o mar do poeta

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sábado, abril 25

CONTRATURA DE DUPUYTREN

Sexta-feira, 24 de Abril de 2009



Devido à Contratura de Dupuytren de que o articulista sofre, e tendo que baixar ao hospital, em Macau, afim de se submeter a uma cirurgia à mão direita, e por esse impedimento este blog irá ficar inactivo por algum tempo, ainda não definido, tudo depende da operação,a recuperação essa, com tratamento de fisoterapia irá levar uns 60 dias.
Se tudo correr pelo melhor, de novo cá estarei a postar como é meu hábito, caso as coisas se compliquem e não tiver possibilidades de escrever, os meus estimados amigos e leitores destas minhas parcas letras disso terão conhecimento através deste humilde blog.

A partir de hoje, dia 25 de Abril estarei ausente das lidas da net.


O articulista sofre de uma contração Dupuytren na mão direita, faz já alguns anos, em Macau, quando começaram a aparecer os sintomas da doença, recorreu aos serviços do Hospital de Kiang Vu e do Conde de S. Januário, nunca ficando a saber quando o problema que o afectava.

Em Bangkok, no ano de 2006 recorreu aos serviços de ortopedia do Hospital Vejthani, onde o médico diagnosticou o problema, dizendo na altura que não havia cura, a única solução seria a operação, mas para já, segundo ele disse, não era necessária, quando o dedo apresenta-se uma curvatura de mais de 55 graus então sim teria que ser operado.

Mais tarde voltei lá e tornei a ser oscultado pelo mesmo médico, a resposta dele foi, se quer ser operado tudo bem, é só pagar, mas não garanto que o dedo volte ao seu normal.

Fiquei aborrecido e nunca mais lá voltei.


No dia 16 de Dezembro de 2008 e sempre ouvindo falar que o Hospital Bumrungrad, era um dos hospitais mais reputados da Ásia, onde muitos portugueses residentes em Macau vem às consultas, lá me desloquei, como provam as facturas apresentadas, em baixo.

O médico o Dr. Sumroeng foi extramamente simpático, examinou-me e me informou que deveria ser operado o mais brevemente possível.

Depois de sair do consultório é que me fui indagar o preço da operação, uma funcionária fez a estimativa e me entregou o documento, bem a operação ficaria por volta dos 140 mil baths., ou sejam por volta de 3 mil euros.


O diagnóstico médico

O valor estimado para a operação.


PRESENTEMENTE A MÃO DO ARTICULISTA ASSIM SE APRESENTA


No mês de Dezembro em Macau, o articulista, devido a uma forte gripalhada teve que recorrer aos serviços de urgência do Hospital Conde de S. Januário, após ter sido consultado e medicado, o articulista indagou junto do médico sobre o problema que lhe afectava a mão.

O médico, extramente simpático e paciente, lá esteve a ver no computador e me marcou uma consulta em Cirurgia Plástica, consulta essa a que o articulista foi no mês de Janeiro, tendo o Dr. Pang Fong Kuong me consultado.

Quando viu a mão disse logo qual era o problema, Contração de Dupuytren, disse que quando esteve no Hospital de Santa Maria em Lisboa, tinha efectuado algumas operações a pacinetes com este mesmo problema.

Marcou para o dia 14 de Maio de 2009, um ECG e análises ao sangue, e dia 21 ir à consulta do anestesista e depois voltar a ir ter com ele afim de baixar ao hospital e ser então operado.

Estou confiante que a operação decorra da melhor forma.


TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO EM PACIENTES COM CONTRATURA DE DUPUYTREN – UMA REVISÃO DE LITERATURA

INTRODUÇÃO:

A contratura palmar foi inicialmente descrita por Cooper na Inglaterra, diferenciando-a das contraturas produzidas pelas lesões dos tendões flexores e bainhas sendo também descrita por Boyer na França por volta de 1823. Em 1832, Guillaume Dupuytren publica um artigo descrevendo a afecção na qual existia relato minucioso da patologia e de seu tratamento cirúrgico e, devido a esta descrição detalhada, a doença passou a receber o nome de enfermidade de Dupuytren ou contratura de Dupuytren. (Almeida; Barros; Barros, 1997; Coral et al., 1999).

A enfermidade consiste basicamente em uma doença fibro-proliferativa da fáscia palmar, caracterizada pela degeneração de fibras elásticas, espessamento e hialinização do feixe de fibras de colágeno da fáscia palmar, com formação de nódulos e contração.


EPIDEMIOLOGIA

A incidência é maior no sexo masculino, com uma relação de 7:1, ocorrendo mais comumente no dedo anular (Connoly; Davey; Boscheinen –Morrin, 2002). A doença de Dupuytren incide mais freqüentemente em homens entre a 5ª e 7ª décadas de idade, principalmente em homens de origem escandinava ou celta, sendo rara em negros e asiáticos (Coral et al., 1999).

O início do quadro clínico normalmente sucede após a 5° década de vida e em sua forma mais evolutiva ocasiona déficit de extensão digital (figura 1) (Fernandes; Fridman; Silva, 1999). Nos pacientes acometidos pela contratura de Dupuytren, verifica-se lesão semelhante na fáscia plantar medial conhecida por doença de Ledderhose que ocorre em 5 a 10% dos casos e na fáscia profunda do pênis chamada de doença de Peyronie acometendo de 1 a 3%.

ETIOLOGIA:

Para Freitas; Pardini e Neder (1997), a etiologia e a fisiopatologia da contratura de Dupuytren continuam sendo obscuras. Conolly, Davey e Boscheinen- Morrin (2002) referem que existe uma história familiar positiva em 25% dos casos, apesar de a contratura ocorrer principalmente em trabalhadores manuais e ser também observada em sedentários, alcoólatras, diabéticos e epiléticos. Basicamente os três componentes da aponeurose palmar envolvido na contratura de Dupuytren são: as bandas pré tendinosas, o ligamento natatório e o ligamento transverso superficial, esses três componentes da fáscia podem estar acometidos sozinhos ou combinados, dependendo do estagio de severidade da doença (Lech, 2004). Complementam Almeida, Barros e Barros (1997), algumas teorias sobre o aparecimento da doença:

A) Teoria intrínseca: Na qual a enfermidade tem sua origem em segmentos bem definidos da aponeurose normal preexistente

B) Teoria extrínseca: Refere a metaplasia do tecido fibroadiposo como causa da enfermidade, autores acreditam ainda que a síntese das duas teorias seria uma abordagem mais aceitável.


C) Teoria histoquímica: Estabelece a adiposidade palmar como sítio de origem da enfermidade, sendo que alterações na composição e distribuição de ácidos graxos levem a hipóxia na pele e tecido adiposo dos pacientes (Rabinowitz; Ostermann; Bora apud Almeida; Barros; Barros, 1997). Estudos recentes indicam grande potencial para isquemia induzida pela geração de radicais livres, os quais poderiam estimular a proliferação de fibroblastos, desse modo a relação entre a idade, o diabetes, o uso de álcool e o fumo com a doença estariam relacionados à geração de radicais livres (Paletta, 1978 ). Foram também observadas alterações profundas que imitam as que ocorrem durante o processo de cicatrização, como aumento da atividade da enzima lisiloxidase, do colágeno total e do colágeno do tipo III, encontrado no tecido cicatricial e de granulação, bem como em pacientes portadores desta enfermidade.

D) Teoria histológica: Ocorre a participação dos fibroblastos, sendo que alguns estudos recentes, demonstraram que os fibroblastos encontrados nos pacientes com enfermidade de Dupuytren são idênticos aos da fáscia normal, apenas em maior número e situados em torno de microvasos estenosados (Almeida, Barros e Barros, 1997), e, miofibroblastos que pareciam participar de forma preponderante no estabelecimento da enfermidade estão presentes apenas nos nódulos e ausentes nas cordas, não sendo, portanto, responsáveis pela retração e contratura da aponeurose palmar enferma (Gosset, 1985 apud Almeida, Barros e Barros, 1997).


TRATAMENTO CONSERVADOR:

Os casos mais leves são tratados conservadoramente, na tentativa de evitar contratura articulares secundarias, por meio de exercícios de extensão forçada e aumento da extensibilidade da fáscia através do uso de correntes ultrassônicas ou outra modalidade de calor profundo (Lech, 2004). A utilização da radioterapia, a ingestão de vitamina E, e o uso de corticoterapia também é indicado na fase nodular da doença, associados à imobilização da mão afetada. Segundo Agne (2004) o uso do ultrassom tem se verificado eficiente no tratamento conservador da Contratura de Dupuytren, aliviando a dor e diminuindo a retração cicatricial. Para Machado (2000), outra técnica fisioterapêutica que tem se mostrado eficaz é o uso do banho de parafina no segmento acometido.


TRATAMENTO CIRÚRGICO:
O tratamento cirúrgico é indicado quando as faixas faciais palmares produzem uma contratura em flexão das articulações metacarpofalangeana ou interfalangeana ou uma contratura em adução do polegar ou de outras membranas interdigitais (Connoly; Davey; Boscheinen –Morrin, 2002).

Há várias controvérsias no tratamento da contratura de Dupuytren. Diferentes técnicas para liberação da contratura são utilizadas na prática clínica como: a) fasciectomia regional, b) fasciectomia radical, c) palma aberta, d) dermofasciectomia, etc... Essas técnicas necessitam de centro cirúrgico, equipe cirúrgica especializada, internação hospitalar, tempo cirúrgico prolongado e cuidados pós-operatórios intensos, para evitar ou tratar as complicações na extensa ferida operatória, tais como hematoma, edema, infecção, necrose e rigidez articular (Chambriard et al, 1996).

Em estudo realizado por Fernandes; Fridman; Silva (1999), 30 pacientes num período de 48 meses foram submetidos a fasciectomia regional. Em todos os casos, utilizou-se a técnica cirúrgica da palma aberta, proposta por McCash. Na totalidade dos pacientes houve acometimento da borda ulnar da mão. Foram necessários 25 dias, em média para completar a cicatrização cutânea. Obteve-se déficit residual articular médio de 20 graus, sempre ao nível da articulação interfalangiana proximal. Cinqüenta dias, em média, foram necessários para que os pacientes retornassem a atividade manual independente.

Em um outro estudo realizado por Almeida, Barros e Barros (1997), foi realizada a avaliação de 100 pacientes portadores de enfermidade de Dupuytren, no período de 1984 a 1994. A faixa etária variou de 39 a 73 anos, com média de 52 anos, sendo 88 pacientes do sexo masculino e 12 do feminino. Com relação à lateralidade, foi observado envolvimento bilateral em 45% dos casos, acometimento apenas à direita em 32% e à esquerda em 23%. Houve predominância do envolvimento dos dedos mínimo e anular em 60% dos casos, polegar em 25%, dedo médio em 10% e indicador em 5%. Os pacientes foram acompanhados por período de dois a quatro anos, sendo em média três anos, e divididos em estágios evolutivos da enfermidade no momento do tratamento e da indicação cirúrgica para padronização dos resultados. Obteve-se, nos pacientes acompanhados em média por três anos, correção completa em 85% dos casos, correção parcial em 15% dos casos; perda parcial de extensão em 5% e perda parcial de flexão em 10% dos pacientes.



TIPOS DE TRATAMENTO CIRÚRGICO:

* Fasciotomia: trata-se simplesmente da secção da faixa contraída. O procedimento é adequado para pacientes idosos, pois ele produz um bom resultado inicial; entretanto pode haver recorrência do quadro.

* Fasciectomia Radical: Ressecção extensa de toda a aponeurose. Este procedimento apresenta o risco de complicações da ferida.

* Fasciectomia Local ou Regional: Produz o melhor resultado global com a menor morbidade (Connoly; Davey; Boscheinen –Morrin, 2002).


FISIOTERAPIA:

Para a reabilitação pós-operatória são realizados exercícios ativos ao longo de toda a amplitude articular. Esses devem ser iniciados se possível no primeiro dia de pós-operatório. Todos os movimentos de polegar, dedos e punho são realizados regularmente e modificados até a obtenção de toda a amplitude articular. Podem ser utilizadas talas para posicionamento de extensão dos dedos, em conjunto com um programa cinesioterápico (Lech, 2004).

O uso de splints é muito importante para obter um melhor resultado e evitar recidiva. É freqüentemente útil usar um splint ao dormir por diversos meses após a cirurgia.


CONCLUSÃO:

A contratura de Dupuytren é uma patologia de origem obscura e de tratamento, às vezes, controverso, mas, independente da forma de atuação, os resultados são satisfatórios do ponto de vista de recuperação funcional do paciente e encontra-se em relação direta com os estágios evolutivos da doença. É um assunto que necessita de estudos mais aprofundados, apresentando-se como um campo aberto a mais pesquisas para estabelecer a fisiopatologia e a melhor forma de tratamento.
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Como podem ver na foto acima exposta, a mão direita do articulista encontra-se assim, e para a cura só existe uma solução, a operação, que nem sequer é 100% garantida, pois segundos os entendidos na matéria, a operação poderá decorrer a 100%, mas com o passar dos tempos a mão poderá voltar ao estado anterior, isto é com a mesma contratatura.
Estou espectante e confiante na operação, confio em Deus e no cirurgião.

2 comentários:

cina disse...
Querido Kam,
Espero que sua cirurgia corra pelo melhor. Que volte a poder mover sua mão como sempre fez.
Beijos, Cina
MACAU BANGKOK O MAR DO POETA disse...
Estimada Amiga Alcina, estou esperançado que a operação corra pelo melhor, a idade já é avançada, se tudo correr bem, então ainda poderei usar à maneira por mais uns anitos.
Tenho fé em Desus e no cirurgião.

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