidência de 50% (em 190 homens) e 25% (em 171 mulheres) de doença de Dupuytren em epilépticos; já Skoog, em 1948, encontrou 42 % de epilépticos acometidos.
Em pacientes não epilépticos a incidência de doenca de Dupuytren tem sido estimada entre 0,5% (mulheres na menopausa), 1 % (homens adultos jovens), 9% (mulheres acima de 75 anos) e 18% (homens acima de 75 anos). Critchley e col. em 1976 relataram incidência de 56% em 361 pacientes epilépticos crônicos e todos haviam recebido barbitúricos como monoterapia ou em combinação com outras drogas. Nenhum dos 19 pacientes que não haviam sido tratados com barbitúricos apresentaram contraturas11. Alguns autores acreditavam ser a contratura relacionada com o tipo de epilepsia, sua duração e tempo de tratamento.
Mattson e colaboradores em 1989 demonstraram o desenvolvimento da doença de Dupuytren em 7 de 10 pacientes epilépticos no primeiro ano de tratamento com anticonvulsivantes, sugerindo que o efeito não requer décadas do uso de drogas. Quando analisamos as diferentes combinações de anticonvulsivantes temos alta incidência da doença se nos restringimos ao uso de fenobarbital, fenitoína e primidona. Entretanto se o fenobarbital for excluído, o risco de adquirir a doença cai dramaticamente.
Diversos estudos têm indicado que o processo da doença pode ser revertido se a terapia é descontinuada3,9,12. Blanquart e colaboradores observaram que 11 de 16 pacientes melhoraram dentro de 1 a 4 meses após a terapia com fenobarbital ter sido suspensa e os outros melhoraram mais tarde12. O grande aumento de relatos desta doença após 1940, entre pacientes epilépticos, demonstra que a gênese da contratura seja relacionada com a introdução no mercado dos medicamentos anticonvulsivantes.
Neste relato, o paciente fez uso indevido por 25 anos de fenobarbital, fenitoína e diazepam e desenvolveu contraturas palmares e plantares de forma acentuada, sugerindo a associação com os anticonvulsivantes utilizados cronicamente.
FONTE - Associação dos Arquivos Neuroticos, com a devida vénia.
Título: Contratura de Dupuytren: tratamento cirurgico pela tecnica "open palm". / Dupuytren's contracture: surgical treatment by the open palm technique
Fonte: Ceará méd;3(1):13-7, 1981.
Resumo: Na contratura de Dupuytren ocorre, alem do comprometimento da aponeurose palmar, com retracao de um ou mais dedos, um encurtamento da pele suprajacente. O autor cita varias tecnicas cirurgicas propostas para correção da retração digital, a compensação do encurtamento cutaneo. Com maiores detalhes e comentada a tecnica "open palm", descrita por McCash, a qual resolve o problema cutaneo deixando aberta a ferida ao nivel da prega palmar distal, que cicatriza por epitelização a partir dos bordos.
A mobilização da mão é recomendada após o sétimo dia pós-operatório, não sendo necessário tratamento em clinica de fisioterapia. O paciente usa uma ferula nocturna durante o periodo de cicatrização. O autor operou três casos pela técnica "open palm", no periodo de um ano, sem complicações pós-operatórias. Dois destes, actualmente com onze meses e dois meses, respectivamente, já apresentam recuperação funcional total das mãos. O outro se encontra em fase de cicatrização pós-operatória.
(Artigo copilado do Ceará Med, com a devida vénia)
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O autor do artigo, acima exposto, Castro, O. C. é bem ilucidativo, porém os factos que relata, não tem parecenças com o que se passaram com o articulista, não sabendo até se a operação decorreu de palma aberta, uma pergunta a fazer, em breve aos cirugiões que efectuaram a operação.
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