http://fuzod.blogspot.com/2012/04/25-de-abril-sempre.html
Após 10 anos em serviço em
Macau, fui a Portugal, no mês de abril de 1974, na conpanhia de minha esposa e
dos filhos, com idades de 5 e 4 anos.
Fomos buscar um copo de água e lhe demos a beber e lhe perguntamos o que se passava.
Então ela, já mais calma nos
informou que tinha avido uma revolução militar, e que seu marido, funcionário
da Alfandega, pertencendo à legião portuguesa, tinha
ido trabalhar e ela estava apreensiva sobre o que lhe podiam fazer.
Abrimos a televisão e
tomados conta do que se estava a passar, e por ali ficamos durante todo o dia.
Da parte da tarde o meu primo regressava a casa, informando que o seu local de
trabalho tinha sido ocupado pelo militares e nada estando lá a fazer regressou
a casa. A esposa do meu primo o cobiu de beijos e fez uma espactúclo como
sempre à sua bela maneira, ela era e continua a ser assim.
Eu a esposa e filhos por lá
ficamos ainda mais uns dias já que as entradas e saídas de Lisboa estavam
interditas.
Entretanto iamos
acompanhando as notícias as notícias através da televisão, saimos algumas vezes, uma delas para visitar o jardim zoológico, na companhia dessa nossa prima.
Só no dia 30 de abril,
quando soubemos que havia transportes para Évora, saimos da Amadora, chegados a
Évora deia a conhecer à minha mãe a minha esposa e os nétinhos, já que o
restante pessoal tinha ido todo ele nos esperar ao aeroporto da Portela.
Ficámos somentes uns dias em Évora, fomos para Badajoz, passando por casa de uma minha irmã que vivia e vive em Elvas, seu esposo nos acompanhou até à estação de caminho de ferro, compramos os bilhetes, minha esposa e filhos subiram para a carruagem quando eu fui abordado por um agente de polícia para lhe mostrar o passaporte, acto seguinte o agente me informou que não podia sair do país em virtude de ser agente de polícia, devolveu-me o passaporte e não acatei a sua ordem, subindo para a carrugem’quando a mesma já estva em andamento e me tendo juntado à esposa e aos filhos, nada mais de anormal se passou.
Ficámos somentes uns dias em Évora, fomos para Badajoz, passando por casa de uma minha irmã que vivia e vive em Elvas, seu esposo nos acompanhou até à estação de caminho de ferro, compramos os bilhetes, minha esposa e filhos subiram para a carruagem quando eu fui abordado por um agente de polícia para lhe mostrar o passaporte, acto seguinte o agente me informou que não podia sair do país em virtude de ser agente de polícia, devolveu-me o passaporte e não acatei a sua ordem, subindo para a carrugem’quando a mesma já estva em andamento e me tendo juntado à esposa e aos filhos, nada mais de anormal se passou.
Nós ficamos em Badajoz até
meados do mês de Maio quando regressamos a Évora onde as coisas já estavam mais
calmas.
Durante a nossa estada em
Évora tivemos conhecimento da reforma agrária e a forma como muitas
propriedades foram tomadas.
Um amigo de infância fazia
parte das tais brigada um dia mandou
parar a viatura de meu irmão mais novo, este lhe perguntou o que desejava, eram
amigos e a resposta dele foi, aqui não há amigos, sai do carro para eu o
revistar e assim foi, nada de anormal tendo encontrado, depois passou revista corporal e disse estás com sorte
senão ias já de cana.
Durante os cinco meses que
estivémos em Portugal no gozo de licença graciosa, aproveitamos para conhecer
Portugal tendo ido ao norte do país e em Braga me senti como se estivesse no
Faroeste americano, e quase ia entrando em vias de facto com um tipo que nos
preseguia.
Foto tirada em casa de minha tia materna, Avelina, no Alandroal
Levei minha mãe a conhecer a Serra da Estrela, Fátima e muitos outros locais, e como não podia deixar de ser, visitar os nossos familiares maternos no Alandroal.
Foto tirada em casa de minha tia materna, Avelina, no Alandroal
Levei minha mãe a conhecer a Serra da Estrela, Fátima e muitos outros locais, e como não podia deixar de ser, visitar os nossos familiares maternos no Alandroal.
A minha esposa e uma nossa cunhada em Fátima
De visita a Castelo Branco
Em Lisboa em plena rua do
Ouro e à hora de almoço houve dois sujeitos que me tentaram assaltar, mas consegui
travar as suas intenções, o caso foi visto por cetenas de pessoas mas nenhuma se abordou para ajudar ou saber o que estava a passar..
Farto de estar em Évora um
dia pequei na esposa e nos filhos e fomos de combóio para Tavira, para tal
tinha comprado bilhetes de primeira classe, mas ao entrarmos na automotora que
fazia a viagem de Évora para a casa Branca, os lugares de primra classe tinham
sido ocupados por individuos com bilhetes de terceira classe, e nos ofenderam
dizendo que os burgueses tinham acabado que nos sentassemos no chão ou então
saimos da carruagem, não nos sentamos no chão mas fizemos a viegem em pé.
Chineses naquela altura em
Portugal poderiam-se contar pelos dedos das mãos e quando passavam eram alvo
de curiosidade e galhofa . Perto do lugar onde iamos sentados seguiam
três sujeitos, ainda jovens, e um deles olhando para minha esposa disse para um
dos seus colegas, “É pá nunca fo.... nenhuma chinesa, será que é bom” o outro
respondeu, olha saca-a do banco e leva-a para a casa de banho e depois saberás.
Bem esta conversa fez-me chegar a mostrada ao nariz, e sem receio do que
poderia vir a seguir, levantei-me e disse para o primeiro sujeito, tem piada
eu ainda não fo... a tua mãe, agora pergunto-te queres sair pelo vidro da
janela ou pela porta, os três sem mais demoras passaram para outra carruagem,
com receio ou medo talvez que eu lhe desse uma surra, o talvez porque tivessem
visto que eu estava armado.
De outra vez em Extremoz,
durante uma tarde bem quente, seguiamos por uma rua estreitinha, quando uma
senhora se assomou à janela e via a minha esposa, de seguida chamou a vizinha e
esta a poutra e por ai fora, nunca tinham visto uam chinesa e espantadas
ficaram, mas nada disseram de ofensivo, foi somente uma cena de falta de
cultura.
Sinceramente não gostei dos
cinco meses que passei em Portugal após o 25 de abril, e em Agosto regressamos
a Macau sem vontade de voltar a Portugal, mas o fizemos dois anos depois.
As diferenças que notámos
eram enormes, a cidade de Évora que era uma cidade limpa com pessoas educadas e
respeitadoras, era agora uma cidade suja, com as pessoas a questionarem-se por
tudo e por nada.
3 comentários:
Todos temos memórias desses dias, Amigo Cambeta.
Boas e más.
Não se vai negar nenhuma delas.
Aquele abraço!
Uma viagem e umas férias muito atribuladas. Aqui na aldeia era tudo calmo. As notícias chegavam-nos pela TV, Rádio e jornais.
Também estava de férias e ainda antes do fim do mês regressei a Bissau. Pelo meu lado não vi nada de mais. Tenho apenas uma foto dos meninos da escola a fazerem uma manifestação. Levavam cartazes a pedir liberdade e independência.
Isto foi já no interior da Guiné e foram os professores que a organizaram.
gostei imenso deste trecho caro CAmbeta,
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