o mar do poeta

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sábado, fevereiro 6

MUKDAHAN - IGREJA NOSSA SENHORA DOS MARTIRES DA TAILÂNDIA




O articulista é uma pessoa nada sedentária, antes pelo contrário, adora viajar e conhecer a fundo os porquês das coisas, que vê e por onde passa.


Neste imenso e belo país, cheio de riquezas naturais, de praias paradísicas, de diversão e de imensa cultura que a Tailândias possui, existem sempre locais que nos despertam mais à atenção, e não são comuns ao um turista normal.

Mas, o articulista, sempre atento ao que rodeia, procura visitar esses locais de interesse e deles dar conhecimento, através deste seu parco blog.


O caso presente é a Igreja de Nossa dos Martires Tailandeses, também conhecida por Wat (mosteiro) Ban Song Khon, que se situa nas marges do Rio Mekong e dista 6 kms. da aldeia de Wan Yai e 25 kms. da cidade Mukdhan, capital da província de Mukdhan.





É uma igreja católica e a mais bela e a maior existente de todo o Sudoeste Asiático, o seu estilo arquitectónico moderno, lhe mereceu o galhardão em 1996, por parte da Associação dos Arquitectos Siamenes.






Foi construída para honrar 7 cristãos que sacrificaram as suas vidas para proteger a religião. As figuras em cera dos 7 mártires, que contém as suas cinzas, encontram-se expostas no interior da igreja.

Os Mártires da Tailândia (também conhecidos pelos Sete Beatos mártires de Songkhon) foram sete católicos tailandeses executados em Songkhon, Tailândia em Dezembro de 1940 pelas forças policiais locais. Eles foram beatificados pelo Papa João Paulo II em Roma em 22 de Outubro de 1989.

É uma história emocionante que começou na aldeia católica de Songkhon, a única católica da Tailândia, situada nas margens do Rio mekong, lado tailandes,no Nordeste do país. Os habitantes de Songkhon eram todos católicos e desde o início pertenciam à Arquidiocese de Thare-Nongseng.

Philip Siphong
Irmã Agnes
Maria Phorn

O ano de 1940 foi uma época de medo e insegurança em muitas áreas do mundo. O nazismo estava em marcha na Europa e na Ásia, o imperialismo estava-se espalhando rapidamente. Na Tailândia, as pessoas se sentiam ameaçadas e receosas, devido a serem crente do cristianismo, servindo assim como de bode expiratório, embora o catolicismo tenha já sido introduzido na Tailândia, pelos portugueses, à mais de 350 anos. Nesta atmosfera tensa o povo tailandes, geralmente tolerante, abandonou essa postura e começou a efectuar uma perseguição religiosa, nunca vista.





AS MARGESN DO RIO MEKONG, ONDE SE SITUA A IGREJA.


Assim aconteceu, no inverno do ano de 1940, as forças policiais instalaram-se em Songkhon, o seu primeiro acto hostil foi banir as práticas religiosas católicas tendo preso e deportado o páraco da aldeia. Fortemente armados, os policias, iam de porta em porta, intimidando os fiéis e ordenando-lhes a abandonarem a sua crença e sua fé em Cristo.

Estas intimidades por parte das forças policiais, criaram ao aurea de nervosismo e de recio por parte dos fiéis, mas mantiveram a calma e sua firmeza em relação à sua fé.

Na aldeia de Songkhon moravam duas irmãs eram que pertenciam à Congregação dos Amantes da Santa Cruz: a Irmã Agnes e Irmã Lúcia e um excelente catecista, o senhor Philip Siphong, que desde a deportação do páraco, se sentiam responsáveis pela comunidade católica e da escola que tinham a seu cargo.

O Senhor Siphong, sem receio de represálias, foi dando apoio moral a todas as pessoas preocupadas com a situação, visitando casa a casa e orando junto delas, incotindo-lhes palavras de incentivo e fortalecimento de sua fé.

Os agentes policiais ao terem conhecimento dos actos praticados pelo Senhor Philip Shiphong, ficaram furiosos, considerando esses actos como actos de rebeldia e decidiram eliminado.
No início do mês de Dezembro do ano de 1940, o Senhor Philip foi recebedor de uma carta enviada pelo chefe da polícia da cidade de Mukdahan, solicitando a sua presença, na esquadra da cidade.

Muitas pessoas ao terem conhecimento dessa carta, advertiram o Senhor Philip, pedindo-lhe para não confiar no conteudo da missiva, visto haverem na aldeia muitas pessoas de má fé, tendo-o igualmente informando que a intenção dos policias, era de mata-lo. No entanto, este bom homem disse ao povo que, se fosse esse o caso, então, Philip Siphon estava preparado para morrer por sua fé.

Passados uns dias seguiu para a cidade de Mukdahan, escoltado por vários agentes policiais, mas não chegou à cidade, visto os agentes policiais o terem levado para uma floresta.


No dia 16 de Dezembro do ano de 1940, foi morto pelos policiais, tornando-se assim o primeiro dos sete mártires da Tailândia.

Quando as duas irmãs Agnes e Lúcia tiveram conhecimento da morte do seu fiel catecista, ambas ficaram imensamente tristes e muito assustadas. Mesmo assim, continuaram a sua orientação católica e a dar aulas ao povo da aldeia. Todos os dias as crianças da aldeia iam até à escola e lhes era ensinado o catolicismo e muitas delas entravam e passavam a seguir os ensimentos católicos.

Os agentes da polícia não baixaram os braços após a morte do Senhor Philip, e, continuou a fazer pressão, sobre as Irmãs e da comunidade local.Para obterem resultados positivos, assustavam as pessoas disparando suas armas, para o ar, e gritando com as pessoas.Iam igualmente recordando a morte do Senhor Philip e diziam às pessoas, que elas seguiriam o mesmo caminho, caso não acatessem as ordens.

As crianças, como toda a gente da aldeia, andavam aterrorizadas, mas as Irmãs incentivava-as dizendo-lhes que se a polícia as matasse seriam mártires de Jesus.

No dia de Natal, o Chefe da polícia de Songkhon, o senhor Lue, foi até a casa das duas irmãs, tendo verificado que elas estavam instruindo algumas crianças na fé católica e ficou furioso, tendo repreendido as duas irmãs e avisando-as para não falarem mais sobre Jesus, dizendo-lhes também, que as mataria caso continuassem a mencionar o nome de Deus.

A irmã Agnes, que era a irmã mais velha, consciente de seu papel, ficou indignada, enfrentando o policial dizendo: "Senhor polícia, você quer dizer que irá matar-nos porque somos católicas e fiéis à nossa fé católica. É isso que quer dizer, Senhor policia?"

O senhor Lue, o agente policial, respondeu: "Sim eu o farei, e matarei a todos vós se continuarem a falar de Deus." A Irmã Agnes com indignação, levantando-se e em alta voz, disse ao oficial: "Tenha certeza que você tem armas suficientes e balas."

Tenho armas e balas suficientes para matar todos vocês". replicou.
"Então, verifique bem as armas, para que as balas não fiquem encravadas", contrapôs a brava Irmã Agnes,
"Sim, nós o faremos.". Concluído o, policial.

Na noite desse mesmo dia de Natal, as Irmãs preparam um pouco de óleo de coco e enviaram um pequeno frasco para a esquadra de polícia para que eles pudessem limpar os canos de suas armas. Em seguida, as irmãs começaram a preparar-se corajosamente, orando e cantando hinos.

No final daquela mesma noite, a nossa inspiração Irmã Agnes sentou-se e escreveu uma carta para a polícia. É um documento de extrema simplicidade que a seguir introduzirei. "Para o chefe de polícia em Songkhon.
Ontem à noite,após ter-mos recebido a sua ordem deixar-mos de falar sobre o nome de Deus, o único Senhor de nossas vidas e mentes, que nós adoramos apenas. à dias atrás o senhor nos disse que não iria acabar com o nome de Deus e ficámos radiantes, de tal forma que passamos em envergar os hábitos religiosos, demosntrando desta forma que somos serviçais de Deus.

Fazemos e professavos a religião de Cristo que é a única religião verdadeira. Portanto, gostaríamos de dar a nossa resposta à sua pergunta, feita ontem à noite, que nós não tivémos a oportunidade de responder, porque não estavamos preparadas para isso.

Agora nós gostaríamos de vos dar a nossa resposta. Estamos pedindo para você realizar a ameça que nos dirigiu. Por favor, não demora mais tempo. Por favor, cumpra a a sua ameaça: Estamos prontas para dar as nossas vidas por Deus, tal como Ele a deu por nós. Nós não queremos ser as presas do demônio. Por favor, cumpra a sua ameça.

Por favor, abra-nos as portas do Céu, para que possamos confirmar que fora da religião de Cristo, ninguém pode ir para o céu. Estamos bem preparadas.

Quando esse dia chegar iremos lembar de si, como tal tenha piedade de nossas almas. Nós lhe ficaremos gratas por isso. E no último dia iremo-nos ver cara a cara.

Não espere para ver, por favor.

Nós somos: Agnes, Lucia, Phuttha, Budsi, Buakhai, Suwan. Gostaríamos de sermos portadoras de uma pequena cruz, porque nós a amamos imenso.

" Já aliviamos as nossas mentes, caro senhor. "

Esta carta é simples, mas comovente e poderosa, tal Evangelho de fé que nos lembra que a fé testemunhada no início da Igreja no tempo dos romanos ainda está viva e cheia de energia na Tailândia, nos dias de hoje.

A polícia reagiu rapidamente. Na tarde seguinte do 26 de Dezembro de 1940, na festa de Santo Estevão,o primeiro mártir, chegaram os policias gritando: "Vocês está prontas; Irmãs? Caso afirmativo irão direitinhas para o fundo das águas do rio Mekong".
Mas a irmã Agnes objectou: "Não, esse não é o lugar para nós a morrer por Cristo. Temos de ir para um cemitério, o um lugar sagrado".

E, em fila, caminhavam para o cemitério, cantando hinos.

"Adeus, estamos indo para o céu, nós vamos nos tornar mártires de Cristo".

Como essas mulheres corajosas e nobres nos fazem lembrar novamente dos mártires de Roma antiga, alegremente entrando na arena para o amor de Jesus Cristo.

Ao ver a polícia marchando com os filhos e irmãs para o cemitério, o povo da aldeia percebeu que a polícia iria matá-los lá. Eles também seguiram as Irmãs e os seus companheiros que desejam morrer com eles. No entanto, a polícia ia afastando, à corunhada, o povo, dizendo com raiva;

"Temos apenas a intenção de matar os que vão na fila".

Uma jovem garota chamada Suwan era um dessas que seguia na fila . Ela estava disposta a se tornar uma dos mártires de Cristo, mas seu pai, ao ter conhecimento do que estava acontecendo correu para o local para resgatar sua filha. A Suwan, agarrando-se às roupas da Irmã Agnes pedindo-lhe;

"Madre Inês, ajude-me por favor, eu quero morrer com você e ir para o Céu".

"Mas você é jovem demais para morrer", disse o pai dela, e agarrando-a levou-a de volta para casa onde a trancou em num quarto.

À chegada ao cemitério, as mulheres corajosos ajoelharam-se ao lado de um tronco de árvore caído. Em seguida, continuaram orando e cantando hinos numa atmosfera, quase celestial.

Irmã Agnes virou-se e dirigiu-se ao policial; "Você pode nos matar, mas você não pode matar a Igreja, e você não pode matar Deus. Certo dia, a Igreja irá voltar para a Tailândia e se desenvolverá mais do que nunca. Você verá com seus próprios olhos que o que eu estou dizendo agora, se tornarão realidade. Portanto, nós te agradecemos de todo o coração por matar-nos e enviando-nos para o céu. De lá, vamos orar por você ".


Mais uma vez esta mulher nobre, demonstrou o verdadeiro espírito cristão, cheio de fé e perdão. Então, voltando-se para seus companheiros, a Irmã Agnes disse: "Meus queridos amigos, em breve estaremos no céu. Na cruz, Jesus disse ao ladrão; 'Este dia você estará comigo no Paraíso." (Lk.23: 43 ) "Quando todos estavam prontos, a irmã mais uma vez dirigiu-se à polícia, dizendo: "Senhor Polícia, estamos prontas, cumpra o seu dever". Imediatamente a polícia abriu fogo e de seguida deixaram o cemitério, gritando para o povo ", enterre-nas como cães:"Os aldeões pobres que estavam assistindo à cena atrás de arbustos, correram em direção e começaram a abanar os corpos para se certificarem quem estavam vivos ou mortos. Eles descobriram que tanto a Irmã Agnes e a Phorn ainda estavam vivas, mas gravemente feridos. Olhando em volta, Phorn perguntou: "Onde está o céu?" Ela tinha aprendido com as Irmãs que, se morrer um mártir vai direitinho para o céu, mas olhando em seu redor Phorn, não viu o céu, mas sim uma multidão de aldeões. A irmã Agnes em sua parte inquiriu;"Onde está a polícia""Eles já abandonaram o local", alguém falou."Então é melhor chamá-los de volta, Eu ainda não estou morta," disse a brava Irmã Agnes

Assim, um dos moradores voltpu à aldeia para informar à polícia que a Irmã Agnes e Phorn apesar de gravemente feridas ainda estavam vivas. Entretanto uma outra menina chamada Sorn que se tinha ajoelhou-se no final da fila levantou-se e olhando em redor, exclamou;"Onde está o Céu?

"Vendo que suas roupas estavam salpicados com sangue, alguns aldeões indagaram se ela estava ferida. "Eu não estou com medo, eu não sinto nenhuma dor", respondeu. Ela então se examinado mais de perto, mas não encontrou ferimentos de balas. "É melhor você correr para casa", foi avisada por alguns aldeões ", visto que os policias não tardarão a chegar a aqui.". Então, a menina correu para casa. (Ela viveu por muitos anos em Songkhon, e também foi uma excelente catequista. Ela morreu nos finais de 1990 "). Em pouco tempo, a polícia voltou ao cemitério e matou as Irmã Agnes e Phorn. Ao todo, seis boas mulheres e um santo homem foram mortos, os aldeões os enterraram às pressas, colocando dois corpos em cada túmulo, porque não tiveram tempo para fazer caixões.

Assim, eram essas mulheres corajosas nobres de Songkhon assim repousam eternamente.Muitas testemunhas oculares, incluindo aqueles que participaram no enterro dos 7 mártires, ainda estão vivos. Eles estão orgulhosos e agradecidos pela bravura e lealdade desses mártires, a Cristo e pela sua fé maravilhosa naquele dia memorável de 26 de Dezembro de 1940.




As relíquias dos sete Mártires encontram-se exposta atrás do altar.A perseguição aos cristãos continuou ainda por mais quatro anos e, tendo depois a liberdade religiosa voltado à Tailândia.

Assim que a Igreja teve conhecimento ordenou um inquérito canônico,após a conclusão dos mesmos relatórios, foram apresentados à Sagrada Concregação dos Santos, em Roma, para consideraçáo da sua canonização. A 22 de Dezembro de 1989 o Papa Paulo II lhes concebeu as suas canonização. O nome completo dos Sete Beatos mártires de Songkhon são:


Beato Filipe Siphong, catequista, 33 anos.
Agnes Phila, 31 anos

Khambang Irmã Lúcia, 23 anos

Agatha Phutta, 59 anos

Cecília, 16 anos

Khamphai Bibiana, 15 anos

Phorn Maria, 14 anos.



O Prémio concedido pela Associação de Arquitectos Siamenes, pelo belo e moderno traçado arquitectónico da igreja.
















Como se pode concluir, através deste original e verdadeiro caso passado no ano de 1940, portanto ainda não à muitos anos, a fé para muitas pessoas é inabalavél, e por ela dispostas estão a dar a vida.

A Tailândia é país essencialmente budista, porém existem imensos fiéis cristãos, havendo imensas igrejas católicas e apostólica em todo o reino.

O articulista conhece algumas delas, e encantado ficou com a Igreja de Nossa de Fátima, em Bangkok, entre outras, tal como a Igreja de Santa Cruz, a primeira Igreja católica e ser erguida em Bangkok, pelos portugueses.







































































Um comentário:

Anônimo disse...

Uma cultura diferente da nossa, mas riquissima e com igrejas e mosteiros magnificos.
Não é só de hoje que tu te interessas por tudo o que é cultura, desde sempre te interessas-te por conhecer o que se passava à tua roda e no mundo.
Um abraço
Linita