盂蘭節
Hoje, sábado, dia 14 do mês de Julho do calendário lunar chinês, é chamado o dia I LAN CHIT, o que significa que a partir de hoje e durante todo o mês de Julho (Agosto no calendário gregoriano) o inferno abre as portas e deixa sair as almas famintas.
Esta tarde quando o articulista regressava a casa, já todos oa passeios na zona da Praia Grande, estavam repletos de pessoas, principalmente senhoras idosas, prestando este ritual, que é colocando frutas, arroz, queimando pivetes, tudo isto para ofertar as almas famintas.
A Festa dos Espíritos Famintos
O dia em que nas ruas de Macau são oferecidos banquetes aos espíritos “desamparados”
É difícil não nos “confrontar” com a Festa dos Espíritos Famintos ( “Guijie” em mandarim), pois é impossível não depararmos com as inúmeras oferendas existentes na rua, praticamente todas as noites a partir do décimo quinto dia do sétimo mês lunar (Agosto).
Segundo a crença popular, é nesse dia que o protector dos mortos, Dizang Wang, abre os portões do “inferno” que separam o mundo no qual vivem os homens, do mundo dos mortos, permitindo assim aos espíritos invadirem a terra em grande número. Alguns deles terão a possibilidade de atingir uma condição mais feliz, através desta celebração. Por essa razão, a festividade é também conhecida por “Festa Universal da Salvação”.
Estes são geralmente, espíritos que não têm nenhum descendente vivo que possa prestar-lhes culto, ou espíritos de suicidas, de vítimas de homicídio e acidentes ou ainda de doidos, de criminosos, etc., ou seja, espíritos sem familiares de quem possam receber as devidas honras, espíritos daqueles que sofreram uma morte considerada violenta e acidental e que não tiveram um funeral adequado e espíritos daqueles que viveram a vida de uma forma “incorrecta”. Atribuem-lhes os desastres, a morte das crianças, o alcoolismo, a perda do emprego, o azar no jogo, enfim, toda uma série de desgraças.
Sendo que durante este mês todos estes espíritos malignos e perdidos vagueiam pelas ruas e avenidas, mares e campos, atormentando tudo e todos, são queimados nas ruas (sendo espíritos solitários e desconhecidos não têm direito a altares nem a templos), direitamente no passeio, tiras de papel de diferentes cores (foto ao lado), que simbolizam as roupas, dinheiro e lingotes de ouro de papel, velas e incenso em grande quantidade e alimentos como pato, leitão, galinha, bolos, frutas, aguardente e até cigarros. Este hábito de ofertar comida e outros bens é uma característica de tradição budista e está presente em todas as celebrações religiosas chinesas.
Estes espíritos “desemparados” têm assim a oportunidade de se acalmarem e de obterem melhores condições de existência extra-terrena, podendo atenuar o seu sofrimento e tormento.
Os espíritos não podem nem devem entrar nas casas, daí as oferendas ocorrerem na rua e à porta dos prédios e de algumas lojas. São colocados à disposição da população, bidons adaptados para a queima de oferendas.
As oferendas feitas nas esquinas, em plena rua, deixam os passeios repletos de ofertas, esperando assim, que os espíritos se sirvam à vontade. O esbanjamento é uma das características desta celebração e habitualmente paira no ar fumo e o cheiro a papel e incenso queimado, voando também múltiplas cinzas.
São espíritos a evitar. Geralmente na noite anterior ao dia em que as portas do “inferno” se fechem, as pessoas tentarão evitar sair à noite.
Tenho amigos macaenses que dizem não acreditar nestas “superstições dos mais velhos”, no entanto, alguns deles não sairão nessa noite porque as mães recomendaram-lhes para não o fazer. É caso para dizer “não acredito em bruxas, mas que as há… há!”.
No mar, os pescadores fazem as suas oferendas para o mar, lançando para a água arroz, frutos e barcos de papel. Estas oferendas destinam-se às almas que pereceram no mar.
Durante a festa de Zhongyuan Jie, designação taoista para a Festa dos Espíritos Famintos, os monges entoam orações nos templos, afim de acalmar os espíritos, para que possam regressar ao seu mundo, fornecendo-lhes uma condição mais feliz e deixar assim o mundo dos vivos em paz.
No budismo, realiza-se uma cerimónia para aliviar os espíritos do “inferno”. Geralmente, no templo de Guan Yin, em Macau, são montados altares que ficam à disposição dos devotos para efectuarem as oferendas de incenso e dinheiro de papel aos espíritos dos seus antepassados. Entretanto, bonzos realizam cerimónias de homenagem aos mortos, entoando orações, tocando tambores e outros instrumentos, na presença dos familiares que, respeitosamente, assistem aos rituais.
Chegado o dia 30 do mês, todos os espíritos errantes são obrigados a regressar; os portões do inferno voltam a fechar-se, permitindo que a vida, na terra, retome a sua normalidade.
Apesar de ter já visto homens e jovens realizarem as oferendas na rua, são essencialmente as mulheres e o mais velhos quem as fazem. As oferendas fazem-se habitualmente de noite.
Na China e em outros países com significativa presença da cultura budista popular, é realizado o Ghost Festival, também chamado Festival dos Fantasmas Famintos [Hungry Ghosts - Qio Gor] no sétimo mês do calendário lunar, geralmente em agosto, a fim de atender às necessidades dos espíritos que não receberam cuidados funerários adequados ou, ainda, para aqueles que eram sozinhos no mundo e portanto não têm parentes vivos para cultuá-los como ancestrais.
"Diz a lenda que um mercador convertido ao budismo e assim chamado Mah?maudgaly?yana, ao se tornar um "Arhat", [monge budista] quis que seus pais mortos se alegrassem com sua nova vida. Ele usou sua clarividência para encontrá-los nos outros mundos. O pai, logo foi achado, estava no Reino de Deus.
A mãe, entretanto, tinha tomado a forma de um Espírito Faminto e habitava um reino inferior, o reino do Pretas, que possuem a garganta tão fina que nenhum alimento pode passar. Desolado, o monge procurou saber o que poderia ser feito para ajudá-la e o próprio Buda Sakyamuni recomendou a oferenda de comida para todos os Pretas.
O alimento deveria ser colocado em um lugar limpo e o mantra da transformação seria, então, recitado por sete vezes [transformação do alimento físico em etéreo]. Deste modo, sua mãe poderia renascer como um cachorro! Insatisfeito, Mah?maudgaly?yana pediu o senhor Buda que lhe ensinasse um modo de fazer sua mãe renascer em forma humana. O mestre recomendou, neste caso, que fosse oferecida comida suficiente para alimentar 500 bhikkhus [monges mendicantes] e por causa desse mérito, a mãe do devoto poderia obter uma nova vida como gente. O dia dos Espíritos Famintos também é comemorado na China e no Japão" .
Acredita-se que no "mês dos fantasmas", as entidades visitam a Terra para desfrutar dos rituais e oferendas de comida, incensos e "dinheiro-fantasma" ? dinheiro falso ou "dinheiro espiritual". Na Malásia, atualizando a lista de presentes, também são ofertadas réplicas de casas, carros e aparelhos de televisão que são queimados na rua. Lanternas e barquinhos de papel são postos nas águas de lagos, do mar ou dos rios para orientar as entidades perdidas.
Festival dos Fantasmas Famintos
Na China e em outros países com significativa presença da cultura budista popular, é realizado o Ghost Festival, também chamado Festival dos Fantasmas Famintos [Hungry Ghosts - Qio Gor] no sétimo mês do calendário lunar, geralmente em agosto, a fim de atender às necessidades dos espíritos que não receberam cuidados funerários adequados ou, ainda, para aqueles que eram sozinhos no mundo e portanto não têm parentes vivos para cultuá-los como ancestrais.
"Diz a lenda que um mercador convertido ao budismo e assim chamado Mah?maudgaly?yana, ao se tornar um "Arhat", [monge budista] quis que seus pais mortos se alegrassem com sua nova vida. Ele usou sua clarividência para encontrá-los nos outros mundos. O pai, logo foi achado, estava no Reino de Deus.
A mãe, entretanto, tinha tomado a forma de um Espírito Faminto e habitava um reino inferior, o reino do Pretas, que possuem a garganta tão fina que nenhum alimento pode passar. Desolado, o monge procurou saber o que poderia ser feito para ajudá-la e o próprio Buda Sakyamuni recomendou a oferenda de comida para todos os Pretas.
O alimento deveria ser colocado em um lugar limpo e o mantra da transformação seria, então, recitado por sete vezes [transformação do alimento físico em etéreo]. Deste modo, sua mãe poderia renascer como um cachorro! Insatisfeito, Mah?maudgaly?yana pediu o senhor Buda que lhe ensinasse um modo de fazer sua mãe renascer em forma humana. O mestre recomendou, neste caso, que fosse oferecida comida suficiente para alimentar 500 bhikkhus [monges mendicantes] e por causa desse mérito, a mãe do devoto poderia obter uma nova vida como gente. O dia dos Espíritos Famintos também é comemorado na China e no Japão" .
Acredita-se que no "mês dos fantasmas", as entidades visitam a Terra para desfrutar dos rituais e oferendas de comida, incensos e "dinheiro-fantasma" ? dinheiro falso ou "dinheiro espiritual". Na Malásia, atualizando a lista de presentes, também são ofertadas réplicas de casas, carros e aparelhos de televisão que são queimados na rua. Lanternas e barquinhos de papel são postos nas águas de lagos, do mar ou dos rios para orientar as entidades perdidas.
Estas duas fotos foram tiradas pelo articulista, bem perto de sua residência.
http://youtu.be/0dIl_jrJQVo - Vide video
No ano de 2010 o articulista postou em seu blog um artigo abordando o tema, fantasmas famintos, cujo link apresenta: http://cambetabangkokmacau.blogspot.com/2010/08/fantasmas-famintos.html