Desde 1888 que se pensava em construir um sistema de caminhos de ferro subterrâneo na cidade de Lisboa. A ideia era do engenheiro militar Henrique de Lima e Cunha; este tinha publicado na revista Obras Públicas e Minas uma rede com várias linhas que poderia servir a capital portuguesa. Mais tarde, já na década de 1920, Lanoel d'Aussenac e Abel Coelho em 1923, e José Manteca Roger e Juan Luque Argenti em 1924, apresentaram os seus projectos para um sistema de metropolitano em Lisboa, mas ambos foram rejeitados.
Após a Segunda Guerra Mundial, na qual Portugal se manteve neutral, a retoma da economia nacional e a ajuda financeira do Plano Marshall deram um forte impulso para o início da construção do metro. Foi constituída uma sociedade a 26 de Janeiro de 1948, que tinha como objectivo o estudo da viabilidade técnica e económica de um sistema de transporte público subterrâneo em Lisboa.
O novo sistema foi bem aceite pelo público, e no primeiro ano o metro transportou mais de 15,3 milhões de passageiros. O metro revelou-se um importante factor de desenvolvimento urbanístico da cidade, delineando novas áreas de habitação e serviços. Em 1963 é inaugurado o troço desde os Restauradores ao Rossio. Esta primeira fase de construções ficou concluída com o troço Rossio – Anjos, em 1966, e por fim, em 1972, o troço entre os Anjos e Alvalade.
Depois dessa primeira expansão, o metro não voltou a inaugurar estações até 1988. Em 1974, a revolução do 25 de Abril veio modificar a gestão do Metropolitano de Lisboa; em 1975 a empresa foi nacionalizada, passando a chamar-se, em 1978, Metropolitano de Lisboa, EP. A nova gerência começou por fazer obras de alargamento das estações, inicialmente habilitadas para receber duas carruagens, para poderem passar a receber quatro.
Ao longo da década de 80 do século XX, foram arrancando as obras de prolongamento do metropolitano, primeiramente de Alvalade às Calvanas, em 1980, depois de Sete Rios (actual Jardim Zoológico) ao Colégio Militar/Luz, em 1982, e ainda das Calvanas ao Campo Grande, em 1983. Também no ano seguinte, em 1984, viria a arrancar a construção do prolongamento de Entre Campos até ao Campo Grande, estação designada por Cruz Norte, numa época em que já se havia abandonado o projecto de construir uma estação nas Calvanas, perto do Hospital Júlio de Matos.
Desta forma, no final da década, mais precisamente em 14 de Outubro de 1988, teve lugar a inauguração do prolongamento que ligaria Sete Rios (actual Jardim Zoológico) ao Colégio Militar/Luz, com três estações: Laranjeiras, com intervenções artísticas de Sá Nogueira, Alto dos Moinhos, assinada por Júlio Pomar, e Colégio Militar/Luz, na qual interveio Manuel Cargaleiro.
O ano de 1998 foi uma ano muito importante para a capital portuguesa; nesse ano realizou-se, na zona este da cidade, a Expo '98. O Metropolitano de Lisboa não ficou indiferente ao evento e, em Maio, no mesmo mês em que a exposição começava, abriu a Linha D (vermelha). É a única linha feita de raiz até aos dias de hoje no Metropolitano de Lisboa. Começava na estação da Alameda, onde já passava a Linha C, e seguia até à estação Oriente, localizada no Parque das Nações, onde se a realizava a Expo'98. Na Linha A fez-se o prolongamento da linha desde os Restauradores até à estação Baixa-Chiado. Na Linha C foi feito um prolongamento desde a Baixa-Chiado até ao Cais do Sodré fazendo desta forma a ligação ao transporte fluvial. Foi com esta configuração que o sistema de Metropolitano de Lisboa passou o século.
As linhas mudaram todas de nome. A linha A passou a ser Linha da Gaivota, a linha B começou a ser chamada Linha do Girassol, a linha C ficou Linha da Caravela, e finalmente a linha D passou a ser Linha do Oriente. Apesar dos novos nomes, as linhas são conhecidas pelo público pelo nome da cor representativa da linha. Em 2002 a Linha Verde foi expandida na vertente norte até Telheiras. Dois anos mais tarde, em 2004, a rede passou os limites geográficos da cidade; primeiro no mês de Março, foi acrescentado à Linha Amarela um troço de cinco novas estações que partia do Campo Grande e seguia até Odivelas. Em Maio do mesmo ano a linha Azul foi prolongada desde a Pontinha até à estação de Amadora Este.
Em 19 de Dezembro de 2007, após 11 anos de construção, foi inaugurado o prolongamento entre Baixa-Chiado e Santa Apolónia, com alguma controvérsia e muitos atrasos sucessivos devido à dificuldade de construção. Em 2000, quando estaria prevista em três anos a sua conclusão, surgiram fissuras no túnel que levaram a um aluimento de terras. A consequente inundação do túnel veio atrasar a conclusão da obra e obrigou a cortar temporariamente o trânsito rodoviário na Praça do Comércio e em parte da Avenida Infante D. Henrique. Um novo túnel foi feito no local no interior do primeiro. As obras das Estações Terreiro do Paço e Santa Apolónia foram concluídas no verão de 2007.
Rede actual
Estação dos Restauradores na Linha Azul.
Estação de Picoas na Linha Amarela.
Estação de Telheiras na Linha Verde.
Estação de Cabo Ruivo na Linha Vermelha.Ver artigos principais: Linha Azul, Linha Amarela, Linha Verde e Linha Vermelha.
Cor Nome Terminais Estações Extensão Prolongamentos
Linha Azul
Linha da Gaivota Santa Apolónia
-
Amadora Este 17 13 km 29/12/1959: Restauradores - Sete Rios (actual Jardim Zoológico)
14/11/1988: Sete Rios - Colégio Militar/Luz)
18/10/1997: Colégio Militar-Luz - Pontinha
08/08/1998: Restauradores - Baixa-Chiado
15/05/2004: Pontinha - Amadora Este
19/12/2007: Baixa-Chiado - Santa Apolónia
2011 [prev.]: Amadora Este - Reboleira
2015 [prev.]: Hosp. Amadora-Sintra - Reboleira
Linha Amarela
Linha do Girassol Rato
-
Odivelas 13 11 km
a operar como linha independente
desde 15/07/1995 29/12/1959: Entre Campos - Restauradores
14/10/1988: Entre Campos - Cidade Universitária
03/04/1993: Cidade Universitária - Campo Grande
29/12/1997: Rotunda (actual Marquês de Pombal) - Rato
27/03/2004: Campo Grande - Odivelas
2011 [prev.]: Rato - Estrela
2015 [prev.]: Odivelas - Infantado
Linha Verde
Linha da Caravela Cais do Sodré
-
Telheiras 13 9 km
a operar como linha independente
desde 03/03/1998 27/01/1963: Restauradores - Rossio
28/09/1966: Rossio - Anjos
18/06/1972: Anjos - Alvalade
03/04/1993: Alvalade - Campo Grande
18/04/1998: Rossio - Cais do Sodré
02/11/2002: Campo Grande - Telheiras
Linha Vermelha
Linha do Oriente Alameda
-
Oriente 7 6 km 19/05/1998: Alameda - Oriente
??/08/2009: São Sebastião - Alameda
2011 [prev.]: Oriente - Aeroporto
2012 [prev.]: Campolide - São Sebastião
2014 [prev.]: Oriente - Sacavém
Expansões da rede
Em construção
Estão actualmente em construção os seguintes prolongamentos:
Linha Vermelha:
entre Alameda e São Sebastião - prolongamento com duas estações novas (Saldanha e São Sebastião), com inauguração prevista para Agosto de 2009.
entre Oriente e Aeroporto - ligação ao Aeroporto de Lisboa a partir da estação Oriente, incluindo as novas estações de Moscavide, Encarnação e Aeroporto, com conclusão prevista para Dezembro de 2010.
Linha Azul:
entre Amadora Este e Reboleira, com entrada ao serviço prevista para o 1.º semestre de 2011.
Com a conclusão destas extensões, o metro terá uma rede de cerca de 40 km de via dupla, e 53 estações.
Projectos oficialmente apresentados
Em 17 de Julho de 2009 foi apresentado em Lisboa o projecto de expansão das linhas Amarela e Vermelha para servir os concelhos de Odivelas e Loures[4]: esta expansão contará com sete novas estações, cinco na Linha Amarela (Codivel, Torres da Bela Vista/Frielas, Santo António, Loures e Infantado) e duas na Linha Vermelha (Portela e Sacavém).
Estas duas extensões para norte e nordeste da cidade de Lisboa têm um custo aproximado de 565 milhões de euros[9] e deverão estar prontas em 2014 e 2015.
Em 30 de Julho de 2009 uma nova apresentação expôs o projecto de expansão da linha Azul para o interior do concelho da Amadora. Esta extensão representa um investimento de 214 milhões de euros, e consiste no prolongamento da linha em 2,5 km, com três novas estações: Atalaia, Amadora-Centro e Hospital Amadora-Sintra.
Em fase de estudo de viabilidade
Como projectos futuros não confirmados, estão em estudo:
O prolongamento a sul da Linha Vermelha até Campo de Ourique, passando por Campolide e Amoreiras, e a norte para além do Aeroporto, unindo-se à Linha Amarela na estação Lumiar e à Linha Azul na estação Colégio Militar/Luz. Anteriormente, a expansão da Linha Vermelha para norte contemplava também um ramal que partia de Moscavide rumo à Portela e a Sacavém — o que, a concretizar-se, corresponderia à terceira expansão da rede do metro para fora da cidade de Lisboa.
A Linha Amarela poderá prolongada para Sul desde o Rato até Alcântara-Mar, passando pela Estrela e pela Infante Santo.
Na Linha Verde está em estudo o prolongamento a norte desde Telheiras, passando pela Horta Nova e unindo-se à Linha Azul na estação Pontinha.
Projectos abandonados
Estudou-se também para execução a muito longo prazo a criação da "Linha das Colinas", uma linha construída de raiz que uniria os bairros históricos, desde Campo de Ourique a Santa Apolónia. Ligando entre si os bairros históricos da cidade que ainda não estão servidos pela rede de metropolitano, pretendia-se dotar de uma linha de metropolitano várias zonas carenciadas em estacionamento e onde o acesso em transporte individual é insuficiente e sem capacidade. A Linha das Colinas teria 8,5 km e 16 estações, atravessando as quatro linhas de metropolitano já existentes: Campo de Ourique (Linha Vermelha), Estrela (Linha Amarela), São Bento, Academia das Ciências, Príncipe Real, Avenida (Linha Azul), Campo Mártires da Pátria, Gomes Freire, Estefânia, Arroios (Linha Verde), Paiva Couceiro, Penha de França, Sapadores, Graça, Cerca Moura e Santa Apolónia (Linha Azul). Este projecto foi entretanto abandonado.
Arte no Metro
Decoração do cais da estação do Parque, na Linha Azul.A arquitectura e decoração de uma estação de metropolitano é um elemento fundamental para o bem estar dos passageiros, e funciona de certa forma como um apelo para se viajar de metro. O Metropolitano de Lisboa é um dos sistemas de metro no mundo onde a arte está mais bem representada. A preocupação de atenuar nas estações a transição entre a superfície e o subterrâneo começou desde o início. O arquitecto Francisco Keil do Amaral desenhou o modelo de uma estação tipo, que serviu de molde para todas as estações construídas até 1972.
A decoração era muito moderada, as linhas eram suaves, mas firmes, muito ao gosto do regime vigente na época em Portugal. As onze estações iniciais, com excepção da Avenida, tinham revestimentos da autoria da pintora Maria Keil.
Em 1988, quando se retomou a expansão do metro, com a inauguração novas ligações entre as estações de Sete Rios e Colégio Militar/Luz, e entre as de Entre Campos e a Cidade Universitária, continuou presente a necessidade de organizar e decorar as estações; nessa medida, dotaram-se essas novas estações de intervenções de quatro artistas contemporâneos portugueses: Rolando Sá Nogueira nas Laranjeiras, Júlio Pomar no Alto dos Moinhos, Manuel Cargaleiro no Colégio Militar/Luz e Vieira da Silva na estação da Cidade Universitária, deram o seu contributo no enriquecimento das estações do metro.
Daí em diante a arte passou a ser uma constante nas estações. A iluminação joga com o brilho da azulejaria, presente em quase todas as estações. Nos últimos anos as estações mais antigas têm sido remodeladas, não só para melhorar a decoração e aspecto estético, mas também para melhorar as acessibilidades para passageiros de mobilidade reduzida.
Composições
Carruegens actuais - Série ML99.Desde a sua inauguração já foram utilizados pelo Metropolitano de Lisboa diversos tipos de composições:
Série ML7
Entrada em serviço: 1959/1975
Retirada de serviço: 31 de Janeiro de 2000
Série ML79
Entrada em serviço: 1984/1989
Retirada de serviço: 11 de Julho de 2002
Série ML90
Entrada em serviço: 1993/1996
Série ML95
Entrada em serviço: 1997/1998
Série ML97
Entrada em serviço: 1999
Série ML99
Entrada em serviço: 2000/2002
Tarifas
Cartão 7 Colinas.
Em 2004 a rede do Metropolitano de Lisboa saiu dos limites geográficos da cidade; esse facto fez com que se criasse um novo tarifário que dependia de zonas, até então desnecessário. Foi estabelecido um sistema de coroas urbanas sendo que a cidade fica na Coroa L e uma primeira coroa, fora da primeira, Coroa 1 na qual ficam as novas estações do Metro.
Desta forma, um passageiro que viaje na Linha Azul na direcção Santa Apolónia – Amadora-Este, ou vice-versa, tem de comprar um bilhete de 2 Zonas se passar para além da estação da Pontinha. O mesmo sucede na Linha Amarela, no sentido Rato – Odivelas, ou vice-versa, se passar pela estação de Senhor Roubado.
A rede de metropolitano de Lisboa dispões de uma vasta gama de títulos de transporte que permitem várias modalidades de transporte de passageiros. Para clientes que utilizam com pouca frequância os serviços prestados pelo Metropolitano de Lisboa, estão disponíveis os cartões 7 colinas ou Viva Viagem, os quais podem ser carregados com títulos simples (apenas válido para o metropolitano), diários (válido para o metropolitano e para a Carris) ou Zapping . No primeiro carregamento desses cartões, é necessário pagar um custa adicional de 0,50 € para a aquisição do próprio cartão, que tem uma validade de um ano. Durante este período, o cartão pode ser carregado e reutilizado. No fim do período válido de utilização, o recarregamento é impedido, mas os títulos ainda contidos no cartão continuam a ser válidos.
FONTE - Enciclopédia livre
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O articulista usou este moderno meio de transporte na cidade de Lisboa por diversas vezes, a última durante a Expo 98, sem dúvida alguma que é um transporte moderno e super confortável, porém, na altura em 1998, o sistema da venda de bilhetes é que me pareceu não ser lá muito eficiente.
Em comparação do metro da cidade Hong-Kong, onde tudo é bem controlado, não dando aso a fugas à compra dos bilhetes, visto que à saída, na estação, para a qual se comprou o bilhete , este é de novo verificado através das máquinas, e, em acso de fraude a porta de saída não se abre e logo um funcionário da estação vem indagar o que se passa, caso o passageiro tenha comprado um bilhete mais barato, então paga uma avultada multa.