o mar do poeta

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domingo, agosto 16

RESUMO DA HISTÓRIA DE MACAU

A História (Humana) de Macau tem pelo menos 6000 anos. Ela é muito rica e diversificada porque Macau, desde da chegada dos portugueses no século XVI, foi sempre uma importante porta de acesso para a entrada da civilização ocidental na China, contactando com a civilização chinesa, e vice-versa. Este pequeno pedaço de terra proporcionou uma importante plataforma para a simbiose e o intercâmbio de culturas ocidentais e orientais. Esta intensa simbiose e intercâmbio moldaram uma identidade única e própria para Macau.

Macau foi já povoada por pescadores e camponeses chineses quando os portugueses estabeleceram-se em 1557 nesta localidade. Eles, ocupando gradualmente Macau, rapidamente trouxeram prosperidade a este pequeno pedaço de terra que se localiza junto à foz do Rio das Pérolas, tornando-a numa grande cidade comercial. Macau é considerado o primeiro entreposto europeu em solo chinês e tinha um grande valor, principalmente ao nível comercial e estratégico, para os portugueses porque era um importante intermediário no comércio entre a China, a Europa e o Japão.

Segundo certos registos históricos, pelo menos a partir do século V, navios mercantes chineses de Cantão que comerciavam com povos do Sudeste Asiático paravam muitas vezes em Macau ou perto dele para se abastecerem de água e de comida.

Em 1277, cerca de 50000 apoiantes e alguns membros da Dinastia Song, fugindo dos invasores mongóis, chegaram a Macau e construíram várias povoações, sendo a maior e a mais importante delas localizada na região de Mong-Há (que se localiza no Norte de Macau). Pensa-se que o templo mais antigo de Macau, o Templo de Kun Iam (Deusa da Misericórdia), localizava-se precisamente em Mong-Há.

Durante a Dinastia Ming, muitos pescadores oriundos de Cantão e de Fujian estabeleceram-se em Macau e foram eles que construíram o famoso Templo de A-Má.


O primeiro português a chegar e visitar o Sudeste da China foi Jorge Álvares, em 1513, durante a Era dos Descobrimentos iniciada pelo Infante D. Henrique (O Navegador). Ele levantou um padrão com as armas de Portugal no porto de Tamau, localizado numa ilha vizinha de Sanchuão (ou Sanchoão), na foz do Rio das Pérolas, perto de Macau. A esta visita seguiu-se o estabelecimento ilegal e provisório na área de inúmeros comerciantes portugueses, construindo edifícios de apoio em madeira que depois iriam ser destruídos quando os comerciantes, acabados de fazer os seus negócios, partirem. Os portugueses ainda não eram autorizados de permanecer, obtendo somente o estatuto de visitante.

Em 1517, Fernão Peres de Andrade, o chefe de uma expedição portuguesa com destino à China, conseguiu negociar com as autoridades chinesas de Cantão a entrada do embaixador português Tomé Pires a Pequim e o estabelecimento de uma feitoria em Tamau. Mas, devido às atitudes bárbaras de seu irmão Simão de Andrade (ele construiu uma fortaleza em Tamau e começou a atacar os barcos chineses), Tomé Pires foi preso e morto pelas autoridades chinesas de Pequim e o Imperador chinês proibiu o comércio com os portugueses. Apesar desta ordem imperial, os comerciantes portugueses continuaram a sua actividade lucrativa e os mandarins da zona, subornados com dádivas, permitiu, ilegalmente, aos portugueses instalarem-se na ilha de Sanchuão para continuarem o seu negócio.

Em 1542, os portugueses, que já frequentavam as costas orientais da China, estabeleceram-se em Liam Pó. Mas, em 1545, por imprudência dum dos moradores, esta comunidade, que na altura tinha cerca de 3 mil habitantes, foi arrasada por 60 mil chineses em apenas 5 horas. Os portugueses, derrotados, tentaram estabelecerem-se em Chin-Cheu, mas foram expulsos novamente em 1549.

Eles voltaram a Tamau e às ilhas de Sanchuão e de Lampacau para operarem as suas lucrativas transacções comerciais. Eles inclusivamente começaram a travar relações comerciais com os chineses do porto de Hou-Quiang (Macau).

Origem do estabelecimento português de Macau
Macau, mesmo naquela altura já habitada por algumas povoações de chineses (na sua maioria pescadores), só floresceu com a chegada dos portugueses.

Os portugueses desembarcaram em Macau entre 1553 e 1554, sob o pretexto de secar a sua carga. As autoridades chinesas, em 1557, autorizaram finalmente os portugueses de estabelecerem-se permanentemente em Macau e concedeu também um considerável grau de auto-governação para eles. Vários historiadores, como por exemplo o famoso mercador e historiador sueco Anders Ljungstedt (1759 - 1835), defendem que os portugueses estabeleceram-se em Macau sem o conhecimento e a autorização do Imperador mas por meio do consentimento, da concessão e obviamente de subornos às autoridades locais e regionais e aos seus funcionários, os mandarins, de Cantão e da região próxima de Macau.

Mas, segundo uma outra versão (embora com pouco fundamento histórico) sobre a origem do estabelecimento comercial português de Macau, esta autorização foi uma recompensa dada aos portugueses por estes terem contribuído de modo fulcral para a derrota dos piratas chineses liderados pelo célebre Chang-Si-Lau. Estes bandidos violentos e selvagens pilharam, incendiaram e arruinaram vastas áreas da região de Cantão e espalharam terror não só nos campos mas também nas cidades. Eles operavam principalmente na região do Delta do Rio das Pérolas.

Independentemente das muitas versões sobre a sua origem, o certo é que nasceu o primeiro verdadeiro entreposto comercial europeu (depois cultural e religioso) entre o Ocidente e o Oriente no Sul da Península de Macau. O nome de Macau parece ter origem num dos primeiros locais acessados pelos portugueses, a Baía de A-Má (em cantonês, "A-Ma Gao"), nome esse que se deve à existência nessa baía de um templo em homenagem à deusa A-Má. A-Ma Gao se tornaria, Amacao, Macao e, por fim, Macau. Durante mais de 400 anos de história, Macau foi orgulhosamente o baluarte da presença e cultura portuguesa no longínquo Oriente.

Os primeiros tempos do estabelecimento

Ruínas da antiga Igreja de São Paulo, em Macau.Nesses tempos antigos, o estabelecimento comercial português de Macau era somente uma pequena povoação com alguns quarteirões, igrejas e residências, unidas por um pequeno número de ruas. A maioria da população sobrevivia à custa do comércio, e por isso muitos deles abandonavam Macau durante meses e até algumas vezes durante anos, para realizar as suas lucrativas trocas comerciais.

Naquela altura, tinha uma organização político-administrativa vagamente definida, visto que a Coroa portuguesa ainda não efectuou nenhum devido planeamento para Macau. Por isso, naquela altura, o Capitão-Mor das Viagens da China e do Japão era o responsável pelos assuntos dos portugueses, durante a sua estadia em Macau. Ele, como a única autoridade existente, procurava manter a ordem entre a gente portuguesa turbulenta e indisciplinada.

Mas, com o tempo, foram surgindo assuntos cuja resolução não podia aguardar o regresso do Capitão-Mor das suas viagens ao Japão, por isso formou-se uma espécie de triunvirato, que passou a dirigir a administração do estabelecimento. Era composto por três representantes dos moradores, chamados homens-bons, escolhidos por votação. Em 1562, um dos eleitos passou a ser, por escolha, Capitão de Terra. Estes 3 representantes, mesmo assim, continuaram a estar dependentes do Capitão-Mor. Especificamente, a função destes 3 representantes era regular todas as questões de ordem pública e política. Além do triunvirato, existia também um juiz e 4 comerciantes eleitos pelo povo que participavam na administração. Estes elementos juntos formavam uma espécie de Junta oligárquica de comerciantes.

Mas, mesmo que os portugueses foram autorizados de permanecer em Macau, as autoridades chinesas defendiam que Macau era uma parte integrante do Império Celestial Chinês, por isso os portugueses foram obrigados de pagar aluguer anual (cerca de 500 taéis de prata)[3] e certos impostos aos chineses, desde o ano de 1573.

O Vice-Rei de Cantão, a autoridade chinesa máxima da região, ordenou que alguns mandarins das vizinhanças de Macau vigiassem e supervisionassem aquele estabelecimento comercial português, nomeadamente no que diz respeito à recolha da renda e dos impostos lançados pelas autoridades de Cantão sobre todos os produtos chineses e sobre todos os produtos exportados pelos portugueses. Estes funcionários chineses exerciam uma grande influência na administração de Macau e exerciam também controlo e jurisdição última sobre todos os chineses residentes em Macau. Muitos deles habitavam no Norte da Península.




Uma ilustração da missão dos Jesuítas na China. Estes missionários utilizaram Macau como ponto de partida e de formaçãoMacau tornou-se também um importante ponto de partida de missionários católicos para os diferentes países da Ásia, nomeadamente a China e o Japão. Além da evangelização, estes missionários, principalmente os jesuítas promoveram também o intercâmbio ético, cultural e científico entre o Ocidente e o Oriente; e contribuíram de um modo importante para o desenvolvimento de Macau. D. Belchior Carneiro Leitão, o primeiro Governador do Bispado de Macau, fundou, em 1569, o primeiro hospital de Macau, o Hospital dos Pobres (mais tarde, irá chamar-se "Hospital de São Rafael"), e a primeira instituição europeia de caridade e beneficência desta região, a Santa Casa da Misericórdia. Estes religiosos católicos contribuíram também para o desenvolvimento da assistência social, criando orfanatos e até uma leprosaria, e da educação em Macau.

Foi fundada o Colégio de São Paulo no século XVI e o Seminário de São José no século XVIII. Estas duas instituições tinham a função de formar missionários e padres. Devido à grande importância de Macau, o Papa Gregório XIII criou a Diocese de Macau em 23 de Janeiro de 1576. Actualmente, o Seminário, devido à falta de vocações sacerdotais, encerrou-se e o Colégio foi destruído por um incêndio em 1835.

Por várias vezes, os jesuítas que frequentavam regularmente a Corte de Pequim, utilizando a sua influência, salvaram Macau de vários perigos e de várias exigências exageradas impostas pelas autoridades chinesas de Cantão ou pelo próprio Imperador.


Concessão do monopólio do Jogo à STDM

Hotel e Casino Lisboa de Macau, um dos maiores casinos de Macau e de Stanley HoEm 1962, o monopólio no sector dos jogos, anteriormente concedido à companhia chinesa de entretenimento "Taixing" (ou "Tai Hing") desde 1934, foi concedido pelo Governo de Macau à companhia chinesa de Stanley Ho, a "Sociedade de Turismo e Diversões de Macau" (STDM). O primeiro casino e hotel de grande escala foi aberta em 1970 por esta companhia, cujo nome é "Hotel e Casino Lisboa". A licença deste monopólio foi renovado em 1986 e expirou no ano de 2001.






Mudanças políticas

Assinatura da Declaração Conjunta Sino-Portuguesa sobre a Questão de Macau.Depois da Revolução dos Cravos em 1974, Portugal declarou a independência imediata de todas as suas províncias ultramarinas. A China rejeitou esta transferência imediata, tendo apelado para o estabelecimento de negociações que permitissem uma transferência harmoniosa. A diferença entre o sistema capitalista de Macau e o comunista da China continental poderá estar na base desta decisão. Com o decorrer das negociações, o estatuto de Macau redefiniu-se para “território chinês sob administração portuguesa” e a transferência foi agendada para a data de 20 de Dezembro de 1999, através do documento "Declaração Conjunta Sino-Portuguesa sobre a Questão de Macau" (assinado no dia 13 de Abril de 1987), depositada nas Nações Unidas e entretanto publicada no Boletim Oficial de Macau a 7 de Junho de 1988, onde se estabeleciam uma série de compromissos entre os dois países para Macau, entre os quais a garantia de uma grande autonomia futura e a conservação das especificidades da RAEM durante 50 anos. A data escolhida permitia entre outras coisas: prolongar a presença portuguesa no Oriente, transformando Portugal na última nação Ocidental a retirar as suas possessões da China; fazer a transferência de Macau pouco depois da de Hong Kong e que foi usada pela China como forma de retaliação ao Reino Unido devido à suavidade com que as negociações e transferência de Macau foram conseguídas, por contraste com a de Hong Kong; e readquirir o controle de todos os territórios chineses que estiveram sob domínio ocidental antes do início do século XXI.

Antes da transferência de Macau e Hong Kong, a China fez uma série de alterações económicas no sentido de se aproximar do sistema capitalista e abrir-se ao comércio internacional. Aquando da transferência a China redefinira a sua imagem segundo o slogan "um país, dois sistemas". Este permite que algumas regiões chinesas, incluindo Macau, possuam uma grande autonomia e continuidade do seu modo de vida, estando apenas limitadas no que se refere às suas relações exteriores e à defesa, situação idêntica, de resto, à que tinham aquando da administração portuguesa.

Para preparar Macau para a transferência de soberania, Portugal, a par das negociações com a China, incentivou o Governo de Macau a fazer muitas reformas, entre as quais a reestruturação do sistema político-administrativo de Macau, a desmilitarização da Cidade e a promoção da participação da população (quer portuguesa quer chinesa quer qualquer etnia) na administração de Macau. A Guarnição Militar Portuguesa retirou-se de Macau no ano de 1975 com a extinção do seu orgão de comando, o Comando Territorial Independente de Macau (CTIM). As forças de segurança e os militares que quiseram ficar em Macau foram depois incorporados nas Forças de Segurança de Macau (FSM). O Governo de Macau promulgou, em 1976, o Estatuto Orgânico de Macau (EOM), com vista em criar um novo modelo político, rompendo assim com o velho modelo altamente colonial (centrado no Governador) vigente naquela altura. Nesse mesmo ano, em consequência com a aprovação do EOM, a Assembleia Legislativa de Macau, o orgão legislador da cidade, sofreu grandes remodelações. É responsável de fazer leis e tem o poder de questionar, travar e julgar o Governador, e após a transferência (1999), o Chefe do Executivo.


Mudanças económico-financeiras
A economia de Macau alargou-se e desenvolveu-se notavelmente, principalmente nos finais dos anos 80 e 90 do século XX. Ela evoluiu-se de uma economia essencialmente baseada no sector do Jogo e nos vários monopólios estatais para uma economia de serviços e mais orientada para a exportação. Para que isto aconteça, enquanto que as actividades económicas tradicionais (ex: a pesca) começaram a cessar, o sector terciário, nomeadamente o financeiro e o bancário, e a indústria de valor acrescentado orientado para a exportação, como por exemplo a indústria dos têxteis, do vestuário, dos plásticos e dos brinquedos, desenvolveram-se e amadureceram bastante. Mas, com a progressiva abertura económica da China e com a transformação deste grande país na "fábrica do mundo", as empresas industriais de Macau começaram a transferir as suas fábricas e unidades de produção para a China, onde a mão-de-obra é mais barata.

Por isso, Macau passou a investir mais no desenvolvimento, no amadurecimento, na constante actualização e na internacionalização do sector terciário, procurando com este meio assumir-se como centro financeiro internacional e de serviços comerciais da região, bem como a porta estratégica para a China, um país que apresenta inúmeras oportunidades de enriquecer e que no futuro irá tornar-se numa das maiores ou até na maior potência do mundo. Por esta razão, Macau estreitou a sua cooperação, nomeadamente em termos económicos, com a região do Delta do Rio das Pérolas, especialmente com a sua vizinha Zona Económica Especial de Zhuhai.

Para atingir o seu objectivo e sustentar a sua própria economia, Macau teve de criar um regime fiscal favorável ao investimento e um clima de confiança. Teve também de investir e reforçar as suas infraestruturas, planeando e concretizando nos anos 90 vários projectos-chaves, como por exemplo o Aeroporto Internacional de Macau, o porto de águas profundas de Ká-Hó (Coloane), o novo Terminal Marítimo e Heliporto de Macau, e a Ponte da Amizade (a segunda ponte que faz a ligação entre a Península de Macau e a ilha da Taipa). O Governo de Macau defendeu também a necessidade de modernizar, actualizar e diversificar as actividades económicas do Território.

Mas, mesmo com estes progressos e desenvolvimentos, Macau não conseguiu eliminar a sua forte dependência às receitas derivadas do Jogo e de outros direitos de concessão. Ironicamente, Macau tornou-se ainda mais dependente do sector do Jogo a partir de 2001, quando ele foi liberalizado parcialmente, trazendo, juntamente com o turismo e com a forte entrada de capitais estrangeiros a Macau, um novo e jamais visto crescimento económico.






A transferência de soberania

Cerimónia da Transferência de Soberania de Macau para a República Popular da China, na sua fase final, onde a Bandeira da República Portuguesa e do Leal Senado foram recolhidos (na direita da fotografia) enquanto que a Bandeira da República Popular da China e da Região Administrativa Especial de Macau foram hasteados (na esquerda da foto).A transferência da soberania de Macau entre Portugal e a China aconteceu nos primeiros momentos da madrugada do dia 20 de Dezembro de 1999, como estava previsto através da Declaração Conjunta, após muitos anos de negociações e de preparações. Tendo acontecido dois anos após a transferência de soberania de Hong Kong, foi um processo mais suave que o de Hong Kong, não tendo havido confrontos políticos de nota entre os dois governos durante as negociações diplomáticas, nem distúrbios sociais, ao contrário de Hong Kong, cuja população possui uma tradição mais reivindicativa e participativa.



Após a transferência de soberania (a partir do dia 20 de Dezembro de 1999)
Após a transferência de soberania, Macau tornou-se uma Região Administrativa Especial (RAE) da República Popular da China, actuando sobre o princípio de "um país, dois sistemas" e seguindo os compromissos estabelecidos por Portugal e China durante a ratificação da "Declaração Conjunta". Esta RAE passou a ser chefiada pelo Chefe do Executivo de Macau, substituindo o cargo de "Governador de Macau", que foi abolido em 1999, logo após a transferência de soberania. A Lei Básica da Região Administrativa Especial de Macau, promulgada pelo Congresso Nacional Popular da China no ano de 1993, é o actual texto constitucional do sistema jurídico da RAEM.






A Era de Edmund Ho Hau-wah (1999-2009)

Edmund Ho Hau-wah, o primeiro e actual Chefe do Executivo da RAEM.O primeiro Chefe do Executivo de Macau é Edmund Ho Hau-wah, um famoso homem de negócios e filho de Ho Yin, um célebre e já falecido líder da comunidade chinesa.

Após a transferência, Macau foi novamente militarizada, não por tropas portuguesas, mas por tropas do Exército de Libertação Popular da República Popular da China. O novo Governo da RAEM aboliu logo os 2 municípios (Concelho de Macau e o Concelho das Ilhas). Em sua substituição, o Governo criou um novo órgão administrativo, o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), e que está subordinado à Secretaria da Administração e Justiça. As freguesias de Macau mantiveram-se como divisões regionais e simbólicas e ainda oficialmente aceite pelo novo Governo.

Em 20 de Setembro de 2004, Edmund Ho foi novamente nomeado como segundo Chefe do Executivo da RAEM.


O novo combate à criminalidade

Durante a administração portuguesa, a criminalidade não conseguía ser controlada e era um risco sério para o turismo, por isso, logo após a formação do novo Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), ele decidiu combater ferozmente contra o crime, principalmente os crimes organizados pelas Tríades. O novo Governo conseguiu atingir os seus objectivos no combate ao crime, com o número de crimes a baixar imenso, principalmente a criminalidade violenta que desceu 70% no ano 2000 e outros 45% no ano 2001. Macau tornou-se muito mais seguro e isto trouxe de novo confiança aos turistas.

Mas, em 2006, a criminalidade, principalmente a não-organizada, voltou a aumentar de novo, registando-se mais crimes contra a vida em sociedade, embora menos crimes violentos.









Protestos em 2007

Uma manifestação de protesto, decorrida no dia 20 de Dezembro de 2007.No dia 1 de Maio de 2007, ocorreu em Macau uma das maiores manifestações antigovernamentais desde a fundação da RAEM. Este tipo de manifestação popular, participada pela primeira vez por funcionários públicos, representa o cada vez maior impasse político entre o Governo, considerado por muitos como incompetente e corrupto (reflectido no caso Ao Man Long), e os excluídos do desenvolvimento emergente de Macau (que representa uma grande parte da população). Ocorreram actos de violência policial nesta manifestação porque os manifestantes tentaram forçar uma alteração do percurso previamente estabelecido pela polícia. Um polícia disparou inclusivamente tiros de pistola ao ar e, infelizmente, um desses tiros atingiu uma pessoa que não estava a participar na manifestação, causando uma grande polémica na sociedade de Macau .

A 20 de Dezembro de 2007, quando Macau celebrou os oito anos de aniversário do estabelecimento da RAEM, ocorreram mais protestos. Nestes últimos protestos, cerca de 1500 a 3500 pessoas saíram às ruas para lutarem por um sistema político mais democrático, exigindo ao Governo a implementação total do sufrágio universal directo nas eleições para a Assembleia Legislativa de Macau e para o Chefe do Executivo de Macau. Lutavam também por uma maior transparência do Governo, uma maior independência das receitas do jogo e a introdução de medidas para a diminuição do fosso entre ricos e pobres.











O novo e acelerado crescimento económico

Casino norte-americano "Sands", um dos maiores casinos de Macau e da Ásia. Abriu as portas após o fim do monopólio da STDM no sector do JogoEm 2001, deu-se o fim do monopólio da companhia de jogos e diversões de Stanley Ho (STDM) e o início da liberalização parcial do sector do Jogo, permitindo a entrada regulada de novos competidores, alguns deles norte-americanos, para este sector. Esta abertura causou, e continua a causar, um grande e acelerado crescimento económico para Macau, e contribuiu para a internacionalização do tecido empresarial e para a transformação de Macau numa economia mais aberta ao mundo e mais competitiva. Os sectores imobiliário e hoteleiro foram inundados também por investimentos estrangeiros, o que causou a expansão e a prosperidade destes.

O sector de turismo registou um grande desenvolvimento e o número de visitantes entrados em Macau tem vindo a aumentar substancialmente devido aos esforços do Governo e sobretudo também à política de concessão de vistos individuais de viagem para os residentes da China Continental ao abrigo do CEPA (Acordo de Estreitamento das Relações Económicas e Comerciais entre o Continente Chinês e Macau). Após esta diminuição gradual destas restrições de viagem por parte do Governo Central Popular de Pequim, os chineses já podem viajar livremente para outros países e regiões, principalmente para Macau e Hong-Kong.

Em 2005, as somas envolvidas no jogo de casinos em Macau equivaleram pela primeira vez as de Las Vegas (cada uma cerca de 5,6 mil milhões de dólares americanos), tornando Macau no principal centro mundial da indústria do jogo de casinos. O PIB de Macau, em 2006, é de 14,4 mil milhões de dólares americanos. O PIB per capita, no ano de 2006, era de 28853 dólares americanos.

Por um lado, este crescimento económico de grande escala experimentado mas nunca visto anteriormente em Macau, trouxe muitos benefícios para a região, mas por outro lado, ele arrastou também novos e grandes problemas sociais, entre os quais a subida vertiginosa e rápida dos preços dos imobiliários e a inflação galopante, que afectam muitos residentes de Macau. Um número significativo de residentes, principalmente aqueles que pertencem à classe trabalhadora, acham que a sua qualidade de vida diminuiu, devido à subida drástica dos preços dos imobiliários, da renda habitacional e dos produtos. Em geral, o aumento de salários não consegue acompanhar o aumento galopante da inflação.


Fonte - Extratos da enciclopédia livre.




Mapa do Território de Macau que inclui as ilhas da Taipa e de Coloane.
A história de Macau não se resume somente ao que o articula extraíu da enciclopédia livre, a sua história é mais vasta, e alguns trechos dessa interessante história, estão narrados neste blog, tal como a Guerra do Chaumin, Ferreira do Amaral entre outros. porém, longa para a descrever na totalidade neste parco blog.
A presença portuguesa em Macau se faz desde o ano de 1513, o território este sob o domónio dos portugueses durante 496 anos, e o articulista que aqui reside vai a caminho de meio século, faz igualmente parte da história de Macau.



Brasão da RAEM ( Região Administrativa Especial de Macau)







































sexta-feira, agosto 14

14 DE AGOSTO DE 1385 - BATALHA DE ALJUBARROTA









Em 1383, El-rei D. Fernando morreu sem um filho varão, que herdasse a coroa. A sua única filha era a infanta D. Beatriz, casada com o rei D. João de Castela. A burguesia mostrava-se insatisfeita com a regência da Rainha D. Leonor Teles e do seu favorito, o conde Andeiro e com a ordem da sucessão, uma vez que isso significaria anexação de Portugal por Castela. As pessoas alvoroçaram-se em Lisboa, o conde Andeiro foi morto e o povo pediu ao mestre de Avis, filho natural de D. Pedro I de Portugal, que ficasse por regedor e defensor do Reino.

O período de interregno que se seguiu ficou conhecido como crise de 1383-1385. Finalmente a 6 de Abril de 1385, D. João, mestre da Ordem de Avis, é aclamado rei pelas cortes reunidas em Coimbra, mas o rei de Castela não desistiu do direito à coroa de Portugal, que entendia advir-lhe do casamento. Em Junho, invade Portugal à frente da totalidade do seu exército e auxiliado por um contingente de cavalaria francesa.







A Batalha de Aljubarrota decorreu no final da tarde de 14 de Agosto de 1385 entre tropas portuguesas, comandadas por D. João I de Portugal e o seu condestável D. Nuno Álvares Pereira, e o exército castelhano de D. Juan I de Castela. A batalha deu-se no campo de São Jorge, nas imediações da vila de Aljubarrota, entre as localidades de Leiria e Alcobaça, no centro de Portugal. O resultado foi uma derrota definitiva dos castelhanos, o fim da crise de 1383-1385 e a consolidação de D. João I como rei de Portugal, o primeiro da dinastia de Avis. A aliança de Portugal com os seus aliados ingleses saiu reforçada e seria selada em 1386, no Tratado de Windsor, o mais antigo tratado activo no mundo. A paz com Castela só veio a estabelecer-se em 1411.




Com esta vitória, D. João I tornou-se no rei incontestado de Portugal, o primeiro da dinastia de Avis. Para celebrar a vitória e agradecer o auxílio divino que acreditava ter recebido, D. João I mandou erigir o Mosteiro de Santa Maria da Vitória e fundar a vila da Batalha.















Disposição da hoste portuguesa




Quando as notícias da invasão chegaram, João I encontrava-se em Tomar na companhia de D. Nuno Álvares Pereira, o condestável do reino, e do seu exército. A decisão tomada foi a de enfrentar os castelhanos antes que pudessem levantar novo cerco a Lisboa. Com os aliados ingleses, o exército português interceptou os invasores perto de Leiria. Dada a lentidão com que os castelhanos avançavam, D. Nuno Álvares Pereira teve tempo para escolher o terreno favorável para a batalha. A opção recaiu sobre uma pequena colina de topo plano rodeada por ribeiros, perto de Aljubarrota.






Contudo o exército Português não se apresentou ao Castelhano nesse sítio, inicialmente formou as suas linhas noutra vertente da colina, tendo depois, já em presença das hostes castelhanas mudado para o sítio predefinido, isto provocou bastante confusão nas tropas de Castela. Assim pelas dez horas da manhã do dia 14 de Agosto, o exército tomou a sua posição na vertente norte desta colina, de frente para a estrada por onde os castelhanos eram esperados. A disposição portuguesa era a seguinte: infantaria no centro da linha, uma vanguarda de besteiros com os 200 archeiros ingleses, 2 alas nos flancos, com mais besteiros, cavalaria e infantaria. Na retaguarda, aguardavam os reforços e a cavalaria comandados por D. João I de Portugal em pessoa. Desta posição altamente defensiva, os portugueses observaram a chegada do exército castelhano protegidos pela vertente da colina.









A lenda


Brites de Almeida teria nascido em Faro, em 1350, [1], de pais pobres e de condição humilde, donos de uma pequena taberna. A lenda conta que desde pequena, Brites se revelou uma mulher corpulenta, ossuda e feia, de nariz adunco, boca muito rasgada e cabelos crespos. Estaria então talhada para ser uma mulher destemida, valente e, de certo modo, desordeira.

Teria 6 dedos nas mãos [1], o que teria alegrado os pais, pois julgaram ter em casa uma futura mulher muito trabalhadora. Contudo, isso não teria sucedido, sendo que Brites teria amargurado a vida dos seus progenitores, que faleceriam precocemente. Aos 26 anos ela estaria já órfã, facto que se diz não a ter afligido muito.


Brasão da freguesia de Prazeres de Aljubarrota, com a pá de Brites no escudoVendeu os parcos haveres que possuía, resolvendo levar uma vida errante, negociando de feira em feira. Muitas são as aventuras que supostamente viveu, da morte de um pretendente no fio da sua própria espada, até à fuga para Espanha a bordo de um batel assaltado por piratas argelinos que a venderam como escrava a um senhor poderoso da Mauritânia.

Acabaria, entre uma lendária vida pouco virtuosa e confusa, por se fixar em Aljubarrota, onde se tornaria dona de uma padaria e tomaria um rumo mais honesto de vida, casando com um lavrador da zona. Encontrar-se-ia nesta vila quando se deu a batalha entre portugueses e castelhanos. Derrotados os castelhanos, sete deles fugiram do campo da batalha para se albergarem nas redondezas. Encontraram abrigo na casa de Brites, que estava vazia porque Brites teria saido para ajudar nas escaramuças que ocorriam.

Quando Brites voltou, tendo encontrado a porta fechada, logo desconfiou da presença de inimigos e entrou alvoroçada à procura de castelhanos. Teria encontrado os sete homens dentro do seu forno, escondidos. Intimando-os a sair e a renderem-se, e vendo que eles não respondiam pois fingiam dormir ou não entender, bateu-lhes com a sua pá, matando-os. Diz-se também que, depois do sucedido, Brites teria reunido um grupo de mulheres e constituido uma espécie de milícia que perseguia os inimigos, matando-os sem dó nem piedade.

Os historiadores possuem em linha de conta que Brites de Almeida se trata de uma lenda mas, assim mesmo, é inegável que a história desta padeira se tornou célebre e Brites foi transformada numa personagem lendária portuguesa, uma heroína celebrada pelo povo nas suas canções e histórias tradicionais.






MACAU GUERRA DO CHAUMIN - 123 - O SEU PORQUÊ

  • O articulista encontrava-se em Macau, trabalhava nessa altura na Agência Comercial Aldifera, sita na Avenida Almeida Ribeiro e teve conhecimento dos factos ocorridos na Ilha da Taipa, no dia 15 de Novembro, mas isso pouco o preocupou.
  • Porém as coisas foram piorando, e um dia, quando regressa a casa de sua namorada, de autocarro, carreira 4, foi avisado pela revisora que a partir dali não poderia mais usar os transportes públicos, ficou também a saber que tinha sido boicotado aos funcionários da administração portuguesa a venda de todos os materiais.
  • Já em casa de sua namorada que na altura residia na Estrada Coelho do Amaral, ouviu um enorme barulho e assumou-se à janela a ver o que se passava. Era um grupo enorme de pessoas, que vindas dos lados do Hospital de Kiang Vu, empunhando cartazes e gritando "abaixo os imperialista português" e outras frases contra os portugueses.
  • Para saber o que se passava, o articulista ligou a rádio e sintonizou a Rádio Vila verde, e foi através dela que ficou a saber dos acontecimentos, e ouviu o comunicado emitido pelo Quartel General, solicitando a todos os militares na disponibilidade para se apresentarem no Quartel General, porém o articulista, em casa de sua namorada ficou, só de lá saindo no dia 6 de Dezembro, quando as coisas se acalmaram.


  • Mas o porquê de tudo isto?

    Conforme relata o jornalista e escritor José Pedro Castanheira em seu livro "OS 58 DIAS QUE ABALARAM MACAU", o livro mais perfeito e informativo, em português, sobre os acontecimentos em Macau, no Capítulo 3 diz:

    CONFRONTOS NA ILHA DA TAIPA

    "15 de Novembro de 1966, na ilha vizinha da Taipa, Rui Andrade sai de casa manhã cedinho e dirige-se, como todos os dias, para a sede da Adminsitração das Ilhas, a autarquia responsável pelas ilhas da Taipa e Coloane.

  • Ao passar junto de um prédio velho e a ameçar ruína, repara que ele fora cercado por uma estrutura de andaimes de bambu, erguida por várias dezenas de operários e rapazes. Desconfiando, mal chega à sede do munícipio, chama o responsável da chamada Polícia Administrativa. "Pedi ao chefe Isidro para ir ver o que se passava". O polícia não se demorou muito. Quando se apresenta ao administrador, vem pálido e com os bofes de fora. "Chegou apavorado.

  • Fora insultado e apedrejado e só não lhe bateram por ser já velhote. Nem conseguira chegar à fala com eles".

Deveras intrigado, Rui Andrade envia ao local "três policias desarmados, que me disseram que eram guardas vermelhos que estavam a demolir aquilo para fazer uma escola".

  • Desconhecedor de qualquer projecto para aquele prédio, o administrador indaga junto do seu superior hierárquico. "Telefonei de imediato para o intendente Mário da Fonseca Ramos, que era o chefe da Repartição da Adminstração Civil, a cujo quadro eu pertencia. Disse-me que na Administração não havia processo nenhum".



Na Repartição da Administração Civil não havia processo algum relacionado com o prédio da Taipa. Pudera: ainda estava algures, mais ou menos perdido, na papelada da Repartição dos Serviços de Obras Públicas. O requerimento fora entregue, como haverá de assinalar o novo Governador, Nobre de Carvalho, "pelo menos desde Julho", mas aquela repartição, dirigida pelo engenheiro macaense João Tomás Siu, nada despachara. "O director das Obras Públicas metera o requerimento na gaveta!", acusa monsenhor Manuel Teixeira, o velho e respeitável sacerdote-historiador de Macau. "Os chineses tinham razão" na sua indignação e no seu protesto; para mais, "era a repartição que mais os tinha ferido e de que eles tinham mais queixas".


" Revoltados com com o silêncio arbitrário da administração e com a chocante desigualdade de critérios ( visto o governo ter autorizado a construção de uma escola nacionalista pró-Taiwan, ligado ao Kuomintang), e certamente que encorajados por tudo quanto se passava na China, os moradores da Taipa decideram levantar andaimes à volta do prédio, dispensado a necessária autorização oficial.
  • Ma Man Kei, um dos mais influentes empresários chineses, garante, em todo o caso, que "as Obras Públicas foram avisadas verbalmente que os trabalhos iam começar no sábado, feito por voluntários. O influente dirigente chinês é muito preciso: "As obras eram só para levantar andaimes para impedir que o edifício caísse, até vir a autorização escrita das Obras Públicas".
  • Diligente, assim que conforma a ilegalidade da obra, Rui Andrade ordena a sua suspensão. A ordem não é acatada. "Embarguei a obra, o documento foi afixado, mas logo arrancado", conta o administrador, que se vê complelido a pedir a intervenção da PSP para se fazer obedecer.
  • A seguir ao almoço, as obras são reatadas. O corpo policial volta ao local, mas desta feita é "alvejado com pedras, tijolos e garrafas lançadas pelos manifestantes", sem que consiga interromper os trabalhos. O caso começa a ser verdadeiramente sério. Vaz Antunes pede reforços ao Comando da PSP, que envia da cidade de Macau uma força de cerca de trinta homens.





  • À sede da Administração, chegam seis dirigentes da associação promotora da escola, convocados por Rui Andrade. "Mandei lá ir a PSP, para trazer os cabecilhas, para saber o que se passava.
  • Queria entrar em negociações com eles". A conversa decorreu no gabinete do administrador, que se fez acompanhar dos chefes da polícia administrativa e da PSP; o diálogo é em cantonense, idioma que Andrade domina. "Disseram que não vinham para negociar, mas sim para exigir a passagem imediata da licença. Mas eu já tinha embargado a obraao princípio da tarde, com autorização do Intendente. Eles já tinham tirado o telhado. Expliquei que não era eu quem dava a licença, eram as Obras Públicas, eu limitava-me a dar o visto. Não gostei da atitude dos comunista. Avisaram-me que, se não levantasse o embargo, a população revoltava-se contra mim. Exigiam, com toda a arrogância".
  • O diálogo dá lugar a uma discussão acesa que culmina com a detenção dos seis chineses, "por insubordinação e falta de respeito à autoridade", nos termos do relatório do encarregado do Governo. "Não tinha outro remédio senão mandar prendê-los", justifica Rui Andrade.
  • "Dei-lhes ordens de prisão dentro do meu gabinete. Foram levados pela PSP para Macau. Em seguida, comuniquei tudo ao Intendente, que concordou comigo". Um par de horas mais tarde, o mesmo Intendente telefona, "a dizer que o eng. João Tomás Siu ia deferir o processo. Tarde demais! Já eu dera ordem de prisão".

Extrados do Capítulo 3 do livro - Os 58 dias que abalaram Macau



O derrube da estátua Coronel Mesquita que se encontrava defronte das instalações do Leal Senado, que também foi saqueado, bem como os serviços notariais e outros.













A capa da revista sobre os acontecimentos, editada pelo jornal de língua chinesa, Ou Mun, uma edição trilengue, da qual o articulista tinha um exemplar.










No dia 29 de Janeiro de 1967, o Governador vai à sede da Associação Comercial de Macau e rubrica o pedido de desculpas, ficam desta forma apaziguados os incidentes do 1 2 3.
Mas foi uma forte humilhação para os portugueses, tendo colegas do articulista sido agredidos brutalmente, quando passavam junto do Clube Militar.
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Quem desejar todos os promenores sobre os acontecimentos em Macau no ano 1966, aconselho vivamente que leiam o livro OS 58 DIAS QUE ABALARAM MACAU do escritor e jornalista José Pedro Castanheira, editado pelas Publicações Dom Quixote.

quinta-feira, agosto 13

DIA INTERNACIONAL DO CANHOTO

OS CANHOTOS SÃO RÁPIDOS A PENSAR, BONS NOS DESPORTOS, MAS OS DICIONÁRIOS DE LÍNGUA PORTUGUESA AINDA OS CLASSIFICAM DE DESAJEITADOS!...

Porque será que existem pessoas canhotas?

O cérebro divide-se em dois hemisférios - direito e esquerdo, cada um controlando os movimentos da parte oposta do corpo. Os gestos que fazemos com a mão esquerda, o pé esquerdo e o olho esquerdo são controlados pelo hemisfério direito, enquanto que os movimentos do lado direito do corpo são regulados pelo hemisfério esquerdo.

Uma vez que a maioria das pessoas são destras, o hemisférico que predomina é o esquerdo.

Nos canhotos, é o hemisfério direito que lidera.



Ser canhoto singnica em várias línguas alguém que trabalha melhor com a mão esquerda, mas também significa desajeitado, tolo ou pateta, o que na realidade é um ser normal que nada tem de pateta, o actual presidente dos Estados Unidos da América é canhoto como o era o antigo presidente Bill Clinton e como são duas filhas minhas.
Cientificamente está provado que os canhotos (as) pensam mais rápido quando coduzem, praticam desportos com mais valia, são pessoas muito intelectuais e tem uma visão diferente do mundo.



O dia Internacional do Canhoto é comemorado em 13 de agosto. Data escolhida pela instituição para canhotos Lefthand International, por ser, em 1976, uma sexta-feira 13, sublinhando as superstições antigas quanto aos canhotos antigamente.


A associação com o hemisfério direito do cérebro é dita ser mais activa em canhotos, e geralmente é associada a genialidade e é correlacionada com habilidade artística e visual

Certos estudos indicam, que a percentagem de génios (QI muito elevado) canhotos é superior ao estatisticamente esperado, no entanto verifica-se igualmente uma tendência exagerada para padecerem de doenças do foro mental.




quarta-feira, agosto 12

DIA DA MÃE NA TAILÂNDIA E ANIVERSÁRIO DE SUA MAGESTADE A RAINHA SIRIKIT


Sirikit RajiniLa, Rainha Sirikit nasceu a 12 de Agosto, 1932, é Rainha e esposa de Sua Magestade o Rei da Tailândia Bhumibol Adulyadej (Rama IX).

Seu nome completo junto com o seu título real é Somdej Phra Nangchao Sirikit Phra Boromarajininat (Sua Majestade Rainha Sirikit - สมเด็จพระนางเจ้าสิริกิติ์ พระบรมราชินีนาถ).


Do matrimónio entre Sua magestade o Rei Bhumibol e a Rainha Sirikit tiveram um filho (Princioe herdeiro) e três filhas.
No dia que emm que sua Magestade a Rainha, (e igualmente Sua magestade oo Rei) é feriado nacional na Tailândia; o povo tailândes a chama carinhosamente mãe de todos os tailandeses, este dia é igualmente o Dia da Mãe, na Tailândia.

Neste dia tão querido, desejo a Sua Magestade Rainha Sirikit os meus sinceros parabéns com votos de uma longa vida cheia de saúde de paz e de amor.


TAIPA ANO DE 1964

UMA DAS LANCHAS, HOI HENG, QUE FAZIA AS VIAGENS ENTRE MACAU E AS ILHAS DA TAIPA E COLOANE


NAVIO TAK SHING QUE FAZIA AS CARREIRAS ENTRE MACAU E HONG-KONG, ATRACADO À PONTE 12
No dia 22 de Setembro de 1964, o articulista desembarcou em Macau, na ponte 12 do Porto Interior, vindo de Hong-Kong no ferry Tak Shing, após 45 de dias de viagem no navio India entre Lisboa e Hong-Kong.











  • Nessa mesma noite seguiu para a Ilha da Taipa, numa lancha de desembarque dos Serviços de Marinha, no cais da Taipa, nos aguardava uma camioneta militar, não este velho autocarro, que a foto apresenta e que fazia as carreiras do cais para o centro da vila.
  • Não cheguei a ver o pessoal que fui render, quem nos recebeu, foi um cabo que tinha ficado em Macau por mais uma comissão, e foi este que conduziu a camioneta e levou para o quartel.
  • Por estrada de terra batida e aos saltimbancos lá chegamos ao quartel que ficava junto ao cemitério chinês, o edifcio principal do quartel estava dividos por uma rede, uma parte eram os alojamentos do pessoal e do outro lado da rede funcionava o Centro de Recuperação da Taipa.






  • A ilha da Taipa não é nada do que é hoje, super desenvolvida, naqueles tempos havia somente duas estradas, a pequena vila com seu casario velho no máximo de um andar, os campos esses eram imensos arrozais.
  • Havia ainda, junto à Igreja do Carmo uma praiazinha, a vila tenha uma casa de espectáculos, um barracão, um cinema, cujo projector ficava no outro lado da rua, havia um posto de correios, uma central electrica que fazia um barulho tremendo, centro de saúde e a Camara Municipal da Ilha da Taipa.











  • Chegados ao quartel o pessoal queria descansar, pois cansado vinha das longas viagens, os alojamentos estavam sujeira, as gavetas dos móveis da cozinha estavam repeletas de fios electricos velhos e de garrafas de cerveja.
  • O dormitório, ou caserna, como queiram chamar, era um pequeno quarto e era ali onde iriam passar a dormir os 10 soldados que pertenciam à sessão que eu comandava.

  • O cabo que fez a entrega do serviço me levou até à casa do Sargento que ficava, ainda longe das instalações do quartel, lá para os lados da antiga casa da guarda.
  • Tudo por era uma matagal, e foi por entre ele que andamos até dar com a casa do Sargento, como devem calcular estava uma lastima, visto que o Furriel que fui render não habitar lá.
  • As osgas passeando pelas paredes eram muitas, embora a casa foi espaçosa, tinha que levar uma limpeza compelta e ser apetrechada dos materias necessários e não foi nessa noite que o fiz, preferindo ir dormir no gabinete do graduado do posto.



O articulista na rua principal da ilha da Taipa em Novembro de 1964.











  • A noite foi mal passada, tanto para o articulista bem como para o restante pessoal, a humidade era muita assim bem como o calor, as ventoinhas, já bem usadas, pouco efeito faziam.

  • Depois de uma vistoria a todas as instalações, verificou o articulista que estavam precisando de uma limpeza a 100% e uma arrumação condigna. Na antiga enfermaria que ficava defronte do edificio principal, os vidros da porta estavam partidos, o material farmaceutico estava cheio de pó, havia muitas ampolas de morfina, calculem só, isto junto a um centro de recuperação social.
  • A porta da escotaria tinha igualmente os vidros partidos o armamento que constava de espingardas Mauser e uma pistola metrelhadora FBP apresentavam-se numa estado de má conservação e cheias de ferrugem.
  • Vassouras ou material de limpeza não havia, bem como não havia comida alguma.
  • Na espaçosa garagem encontrava-se um jeep, uma camioneta de transporte de água, uma bicicleta e a tal camioneta que nos tinha transportado na noite anterior.
  • A sessão composta por 10 militares, tinha um condutor e um cozinheiro. Falei com o condutor para dar uma limpeza ao jeep e me levar até à vila afim de adquirir algo que pudesse fazer o pequeno almoço.

  • O cabo que tinha me tinha entregue o serviço, sempre muito prestável, me informou que o jeep não tinha combustível, a camioneta de transporte de água estava desactivada fazia tempo, a bicicleta tinha os pneus furados e a camioneta que nos tinha servido na noite anterior estava sem combustível.
  • Bem, para o início de uma comissão de serviço as coisas não podiam ter decorrido da pior forma.
  • Telefonei (telefone de manivela) para o quartel da Ilha Verde, em Macau,onde estava sediada a Companhia de Caçadores 690 à qual pertencia. Falei com o Tenente Barroso de Moura Comandante da companhia e lhe dei conta de tudo o que tinha encontrado.

  • A resposta do senhor Tenente foi para que eu me desenrrasca-se, e que no dia seguinte então seriam enviados os géneros alimentícos para nós confecionar-mos as refeições, quanto às vituras, quando houvesse disponibilidades enviaria um mecânico para ver o estado das mesmas. Sobre a limpeza, que eu usasse uns ramos de árvores como fasculhos, nada mais.








  • O articulista e o pessoal que pertencia à sua sessão, era Comandante Militar da Taipa, nome pouposo, mas que em nada condizia com esse estatuto.

  • Na companhia desse tal cabo, foi o articulista até à vila da Taipa, levando à mão a bicicleta, por entre os arrozais caminhamos, ele o cabo conhecia o dono de uma mercearia, aliás a única existente na Taipa, sita na Rua do Cunha, e para lá nos dirigimos.

  • O seu proprietário o senhor Mok, falava português, e então lhe contei a razão porque ali estava, ele prontamente me forneceu umas batatas, azeite, grão e umas latas de atum bem como um frasco de café, açucar, alguns pãezinhos, tendo emprestado cinco patacas para o conserto da bicicleta.

  • Muito grato lhe fiquei e lhe disse que dentro de dias viria liquidar as contas.
  • O regresso ao quartel foi feito a pedalar na velha bicicleta, sempre com o cabo ao lado transportando os mantimentos.











  • Chegados ao quartel o cozinheiro tratou de preparar o pequeno almoço e aprontar o almoço. Defronte do quartel, e perto da antiga enfermaria, havia uma casa habitada pelo cabo Lopes (de origem chinesa) e sua extensa família, ele não estava debaixo das minhas ordens, era o encarregados dos paiois, e estava sob o comando de um Major de Artilheria, cujo gabinete se encontrava em Macau, no Quartel General, em S. Francisco.

  • O Cabo Lopes, super simpático, nos foi muito prestável telefonando para os fornecedores, em macau, solicitando-lhes que nos enviassem alimentos. Na companhia do cabo Lopes fui visitar a carreira de tiro e as suas instalações, ali nada tinha para constestar, estava tudo direitinho, até o vasto matagal que ia até ao cemitério chinês que ficava ao fundo da carreira de tiro.








O articulista e a velha bicicleta, tendo por pano de fundo as instalações do quartel.


  • Nesse primeiro dia o articulista, sabendo dos materias que necessitava para o bom funcionamento do quartel, fez uma enorme requisição de materias e a fez seguir para a sede da sua companhia em Macau.


  • Mas nesse segundo dia de estada na Taipa, duas coisas ocorreram, foram dois telefonemas que o articulista recebeu, um do Delegado de Saúde, este em tom de gozo disse: então temos novo Comandante Militar na Taipa e não se veio apresentar? eu quero verificar o estado de sa''ude de todo os eu pessoal e de você, como tal e com a maior brevidade venham até ao Posto Médico.


  • O segundo telefonema veios de Macau, a vóz era feminina, não sei se de uma senhora ou de uma moça jovem, era macaense, pois falava português, e queria conhecer-me para nos tormamos amigos, e segundo ela disse tinha sido amiga do Furriel que tinha vindo render, bem nestas coisas militares não se constuma fazer o rendimento das amigas, foi a minha resposta, resultado essa pessoa nunca mais me telefenou.
















  • A pouco e pouco as coisas começaram a se compor, os géneros alimentícios, vindos de Macau, eram entregues todas as manhãs pelo senhor Alcantra, os serviços da Ilha Verde enviaram, quase na totalidade os materias requisitados, e com eles foi feita uma limpeza geral ao armamento e a todas as instalações, incluindo a casa do sargento, mas que o articulista nunca a usou.

  • O jeep foi reparado e fornecido o respectivo combustível.
  • A consulta médica foi muito produtiva, o médico Dr. Serra era uma pessoal super gentil, e receitou calcio e multivitaminas para o pessoal, e segundo disse estava a nossa inteira disposição para tudo o que fosse necessário.
  • Eu me tornei amigo dele e todas as noites iamos até ao café da Maria, o único na altura, e presentemente ainda lá se encontra, e lá tomavamos o nosso cafezinho e ele bebia uma garrafa de brandy Macieira, que eu ajudava a beber um ou dois copitos. Este médico regressou a Portugal em virtude de sofrer de tuberculose, tinha falecido no ano seguinte em Portugal.

  • No final do mês e após ter recebido o vencimento foi ter com o Senhor Mok onde tendo pago tudo que nos tinha fornecido, através dele, que ficou meu amigo, conheci o sapateiro que tinha uma pequena loja de artigos eléctricos, assim como outras pessoas comerciantes. que me deram uma preciosa ajuda na integração social, ensinando-me até o dialecto chinês.

  • Um dia, apareceu no Quartel um major de Artilharia, vinha passar revista à escotaria, já tinha ido aos postos de Ká-Ho e Hac Sá e participado dos furrieis, devido ao mau estado de conservação do armamento, tendo esses dois Furrieis sido punidos com 15 dias de prisão, que foram cumprir no Quartel da Flora em Macau, e depois destacados para o Quartel da Mong-Ha.
  • O mesmo não aconteceu comigo, visto ter todo o material em condições, mas a presseguição continuou, e no mês de Novembro foi o articulista punido com 15 de detenção, por ter feito uma participação contra um internado do Centro de Recuperação Social da Taipa, e a não ter feito seguir pelas vias legais, o facto se ficou a dever a ter entregue ao Tenete, que servia na PSP e era respon savel pelo Centro e a pedido dele o fiz, enfim!...

  • Nessa altura não havia ainda as ponte que ligam Macau à Ilha da Taipa, a ponte Nobre de Carvalho, a primeira ser construída só foi inaugurada no ano de 1974, para nos deslocarmos a Macau, necessário seria obter-se uma autorização do Comamdante Militar, e para e efeito de queremos ir até Macau ou à Ilha de Coloane o teríamos que fazer através das lanchas, havia duas grandes, a Hoi Veng e a Hoi Heng e duas pequenas, cujos nomes já não me recordo, essas viagens estavam dependentes das marés.
  • Por essa altura estava-se a construir o istmo entre a Ilha da Taipa e a Ilha de Coloane, com a participação de muitos reclusos do Centro de Recuperação Social, hoje a zona do Cotai.

  • No mês de Dezembro de 1964, em virtude da punição, o articulista teve que mudar de unidade, sendo transferido para o Quartel da Ilha Verde, foi assim que desde a sua chegada ao território de Macau ficou a conhecer Macau, mas só depois de ter cumprindo os 15 dias de detenção.
  • Foi assim desta forma a minha integração em Macau, hoje volvidos que são quase 45 anos, e recordando esses velhos tempos, sinto uma notalgia imensa, mas por cá vou vivendo na diáspora, tenho passado e assistindo a todos os acontecimentos de vulto, bem como à entrega de Macau à China e ao seu enorme desenvolvimento.

  • Já faço parte do mobiliário, e deixo já parte de mim, por estas terras orientais, nas pessoas de meus dois filhos de duas nétinhas.













terça-feira, agosto 11

RUÍNAS DE S. PAULO - MACAU

As Ruínas de S. Paulo são os restos (ruínas) da outrora Igreja da Madre de Deus e do adjacente Colégio de São Paulo, ambos destruídos por um incêndio em 1835. A antiga Igreja da Madre de Deus, o Colégio de São Paulo e a Fortaleza do Monte foram todas construídas pelos jesuítas e este conjunto pode ser identificado como a "Acrópole" de Macau. Tudo o que resta da maior e mais bela das igrejas de Macau é a imponente fachada de granito e a escadaria monumental de 68 degraus. Em contrapartida, não restou muitas coisas do Colégio.

As Ruínas de São Paulo, juntamente com a Fortaleza do Monte, estão incluídos na Lista dos monumentos históricos do "Centro Histórico de Macau", por sua vez incluído na Lista do Património Mundial da Humanidade da UNESCO. Pode-se considerar que esta imponente estrutura é o símbolo máximo da cultura ocidental-cristã em Macau.

Segundo o "Atlas mundial de la arquitectura barroca" (uma publicação da UNESCO em 2001), a fachada da Igreja, juntamente com o Igreja de S. José, é um exemplo único da arquitectura barroca na China. As Ruínas de S. Paulo são um dos melhores exemplos do valor universal excepcional de Macau.

As Ruínas de São Paulo, mais concretamente a Igreja da Madre de Deus (ou Igreja de São Paulo), foram classificadas, em 2009, como uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo.






A Igreja da Madre de Deus, também chamada vulgarmente de Igreja de São Paulo, foi construída em 1565, em anexo ao Colégio Jesuíta de São Paulo, a primeira instituição universitária de tipo ocidental no Oriente. A igreja, excepto a fachada, era construída em "taipa" e em madeira e, de acordo com os registos, ela estava ricamente decorada e mobilada.

Em 1595, um incêndio causou algumas danificações à Igreja e ao Colégio. O colégio foi rapidamente reconstruído, mas a Igreja só acabou de ser reparada em 1602. Após as grandes reparações, ela tornou-se numa bela e grandiosa basílica. Naquela altura, ela era a maior igreja católica do Extremo Oriente e era muitas vezes chamada de "Vaticano do Oriente". Uma inscrição em latim, à esquerda da base da fachada, confirma esta data de reconstrução: "Ano de 1602, Macau dedica à Santíssima Virgem Maria".


Em 1603, entrou de novo em serviço. Em 1835, entre as 18h00 e as 20h15, um violento incêndio, começado nas cozinhas do Colégio, alastrou-se rapidamente, destruindo completamente o Colégio e a Igreja. Apenas a elegante e grandiosa fachada de granito é que escapou à destruição. Alguns dizem que no facto de a fachada conseguir escapar à destruição foi um autêntico milagre de Deus. A Igreja nunca mais foi reconstruída.

A fachada (uma das duas partes restantes da Igreja) só foi concluída em 1640. Esta fachada de granito, foi trabalhada, durante muitos anos, por cristãos japoneses exilados e artistas locais, sob a orientação do jesuíta italiano Carlo Spinola. Tem 23 m de largura e 25,5 m de altura. Esta fachada foi construída com base no conceito clássico da divina ascensão, por isso está dividida em 5 níveis horizontais encimados por um frontão triangular. Cada nível da fachada representa um determinado estado de ascensão ao Paraíso.


O frontão (o quinto nível) simboliza o último estado da divina ascensão - o Espírito Santo. A fachada, imponente e magnífica, é de estilo maneirista/barroco, mas também apresenta estilos da ordem jónica, da ordem coríntia e da ordem compósita. É ricamente decorada com imagens bíblicas, representações mitológicas, símbolos do Paraíso e da Crucificação, inscrições religiosas em chinês, crisântemos japoneses, uma caravela portuguesa, leões chineses, esculturas e estátuas de bronze com imagens dos fundadores da Companhia de Jesus (Santo Inácio de Loyola, São Francisco de Borja, São Francisco Xavier e São Luís Gonzaga), da Virgem Maria, do Menino Jesus, de anjos e de demónios.

Esta fachada reflecte uma fusão de influências à escala mundial, regional e local. Ela é uma peça arquitectónica muito rara e apresenta elementos de influência europeia, chinesa, japonesa e de outras partes da Ásia. É considerada como um verdadeiro sermão em pedra, ensinando as pessoas, através de imagens e de algumas inscrições em chinês e em latim, a Palavra de Deus. Actualmente, a fachada de São Paulo é um dos símbolos e centros turísticos de Macau. Funciona também simbolicamente como o altar da Cidade.

Fonte - Enciclopédia livre














D.QUIXOTE E SANCHO PANÇA - TRAVESSAS DE MACAU

Esta a tabuleta de um restaurante na Ilha da Taipa.




As figuras de D. Quixote, de Sancho Pança e do cavalo de Dom Quixote, Rocinante, rapidamente conquistaram a imaginação popular. No entanto, os críticos contemporâneos da obra não a levaram tão a sério como as gerações posteriores. No século XVII, por exemplo, considerou-se que o romance continha em si pouco mais que o tom de bom humor e de diversão, com Dom Quixote e Sancho Pança a encarnarem respectivamente o grotesco e o pícaro. O século XVIII foi pródigo em elogios a D. Quixote, não só em Espanha e em Portugal, como também por parte de grandes românticos do centro da Europa.

Dom Quixote de La Mancha (Don Quijote de la Mancha em castelhano é um livro escrito pelo escritor espanhol Miguel de Cervantes y Saavedra (1547-1616). O título e ortografia originais eram El ingenioso hidalgo Don Qvixote de La Mancha, com sua primeira edição publicada em Madrid no ano de 1605.




A Travessa de D. Quixote ( em chinês Lin Ón Háu Hong) fica localizada junto ao templo de Na Tcha, na Calçada das Verdades. Começa na Rua do Sol e termina na Calçada das verdades.




Dom Quixote de La Mancha (Don Quijote de la Mancha em castelhano é um livro escrito pelo escritor espanhol Miguel de Cervantes y Saavedra (1547-1616). O título e ortografia originais eram El ingenioso hidalgo Don Qvixote de La Mancha, com sua primeira edição publicada em Madrid no ano de 1605.



A Travessa de Sancho Pança ( em chinês Lou Tou Hong) fica localizada, perto da Travessa de D. Quixote, como não podia deixar de ser, nas próximidades do templo Na Tcha, começa na Calçada das Verdades e termina um pouco mais além do término do Pátio de Ho Chin Sin Tong.



Sancho Pança (Sancho Panza em castelhano) é um personagem do livro Don Quixote de la Mancha, conhecido apenas como Dom Quixote, de Miguel de Cervantes. Atua como um personagem contraste à personagem principal, o próprio Dom Quixote. Enquanto o Quixote é sonho, é fantasia, o Sancho é realista. Na medida em que o relato avança, Sancho, aos poucos, vai aceitando os "delírios" do cavaleiro de quem é o fiel escudeiro. Finalmente, não se pode pensar em Dom Quixote, sem ter junto o notável Sancho Pança.

Embora tenha feito algumas investigações e relido os livros da topomonia de Macau do P.Manuel Teixeira, ficou o articulista sem saber quando e por quem foi atribuido os nomes de D.Quixote e Sancho Pança a estas travessas de Macau.


Tanto D. Quixote como Sancho Pança, penso eu, nada tem a ver com a história de Macau, e como tal não vejo a razão para lhe tivessem sido atribuidas duas travessas com os seus nomes, quando por Macau passaram figuras ilustres e cujos nomes estão esquecidos, enfim !...








CALÇADA DO MONTE - MACAU





  • A terceira residência do articulista em Macau foi no Edificio San Fai Kok, na Calçada do Monte uma história um pouco recambolesca a sua ida para este edifício, que em outro artigo, o articulista irá narrar.
  • Daqui se mudou para a Praça de Lobo de Ávila onde residente actualmente, faz já 12 anos.
  • Este edificio tem uma óptima localização, defronte dele se encontrava o Hospital de S. Rafael, hoje, Consulado de Portugal em Macau e nas suas traseiras a Fundação do Oriente. Mas existem sempre uns contras, do lado oposto funciona uma escola secundária, e o barulho era imenso. Defronte do prédio havia vários contentores de lixo e um WC para animais, e o cheiro nauseabundo vindo de lá, obrigava o articulista a ter que fechar as janelas de seu quarto.
  • As viaturas de recolha do lixo passavam pelo local lá para as tantas da madrugada, e sempre que isso acontecia, devido ao barulho dos motores removendo os contentores o articulista era acordado por esse barulho, quando a re3colha terminava o articulista tentava de novo pegar no sono, mas era de novo acordado, com a viatura que vinha lavar todo o local.
  • Além deste incovenientes, os mosquitos naquela zona eram muitos, por tudo isto o articulista preferiu mudar de casa e ir para a zona da Praia Grande, onde o sossego se faz sentir, o ar que se respira é mais puro tendo igualmente uma vista maravilhosa.
  • A Calçada do monte começa Na Rua Pedro Nolasco da Silva e termina no Caminho dos Artilheiros, local este onde morava a minha esposa, foi dali que saiu para contrair matrimónio, tendo nós ido viver para a Rua do General Rodrigues.


segunda-feira, agosto 10

TUFÃO MORAKOT

Quase um milhão de pessoas deixaram suas casas no leste da China neste domingo para fugirem do tufão Morakot, que provocou dezenas de mortes e desaparecimentos em Taiwan e nas Filipinas. Segundo a agência estatal chinesa Xinhua, foram evacuados 473.000 moradores da província de Zhejiang e outros 480.000 de Fujian.

Cerca de 500.000 habitantes de Zhejiang e 480.000 de Fujian foram realocados. De acordo com a previsão do tempo, o Morakot se move a 10 quilômetros por hora pelo mar, no sentido noroeste, tornando perigoso ancorar navios na região. Diante disso, o quartel local de controle das enchentes afirmou que mais de 35.000 barcos tiveram que voltar aos portos.

O Marakot já provocou diversos danos nas duas províncias, mesmo antes de chegar à terra. Em Fujian, oito marinheiros naufragaram após um navio cargueiro ser atingidos pelas tempestades. Na cidade de Wenzhou, em Zhejiang, 39 voos domésticos tiveram que ser cancelados. Foi decretado alerta vermelho na província.
Fonte - Veja.com
Este violento tufão assolou a Ilha de Taiwan e o Continente chinês neste domingo dia 9 de Agosto de 2009