o mar do poeta

o mar do poeta

o mar do poeta

o mar do poeta

domingo, dezembro 27

"ADÉ" - JOSÉ DOS SANTOS FERREIRA



José dos Santos Ferreira


José dos Santos Ferreira, mais conhecido por Adé, foi um poeta de Macau. Nasceu em Macau a 28 de Julho de 1919 e faleceu em Hong Kong a 24 de Março de 1993. Viveu durante toda a sua vida na sua terra natal. O seu pai é um português oriundo de Portugal e a sua mãe é uma macaense. Foi o último poeta popular macaense que deixou uma vasta obra composta de poemas, peças de teatros, livros, programas radiofónicos e operetas em Patuá, um crioulo de base portuguesa desta ex-colónia portuguesa.

Suas Obras

Escandinávia, Região de Encantos Mil (1960)

Macau sa Assi (em patuá) (1968)

Qui Nova, Chencho (em patuá) (1974)

Papiá Cristâm di Macau: Epitome de gramática comparada e vocabulário : dialecto macaense. Macau: [s.n.] (1978)

Bilhar e Caridade (poesias) (1982)

Camões, Grándi na Naçám (em patuá) (1982)

Poéma di Macau (poesias, em patuá)(1983)

Macau di tempo antigo: Poesia e prosa: dialecto macaense. Macau: author's edition (1985).

Nhum Vêlo (em patuá) (1986)

Poéma na língu maquista (Poesia em papel-de-arroz). Macau: Livros do Oriente (1992).







Masqui ramendá unga tosco bote,
Largado na mar co ónda picánte,
Quim pôde isquecê acunga dote
Qui já dá vôs grandura di gigánte!
Pa quim buscá luz, vôs sandê candia;
Quim passá fome, vêm aqui têm pám;
Pa quim ta fuzi, susto ventania,
Vôs dá teto co paz na coraçám.



Poema no dialecto Pátua

As gerações vindouras dos bons Macaenses que, a exemplo dos seus antepassados, saberão certamente, guardar Macau fundo no coração e tudo fazer por honrar o nome desta terra de sonhos, por Deus sempre abençoada.

JOSÉ DOS SANTOS FERREIRA - ( extraído do livro Doci Papiaçám di Macau)


O articulista teve a honra de conhecer pessoalmente tão ilustre Filho da Terra e Ilustre Poeta
.
Nesta Quadra Natalícia, o articulista foi prestar homenagem ao Grande Poeta de Macau, José dos Santos Ferreira.

O Governo de Macau mandou erguer uma Estátua num dos jardins da cidade, defronte do Hotel Casino Winn.

Um local tranquilo onde o Grande Poeta repousa, no caminho com o seu nome, bela e bem merecida homenagem a este Ilustre Poeta que tanto amou a sua terra, Macau Sã assim!...

Que a sua alma e sua poesia se encontrem junto de Deus, lá nos Reinos dos Céus.




2 comentários:

Anônimo disse...

Como os anos passam, era um jovem e por sinal bem bonito.
Um beijo grande
Linita

Rui Moio disse...

Olá António Cambeta

Bom Natal e um feliz ano novo de 2010.
De novo maravilho-me com um post seu. Desta vez, sobre o crioulo português de Macau. Quererá apresentar a tadução para português do poema escrito em patuá?

«Masqui ramendá unga tosco bote,
Largado na mar co ónda picánte,
Quim pôde isquecê acunga dote
Qui já dá vôs grandura di gigánte!
Pa quim buscá luz, vôs sandê candia;
Quim passá fome, vêm aqui têm pám;
Pa quim ta fuzi, susto ventania,
Vôs dá teto co paz na coraçám.»

Com a sua permissão gostaria muito de o reproduzir no meu blogue "Sentires Sentidos".

Grato pela sua presença amiga