o mar do poeta

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segunda-feira, abril 27

Encefalopatia espongiforme bovina - VACAS LOUCAS





A encefalopatia espongiforme bovina, vulgarmente conhecida como doença da vaca louca ou BSE (do acrônimo inglês bovine spongiform encephalopathy), é uma doença neurodegenerativa que afecta o gado doméstico bovino. A doença surgiu em meados dos anos 80 na Inglaterra e tem como característica o facto de ter como agente patogénico uma forma especial de proteína, chamada prião (Portugal) ou príon. É transmissível ao homem, causando uma doença semelhante, a nova variante da Doença de Creutzfeldt-Jakob, abreviadamente vCJD.


Histórico

Desde abril de 1985 alguns veterinários clínicos de campo dos países pertencentes ao Reino Unido começaram a relatar aos seus serviços de vigilância de saúde animal que alguns bovinos, na maior parte vacas com mais de 4 a 5 anos de idade estavam adoecendo de uma doença fatal que se apresentava com sinais associados a disfunções do Sistema Nervoso Central (abreviadamente SNC).

Eram os casos iniciais de uma epidemia que avançou muito rapidamente. Quando a doença foi descrita em novembro de 1986 pelos pesquisadores, ocorriam cerca de 8 casos por mês. Ao final de outubro de 1987, quando foi relatada na Veterinary Record, a revista da associação dos veterinários britânicos, a incidência já era de 70 casos por mês. No auge da epidemia, dezembro de 92 e janeiro de 93, mais de 3.500 casos ocorreram por mês. Em 2003, ocorreram 51 casos por mês. Durante 2004 ocorreram cerca de 20 casos por mês.

Os sinais nervosos eram desordens comportamentais causadas por alterações do estado mental (apreensão, nervosismo, agressividade), falta de coordenação dos membros durante a marcha e incapacidade de se levantar.

O animal afetado deixava de se alimentar e rapidamente perdia condição corporal. Em duas a três semanas é necessário que o animal seja sacrificado pois não respondem a nenhum tratamento. No início da epidemia a doença incidia apenas sobre animais adultos, a maior parte entre vacas entre 4 a 5 anos de idade, mas também ocorria em machos. Rebanhos bovinos leiteiros eram mais afetados que os rebanhos de corte. Todas as raças de bovinos eram afetadas.Em Portugal morreram milhões de bovinos

Histopatologia

Ao exame histopatológico, as lesões tomavam a forma de vacuolizações simétricas, não inflamatórias, nos neurônios e no tecido intersticial da substância cinzenta do cérebro e da medula. Os pesquisadores sabiam que estas lesões eram típicas do scrapie, da TME, da CJD e do kuru, as TSE já bem conhecidas.

Os pesquisadores deram à doença o nome de encefalopatia espongiforme bovina (EEB) , uma tradução do nome inglês bovine spongiform encephalopathy, (BSE). Espongiforme, devido ao facto do cérebro doente conferir a forma de uma esponja.

Epidemiologia

Um estudo epidemiológico foi realizado para conhecer os fatores comuns a todos rebanhos afetados que pudessem ser imputados como causas da doença, para monitorar a incidência da doença dentro de cada rebanho e entre os rebanhos das diferentes regiões do Reino Unido, para coletar dados clínicos dos animais e para levantar hipóteses sobre sua cadeia de causas.

Foram obtidas informações desde sobre o pedigree dos animais até a utilização de insumos como medicamentos, hormônios, antibióticos, vermífugos, inseticidas organofosforados e piretróides, herbicidas e alimentos ingredientes usados na formulação de rações (entre outros).

Os pesquisadores também procuraram saber se havia ligação da EEB com a política de compras do proprietário (se o rebanho era "aberto" ou "fechado"), estágio da prenhez do animal, idade ao início dos sinais e estação do ano. Em função da semelhança com o scrapie, o estudo também procurou saber se havia contato direto ou indireto (uso de mesmas pastagens ou instalações) de bovinos com ovinos na propriedade.

Os pesquisadores concluiram que a EEB estava associada ao uso de apenas um produto: a farinha de carne e ossos (seja comprada para produzir rações na propriedade seja comprada como constituinte de rações prontas para uso adquiridas no comércio). Essa farinha, conhecida nos países de língua inglesa como MBM (de "Meat and Bone Meal"), resulta da "transformação" industrial dos corpos de animais alguns dos quais, por alguma razão, não podem ser destinados ao consumo humano. Tais animais são chamados eufemisticamente de "Animais Four-D". Os "D" são as letras iniciais das palavras inglesas "Disabled" (animais incapacitados, por alguma razão, para atividades básicos necessárias à sobrevivência e à produção, como se alimentar ou andar), "Diseased" (isto é, doentes), "Dying" (no próprio processo de morrer, isto é, em estado agônico) e "Dead"(já mortos na fazenda).

Animais "downer cows" (animais que por qualquer razão não conseguem se levantar) são animais "disabled" ou "diseased". A causa do problema pode ser uma simples fratura (coluna, quadril ou membro distal) ou uma doença metabólica não transmissível (hipocalcemia), mas também pode ser uma doença infecciosa.

Independentemente da causa do problema que os retirava da cadeia alimentar humana, os animais 4-D eram (e ainda parecem ser, em alguns países) utilizados para a fabricação de farinha de carne e ossos. Essa farinha era (e ainda parece ser...) usada para constituir rações para alimentar animais da mesma espécie que as usadas em sua produção. Tal decisão tecnológica resultou na transformação de bovinos de seres herbívoros em "seres carnívoros comedores de indivíduos da mesma espécie possivelmente contaminados com agentes de doenças". Esta era uma situação que apresentava muita semelhança à descrição pelo professor Gaydusek da cadeia de causa-efeito que produziu a epidemia de kuru entre nativos da Papua-Nova Guiné (no estudo que lhe rendeu o Prêmio Nobel de Medicina de 1976).

O uso desse material permitiu o crescimento da epidemia porque os animais afetados pela doença eram reciclados para fazer mais farinha de carne e ossos. Isto é, os agentes da EEB (que hoje se reconhece ser a molécula de príon patogênico conhecido como PrPsc) dos primeiros animais doentes estavam sendo levados de volta para o rebanho sadio através da farinha de carne e ossos em que eram transformados. Em conseqüência, com a farinha de carne e ossos cada vez mais "enriquecida" em príon PrPsc, cada vez mais animais estavam adquirindo e morrendo de EEB. Cada vez mais a epidemia de EEB se alastrava, trazendo naquela época - e ainda hoje, para algumas pessoas - muitas preocupações em relação à saúde das pessoas e grandes perdas econômicas para a cadeia da carne mundial.

A acção do consumidor

A descoberta e a não-aceitação pelos consumidores de carne bovina de uma política tecnológica que transforma corpos de animais doentes, que devem ser incinerados ou enterrados - em alimento para animais que em seguida entram na cadeia alimentar humana são os principais motores da valorização das carnes naturais e orgânicas, provenientes de animais criados e engordados a pasto, que se vê atualmente no globo.

Os consumidores de todo o planeta estão dizendo que se recusam a comprar carnes de animais herbívoros transformados em carnívoros (ou pior, em canibais pois são obrigados a comer animais da mesma espécie), pois querem gado produzido em pastagens ou, no máximo, suplementados com cereais e oleaginosas, sem a presença de farinha de carne e ossos em sua alimentação. Os consumidores da carne brasileira não tiveram esse problema devido ao fato do rebanho local ser alimentado principalmente por gramíneas de pastagens.

Acção do governo britânico

O governo britânico tornou a doença de notificação obrigatória em junho de 1988 e proibiu o uso de proteína originada de tecidos de ruminantes na alimentação de ruminantes no mês seguinte (HMSO de julho de 1988). Esta proibição foi relativamente eficaz, pois a incidência da doença começou a declinar em 1993, quando a epidemia atingiu seu auge.

Estes cinco anos de demora foram necessários para que os animais infectados pelo príon apresentassem os sinais da doença (pois como sabemos, o período de incubação das encefalopatias espongiformes transmissíveis(TSE)é muito longo).

Números da epidemia de EEB

A seguinte tabela mostra o comportamento da epidemia de EEB no Reino Unido de seu início até 2004

Número de bovinos diagnosticados com EEB por ano no Reino Unido:

Até 1987 - 446

1988 - 2.514

1989 - 7.228

1990 - 14.407

1991 - 25.359

1992 - 37.280

1993 - 35.090

1994 - 24.438

1995 - 14.562

1996 - 8.149

1997 - 4.393

1998 - 3.225

1999 - 2.301

2000 - 1.443

2001 - 1.202

2002 - 1.144

2003 - 612

2004 - 242

Total - 184.035

No entanto, a análise destes números mostra também que a proibição colocada pela Ordem de Sua Majestade 1988 (HMSO 1988) não foi totalmente eficaz. Embora tenha ocorrido forte diminuição na incidência anual da doença a partir de 1993 (quando os animais nascidos em 1988, ano da proibição, atingiram a idade de 5 anos, idade média de início da EEB na época), a doença continuou a ocorrer não apenas nos animais mais velhos (e que tinham sido alimentados com ração adicionada de farinha de carne e ossos). Muitos animais nascidos após a implementação da HMSO 88 também estavam adquirindo a EEB.

Primeiro, ocorreu um problema de contaminação durante a produção das rações para as diferentes espécies animais, dentro das fábricas. As máquinas que produziam rações de suínos, aves, cães e gatos (e que, portanto, podiam processar legalmente a farinha de carne e ossos bovina para essas espécies) eram as mesmas que produziam a ração de gado bovino. A farinha de carne residual deixada nas esteiras das máquinas (moinhos e misturadores)durante o primeiro processo estava contaminando o segundo processo.

Em segundo lugar, carcaças de outros animais (suínos e equídeos) ainda podiam ser legalmente usadas na fabricação de farinha de carne e ossos para gado bovino. O fato é que a HMSO de 88 proibia apenas a utilização de proteína de ruminantes na fabricação de ração para ruminantes. Animais como suínos e eqüinos não são ruminantes e podiam, até então, ser usados na alimentação de ruminantes. O problema é que estes animais eram alimentados com ração fabricada com farinha de carne e ossos de bovinos, pois se sabia que o agente da EEB não causava a doença nestas espécies.

Ocorre que a farinha de carne e ossos de bovinos contaminada com prions bovinos estavam presentes nos intestinos dos eqüinos e suínos (quando estes eram usados para fabricar farinha de carne e ossos). Quantidades muito pequenas da proteína príon estavam sendo "passadas" para a ração dos bovinos e estavam causando novamente a transmissão de EEB para bovinos jovens.

Transmissão experimental

Foi demonstrado que apenas um grama de cérebro (em matéria úmida) de um animal com EEB administrado por via oral a outros bovinos era capaz de causar a doença dentro de períodos semelhantes ao da doença natural (após 5 anos de idade). Assim, nova ordem governamental proibiu a alimentação de ruminantes com qualquer proteína de mamíferos em abril de 1996 (HSMO 96).

Pesquisas atuais mostram que apenas 0,1 grama de cérebro (peso úmido) de um animal doente, inoculado por via oral, transmite a EEB para bovinos. Para evitar este risco, hoje é proibido o uso de farinha de carne e ossos de qualquer animal de fazenda, inclusive aves, na alimentação de ruminantes.

Para que uma epidemia se sustente, é necessário que cada caso atual transmita a doença para pelo menos um outro animal. A epidemia de EEB no Reino Unido vem declinando, ano após ano. Não havendo o aparecimento de novos fatores que transmitam o príon, a incidência da EEB deverá se extinguir paulatinamente. No entanto, o aparecimento de alguns casos de EEB em animais nascidos após a proibição de 1996 parece evidenciar que pode estar ocorrendo transmissão natural lateral e vertical (isto é, maternal), porém sem força suficiente para manter a epidemia. O seguinte gráfico mostra a proporção de casos em cada faixa etária ao início de sinais clínicos para dois períodos da epidemia (entre 1988-2002 e apenas 2002). Observa-se que a idade de início da EEB mudou das faixas de 4 a 5 e de 5 a 6 anos para 7 a 8 anos. Mas também observa-se alguns poucos casos nas faixas de 3 a 4 anos em 2002. É cedo para afirmar com segurança, mas estes casos podem indicar que a EEB pode se comportar como o scrapie dos ovinos em relação à transmissão vertical.

Impacto da EEB no mundo

Em função de, antes da epidemia de EEB, o Reino Unido ser um grande exportador de animais para reprodução e de farinha de carne e ossos, a EEB acabou atingindo sucessivamente outros países. Ocorreram mais de 5.068 casos (aproximadamente 2,75% do total mundial de casos) de EEB até dezembro de 2004 em diversos países no resto do mundo.

Embora haja poucos casos de EEB em outros países, o aparecimento de um único caso é catastrófico para as exportações do país. Epidemiologistas de diversas nações entendem que apenas um caso indica que toda a cadeia de produção do país é instável em relação ao risco dos príons da EEB alcançarem produtos bovinos como a carne.

A incidência em relação ao número de animais do rebanho acima de 24 meses dá uma idéia do risco de se importar um animal com BSE de um país. Em 1993, na França a incidência relativa foi de 12 e na Alemanha de 8,7 casos por milhão de bovinos acima de 24 meses. Em 2003 a incidência relativa da EEB na Grã-Bretanha foi de 130 casos por milhão de bovinos acima de 24 meses (contra 7.596 em 1992, no auge da epidemia).

A ligação da EEB com a nova variante da Doença Creutzfeldt-Jakob, vCJD

No Reino Unido, concomitantemente à evolução da epidemia de EEB, foram diagnosticadas TSE em outras espécies de animais, ao final da década de 80 e início da de 90. Gatos domésticos apresentaram a Encefalopatia Espongiforme Felina (FSE). Felinos (pumas e chitas) e ruminantes selvagens (élande, kudu, niala, órix, gazela, entre outras espécies de antílopes) mantidos em zoológicos britânicos, também apresentaram TSE. Os estudos mostraram que a ingestão de ração contendo farinha de carne e ossos era o fator comum ao surgimento dessas doenças. Diferentemente do scrapie, a EEB tinha quebrado a barreira inter-específica entre bovinos e muitas espécies animais diferentes; isto implicava que pudesse fazer o mesmo em relação à espécie humana.


Foi exatamente esta possibilidade que levou o governo britânico a proibir, já em novembro de 1989, o uso de alguns órgãos e vísceras específicas ("Specified Bovine Offals", abreviadamente SBO), para uso na alimentação humana. A utilização de cérebro, medula espinhal, intestinos, baço, gânglios linfáticos e globos oculares foi proibida na produção de embutidos e produtos para a alimentação humana ou como insumos na fabricação de medicamentos (como hormônios). Presumia-se que estes órgãos, como no caso do scrapie, contivessem grande quantidade do agente da EEB (mesmo reconhecendo-se que o scrapie não era uma zoonose).


Mesmo com esta proibição, em março de 1996, cerca de 8 anos após o início da epidemia em bovinos ter se iniciado, foi identificada uma nova forma de Doença de Creutzfeldt-Jakob, em seres humanos. Essa nova forma foi chamada de nova variante da Doença de Creutzfeldt-Jakob (abreviadamente vCJD).

Estudos de tipificação em raças endogâmicas de camundongos mostraram que os padrões de lesões cerebrais e de período de incubação eram semelhantes aos da EEB, sugerindo forte ligação causa-efeito entre a ingestão de produtos bovinos contaminados com o agente da BSE e o desenvolvimento da vCJD em pessoas.

Os pesquisadores estão divididos quanto ao número de casos futuros da epidemia de vCJD. Alguns cientistas, trabalhando com modelagem matemática, pensam que milhares de casos de vCJD (até 130 mil até o final da epidemia) ainda poderão ocorrer porque, pois as TSE têm caracteristicamente longos períodos de incubação e os seres humanos vida muito longa. Outros pesquisadores, também baseados em modelos matemáticos, pensam que não mais que 500 casos deverão ser registrados ao total. Felizmente, no momento, parece que os últimos estão corretos e, no final das contas, a epidemia de vCJD terá poucos casos.



(Fontes, Enciclopédia livre)




Não são só as vacas que andam doidas, os bois também, mas o mal está no Homem, já não sabemos o que devemos comer em segurança.

GRIPE AVIÁRIA















Gripe aviária




H5N1 (em amarelo) atacando as células MDCK (em verde)

Gripe aviária (gripe das aves em Portugal) é o nome dado à doença causada por uma variedade do vírus Influenza (H5N1) hospedado por aves, mas que pode infectar diversos mamíferos. Tendo sido identificada em Itália por volta de 1900, é, no entanto, conhecida por existir em grande parte do globo, concentrando-se hoje principalmente no sudeste asiático. Existem também casos recentes na Turquia, Romênia e Inglaterra (apenas aves foram infectadas nos três lugares).

O H5N1, vírus causador da gripe aviária, é um tipo de vírus Influenza, o responsável pela gripe comum. O Influenza pode ser dividido em três tipos: A, B e C. O tipo A subdivide-se ainda em vários subtipos, sendo os subtipos H1N1, H2N2 e H3N2, responsáveis por grandes epidemias e pandemias. O "H" significa "hemaglutinina", enquanto o "N" significa "neuraminidase", que sao duas glicoproteínas presentes no envelope viral, e usadas para sorotipa]gem (classificação de subtipos baseado em padrões de reconhecimento por anticorpos) de vírus da influenza tipo A. O tipo B também tem originado epidemias mais ou menos extensas e o tipo C está geralmente associado a casos esporádicos e surtos localizados. Exceto no nível molecular, a doença se parece muito pouco com a gripe que todos pegamos de vez em quando. O vírus pode tornar-se uma grande ameaça para os humanos se sofrer alguma mutação transformando-se em algo perigosamente desconhecido pelo nosso organismo e capaz de passar de uma pessoa para outra através de espirro, tosse ou contato físico.

Os vírus da influenza estão em constante evolução, assim como qualquer outro vírus ou organismo. Porem, devido a natureza de seu genoma segmentado (8 segmentos no caso de influenza A), alem da evolução através de mutações que normalmente se observa em outros vírus, o vírus da gripe também pode sofrer um tipo de recombinação ("reassortment", em inglês), em que novos vírus são produzidos com uma mistura de genes em seu interior provenientes de dois (ou mais) vírus diferentes. Isso possibilita que vírus bastante diferentes dos usuais sejam gerados repentinamente. Vírus gerados dessa forma causaram duas pandemias no século XX, a Gripe Asiática em 1957 e a Gripe de Hong Kong em 1968.

As pandemias, que ocorrem mais ou menos a cada geração, porém de formas imprevisíveis, podem se iniciar se uma das muitas variantes da influenza que circula entre pássaros passar a infectar também as pessoas. Feito isso, é possível trocar que ocorra troca de genes entre o vírus da gripe comum (altamente infectante) com o influenza (altamente perigoso). Se o vírus se replicar muito antes que o sistema imunológico consiga fabricar anticorpos para detê-lo, a epidemia pode se alastrar causando vários problemas de saúde pública, podendo mesmo ser altamente letal.

O subtipo H5N1 foi isolado pela primeira vez em estorninhos, em 1961, na África do Sul. Só se tinha conhecimento da ocorrência do vírus Influenzae A H5N1 em diferentes espécies de aves (daqui a designação de "gripe das aves"), incluindo galinhas, patos e gansos, sabendo-se ainda que a maior parte das galinhas infectadas morriam num curto espaço de tempo, e que patos e gansos eram os principais reservatórios do vírus. Em Maio de 1997, o vírus Influenzae AH5N1 foi isolado pela primeira vez em humanos, numa criança de Hong Kong. Em 2006 Foram comprovados na Alemanha a morte de gatos infectados pelo vírus.


Situação actual

O surto de 2005 de gripe aviária infectou pessoas no Vietnã, Tailândia, Indonésia e Camboja; e infectou aves em Laos, China, Turquia, Inglaterra (um papagaio importado do Suriname, possívelmente infectado durante a quarentena, na Inglaterra, onde o lote importado do Suriname foi posto em contacto com outras aves importadas, inclusive da Ásia), Alemanha (gansos e patos), Grécia e, mais recentemente, identificada em aves migratórias do Canadá.

Segundo W. Waut Gibbs e Christine Soares (Scientific American Brasil, dezembro de 2005. 64 p.) três agências internacionais coordenam o esforço global para rastrear o H5N1 e outras variantes, mas as investigações já demonstraram não ser lá tão eficientes. "Até mesmo os administradores dessas redes de vigilância admitem que elas ainda são lentas demais e têm muitos furos", comentam.

"A rapidez é essencial quando se trata de um vírus que vive no ar e tem ação rápida como o influenza. É provável que as autoridades não tenham a menor chance de barrar o avanço de uma pandemia nascente se não conseguirem contê-la em 30 dias."

Eles também afirmam que a próxima pandemia pode iniciar em qualquer lugar do globo, mas devido a vários motivos, é bem provável que inicie na Ásia. Além de preocupar os oficiais da saúde pública, a gripe aviária já trouxe alguns prejuízos à economia mundial, principalmente do Brasil, grande exportador de frango no cenário mundial.

Tratamento

Casos de gripe aviária em humanos são tratados com antivirais com ação contra o vírus da gripe, associados a terapia de suporte. Os antivirais atualmente disponíveis para o tratamento da influenza sao os derivados do adamantano, amantadina e rimantadina, que agem como inibidores de M2 (uma proteina do vírus da gripe que funciona como canal de protons, sendo fundamental para o ciclo viral), além do oseltamivir e seu derivado zanamivir, que agem como inibidores da neuraminidase, impedindo que os vírus recém-produzidos sejam liberados pela célula hospedeira, assim impedindo a infeção de novas células. Ambas classes de medicamento são efetivas; porém, vírus H5N1 resistentes a essas drogas já foram isolados de pacientes humanos. Em relação às aves, devido à alta patogenicidade do H5N1 em galinhas, sempre que é introduzido em criações tem consequências desastrosas, matando praticamente todas as aves em curto espaço de tempo (2 a 3 dias). Isso, somado ao risco de alastramento para outras criações e principalmente o risco para a saúde humana, faz com que todos os casos de gripe aviária em granjas sejam tratados com rigor, com medidas como abate de todas as aves domesticas na região, vacinação de criações em regiões vizinhas, etc.

Profilaxia e vacina

Há dois tipos de vacina que são fabricadas . Uma maneira é promover dissecação química do vírus e extrair algumas proteínas que atuam no processo de infecção, que estimularia o sistema imunológico humano a criar anticorpos específicos. Uma vez produzidos, tais anticorpos teriam suas informações gravadas em células de memória, capazes de ativar a produção de altas doses dele em caso de alguma infecção real.

Outra forma é usar formas enfraquecidas do vírus em vacinas inaláveis, mas esta parece perigosa demais por usar o vírus, e não proteínas dele, pois há uma pequena possibilidade de troca de genes com um vírus normal criando assim outra forma muito mais ameaçadora.

A título de medida preventiva, começou-se a produzir mais vacinas contra a doença, mas a escassez de informações sobre a possível forma como possa ocorrer uma pandemia compromete todo o sistema de defesa. Seria inviável ministrar vacinas em uma população inteira, pois a produção de vacinas é baixa, (cerca de 300 milhões de doses por ano) e caso uma pandemia ocorra em breve, as vacinas contra as variantes emergentes demorarão para chegar. Muitas variantes do vírus circulam ao mesmo tempo, e sofrem constantes alterações, e a cada ano são produzidas novas vacinas para os três tipos mais ameaçadores. Estocar vacinas é uma das atitudes mais seriamente pensadas por vários países, que também preparam uma lista de prioridade para ministrar essas vacinas em pessoas mais sucetíveis, os muito novos, os muito idosos e os de sistema imunológico debilitado. Mas os governos teriam que atualizar anualmente seus estoques, pois o produto também expira rapidamente.

Atualmente não existe vacina para as aves contra o vírus influenza H5N1. A maneira de controlar a doença é somente através do descarte dos animais infectados e próximos ao foco, num raio de 10 quilômetros. Esse descarte engloba desde as aves de criação em escala industrial até as produzidas de forma doméstica.

Casos e óbitos confirmados (humanos) de Influenza Aviária A (H5N1), a partir de dezembro de 2003

Até 10 de Outubro ocorreram 117 casos com 60 óbitos, numa letalidade de 51,28%. Os vírus da gripe aviária são vírus influenza do tipo A e seus hospedeiros naturais são pássaros selvagens, que normalmente não apresentam os sintomas da doença. Aves domésticas por sua vez podem vir a apresentar sintomas graves.

No momento a transmissão se dá das aves para as pessoas. O maior risco para a humanidade está na possibilidade do vírus sofrer alguma mutação genética que facilite sua transmissão entre seres humanos, pois, para tal, tecnicamente, não existirá uma vacina específica. Isto é, dados os fatos de que vacinas deste tipo não possuem longa vida e são custosas para serem produzidas, distribuídas e aplicadas em vastos grupos populacionais.




SARS




Vírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave, SARS, aumentado em microscópio eletrônico

SARS (do inglês Severe Acute Respiratory Syndrome) ou Síndrome Respiratória Aguda Grave, é uma doença respiratória grave que afligiu o mundo no ano de 2003, cuja causa não foi ainda determinada (provavelmente causada por um coronavírus) mas se trata de uma grave pneumonia atípica.

Foi registrada primeiramente na província de Guangdong na República Popular da China em novembro de 2002, se espalhou sobretudo para partes do leste e sudeste da Ásia, bem como para Toronto no Canadá. A Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiu somente em 2003 um alerta global em relação a Síndrome Respiratória Aguda Grave.

Os principais sintomas apresentados são:

  • Febre Alta;
  • Tosse;
  • Dispnéia;
  • Dificuldade de Respiração;
  • Apresentando por vezes radiografias de tórax compatíveis com a pneumonia;

Muitas vezes confundida com a gripe aviária, embora não seja a mesma doença, é causada pelo coronavírus (CoV SARS) tendo diagnóstico a partir de sorologia e PCR.

Devido à sua rápida disseminação, fronteiras de todo o mundo passaram a exibir avisos sobre a doença, mobilizando seus órgãos de saúde para combatê-la pro-ativamente.

A doença teve repercussão internacional pois foi tema de um programa da BBC (inglês). A doença também foi tema do filme Plague City (2005), de David Wu. Com Karl Matchett e Ron White.



sábado, abril 25

CONTRATURA DE DUPUYTREN

Sexta-feira, 24 de Abril de 2009



Devido à Contratura de Dupuytren de que o articulista sofre, e tendo que baixar ao hospital, em Macau, afim de se submeter a uma cirurgia à mão direita, e por esse impedimento este blog irá ficar inactivo por algum tempo, ainda não definido, tudo depende da operação,a recuperação essa, com tratamento de fisoterapia irá levar uns 60 dias.
Se tudo correr pelo melhor, de novo cá estarei a postar como é meu hábito, caso as coisas se compliquem e não tiver possibilidades de escrever, os meus estimados amigos e leitores destas minhas parcas letras disso terão conhecimento através deste humilde blog.

A partir de hoje, dia 25 de Abril estarei ausente das lidas da net.


O articulista sofre de uma contração Dupuytren na mão direita, faz já alguns anos, em Macau, quando começaram a aparecer os sintomas da doença, recorreu aos serviços do Hospital de Kiang Vu e do Conde de S. Januário, nunca ficando a saber quando o problema que o afectava.

Em Bangkok, no ano de 2006 recorreu aos serviços de ortopedia do Hospital Vejthani, onde o médico diagnosticou o problema, dizendo na altura que não havia cura, a única solução seria a operação, mas para já, segundo ele disse, não era necessária, quando o dedo apresenta-se uma curvatura de mais de 55 graus então sim teria que ser operado.

Mais tarde voltei lá e tornei a ser oscultado pelo mesmo médico, a resposta dele foi, se quer ser operado tudo bem, é só pagar, mas não garanto que o dedo volte ao seu normal.

Fiquei aborrecido e nunca mais lá voltei.


No dia 16 de Dezembro de 2008 e sempre ouvindo falar que o Hospital Bumrungrad, era um dos hospitais mais reputados da Ásia, onde muitos portugueses residentes em Macau vem às consultas, lá me desloquei, como provam as facturas apresentadas, em baixo.

O médico o Dr. Sumroeng foi extramamente simpático, examinou-me e me informou que deveria ser operado o mais brevemente possível.

Depois de sair do consultório é que me fui indagar o preço da operação, uma funcionária fez a estimativa e me entregou o documento, bem a operação ficaria por volta dos 140 mil baths., ou sejam por volta de 3 mil euros.


O diagnóstico médico

O valor estimado para a operação.


PRESENTEMENTE A MÃO DO ARTICULISTA ASSIM SE APRESENTA


No mês de Dezembro em Macau, o articulista, devido a uma forte gripalhada teve que recorrer aos serviços de urgência do Hospital Conde de S. Januário, após ter sido consultado e medicado, o articulista indagou junto do médico sobre o problema que lhe afectava a mão.

O médico, extramente simpático e paciente, lá esteve a ver no computador e me marcou uma consulta em Cirurgia Plástica, consulta essa a que o articulista foi no mês de Janeiro, tendo o Dr. Pang Fong Kuong me consultado.

Quando viu a mão disse logo qual era o problema, Contração de Dupuytren, disse que quando esteve no Hospital de Santa Maria em Lisboa, tinha efectuado algumas operações a pacinetes com este mesmo problema.

Marcou para o dia 14 de Maio de 2009, um ECG e análises ao sangue, e dia 21 ir à consulta do anestesista e depois voltar a ir ter com ele afim de baixar ao hospital e ser então operado.

Estou confiante que a operação decorra da melhor forma.


TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO EM PACIENTES COM CONTRATURA DE DUPUYTREN – UMA REVISÃO DE LITERATURA

INTRODUÇÃO:

A contratura palmar foi inicialmente descrita por Cooper na Inglaterra, diferenciando-a das contraturas produzidas pelas lesões dos tendões flexores e bainhas sendo também descrita por Boyer na França por volta de 1823. Em 1832, Guillaume Dupuytren publica um artigo descrevendo a afecção na qual existia relato minucioso da patologia e de seu tratamento cirúrgico e, devido a esta descrição detalhada, a doença passou a receber o nome de enfermidade de Dupuytren ou contratura de Dupuytren. (Almeida; Barros; Barros, 1997; Coral et al., 1999).

A enfermidade consiste basicamente em uma doença fibro-proliferativa da fáscia palmar, caracterizada pela degeneração de fibras elásticas, espessamento e hialinização do feixe de fibras de colágeno da fáscia palmar, com formação de nódulos e contração.


EPIDEMIOLOGIA

A incidência é maior no sexo masculino, com uma relação de 7:1, ocorrendo mais comumente no dedo anular (Connoly; Davey; Boscheinen –Morrin, 2002). A doença de Dupuytren incide mais freqüentemente em homens entre a 5ª e 7ª décadas de idade, principalmente em homens de origem escandinava ou celta, sendo rara em negros e asiáticos (Coral et al., 1999).

O início do quadro clínico normalmente sucede após a 5° década de vida e em sua forma mais evolutiva ocasiona déficit de extensão digital (figura 1) (Fernandes; Fridman; Silva, 1999). Nos pacientes acometidos pela contratura de Dupuytren, verifica-se lesão semelhante na fáscia plantar medial conhecida por doença de Ledderhose que ocorre em 5 a 10% dos casos e na fáscia profunda do pênis chamada de doença de Peyronie acometendo de 1 a 3%.

ETIOLOGIA:

Para Freitas; Pardini e Neder (1997), a etiologia e a fisiopatologia da contratura de Dupuytren continuam sendo obscuras. Conolly, Davey e Boscheinen- Morrin (2002) referem que existe uma história familiar positiva em 25% dos casos, apesar de a contratura ocorrer principalmente em trabalhadores manuais e ser também observada em sedentários, alcoólatras, diabéticos e epiléticos. Basicamente os três componentes da aponeurose palmar envolvido na contratura de Dupuytren são: as bandas pré tendinosas, o ligamento natatório e o ligamento transverso superficial, esses três componentes da fáscia podem estar acometidos sozinhos ou combinados, dependendo do estagio de severidade da doença (Lech, 2004). Complementam Almeida, Barros e Barros (1997), algumas teorias sobre o aparecimento da doença:

A) Teoria intrínseca: Na qual a enfermidade tem sua origem em segmentos bem definidos da aponeurose normal preexistente

B) Teoria extrínseca: Refere a metaplasia do tecido fibroadiposo como causa da enfermidade, autores acreditam ainda que a síntese das duas teorias seria uma abordagem mais aceitável.


C) Teoria histoquímica: Estabelece a adiposidade palmar como sítio de origem da enfermidade, sendo que alterações na composição e distribuição de ácidos graxos levem a hipóxia na pele e tecido adiposo dos pacientes (Rabinowitz; Ostermann; Bora apud Almeida; Barros; Barros, 1997). Estudos recentes indicam grande potencial para isquemia induzida pela geração de radicais livres, os quais poderiam estimular a proliferação de fibroblastos, desse modo a relação entre a idade, o diabetes, o uso de álcool e o fumo com a doença estariam relacionados à geração de radicais livres (Paletta, 1978 ). Foram também observadas alterações profundas que imitam as que ocorrem durante o processo de cicatrização, como aumento da atividade da enzima lisiloxidase, do colágeno total e do colágeno do tipo III, encontrado no tecido cicatricial e de granulação, bem como em pacientes portadores desta enfermidade.

D) Teoria histológica: Ocorre a participação dos fibroblastos, sendo que alguns estudos recentes, demonstraram que os fibroblastos encontrados nos pacientes com enfermidade de Dupuytren são idênticos aos da fáscia normal, apenas em maior número e situados em torno de microvasos estenosados (Almeida, Barros e Barros, 1997), e, miofibroblastos que pareciam participar de forma preponderante no estabelecimento da enfermidade estão presentes apenas nos nódulos e ausentes nas cordas, não sendo, portanto, responsáveis pela retração e contratura da aponeurose palmar enferma (Gosset, 1985 apud Almeida, Barros e Barros, 1997).


TRATAMENTO CONSERVADOR:

Os casos mais leves são tratados conservadoramente, na tentativa de evitar contratura articulares secundarias, por meio de exercícios de extensão forçada e aumento da extensibilidade da fáscia através do uso de correntes ultrassônicas ou outra modalidade de calor profundo (Lech, 2004). A utilização da radioterapia, a ingestão de vitamina E, e o uso de corticoterapia também é indicado na fase nodular da doença, associados à imobilização da mão afetada. Segundo Agne (2004) o uso do ultrassom tem se verificado eficiente no tratamento conservador da Contratura de Dupuytren, aliviando a dor e diminuindo a retração cicatricial. Para Machado (2000), outra técnica fisioterapêutica que tem se mostrado eficaz é o uso do banho de parafina no segmento acometido.


TRATAMENTO CIRÚRGICO:
O tratamento cirúrgico é indicado quando as faixas faciais palmares produzem uma contratura em flexão das articulações metacarpofalangeana ou interfalangeana ou uma contratura em adução do polegar ou de outras membranas interdigitais (Connoly; Davey; Boscheinen –Morrin, 2002).

Há várias controvérsias no tratamento da contratura de Dupuytren. Diferentes técnicas para liberação da contratura são utilizadas na prática clínica como: a) fasciectomia regional, b) fasciectomia radical, c) palma aberta, d) dermofasciectomia, etc... Essas técnicas necessitam de centro cirúrgico, equipe cirúrgica especializada, internação hospitalar, tempo cirúrgico prolongado e cuidados pós-operatórios intensos, para evitar ou tratar as complicações na extensa ferida operatória, tais como hematoma, edema, infecção, necrose e rigidez articular (Chambriard et al, 1996).

Em estudo realizado por Fernandes; Fridman; Silva (1999), 30 pacientes num período de 48 meses foram submetidos a fasciectomia regional. Em todos os casos, utilizou-se a técnica cirúrgica da palma aberta, proposta por McCash. Na totalidade dos pacientes houve acometimento da borda ulnar da mão. Foram necessários 25 dias, em média para completar a cicatrização cutânea. Obteve-se déficit residual articular médio de 20 graus, sempre ao nível da articulação interfalangiana proximal. Cinqüenta dias, em média, foram necessários para que os pacientes retornassem a atividade manual independente.

Em um outro estudo realizado por Almeida, Barros e Barros (1997), foi realizada a avaliação de 100 pacientes portadores de enfermidade de Dupuytren, no período de 1984 a 1994. A faixa etária variou de 39 a 73 anos, com média de 52 anos, sendo 88 pacientes do sexo masculino e 12 do feminino. Com relação à lateralidade, foi observado envolvimento bilateral em 45% dos casos, acometimento apenas à direita em 32% e à esquerda em 23%. Houve predominância do envolvimento dos dedos mínimo e anular em 60% dos casos, polegar em 25%, dedo médio em 10% e indicador em 5%. Os pacientes foram acompanhados por período de dois a quatro anos, sendo em média três anos, e divididos em estágios evolutivos da enfermidade no momento do tratamento e da indicação cirúrgica para padronização dos resultados. Obteve-se, nos pacientes acompanhados em média por três anos, correção completa em 85% dos casos, correção parcial em 15% dos casos; perda parcial de extensão em 5% e perda parcial de flexão em 10% dos pacientes.



TIPOS DE TRATAMENTO CIRÚRGICO:

* Fasciotomia: trata-se simplesmente da secção da faixa contraída. O procedimento é adequado para pacientes idosos, pois ele produz um bom resultado inicial; entretanto pode haver recorrência do quadro.

* Fasciectomia Radical: Ressecção extensa de toda a aponeurose. Este procedimento apresenta o risco de complicações da ferida.

* Fasciectomia Local ou Regional: Produz o melhor resultado global com a menor morbidade (Connoly; Davey; Boscheinen –Morrin, 2002).


FISIOTERAPIA:

Para a reabilitação pós-operatória são realizados exercícios ativos ao longo de toda a amplitude articular. Esses devem ser iniciados se possível no primeiro dia de pós-operatório. Todos os movimentos de polegar, dedos e punho são realizados regularmente e modificados até a obtenção de toda a amplitude articular. Podem ser utilizadas talas para posicionamento de extensão dos dedos, em conjunto com um programa cinesioterápico (Lech, 2004).

O uso de splints é muito importante para obter um melhor resultado e evitar recidiva. É freqüentemente útil usar um splint ao dormir por diversos meses após a cirurgia.


CONCLUSÃO:

A contratura de Dupuytren é uma patologia de origem obscura e de tratamento, às vezes, controverso, mas, independente da forma de atuação, os resultados são satisfatórios do ponto de vista de recuperação funcional do paciente e encontra-se em relação direta com os estágios evolutivos da doença. É um assunto que necessita de estudos mais aprofundados, apresentando-se como um campo aberto a mais pesquisas para estabelecer a fisiopatologia e a melhor forma de tratamento.
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Como podem ver na foto acima exposta, a mão direita do articulista encontra-se assim, e para a cura só existe uma solução, a operação, que nem sequer é 100% garantida, pois segundos os entendidos na matéria, a operação poderá decorrer a 100%, mas com o passar dos tempos a mão poderá voltar ao estado anterior, isto é com a mesma contratatura.
Estou espectante e confiante na operação, confio em Deus e no cirurgião.

2 comentários:

cina disse...
Querido Kam,
Espero que sua cirurgia corra pelo melhor. Que volte a poder mover sua mão como sempre fez.
Beijos, Cina
MACAU BANGKOK O MAR DO POETA disse...
Estimada Amiga Alcina, estou esperançado que a operação corra pelo melhor, a idade já é avançada, se tudo correr bem, então ainda poderei usar à maneira por mais uns anitos.
Tenho fé em Desus e no cirurgião.

25 DE ABRIL DE 1974



















Encontrava-me em Portugal, na cidade da Amadora,com minha esposa e meus dois filhos, no gozo da licença graciosa, quando se deu a revolução do 25 de Abril.

Fomos apanhados de surpresa, visto não estarmos a par da situação política em portugal devido a termos chegado a Lisboa, vindos de Macau, no dia 5 de Abril.

Encontravamos na casa de um primo nosso, como referi, na cidade da Amadora, ele era funcionário da Alfandega e nesse dia bem cedo saiu de casa como era já seu hábito, eu, esposa e filhos ainda dormiamos, quando ouvi a esposa do meu primo a gritar em altos berros e a chorar, dizendo " Aí meu querido marido!...". Estranhando o que estava a passar levantei-me e fui dar com a minha prima no meio da sala de jantar olhando para a tv, com as mãos na cabeça gritando " Aí meu querido marido". Quando me veio correu para mim e me abraçou de tal forma, indo estatelarmos no chão ficando eu por cima dela. Bem uma cena bem ridícula, a minha esposa ao ouvir o barulho também se levantou e ver o que se passava e nos encontrou naquele estralaio, ela de baby dool e eu por cima dela, bem com a ajuda de minha esposa lá me libertei de minha prima, ficando depois a minha esposa a saber o que se passava.

Depois por ali ficámos vendo as notícias através da RTP, no final da tarde o meu primo regresso a casa são e salvo, nada lhe tendo acontecido.

Nós assim qwue podemos sair de Lisboa o fizémos e seguimos para Évora e depois para Badajoz.

Esta foi a nossa experiência com o 25 de Abril, e logo por sinal 10 anos depois de ter saído de Portugal e a primeira vez que lá ia.

Afinal, o que foi o 25 de Abril? O que aconteceu de tão importante nessa data?

Eu vou explicar:

Antes do dia 25 de Abril de 1974, o nosso país vivia mergulhado na tristeza e no medo. Durante mais de 40 anos, quem governou Portugal até esse dia foi Salazar e, logo a seguir, Marcelo Caetano. Foi a ditadura. Não havia democracia, não se realizavam eleições livres e ficavam sempre os mesmos a mandar. As pessoas não tinham liberdade para dizer o que pensavam sobre o governo. Havia a PIDE, uma polícia política que vigiava, prendia e torturava quem tivesse ideias contrárias às do governo.

Com o 25 de Abril, mudou muita coisa no nosso país: acabou a ditadura e começou a democracia. O povo português passou a ter liberdade porque aconteceu uma revolução, a Revolução dos Cravos. O povo saiu à rua para comemorar a festa da Democracia, com os soldados que nos libertaram da Ditadura. Toda a gente se abraçava. Os soldados colocaram cravos nos canos das suas espingardas, simbolizando uma mudança pacífica de regime. Muitos distribuíam cravos vermelhos. As pessoas gritavam «O POVO, UNIDO, JAMAIS SERÁ VENCIDO».

Por este motivo, o dia 25 de Abril foi declarado «DIA DA LIBERDADE» e é feriado nacional.

António Pedro (3ºano) – 23 de Abril de 2004


(artigo publicado pelo Senhor Professor Vaz Nunes (Ovar)


Revolução dos Cravos


Revolução dos Cravos é o nome dado ao golpe de estado militar que derrubou, num só dia, sem grande resistência das forças leais ao governo - que cederam perante a revolta das forças armadas - o regime político que vigorava em Portugal desde 1926. O levantamento, também conhecido pelos portugueses como 25 de Abril, foi conduzido em 1974 pelos oficiais intermédios da hierarquia militar (o MFA), na sua maior parte capitães que tinham participado na Guerra Colonial. Considera-se, em termos gerais, que esta revolução truxe a liberdade ao povo português (denominando-se "Dia da Liberdade" o feriado instituído em Portugal para comemorar a revolução).

Antecedentes

Na sequência do golpe militar de 28 de Maio de 1926, foi implementado em Portugal um regime autoritário de inspiração fascista. Com a Constituição de 1933 o regime é remodelado, auto-denominando-se Eatado Novo e Oliveira Salazar passou a controlar o país, não mais abandonando o poder até 1968, quando este lhe foi retirado por incapacidade, na sequência de uma queda em que sofreu lesões cerebrais. Foi substituído por Marcelo Caetano que dirigiu o país até ser deposto no 25 de Abril de 1974.

Sob o governo do Estado Novo, Portugal foi sempre considerado uma ditadura, quer pela oposição, quer pelos observadores estrangeiros quer mesmo pelos próprios dirigentes do regime. Formalmente, existiam eleições, mas estas foram sempre contestadas pela oposição, que sempre acusaram o governo de fraude eleitoral e de desrespeito pelo dever de imparcialidade.

O Estado Novo possuía uma polícia política, a PIDE (Polícia Internacional de Defesa do Estado), uma evolução da ex-PVDE (Polícia de Vigilância e Defesa do Estado), mais tarde DGS (Direcção-Geral de Segurança), que perseguiria os opositores do regime. De acordo com a visão da história dos ideólogos do regime, o país manteve uma política que considerava a manutenção das colónias do Ultramar, numa altura em que alguns países europeus iniciavam os seus processos de alienação progressiva das suas colónias. Apesar da contestação nos fóruns mundiais, como na ONU, Portugal manteve uma política de força, tendo sido obrigado, a partir do início dos anos 60, a defender militarmente as colónias contra os grupos independentistas em Angola, Guiné e Moçambique.

Economicamente, o regime manteve uma política de condicionamento industrial que resultava no monopólio do mercado português por parte de alguns grupos industriais e financeiros (a acusação de plutocracia é frequente). O país permaneceu pobre até à década de 1960, o que estimulou a emigração. Notou-se, contudo, um desenvolvimento económico a partir desta década.


A Guerra do Ultramar, um dos precedentes para a revolução

O mito do "orgulhosamente sós"

Nos inícios dos anos 1970 o regime autoritário do Estado Novo continuava a pesar sob Portugal. O seu fundador, António Oliveira Salazar, foi destituído em 1968 por incapacidade e veio a falecer em 1970, sendo substituído por Marcelo Caetano na direcção do regime. Qualquer tentativa de reforma política foi impedida pela própria inércia do regime e pelo poder da sua polícia política(PIDE). O regime exilava-se, envelhecido num mundo ocidental em plena efervescência social e intelectual de finais de década de 60, obrigando Portugal a defender pelas forças das armas o Império Português, instalado no imaginário dos ideólogos do regime. Para tal, o país viu-se obrigado a investir grandes esforços numa guerra colonial de pacificação, atitude que contrastava com o resto das potências coloniais que tratavam de assegurar-se da saída do continente africano da forma mais conveniente.

O contexto internacional não era favorável ao regime salazarista/marcelista.

Com o auge da Guerra Fria, as nações dos blocos Capitalista e Comunistas apoiaram e financiaram as guerrilhas das colónias portuguesas, numa tentativa de as atrair para a influência americana ou soviética. A intransigência do regime e mesmo o desejo de muitos colonos de continuarem sob o domínio português, atrasaram o processo de descolonização por quase 20 anos, no caso de Angola e Moçambique.

Ao contrário de outras Potências Coloniais Europeias, Portugal mantinha laços fortes e duradoros com as suas colónias africanas. Para muitos portugueses um Império Colonial era necessário para um poder e influência contínuos. Contrastando com Inglaterra e França, os colonizadores portugueses casaram e constituíram família entre os colonos nativos.

Apesar das constantes objecções em forúns nacionais, como a ONU, Portugal manteve as suas colónias como parte integral de Portugal, sentindo-se portanto obrigado a defendê-las militarmente de grupos armados de influência comunista, particularmente após a anexação unilateral e forçada dos inclaves portugueses de Goa, Damão e Diu, em 1961.

Em quase todas as colónias portuguesas africanas – Moçambique, Angola, Guiné, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde – surgiram movimentos independentistas, que acabaram por se manifestar sob a forma de guerrilhas armadas. Excepto no caso da Guiné, estas guerrilhas foram facilmente contidas pelas forças portuguesas, apesar dos diversos embargos ao armamento militar fornecido a Portugal. No entanto, os vários conflitos forçaram Salazar e o seu sucessor Caetano a gastar uma maior parte do orçamento de Estado na administração colonial e despesas militares, sendo que cedo Portugal viu-se um pouco isolado do resto do Mundo

Após a ascensão de Caetano ao poder, a guerra colonial tornou-se num forte motivo de discussão e num assunto muito focado por parte das forças anti-regime. Muitos estudantes e manifestantes contra a guerra terão sido forçados a abandonar o país para escapar à prisão e tortura.

Economicamente, o regime mantinha a sua política de Corporativismo, o que resultou na concentração da economia portuguesa nas mãos de uma elite de industriais.

No entanto, a economia crescia fortemente, especialmente após 1950 e Portugal foi mesmo co-fundador da EFTA, OCDE e NATO. A Administração das colónias custava a Portugal um aumento percentual anual no seu orçamento e tal contribuíu para o empobrecimento da Economia Portuguesa, pois o dinheiro era desviado de investimentos infraestruturais na metrópole. Até 1960 o país continuou relativamente frágil em termos económicos, o que estimulou a emigração para países em rápido crescimento e de escassa mão-de-obra da Europa Ocidental, como França ou Alemanha principalmente após a Segunda Guerra Mundial.

Para muitos o Governo português estava envelhecido, sem resposta aparente para um mundo em grande mudança cultural e intelectual.

A guerra colonial gerou conflitos entre a sociedade civil e militar, tudo isto ao mesmo tempo que a fraca economia portuguesa gerava uma forte emigração.

Em Fevereiro de 1974, Marcelo Caetano é forçado pela velha guarda do regime a destituir o general António Spínola e os seus apoiantes, quando tentava modificar o curso da política colonial portuguesa, que se revelava demasiado dispendiosa para o país.

Nesse momento, em que são reveladas as divisões existentes no seio da elite do regime, o MFA, movimento secreto, decide levar adiante um golpe de estado.

O movimento nasce secretamente em 1973 da conspiração de alguns oficiais do exército, numa primeira fase unicamente preocupados com questões de carreira militar.

Preparação


Monumento em Grândola

A primeira reunião clandestina de capitães foi realizada em Bissau, em 21 de Agosto de 1973. Uma nova reunião, em 9 de Setembro de 1973 no Monte Sobral (Alcáçovas) dá origem ao Movimento das Forças Armadas. No dia 5 de Maio de 1974 é aprovado o primeiro documento do movimento: "Os Militares, as Forças Armadas e a Nação". Este documento é posto a circular clandestinamente. No dia 14 de Março o governo demite os generais Spínola e Costa Gomes dos cargos de Vice-Chefe e Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, alegadamente, por estes se terem recusado a participar numa cerimónia de apoio ao regime. No entanto, a verdadeira causa da expulsão dos dois Generais foi o facto do primeiro ter escrito, com a cobertura do segundo, um livro, "Portugal e o Futuro", no qual, pela primeira vez uma alta patente advogava a necessidade de uma solução política para as revoltas separatista nas colónias e não uma solução militar. No dia 24 de Março a última reunião clandestina decide o derrube do regime pela força.


Movimentações militares durante a Revolução


Viva a Liberdade, pintura mural

No dia 24 de Abril de 1974, um grupo de militares comandados por Otelo Saraiva de Carvalho instalou secretamente o posto de comando do movimento golpista no quartel da Pontinha, em Lisboa.

Às 22h 55m é transmitida a canção " E depois do Adeus", de Paulo de Carvalho, pelos Emissores Associados de Lisboa, emitida por Luís Filipe Costa. Este foi um dos sinais previamente combinados pelos golpistas e que desencadeou a tomada de posições da primeira fase do golpe de estado.

O segundo sinal foi dado às 0h20 m, quando foi transmitida a canção " Grândola Vila Morena", de José Afonso, pelo programa Limite, da Rádio Renascença que se iníciou a 25 de Abril de 1974, que confirmava o golpe e marcava o início das operações. O locutor de serviço nessa emissão foi Leite de Vasconcelos, jornalista e poeta moçambicano.

O golpe militar do dia 25 de Abril teve a colaboração de vários regimentos militares que desenvolveram uma acção concertada.

No Norte, uma força do CICA 1 liderada pelo Tenente-Coronel Carlos de Azeredo toma o Quartel-General da Região Militar do Porto. Estas forças são reforçadas por forças vindas de Lamego. Forças do BC9 de Viana do Castelo tomam o Aeroporto de Pedras Rubras. Forças do CIOE tomam a RTP e o RCP no Porto. O regime reagiu, e o ministro da Defesa ordenou a forças sedeadas em Braga para avançarem sobre o Porto, no que não foi obedecido, já que estas já tinham aderido ao golpe.

À Escola Prática de Cavalaria, que partiu de Santarém, coube o papel mais importante: a ocupação do Terreiro do Paço. As forças da Escola Prática de Cavalaria eram comandadas pelo então Capitão Salgeiro Maia. O Terreiro do Paço foi ocupado às primeiras horas da manhã. Salgueiro Maia moveu, mais tarde, parte das suas forças para o Quartel do Carmo onde se encontrava o chefe do governo, Marcelo Caetano, que ao final do dia se rendeu, fazendo, contudo, a exigência de entregar o poder ao General António de Spínola, que não fazia parte do MFA, para que o "poder não caísse na rua". Marcelo Caetano. partiu, depois, para a Madeira, rumo ao exílio no Brasil.


25 de Abril Sempre, pintura mural

A revolução resultou na morte de 4 pessoas, quando elementos da polícia política (PIDE) dispararam sobre um grupo que se manifestava à porta das suas instalações na Rua António Maria Cardoso, em Lisboa.

Cravo

O cravo vermelho tornou-se o símbolo da Revolução de Abril de 1974; Com o amanhecer as pessoas começaram a juntar-se nas ruas, solidários com os soldados revoltosos; alguém (existem várias versões, sobre quem terá sido, mas uma delas é que uma florista contratada para levar cravos para a abertura de um hotel, foi vista por um soldado que pôs um cravo na espingarda, e em seguida todos o fizeram), começou a distribuir cravos vermelhos para os soldados, que depressa os colocaram nos canos das espingardas.

Consequências


Mural na Chamusca, com uma dedicatória ao 25 de Abril

Manifestação do 25 de Abril de 1983 na cidade do Porto

No dia seguinte, forma-se a Junta de Salvação Nacional, constituída por militares, e que procederá a um governo de transição. O essencial do programa do MFA é, amiúde, resumido no programa dos três D: Democratizar, Descolonizar, Desenvolver.

Entre as medidas imediatas da revolução contam-se a extinção da polícia política (PIDE/DGS) e da Censura. Os sindicatos livres e os partidos foram legalizados. Só a 26 foram libertados os presos políticos, da Prisão de Caxias e de Peniche. Os líderes políticos da oposição no exílio voltaram ao país nos dias seguintes. Passada uma semana, o primeiro de Maio foi celebrado legalmente nas ruas pela primeira vez em muitos anos. Em Lisboa reuniram-se cerca de um milhão de pessoas.

Portugal passou por um período conturbado que durou cerca de 2 anos, comummente referido como PREC (Processo Revolucionário Em Curso), marcado pela luta e perseguição politica entre as facções de esquerda e direita. Foram nacionalizadas as grandes empresas. Foram igualmente "saneadas" e muitas vezes forçadas ao exílio personalidades que se identificavam com o Estado Novo ou não partilhavam da mesma visão politica que então se estabelecia para o país. No dia 25 de Abril de 1975 realizaram-se as primeiras eleições livres, para a Assembleia Constituinte, que foram ganhas pelo PS. Na sequência dos trabalhos desta assembleia foi elaborada uma nova Constituição, de forte pendor socialista, e estabelecida uma democracia parlamentar de tipo ocidental. A constituição foi aprovada em 1976 pela maioria dos deputados, abstendo-se apenas o CDS.

A guerra colonial acabou e, durante o PREC, as colónias africanas e Timor-Leste tornaram-se independentes.

O 25 de abril visto tempo depois


É preciso salvar Abril, pintura mural

O 25 de Abril de 1974 continua a dividir a sociedade portuguesa, sobretudo nos estratos mais velhos da população que viveram os acontecimentos, nas facções extremas do espectro político e nas pessoas politicamente mais empenhadas. A análise que se segue refere-se apenas às divisões entre estes estratos sociais.

Existem actualmente dois pontos de vista dominantes na sociedade portuguesa em relação ao 25 de Abril.

Quase todos reconhecem, de uma forma ou de outra, que o 25 de Abril representou um grande salto no desenvolvimento politico-social do país. Mas as pessoas mais à esquerda do espectro político tendem a pensar que o espírito inicial da revolução se perdeu. O PCP lamenta que a revolução não tenha ido mais longe e que muitas das conquistas da revolução se foram perdendo.

De uma forma geral, ambos os lados lamentam a forma como a descolonização foi feita, enquanto que as pessoas mais à direita lamentam as nacionalizações feitas no periodo imediato ao 25 de Abril de 1974 que condicionaram sobremaneira o crescimento de uma economia já então fraca.

(Parte do artigo extraído da enciclopedia livre)

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Volvidos que são 35 anos após a revoluçaõ do 25 de Abril o povo continua descontente, é certo que se ganhou a democracia, porém as coisas em Portugal não correm da melhor forma, a falta de segurança, o receios das pessoas, os roubos, o aumento da criminalidade, a droga, o alto custo de vida, salários baixos e falta de empregos, cria um ambiente de estabilidade e de anarquia em certos pontos.

É para perguntar se antes estávamos mal como estamos actualmente!...

Será que é necessária uma nova revolução para correr com muitos dos políticos de meia tigela que só enriqueceram á custa do povo!...