o mar do poeta

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segunda-feira, maio 25

PENANG E BANGKOK EM 2005

No dia 10 de Setembro, uma vez mais segui até Bangkok, e lá poderia ficar até ao dia 8 de Dezembro de 2005, mas devido a sentir-me mal do coração, arritmia, resolvi regressar a Macau no dia 18 do mesmo mês e ali ir a consulta de cardiologia , visto andar a ser medicado e acompanhado pelo médico de lá o Senhor Dr. Lima.

Como nada de grave se passava comigo e após uns dias passados em Macau regressei de novo a Bangkok no dia 8 de Outubro, aproveitando o visto ainda estar válido podendo assim lá permanecer até ao dia 5 de Janeiro de 2006, porém a minha esposa no dia 7 de Novembro telefonou-me informando que teria que regressar a Macau.
Para cumprir as formalidades pedidas lá me desloquei a Macau no dia 9 de Novembro, e ficando com o visto terminado. Por Macau fiquei uns dias, podendo assim festejar o segundo aniversário de minha nétinha, que ocorreu no dia 11.

O tempo em Macau começava a arrefecer e como anualmente o faço, para fugir do frio, de novo regressei a Bangkok, foi no dia 16 de Novembro, porém não sendo possuidor de visto classe O foi-me concedido 30 dias de permanência, prazo este que terminaria no dia 15 de Dezembro de 2005, pratica normal para quem é possuidor de passaporte português.

Desejando porém permanecer por mais alguns meses e antes que terminasse o visto resolvi ir até Penang na Malásia e ali junto da Embaixada da Tailândia solicitar um outro visto classe O válido para um ano o que daria a regalia de permancer na Tailândia por periodos de 3 meses.
Através da Net fiz as marcações dos bilhetes de avião na companhia Air Asia, para o dia 29 de Novembro e bem como a reserva de hotel em Penang, acompanhar-me-ia minha companheira, e por lá ficaría-mos 4 dias, regressando a Bangkok no dia 3 de Dezembro.

Estava tudo preparado e nós já de malas aviadas quando meu filho mais novo, o Vicente, em conversação através do msn, me disse que no dia 3 de Dezembro se deslocaria a Bangkok afim de lá passar uns dias, viria acompanhado da esposa e provavelmente de minha esposa.

Pediu-me que o ajudasse a fazer a reserve do hotel para os dias 3 a 6 e assim o fiz. Depois confirmou-me que minha esposa também viria e para tal que eu fizesse a marcação da passagem aérea e reserve-se mais um quarto, tudo isto no dia 28 de Novembro vesperas da minha saída para Penang, felizmente que consegui a devido tempo comprar o bilhete de avião e fazer a reserva de mais um quarto.

Esclareci a meu filho as formalidades a ter aquando da chegada a Bangkok e informei-o que lá estarei a espera deles e ao sair iria encontrar uma senhora que empunharia um letreiro com o seu nome, eu estaria junto dela e dali seguiria-mos numa limosine para o hotel. Disse ainda se em caso de haver qualquer contratempo para ele contactar comigo via telefone.

Eu e minha companheira pelas 04.00 horas, do dia 29 de Novembro já estávamos de pé, pois o nosso vôo para Penang era as 07.20 horas e após tomar-mos o pequeno almoço telefona-mos para um táxi afim de nos levar para a aeroporto, pois ainda distava uns bons quilómetros da nossa casa.

O vôo decorreu da melhor forma, embora a Air Asia, compnahia de baixo custo nada ter para oferecer, mas o vôo também era curto uma hora e quarenta minutos e rápidamente esse tempo passou.

Levava comigo uns dois mil Rangits, moeda da Malasia que tinha cambiado no aeroporto no que respeitava a dinheiro estava bem servido e em caso de emergència poderia usar os meus cartões de crédito ou levantar na caixa através do ATM algum dinheiro.Devido a diferença horária chegámos a Penang eram 10.30 horas.

Chegados a Penang e não havendo autocarros que nos pode-se levar até a cidade tivémos que comprar um bilhete para poder-mos usuferir dos serviços das viaturas do aeroporto, custou ainda 38 Rangits ou sejam cerca de 7.50 euros.

Como os serviços na Embaixada da Tailândia só encerravam as 12.00 horas resolve-mos por lá passar e solicitar o visto, para tal ia munido já de duas fotografias e levava igualmente fotocópias das certidões de nascimento de minhas três filhas.

Chegados lá preenchi o respectivo impresso e paguei a quantia de 500 Rangits, 120 Euros e fuqei de lá voltar no dia seguinte a tarde afim de recolher o passaporte.

Dali segui-mos apanha-mos um táxi, e ao deizer ao condutor para nos levar para o Grand Continental Hotel ele indagou qual deles pois havia dois com o mesmo nome, disse-lhe Hotel Continental e para lá seguimos, mas eu estava na duvida pois tinha feito a marcação no Grand Continental.

Na recepção do hotel entreguei a reserva e de facto era aquele hotel o Continental e não o Grand Hotel, nada disse pois aquela zona, da Penang Road era já por nós conhecida, pois tinha-mos ficado em vários hoteis ali bem perto.

O nosso quarto ficava no 16 andar era um quarto Delux e de lá tinha-mos uma vista quase total de George Town, o preço esse era aceitável, 138 Rangits, cerca de 28 euros incluindo o pequeno alomoço bufett.





Depois de ter-mos deixamos as malas no quarto e tomado um refrescante banho fomos almoçar num restaurante chinês, já nosso conhecido, que ficava do outro lado da rua, quase defronte do hotel, ali pode’mos saborar comida ao nosso gosto.

Regressámos ao hotel onde ficámos a descansar até a hora de jantar, eram por volta das 18.30 horas quando saímos e percorremos a pé a Penang Road em direção ao Komtar, um famoso centro comercial, aliás era, no ano passado já dava mostras que iria encerrar, muitas das lojas já tinham fechado, o supermercado tinha já muitas das parteleiras vazias, mas desta vez o fomos encontrar quase totalemnte vazio, mas defronte um novo e moderno centro se ergueu, onde de tudo se pode encontrar, nas proximidades fica a estação de autocarros e dali podesse escolher a rota e viajar por toda a ilha de Penang.











Já na Malasia falei com ele e com minha esposa dizendo- lhes que tudo estava bem e que lá estaria a espera deles, eu sairia de Penang no dia 3 no vôo das 10.20 horas e chegaria a Bangkok por volta das 11.20 horas, não seguiria para casa e ali ficava a a guardar o seu desembarque que seria as 16.00 horas.

Num dos muitos restaurantes jantamos e fizemos algumas compras regressando ao hotel de riquexó, que é nada mais que um triciclo, mas este bem diferente dos de Macau pois os passageiros vão sentados na parte frontal do mesmo.



Já no hotel entreti’me a ver televisão e a ler o jornal local ficando assim a saber as mais recentes notícias que ocorreram na urbe, depois sim dormi óptimamente e bem cedo me levantei, pois as 05.00 horas fui acordado pela oração da manhã, que é transmitida por toda a cidade através autofalantes. Após tratar da higiene pessoal segui para o segundo andar onde era servido o pequeno almoço, minha companheira essa ficou ainda a descansar e mais tarde veio fazer-me conpanhia.

O comércio abre tarde, por volta das 10.00 horas e foi por essa altura que saimos do hotel percorrendo várias antigas artérias cheias de arcadas, mas tivémos que circular na rua pois as mesmas eram usadas como depositos das lojas ali existentes, tivémos que andar com muito cuidado pois o trafégo era muito e as valetas das ruas eram ao ar livre sem cobertura alguma.

Pode-mos ver imensos turistas tomando o seu pequeno almoço nas esplanadas de hoteis de quinta classe, cujo aspecto já em si era bem precário, mas cujo preço, por certo seria bem barato.

Já na Beach Street e defronte do posto do bombeiros ficava a loja S.M. Badjenid, onde se pode comprar todo o tipo de perfumes, loja esta já por frequentada e uma vez ali nos fomos abastecer de mais alguns perfumes. Minha companheira escolheu alguns fracos de sua preferência entre eles Opium, para mim comprei Paco Rabane, Polo, Aramis entre outros e para ofertar a minha esposa comprei Chanel 5 e Chanel 19 e também Opium e outros mais, cada frasquinho custava entre 12 e 14 Rangits, já aviados toma-mos o autocarro que por um Rangit por pessoa nos levou até ao Komtar.





UMA VISTA DA PARTE CENTRAL DA CIDADE DE GEOEGE TOWN. CUJA ZONA É TOTALMENTE CHINESA













Os autocarros e os minis autocarros que percorrem as artérias da cidade deixam muito a desejar, além de ser velhos e sujos suas janelas nem todas se fecham e quando chove escusado será dizer que se leva uma molha, tem ainda uma particularidade pode-se fumar, o que torna ainda mais incomodativa a viagem principalmente para aqueles que não fumam e para até para mim que sou fumador, pois a maioria do tabaco consumido na Malásia é composto por cravinho da india , cujo cheiro é bem forte e dificil de aguentar para quem não está habituado aqueles cheiros fortes.

No Komtar a minha companheira andou a procura de produtos de beleza, pincéis, encontrou-os na loja Body Shop mas o preço esse era bem elevado, tivemos que percorrer quase todos os andares até conseguir-mos encontrar o que desejava-mos a pre;o acessivel.

Por ali almoça-mos indo depois até a embaixada onde recolhi o passaporte, tendo verificado que me tinha sido concedido um visto para um ano tal como tinha solicitado.

O táxi que nos tinha levado até lá ficou aguardando que eu recolhe-se o passaporte de volta nos levou até ao hotel, onde ficamos a descansar até a hora de jantar.

Saimos e fomos percorrer a parte chinesa da cidade, parte história da mesma, mas cujos edificios estão velhos e mal conservados. O único mercado existente naquela parte da cidade de George Town é fraco e muito sujo, andando por aquelas artérias e como já referi sempre transitando pelo meio da rua, pois as arcadas essas são usadas pelos comerciantes, fomos dar a marginal, mas desta vez não apanha-mos o barco que nos levaria at]e a outra margem ou seja o continente, cuja cidade mais próxima se chama Butterwort.

TEMPLO BUDISTA EM ESTILO BIRMANÊS


Nas ruas muitos idosos estendem a mão pedindo esmola, pagodes chineses esses existem muitos tal como imensas mesquitas arabes que de quando em quando de seus autofalantes saem orações dedicadas a Alá.
Esta ilha de Penang é super crosmopolita, bem como toda a Malásia em que vivem em harmonia e respeitanto a outras religiões, nela vivem Chineses, Malaios, Indianos e outras raças por isso os media tem que produzir material para satisfazer todos eles.




IGREJA CATÓLICA




















MESQUITA






TEMPLO HINDU





















Jantámos algues na zona portuária uma mistura de comida Malaia e Indiana depois e nas calmas, a pé regressa -mos ao hotel.





No dia seguinte ou seja o terceiro passado naquela ilha apanha-mos um autocarro e fomos visitor o Snake Temple, ou seja o tempo das cobras, ficava ainda bem longe da cidade, quase perto do aeroporto. Quando indaguei junto do condutor se iria até aquele templo disse-me que sim, porém já quase perto do destino nos mandou sair, ele também saiu e nos levou a atracessar a rua e ali quando outro autocarro veio o mandou parar e falou com o codutor, nos subimos para esse autocarro que nos levaria ao templo das cobras, para isso nada mais pagámos.

Eu já tinha estado naquele templo fazia já 25 anos e como não gostou nada de répteis fiquei junto a umas lojas onde vendiam recordações e ali comprei alguns postais enquanto minha compnaheira visitava o templo.


Disse-me que havia agora somente algumas cobras mas que achou o local interessante. Fomos aguardar o autocarro numa paragem ali bem perto e só passada meia hora é que o primeiro passou, por sorte havia lugares vagos, embora muitos desconfortáveis e foi assim que viajamos cerca de uma hora até chegar-mos ao Komtar.



Ali jantámos e aproveitei para comprar umas escovas de dentes tipo rijas pois em Macau e na Tailândia é difícil encontrar, comprei nescafé do tipo gold, o meu café preferido estava em promoção e oferecia por cada embalagem em lata cilindrica dourada bem bonita comprei três embalagens pois também não podia comprar mais de três, o preço esse era menos de metade que em Macau. Fomos depois para o hotel ali num restaurante no rés do chão do mesmo mas não pertença dele podemos deliciar-mos com um jantar francês e como podem ver na foto o prato era quadrado bem grande a comida essa era deliciosa um bife acompanhadas de duas grandes gambas, o restaurante estava bem decorado e o ambiente era óptimo pena foi não terem um café expresso mas enfim em Penang não tem esse hábito paciência, fiquei por tomar mais tarde no quarto um café com um sabor fantástico e me saiu ainda mais barato.



Ao outro dia após tomar-mos o pequeno almoço fomos até ao mercado e ali compramos uns quilos de agriões para lever-mos para Bangkok e com eles fazer-mos uma bela sopa a chinesa que consiste em coser os agriões juntamente com entrecosto de porco e tamaras doces adociando-lhe um caldo de galinha e um fio de óleo e sal, sai uma sopa fantástica muito apaladada que segundo os chineses é óptima para os pulmões. Depois ainda fizémos mais algumas compras entre elas umas pulseiras de casca de tartaruga e alguns brinquedos, fomos deixar tudo no hotel e ali no restaurante francês comemos um belo almoço.

Muita coisa havia para ver na cidade, a zona das praias já era nossa conhecida e como tal decidimos ir visitar um ex-libre da cidade que é o templo Kek Lok Si, para tal indagamos junto de uma senhora que estava na paragem de autocarros, era chinesa e foi fácil manter o contacto e ser-mos informados qual o autocarro que deveriamos apanhar, por sorte ela também ia para lá e passado alguns minutos lá aparceu o autocarro 26 que nos levou até, ainda ficava distante o templo por isso pelo caminho podemos indo apreciar a paisagem cujo comercio para aquelas zona e quase totalmente explorado pelo chineses.

Antes de chegarmos ao local podemos ver lá no alto da serra o magestoso templo. O autocarro parou junto ao mercado e ali numa das muitas lojas minha companheira comprou algumas calças para as filhas e eu o jornal chinês e uns óculos de graduação de 0.65 para poder ao perto.

Atravessamos a rua e no outro mercado minha companheira esteve vendo o preço dos dióspires, achou barato e no regresso por ali passaríamos para compare-mos alguns.

Como a vinte anos atrás a entrada para o templo fazia-se por entre as milhares de lojas que ali aproveitam o grande número de turistas para ganhar a vida. Difil é a subida ainda por cima tepleta de pessoas e com os degraus já bastantes gastos, mas por fim e já bem cansados lá conseguimos atingir o templo.





Logo a entrada deparamos com um enorme lago repleto de grandes tartarugas, que para os orientais é simbolo de longetividade.

Sempre subindo visitamos imensas capelas e podemos disfrutar do vasto panorama que de lá se avista. Por todo o lado existiam lojas vendendo todo o tipo de esculturas, velas e amuletos além de muitos produtos que nada tinham a ver com a relegião. Fomos até a parte mais alta onde está implantada a maior imagem do mundo, feita em bronze da deusa Kun Ian, para tal e não havendo escadarias que dessem acesso ao local tivémos que utilizar o train para tal pagámos um rangit por viagem.

O ARTICULITA NO SEGUNDO TRECHO DA IMENSA SUBIDA.




Depois de termos acendido uma vela e tocado o sino como mandam as regras, afim de pedir proteção aos Deuses fizémos a caminhada de descida, eram já 14.00 horas e a barriga pedia algum alimento e foi numa loja já no sopé do templo que pudemos atenuar a fraqueza, um restaurante de fraca classe mas cuja comida era agradavel e barata, o mais caro foi a cerveja que pedi, mas na Malásia as bebidas alcoólicas são caras em todo o lado, 9 Rangits por lata de 330 cc.

Percorremos algumas artérias até chegar-mos ao mercado e ali então compra-mos os tais diospires e foi nessa altura que repara-mos em duas pastelarias que ficavam defronte e que confecionam um tipo de bolinhos muito afamados.



Entra-mos numa delas e pudemos ver a sua confecção e adquirindo duas caixas de qualidades diferentes, os bolos tinha saído do forno ainda a pouco tempo estavam quentinhos e tinham um aroma que fazia crecer água na boca.

Dali saimos, aguarda-mos um pouco e seguimos de autocarro para o nosso hotel e como nos era hahitual o autocarro embora fosse um mini era velho e chovia lá dentro.

Já no hotel estivemos a arrumar as malas saindo depois para fazer’mos as últimas compras não andamos muito, ficamos pela Jalan Penang a rua onde se encontrava o hotel e onde existem imensas lojas e restaurantes.

Entrámos num supermercado islâmico e ali comprámos mais uns fracos de perfume e uns sacos de viagem, de volta ao hotel paramos junto de um restaurante islâmico e ali nos fornece-mos de uns bons pedaços de carne de vaca em caril, arroz e uns ovos salgados, como não era permitida venda de bebidas alcoólicas desloquei-me até ao Seven Eleven e ali adquiri uma lata de cerveja, por sinal tailandesa, a minha perferida e seguimos depois para o hotel onde janta-mos. O caril era bem picante e após umas garfadas senti um calor enorme na cabeça e e comecei a transpirar, mas mesmo assim dei conta de toda a comida, que me caiu bastante bem.

Eram seis da manhã quando nos levanta-mos, o salão do pequeno almoço abria as 07.00 horas e nós tinha-mos combinado com um taxista para no sir buscar as 08.00 horas, como tal após um banho e dar os últimos retoques nas malas descemos até ao segundo andar. Havia uma excurção de alunos de uma escola e o salão estava super cheio, mas por sorte lá conseguimos arranjar uma mesa vaga, e assim descansadamente podemos tomar o pequeno almoço que diga-se em abono da verdade não era grande coisa, embora houvesse muita coisa para comer mas nada ao meu gosto, a não ser ovos estrelados e torradas.

Após o pequeno alomoço subimos ao quarto onde chamei o criado que nos levou as malas para o salão de entrada e onde eu fiz o chek-up, pagada a conta reparei que a porta do hotel já lá se encontrava o condutor do táxi aguardando por nós.

Eram 09.00 horas quando chegámos ao aeroporto e ali fizemos o chek-in ficando depois a aguardar a entrada para o avião.

Na foto da pode-se ver o imenso corredor que serve de passagem aos passageiros que embarcam e aos que desembarcam, ficámos numa pequena mas confortável sala de espera e o avião da Air Asia que levou de volta para Bangkok.







O AVIÃO, UM BOEING 737-200, DA AIR ASIA QUE NOS LAVARIA ATÉ BANGKOK




A viagem decorreu perfeita, mas houve apenas um senão que eu reparei e fotografei, como nós ía-mos sentados nas cadeiras do lado direito, junto ao motor, pude ver que uma chapa da parte superior do mesmo tinha sido arrancada pelo vento, devido talvez a estar mal apertada o que me causou algum espanto tento até chamado um empregado, mas este informou-me que era normal aquando da aproximação ao aeroporto, pelo que lhe chamei de parvo.

Felizmente de nada de anormal aconteceu. Na foto acima inserida pode-se ver o buraco que ficou devido a tampa ter saltado.

Eram 11.30 horas quando, em segurança, o avião aterrou no movimentado aeroporto de Dun Muang em Bangkok.
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Aproveita-mos para ali almoçar-mos pois eu ficaria a espera de minha esposa e filho que chegariam as 16.00 horas.

Após o almoço minha companheira segui para casa e eu por ali fiquei fazendo tempo, vendo televisão.
Atento estava ao anúncio da chegada dos aviões e pelas 16.10 horas foi anunciado a chegada do vôo da Air Asia vindo de Macau.

Quando fiz a reserva do hotel solicitei uma limosine para nos ir buscar e por precaução fui ao encontro da senhora que nos aguardava dizendo-se lhe ali me encontrava e que aguadava agora a vinda dos restantes familiares. O tempo foi passando e nada de os ver, pensei então que eles se tivessem enganado na porta de saída, em vez de ter virado para a esquerda, o que é normal, viraram para a direita para a zona onde os grupos desembarcam e se encaminham para os autocarros. Lá encontrei a minha esposa, meu filho e nora andavam a minha procura, por fim lá nos conseguimos reunir sem contudo meu filho, bastante irritado, dizer que nunca tinha visto em nemhum aeroporto duas saídas e que nunca mais viria a este país de merda, mas enfim, depois lá acalmou.

A limusine aguadava por nós e nela entrámos, o hotel embora se situa-se no centro da cidade, a viagem foi rápida graças a ter-mos seguido pela superior, meu filho esse ia apreciando a paisagem, sua mentalidade sobre a Tailândia ia mudando.

Tivémos um chek-mos um chek-in personalizado e foi-nos dado a beber um refresco agradavél, para as senhoras foi-lhes oferecido um lindo ramo de orquideas que as deixou de boca aberta.
Como não havia quartos vagos no mesmo andar o meu filho ficou no quarto 2122 e eu e minha esposa no 1902, mas de qualquer das formas em óptimos quartos classe executiva, onde nada faltava e tinha-mos direito ainda a usuferir do ginásio, usar a sala busines onde havia vários computadores, livros e um pequeno restaurante onde podia-mos tomar o pequeno almoço mais a vontade, isto no 23 andar.

O hotel Arnorma fica situado na parte baixa da cidade mesmo no coração da cidade e perto de tudo. Meu filho e esposa era a segunda vez que vinha a Tailândia, mas da primeira, havia já anos, nada de especial tinha visto.

Agora Bangkok tem para oferecer aos turistas óptimos hoteis e magnificos centros comerciais bem como restaurantes de luxo. Os transportes esses também tem acompanhado o evluir da cidade e existe já o metro de superficie e o metro normal, além de muitos tipos de transportes para todos os gostos e bolsas.
Nessa tarde levei-os a visitar o Isatan grande centro comercial sito mesmo defronte do hotel e depois fomos ao supermercado Big C sito mesmo ao lado do hotel, onde aqui tomaram uma refeição ligeira.

A noite meu filho quis presentar-me com um jantar de comida francesa, o restaurante o C’est Bon ficava mesmo nas traseiras do nosso hotel , a ementa essa não foi lá muito do meu agrado e os preços esses os achei exorbitantes, para o nível de vida dos tailândeses, porém tivémos que aguardar por uma mesa .


Esta a refeição que eu tomei e que custou 990 baths mais as taxas de 7 mais 10%, tudo bem meu filho assim o quis e quando veio a factura pagou a quantia de 5 200 baths mou sejam 104 euros o que eu por esse dinheiro teria tido uma refeição, aliás várias refeições muitos melhores.

No dia seguinte fomos até ao MKB e ao Siam Square, onde ali nos separamos pois eles, meu filho e esposa quiseram ir almoçar a japonesa enquanto eu e minha esposa fomos almoçcar no Sizzeler.

Aqui podemos comer bem, pois além dos pratos que escolhemos podemos igualmente usar o semi bufett onde havia varios tipos de sopa, saladas, queijos, frutas, gelados e doces e por tudo isto pamos somente a quantia de 621 baths ou sejam 124,38 patacas o que dá 12.00 euros.

Nesse mesmo moderno complexo comercial pude ainda por 30 centimos de euro beber uma bica a maneira e comprar um par de calças e uma camisa.
Muito haveria para ver mas decidimos ir para o hotel descansar um pouco e mais tarde dar mais uma volta pela periferia.

A noite jantamos no supermercado Big C onde eu e minha esposa pela quntia total de 60 baths, 1,20 euros podemos jantar enquanto meu filho perferiu comer algo mais pesado num dos muitos restaurantes ali existentes, mas cujo preço é igualmente barato.

Depois de ter-mos feito algumas compras no supermecado regressámos ao hotel.
No terceiro e último dia alugeui um táxi e os levei até a Avenida Rachada onde existem vários centros comerciais e alguns supermercados de renome, foi no Robison onde entramos e ali eles tiveram oportunidade de comprar ums vistosas roupas da marca Kitty para minha nétinha e eu comprado um relógio de pulso da marca Doremon que meu filho mais velho, o Luis, muito aprecia.

Almoçamos no restaurante Daidomon, sabu sabu, comida japonesa grelhada e tambºem com tápilou, ou seja um género de fundeou. Eram 13.20 horas e ao encomendar a comida pedi uma cerveja e a empregada recusou servir-ma. Sabendo eu as leis que regem o consumo de bebidas alcóolicas mandei chamar o gerente e lhe expliquei que só a partir das 14.00 até as 17.00 é que é proibida a venda e o consumo de bebidas alcóolicas e que ficasse descansada que eu antes das 14.00 horas daria conta da garrafa de cerveja, só assim me fui servida a bebida.

O almoço foi do agrado de todos e o preço esse ficou apenas por 8,50 euros.

Como o supermercado Carrefour ficava ali mesmo ao lado para lá seguimos, não sendo lá muito do agrado de meu filho, mas quis mostrar a minha esposa o que havia por lá e para ela ficar com uma outra ideia sobre a Tailândia.

Dali seguimos para o hotel onde fomos descansar um pouco, meu filho disse que iria jantar com a esposa num restaurante japonês e que nós fossemos onde quisessemos.

Pelas 17.00 horas na compnahia de minha esposa tomamos o metro de superfície e fomos até atºe Mon Chi local que fica bem perto do mercado de fim de semana e muito afamado, Ali ficamos uns momentos vendo a extensão da cidade para aqueles lados e regressamos de metro mas com destino a Silon Road, zona comercial e de serviços, ali entramos no Centro Comercial Central percorrendo depois as ruas laterias, onde a noite é um vernesim de comerciantes e de bares onde as moças quase nuas dançam o go-go.

Foi naquela zona que a trinta e um anos atrás ficamos hospedado no Montien Hotel aquando da nossa primeira ida a Portugal, minha esposa não reconheceu o local, pois se haviam passados tantos anos.
Dali apanhamos o metro de superfície e fomos sair em Chitlom, o Rei fazia 78 anos nesse dia e junto a este Centro Comercial, bem decorado com árvores de natal e bem iluminado estava um grupo de pessoas com velas nas mãos dando graças a Deus ou ao Buda pelo aniversário do Rei, tirei ainda algumas fotos mas a sua qualidade não ficou muita boa por esse motivo não as insero aqui.

Fomos até ao sexto andar onde no restaurante Terrace minha esposa pode por fim apreciar um bom Pai Thai ou seja um prato de massa a moda tailândesa e eu comer uma tigela de massa com carne de vaca, caril a indiana, que esta mesmo bem picante e só com a juda de uma boa cerveja consegui dar conta dele. Meu filho e esposa tinham ido jantar no Isatan num restaurante japonês e segundo eles a comida era óptima.

No último dia bem cedo nos levantamos, meu filho tinha dito para não o chamar e combinados que seguiriamos para aeroporto as 14.00 horas. E u e minha esposa após ter-mos tomado o pequeno almoço alugámos a limusine do hotel e fomos até a avenida Lat Prao, zona onde eu resido, fomos visitar o hospital Vejatani onde eu costumo anualmente fazer um chek-up, minha esposa ficou encantada com o luxo do hospital e pela amabilidade de seus funcinários.

Durante o longo tragecto minha esposa ver outra parte da cidade, tendo a viatura passado bem perto da Rua Lat Prao 71 onde resido, no regresso viemos pela Avenida Ratchada e desta forma ficar ela a conhcer um pouco mais de Bangkok. O trânsito estava intenso eram quase 11.30 horas e meu filho em cuidado telefono-nos afim de saber onde nos encontrava-mos e onde iria-mos almoçar.

Era quase meio dia quando chegamos ao hotel. O almoço esse foi uma vez mais repartido, meu filho e esposa foram para Isatan e eu com a esposa para o Big C onde ali comemos um belo bife cada um, mais cerveja e água, pagando apenas o irrisório preçc de 2.60 euros.

Regressados ao hotel solcitamos a um funcinário que nos leva-se as malas para a viatura e pouco depois lá seguiamos nós para aeroporto.

Eram quase duas e meia da tarde quando lá chegamos e o balcâo da Air Asia só abriu as 14.40 horas e nesse entretanto meu filho foi aos serviços de alfandega afim de carimbar os papeis para depois, já no inteior do aeroporto receber o dinheiro das taxas pagas das compras feitas.

Fizeram o chek-in e assim poderam ficar libertos das malas, eu não, visto ter ainda comigo duas malas que tinha levado para Penang.

A minha nora deve ter ficado mal de almoço, e com alguma vergonha disse não ter já baths, então eu lhe dei uma nota de 500 baths ela queria ir comer uma tigela de massa, mas ao ver o preço perdeu o apetite e ficou-se apenas com uma sande e algumas pernas de galinha compradas no KFC.

Neste entretanto eu fui até a rua fumar um cigarro e aproveitei para telefonar a minha companheira para que as 15.30 horas me fosse buscar ao aeroporto, ela estava ali por perto, visto minha filha mais velha ter ido ao hotel Miracle Grand exprimentar a roupa que iria usar dia 8. Ela tinha acabado o curso de hospedeiras havia pouco tempo e agora iria trabalhar neste hotel até aos finais de Janeiro, altura essa em que será admitida na compnahia aérea Thai International e cujo hotel é da sua pertença.
O vôo atrasou, deveria sair as 16.20 horas mas só saiu as 17.15 horas, mas isso não ilubou que eles entrasse para o interior do aeroporto eram 15.00 horas e eu dirigi-me até a porta da saida e nem passados eram cinco minutos lá estava a minha companheira a recolher-me seguindo depois para casa .

Mais tarde saiomos para ir-mos buscar a nossa filha mais nova a escola e de seguida ir-mos jantar.
De regresso a casa ainda paramos no supermercado Lotus onde efectuamos algumas compras e tive então oportunidade de telefonar a minha esposa afim de saber como tinha decorrido a viagem, informou me que tudo correu pelo melhor, mas em Macau estava frio o termometro marcava apenas 8 graus e ao chegar a casa encontrou o elevador avariado pelo que teve que galgar os degraus até ao décimo primeiro andar, de resto tudo bem e bem contente estava com o passeio que teve em Bangkok.

Agora estou pensando em a levar, lá para Maio, até Singapura e de lá seguir-mos de comboio até Kuala Lumpur e dali de autocarro até Penang, daqui de mini van até a cidade de Hat Yat na Tailândia e dali de comboio até Bangkok, irei dar-lhe a conhecer outras zonas do pais e o regresso a Macau será feito via aérea através da Air Macau, espero que Deus me dei a saúde para poder concretizar mais este sonho.

Hoje dia 8 de Dezembro de 2005 estou festejando o 11 aniversário de minha filha mais nova e estou pensando em ir passar o fim de semana na estància balnear da Pattaya, visto segunda -feira as miudas não terem escola. Viver e belo tal relatei já num poema e como tal vai-se fazendo por isso enquando houver saúde e Deus o permitir.













































































































































































































































































































































































































































































































































































































DIA DE ÁFRICA




A Organização da Unidade Africana (OUA) foi criada a 25 de Maio de 1963 em Addis Ababa, Etiópia, por iniciativa do Imperador etíope Haile Selassie através da assinatura da sua Constituição por representantes de 32 governos de países africanos independentes. A OUA foi substituída pela União Africana a 9 de Julho de 2002.




Objectivos




Os objectivos da OUA, expressos na sua Constituição eram:




Promover a unidade e solidariedade entre os estados africanos;




Coordenar e intensificar a cooperação entre os estados africanos, no sentido de atingir uma vida melhor para os povos de África;




Defender a soberania, integridade territorial e independência dos estados africanos;




Erradicar todas as formas de colonialismo da África;




Promover a cooperação internacional, respeitando a Carta das Nações Unidas\ e a Declaração Universal dos Direitos Humanos;




Coordenar e harmonizar as políticas dos estados membros nas esferas política, diplomática, económica, educacional, cultural, da saúde, bem estar, ciência, técnica e de defesa.






Realizações da OUA




Durante quase 40 anos de existência, a OUA não conseguiu evitar os inúmeros conflitos que assolaram o continente, nem promover de forma efetiva o seu desenvolvimento. Uma das razões poderia ser o caráter consensual da organização, que nunca puniu os responsáveis por esses problemas, ao contrário da Commonwealth ou da ONU, a primeira por vezes suspendendo das suas actividades governos despóticos, a segunda decretando sanções sobre políticos ou governos.



No entanto, ao manter esse espírito de consenso e a tradição de uma presidência rotativa, decidida em cimeiras anuais regulares, a OUA conseguiu manter a imagem de unidade e de vontade de progresso que lhe granjeou sempre, por parte dos vários blocos econômicos e políticos, apoio real para a resolução de vários problemas.


Apesar de todos os países de África se terem associado à OUA a seguir à sua independência (ou a seguir à democratização da África do Sul subsiste, como questão não resolvida, que continua a ensombrar o espírito de unidade da União Africana, o estatuto do Sahara Ocidental, que foi aceito como membro da organização, o que levou Marrocos a abandoná-la em 1985.


A OUA teve um importante papel na história da descolonização de África, não só como grupo de pressão junto da comunidade inerncional, mas também fornecendo apoio direto aos movimentos de libertação, através do seu Comité Coordenador da Libertação da África.


Outro campo em que a OUA teve sucesso foi na luta contra o apartheid, tanto ao nível da ONU onde foram declaradas sanções contra os governos da África do Sul e da Rodésia, mas ainda conseguindo que aquele regime fosse internacionalmente condenado como “crime contra a Humanidade” na Conferência de Teerão de 1968.




Nos primeiros dez anos da sua existência, a OUA viu-se confrontada com uma série de conflitos sobre a delimitação de fronteiras no norte, leste e centro da África mas, graças aos seus esforços, estes conflitos foram resolvidos num verdadeiro espírito de unidade, sem interferência externa.


Na promoção da cultura africana, a OUA organizou em Agosto de 1969, em Argel, o Primeiro Festival Panafricano da Cultura e, em Outubro de 1970, em Mogadíscio, na Somália, o Primeiro Workshop de Folclore, Dança e Música Africana.


Nos campos do desenvolvimento económico e social, transportes e telecomunicações, a OAU promoveu a harmonização das políticas dos seus membros com reespeito à UNCTAD, BIRD, FMI, UNIDO e OIT. Como consequência, as suas pretensões de formas de comércio mais justas e da plena participação num novo sistema monetário internacional ganharam mais peso, apesar de não terem ainda sido atingidas. Através da OAU, os países africanos proclamaram a sua permanente soberania sobre os seus recursos naturais, tendo levado à modificação da Lei Internacional sobre os recursos da plataforma continental e águas territoriais. Em Fevereiro de 1972, realizou-se em Nairobi, no Quénia, a Primeira Feira de Negócios Panafricana.







Integração econômica de África


Na primeira e segunda conferências dos países independentes de África, realizadas em Acra, Gana, em Abril de 1958, e em Addis Ababa, Etiópia, em Junho de 1960, foram discutidos os problemas económicos desses países e chegou-se a um consenso de que a fragmentação do continente e a concentração da produção numa pequena gama de produtos primários de exportação,constituíam grandes obstáculos à diversificação das actividades económicas e à criação de mercados modernos e internationalmente competitivos. Foi, portanto, acordado que os países africanos independentes deviam promover a cooperação económica entre si.


Duas opções foram discutidas para a implementação da estratégia de integração económica em África:

a) a fórmula panafricana, que advogava a criação imediata duma organização económica continental (esta fórmula derivou em parte das idéias do líder ganense Kwame Nkrumah) e


b) a fórmula sub-regional, que defendia a implementação de acordos de cooperação entre países vizinhos que, eventualmente, poderia gerar formas de cooperação geograficamente mais alargadas.

A maioria dos países estava a favor da opção sub-regional e, neste sentido, a Comissão Econômica da ONU para a África (ECA), propôs a divisão do continente em quatro sub-regiões: oriental e austral, central, ocidental e o Norte de África.

A proposta da Comissão foi adoptada pela Conferência de Chefes de Estado e de Governo da OUA, que instou todas as nações africanas independentes a tomarem, durante a década de 1980, os passos necessários para fortalecer os arranjos económicos sub-regionais já existentes e, se necessário, estabalecer outros de modo a cobrir todo o continente e promover a coordenação e harmonização dos diferentes agrupamentos, com vista ao estabelecimento gradual duma Comunidade Económica Africana no final do século.

Várias destas organizações foram de facto implementadas, entre as quais:

a COMESA, Mercado Comum da África Oriental e Austral;

a SADC, Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral; e

a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (Economic Community of West African States, com a sigla ECOWAS, em inglês ou Comunautée Economique des États de l’Afrique Ocidentale, com a sigla CDEAO, em francês).

Órgãos da OUA

Organizava-se em quatro órgãos:

A Conferência dos Chefes de Estado e de Governo, instância suprema;

O Conselho de Ministros, que prepara e executa as decisões da Conferência;

O Secretariado-Geral Administrativo; e

A Comissão de Mediação, de Conciliação e de Arbitragem.




domingo, maio 24

LORCHA MACAU - LORCHA DE MONCHIQUE

O MUSEU DA ESPINGARDA DE TANEGASHIMA EM FORMA DE LORCHA, EMBARCAÇÃO LUSO-CHINESA

OUTRO MONUMENTO LUSO NA ILHA DE TANEGASHIMA


  • O cabo Kadokura, o ponto mais ao sul da ilha de Tanegashima, onde, em 1543, chegaram os portugueses, tem a partir de agora mais um monumento recordando os primeiros contactos entre os dois povos. Numa cerimónia realizada no cabo sobranceiro à praia de Nishimura, onde terá arribado a embarcação com os portugueses que introduziram no Japão as primeiras armas de fogo, foi descerrado um monumento oferecido pelos Serviços de Marinha de Macau.
  • A cerimónia contou com a presença do presidente da Câmara de Minamitane, do Embaixador de Portugal no Japão, José de Mello Gouveia, e do chefe dos Serviços de Marinha de Macau, Comandante Martins Soares, em representação do Governador Carlos Melancia.
  • “Foi aqui que os portugueses introduziram as armas de fogo há cinco séculos, revolucionando a tecnologia de guerra no país. É aqui que temos hoje o centro especial japonês, ou seja, a nossa tecnologia de ponta”, afirmou o presidente da Câmara de Minamitane, Kaoru Nakamine, que salientou ainda que o primeiro encontro entre portugueses e japoneses marca “o início do intercâmbio internacional do Japão”.
  • O Comandante Martins Soares reforçou a ideia do presidente da Câmara de Minamitane ao afirmar que “durante muitos anos, os portugueses contribuíram, com os conhecimentos de que eram portadores, para o alargamento da cultura japonesa e noutro sentido, foram os pioneiros na difusão da cultura japonesa para a Europa de então”. Martins Soares formulou ainda votos para que “se reganhe vitalidade, dinamismo e actualidade (...) no futuro e na modernidade das relações entre o Japão e Portugal”.
  • A lápide agora descerrada, em forma de vela, e que comemora igualmente a vinda a Tanegashima da lorcha “Macau”, junta-se a quatro outros monumentos dedicados à chegada dos portugueses, em 1543, o mais recente deles deixado pelo navio-escola “Sagres” há cinco anos. O monumento oferecido pelos Serviços de Marinha de Macau, construído com granito na ilha de Tanegashima, foi benzido por um Padre Católico que, com três religiosas japoneses, realizou uma breve e inédita cerimónia religiosa.
(Jornal Tribuna de Macau 25-7-2008) reproduzindo acontecimentos de há 20 anos.

Lorcha Macau


A Lorcha Macau foi uma réplica de uma lorcha macaense construída no território pela Marinha Portuguesa, com a classificação de UAM. Após participar na EXPO'98 foi doada à Aporvela, e posteriormente à Fundação Oriente.


História

  • Em 1986 em grupo de emigrantes portugueses da África do Sul construiu a réplica de uma caravela, a "Bartolomeu Dias", para assinalar a presença portuguesa nesse país. A ideia de fazer algo semelhante em Macau nasceu e cresceu no seio do contingente da Marinha no território, e após alguns estudos, foi iniciada a sua construção.

A Lorcha"Macau" (UAM 202)

  • Lopo após o seu lançamento à água, a Lorcha Macau navegou até ao Japão para participar no Festival da Espingarda, na ilha de Tanegashima, onde se comemora todos os anos e chegada dos portugueses ao Império do Sol Nascente, tendo visitado também os portos de Kagoshima, Nagasaky e Omura.
  • - A lorcha “Macau”, que participou no festival da espingarda, na ilha de Tanegashima (Japão), regressa a Macau no dia 19 de Agosto, depois de uma viagem de 44 dias, revelou à agência Lusa uma fonte dos Serviços de Marinha.
  • A lorcha “Macau”, que partiu do Japão no passado dia 4, encontra-se neste momento na cidade chinesa de Xangai na sua viagem de regresso ao território. A embarcação, réplica dos navios que nos séculos XVI e XVII sulcavam as águas do mar do sul da China e do Japão, esteve em Kagoshima, Tanegashima, Nagazaki e Omura, cidades onde os portugueses se estabeleceram no século XVI.
  • Até ao momento, a embarcação tem encontrado condições meteorológicas favoráveis nesta sua viagem de regresso a Macau. Com uma tripulação de 13 homens, a lorcha foi construída em Macau, possuindo o casco de tipo ocidental e o sistema de velas de influência chinesa. Segundo informação dos Serviços de Marinha, a lorcha “Macau”, depois de alguns ajustamentos e alterações necessárias a uma melhor utilização, nomeadamente no sistema de velas, poderá efectuar ainda este ano viagens à ilha chinesa de Sanchoão, onde morreu São Francisco Xavier, em Dezembro de 1552.

In “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau” 10.08.1988

  • Nos anos seguintes foram efectuadas várias viagens no mar da China, até à Correia, Singapura, etc.

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  • Por altura do ano de 1989 o Embaixador Castello-Branco recebeu a visita de duas personalidades de Macau: o Comandante da "Lorcha Macau", o oficial da Marinha Portuguesa, Sá Leal, destacado naquele território; o Dr. José Lobo de Amaral, o director das edições do Centro Cultural de Macau.
    A "Lorcha", sob o comando de Sá Leal, tinha feito furor em duas viagens: uma efectuada ao Japão e outra a Goa.

  • A "Lorcha Macau" era o símbolo, na Ásia, da portugalidade de outras eras.

  • Tinha sido construída nos estaleiros de Macau e fiel aos desígnios quinhentistas.

  • O Comandante Sá Leal, meu amigo, era daquelas pessoas mais generosas que haja conhecido, já viúvo, apaixonava-se facilmente pelos olhos, femininos, amendoados.

  • Mas não haveria mal nenhum nisso, pois o mesmo já tinha acontecido ao Comandante, primeiro-tenente, Venceslau de Morais de quando comandante da canhoneira Tejo, a fez navegar no Rio Chao Prya, lançar o ferro, em frente ao Consulado de Portugal, em Março de 1890.

  • Sá Leal pretendia trazer a "Lorcha Macau" a Banguecoque e ancorá-la em frente ao Jardim da Embaixada de Portugal.

  • Em sua mente estava haver recepções a bordo, fazendo os convites o chefe de missão, colocá-la à disposição da comunidade portuguesa e luso-descendente, oferecendo-lhe beberetes e lembranças.

  • Naquele barco cozinhava-se comida portuguesa e macaense e com uma despensa bem recheada de bacalhau, azeite e outras especialidades portuguesas.

  • Sá Leal e Lobo Amaral foram recebidos no gabinete do embaixador, ainda na residência junto à cozinha. Os dois ilustres homens de Macau apresentaram o projecto da "Lorcha Macau" navegar pelos Mar do Sul da China, o Golfo do Sião, subir o Chao Prya e quedar-se, ancorada, em frente à "Nobre Casa".

    A vinda da "Lorcha Macau" não era bem vista pelo Embaixador Castello-Branco...

  • Primeiro porque na data assinalada pelo Comandante Sá Leal (um homem de meia idade e daqueles, marinheiros, que amam o mar), não estava conforme porque nessa altura estava ancorada no Porto de Banguecoque uma fragata inglesa e aquela pequena nau de outras eras não prestigiava, nada Portugal...

  • Sá Leal responde-lhe: "Senhor Embaixador mas a "Lorcha Macau" já esteve ancorada em diversos portos, onde estavam vasos de guerra, de outros países, em visitas de cortesia e nós marinheiros confraternizamos uns com os outros"!

  • E continuou: "Senhor Embaixador de marinharia e convívio entre outras tripulações, estrangeiras, conheço eu..."

  • Havia um problema o mastro principal da lorcha ser demasiado alto e não passava sob os arcos da ponte da Sathorn, a jusante da embaixada uns 500/700 metros.

  • Esse entrave seria solucionado com a colocação de outro mastro, em Macau, para que a lorcha chegasse e ancorasse em frente à Embaixada de Portugal.

  • Sá Leal a todo o custo queria mostrar a sua embarcação, quinhentista, aos habitantes da cidade de Banguecoque.

  • Mas todas as suas pretensões foram goradas pelo desinteresse do Embaixador Castello-Branco.
    E eu e outros portugueses residentes em Banguecoque não nos deliciamos com umas boas comidas portuguesas e macaense na "Lorcha Macau".

  • E, não só, umas boas postas de bacalhau, azeite e azeitonas que Sá Leal me tinha prometido para a despensa de minha casa!

  • Na Tailândia não há bacalhau, por estranho que pareça e por tal, tenho sido, neste reino, um pobre de possuir o fiel amigo.

    José Lobo Amaral fez outro pedido ao Embaixador Castello-Branco e este seria o autorizar a levar para Macau, uma certa quantidade, de monografias editadas no consulado do Embaixador Mello Gouveia...

  • Este pedido foi logo atendido dizendo-lhe: leve-as todas.

Isso é LIXO!

  • Depois de o Comadante Sá Leal e o Lobo Amaral de terem deixado o gabinete de Castello-Branco, chegaram junto a mim completamente frustados...

  • Quanto ao oferecimento das monografias (lixo) seria eu que as tinha de dar a Lobo Amaral e desde logo lhe disse: "Lobo Amaral vai levar algumas, mas todas não leva..." E claro só levou aquelas que entendi que deveria levar.


Casos de negação para a realização de eventos eram coisa comum na Embaixada.


O Dr. Paulo Rufino, meu compadre, a sua primeira comissão de adido foi na Embaixada de Portugal durante o consulado do Embaixador Mello Gouveia.


Era um jovem com o sangue novo e gostava de fazer coisas...
(Extraído do blogaquimaria) - de José Martins
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Em 1998 foi trazida para Lisboa, onde teve um lugar de destaque na Exibição Náutica da EXPO'98. Nesse mesmo ano foi abatida ao efectivo, por despacho do Almirante CEMA a 28 de Setembro e entregue a título gratuito à APORVELA.
Posteriormente foi cedida para a Fundações Oriente.

Características

Comprimento fora a fora: 26.52 m Comprimento incluindo gurupés e retranca: 34.10 m Boca máxima: 6.60 m Pontal: 3.58 m Calado: 3.00 m Guarnição fixa: 10

LORCHA MACAU

  • O termo lorcha designa uma embarcação cujo casco obedece a um traçado europeu e cujo leme e aparelho vélico são de concepção oriental, combinando assim várias características que lhe davam rapidez e facilidade de manobra.
  • A tonelagem destes navios era bastante variável, podendo ir desde 30 a 50 tonaladas. Normalmente construídas em madeira de cânfora e teca, as lorchas possuiam dois ou três mastros e estavam armadas com inúmeras peças de calibres diferentes.
  • No séc.XIX as lorchas eram utilizadas quer no transporte de carga quer no serviço de vigilância e defesa contra os piratas.
  • Através de um afretamento a preços previamente estabelecidos, os patrões das lorchas forneciam serviços de protecção a outras embarcações mercantes e de pesca, ao longo da costa do sul da China e, nalguns casos até perto das costas do Japão e da Coreia.
  • A sua tripulação era mista, sendo um terço de portugueses e dois terços de chineses, num total que podia chegar até trinta homens.Em meados do séc.XIX existiam no porto de Macau mais de 60 lorchas, incluindo-se neste número algumas lorchas de guerra, cujo armamento era reforçado, e que se dedicavam apenas ao combate de piratas.
  • São conhecidas as descrições de alguns combates em que intervieram as lorchas Adamastor, Leão Terrível, Amazona, Tritão e que terminaram com a destruição de inúmeros juncos piratas.
  • A pouco e pouco, por diversos motivos, as lorchas de Macau foram desaparecendo, sendo substituídas por embarcações a vapor, que transportavam mais rapidamente as mercadorias ao longo do litoral da China.
  • Apesar da sua construção não ter sido feita apenas em Macau, pois havia lorchas contruídas em Bangkok, Ningpo e Singapura, estas embarcações desapareceram completamente das águas do Sul da China nas primeiras décadas do século XX.

Características: Comprimento fora a fora: 26.52 m Comprimento incluindo gurupés e retranca: 34.10 m


  • A lorcha Macau foi projectada e construída pelas Oficinas Navais de Macau em 1987-1988. O casco é de chau-ferro acima da linha de flutuação e de san-cheong, abaixo desta, sendo as zonas de reforço em chau-ferro.
  • O convés e as superestruturas são em madeira de teca. O aparelho é do tipo oriental, sendo constituído por três velas e vergas em madeira e réguas e retrancas em bambú, envergando em três mastros de madeira. Para além do aparelho vélico, dispõe ainda de dois motores de 300 BHP/1800 Rpm, que proporcionam uma velocidade de cruzeiro de 9 nós.
  • O Macau dispõe ainda de todo o equipamento moderno de navegação e comunicações.Esta embarcação destina-se a proporcionar a prática de mar à juventude de Macau e a divulgar no estrangeiro o nome do Território, bem como as suas realidades económicas, turísticas e culturais.



















  • A lorcha"Macau" (UAM 202) foi abatida ao efectivo dos navios da Armada pelo Despacho n2 46/98 de 28 de Setembro do Almirante CEMA. Consideradas que, por parte da Marinha, se esgotaram as razões que justificaram asuaclassificação como Unidade .Auxiliar da Marinha (UAM), foi julgado oportuno a transferência do navio, a título gratuito, para a Associação Portuguesa de Treino de Vela (APORVELA), de acordo com a intenção oportunamente expressa pelo Governo de Macau. A cerimónia de transferência efectuou-se em 1 de Outubro de 1998. 0 primeiro oficial de marinha Comandante da lorcha "Macau" relata-nos seguidamente o historial do nascimento do navio, alguns episódios marcantes e o testemunho que o navio deixou no Extremo Oriente.


  • Em linhas muito gerais - e um tanto simplistas - dir-se-ia que os Portugueses, chegados ao Extremo Oriente e postos perante embarcações substancialmente diferentes das suas, terão concluído que os cascos ocidentais seriam melhores que os cascos locais - mas que, em contrapartida, as velas locais (do tipo junco) seriam mais práticas que as dos seus navios.

  • Da simbiose do que de melhor havia em cada tipo de embarcação terão nascido as lorchas que foram as embarcações emblemáticas da presença Portuguesa naquela parte do Mundo.

  • Ao longo dos tempos, as lorchas foram caçadoras de piratas, navios de carga, receberam motores auxiliares... e desapareceram no princípio deste século, vencidas pelo inexorável avanço do progresso.

  • Quando, em 1986, emigrantes portugueses da África do Sul promoveram a construção da caravela "Bartolomeu Dias", com o objectivo de a perpetuar no seu país de acolhimento, nasceu em Macau a ideia de construir também um navio que, partindo de Oriente' chegasse em simultâneo a Mosel Bay - após o que rumaria a Portugal, integrando-se no espólio do Museu de Marinha. Inevitavelmente a escolha recaiu numa lorcha.
  • É oportuno recordar os mentores deste projecto: Capitão de Fragata António Martins Soares, então Capitão dos Portos de Macau, e Dr. Carlos Monjardino, na altura Secretário Adjunto do governo do território, na sequência de uma ideia dos então Comandantes Nobre de Carvalho e Pereira da Costa.

  • A primeira questão a surgir foi a falta de documentos escritos que pudessem orientar o Engº. Matias Cortes, Director das Oficinas Navais de Macau, na elaboração dos planos da futura lorcha.
  • A segunda foi o constrangimento do comprimento do navio, forçado pela pequena dimensão das carreiras de construção existentes em Macau, face a determinados requisitos aceites e porventura menos necessários (dois motores principais, por exemplo -que obrigaram a desrespeitar a proporção comprimento / boca, tomando o navio mais bojudo que o original e diminuindo-lhe significativamente as qualidades vélicas).
  • A terceira, de natureza política, teve a ver com as reticências que o governo da Nação colocou na viagem à África do Sul - numa altura em que o "apartheid" ainda ditava leis naquele país. A quarta, e definitiva, foi a escassez de calendário para a conclusão da construção em tempo de cumprir o encontro com a "Bartolomeu Dias".

  • Com destino aos Serviços de Marinha de Macau, cheguei ao território em Maio de 1986 - altura em que pela primeira vez tomei contacto com o projecto Iorcha"... e com um casco em construção acelerada, num dos estaleiros tradicionais de ilha de Coloane- fase a que se seguiu a conclusão da obra e o aprestamento nas nossas Oficinas Navais.
  • A impossibilidade de cumprir o projecto original obrigou a repensar o destino da lorcha, tendo-se optado pela sua utilização como navio de treino de mar e de representação do Território e do País no estrangeiro.

Nasceu assim a U. A. M. 202 "MACAU".

  • Resolvidas estas questões de princípio... seguiram-se-lhe outras, de cariz mais prático. Que guarnição? Que regime de vida a bordo? Que uniforme? Rancho ou não rancho? Que subsídio de embarque? Que horário diário? Que procedimentos administrativos?

  • Como princípio orientador básico, procurou-se adoptar a doutrina seguida nos nossos navios, com as necessárias adaptações. Um exemplo: criou-se um Mapa de Abono... mensal, em impresso próprio - que "por acaso" não falava em sabão para lavar macas, mas que funcionava perfeitamente.

  • Para a lotação do navio considerou-se que dez seria um número razoável; 1 comandante (em acumulação com outras funções nos Serviços de Marinha), 1 mestre, 1 contramestre, 2 manobras, 2 condutores de máquinas, 1 "electrónico", 1 cozinheiro e 1 copeiro (este último com bastantes funções do "manobra" no dia a dia), lotação esta a reforçar com viagens longas com mais um oficial e um sargento MQ.
  • Para mestre e contramestre chamaram-se de Portugal um Sargento e um Cabo de Manobra - o V Sarg. M Lúcio e o Cabo M Baptista. O restante pessoal foi recrutado localmente - o que levantou o problema adicional... da linguagem. É que nem os "ocidentais" falavam cantonense, nem os "orientais" falavam português!

  • A viagem inaugural da lorcha teve lugar (muito!) poucos dias depois de ter sido dada como pronta pelas Oficinas Navais. Rumou-se ao Japão, a fim de participar no Festival da Espingarda, na ilha de Tanegashima, onde se comemora todos os anos e chegada dos portugueses ao Império do Sol Nascente. Visitadas também, na altura, Kagoshima, Nagasaky e Omura.

  • O aprontamento do navio foi acelerado - e houve mesmo necessidade de levar a bordo um intérprete, o mestre Valente, meu "braço direito" no Departamento de Actividades Marítimas da Capitania dos Portos de Macau. Mas nem por isso a preparação da missão foi descurada. Desde logo se constituiu um Grupo de Trabalho para as actividades da lorcha "Macau" (que "funcionava" mesmo!) e cuja tarefa era propor, organizar e acompanhar os programas aprovados para o navio.
  • Dele faziam parte representantes do Museu Marítimo, dos Serviços de Educação, do Turismo, da Economia, o Instituto Cultural de Macau e, mais tarde, da delegação local da Comissão dos Descobrimentos. Assim, quando a lorcha se deslocava ao estrangeiro, constituía apenas a parte mais "visível" de uma numerosa comitiva (que evidentemente se deslocava de avião).
  • O "programa tipo" integrava exposições, conferências, uma semana de gastronomia portuguesa e macaense num grande hotel local e espectáculos pelo Rancho Folclórico de Macau ou por grupos de alunos dos estabelecimentos de ensino do Território. Estas viagens pressupunham uma programação cuidada, que implicava normalmente a deslocação prévia aos locais por parte de alguns dos membros do "Grupo de Trabalho".
  • É claro que isto implicava despesas -Mas, mais tarde, os resultados obtidos encarregavam-se de as justificar amplamente. Também neste particular é oportuno recordar um pormenor relevante: é que todos os custos da missão - lorcha incluída - eram partilhados pelas entidades oficiais participantes (Educação, Turismo, etc.) e não apenas pelos Serviços de Marinha. óbvio, não é verdade?

    Finda a viagem inaugural, houve que corrigir alguns pormenores no navio e ganhar uma rotina de vida diária e de actividade operacional em Macau.A principal avaria que se registou foi num dos telecomandos dos motores principais, o que obrigou a dar ordens por "porta-voz" para a ponte baixa, donde era possível comandar o motor em causa.


  • Nada de complicado no assunto... excepto uma vez, já em Macau, em pleno canal do Porto Interior, em que o "homem da ponte baixa" entendeu a voz de "pára a máquina" como ordem para desligar o motor...

  • Já nessa altura, e durante cerca de dezoito meses, a primeira hora e meia de cada dia de serviço era dedicada à aprendizagem da linguagem: português e cantonense. Professores e alunos éramos nós todos, sentados em redor da mesa do refeitório. O inglês era a língua comum, partilhada por mim e pelo A Chun, o nosso marinheiro "electrónico", que nos permitia orientar a classe".

  • O rancho, constituído logo que o navio arrancou, foi evoluindo do peixe cozido... com arroz, para uma mesa farta e de excelente qualidade, com sopa, um prato ocidental e dois ou três pratos chineses por refeição - combinação da boa gestão financeira e das artes culinárias do Mestre Lúcio com a qualidade e vontade de aprender de A Keong, o cozinheiro. A refeição era comum, no refeitório, excepto quando havia convidados para a Câmara de Oficiais.
  • Enquanto internamente, vivendo, convivendo e trabalhando em conjunto, se iam retratando, de certo modo, as etapas de adaptação que os nossos antepassados portugueses e chineses percorreram, trabalho operacional não faltava:
  • apoio à Escola de Pilotagem de Macau na formação dos quadros dos Serviços de Marinha, apoio à formação de desportistas náuticos (designadamente os dos cursos de Patrão do Alto), embarque de jovens das escolas do Território em viagens de treino de mar, aos domingos... Raras foram as semanas em que não houve missões programadas - as quais foram aproveitadas para saídas em treino próprio.

Foram assim os primeiros tempos de vida da lorcha "MACAU".

  • Ainda sob meu comando efectuaram-se, sempre segundo o padrão atrás descrito, viagens a Cantão, ao Japão e à India (com passagem por Singapura, Malásia, Sri-Lanka, Tailândia, Vietname..).
  • Aventuras e desventuras, enrascanços e desenrascanços, dias magníficos e rabos de tufões, amizades e amores, riscos, lágrimas de emoção e de saudade, provas de consideração... e de desconfiança, momentos solenes e de puro divertimento, de tudo houve um pouco nestas viagens.
  • Em Tanegashima sentimo-nos em casa; em Nagasaky ouvimos em nossa honra o hino nacional, cantado em português, por um coro de dezenas de figuras;
  • em Taiwan, um pedido de arribada para fugir a um tufão que se aproximava perigosamente, só foi atendido quase vinte e quatro horas depois (enquanto o mar ia crescendo assustadoramente);
  • em Bombaim fomos recebidos debaixo do arco triunfal das Portas da Índia pela marinha indiana e pelo presidente da Câmara;
  • em Singapura obrigaram-nos a pagar o gasóleo "cash and in advance" "borrifando-se" completamente nos nossos protestos de que a lorcha era um "Portuguese Navy Ship";
  • em Malaca, onde uma pequena comunidade fala uma espécie de português arcaico e se orgulha da sua ascendência lusitana, vimos um rancho folclórico dançando o vira e o malhão;
  • em Goa desembarcámos sob uma chuva de flores e cantaram-nos o fado;
  • em Cantão teimaram em que o navio deveria içar a bandeira chinesa de cortesia;
  • em Danang, ficámos uma semana retidos pelo mau tempo... e percebemos porque custou tanto a tantos americanos deixarem aquele país... ;
  • no estreito de Malaca escondemos valores e dinheiro com receio do assalto de piratas;
  • em Damão, depois de uma noite memorável de confraternização a bordo, com a lorcha fundeada no rio Sandalcal, sob um luar indescritível, não contivemos a emoção ao ver partir os nossos anfitriões cantando toda a saudade que lhes ia na alma...
  • De todos estes contactos ficaram o testemunho do grande capital de consideração que Portugal goza no Extremo Oriente, um enorme orgulho no nosso passado, amizades sólidas por onde se passou e com quem se trabalhou e, finalmente, uma indestrutível ligação com a guarnição de lorcha "MACAU".

Em 1998, a lorcha veio para Portugal, a fim de participar na EXPO.

  • Esgotadas as razões que justificaram a classificação do navio como Unidade Auxiliar e deixando de estar ao serviço do Governo de Macau, foi decidido superiormente o seu abate.

  • A APORVELA, em boa hora manifestou interesse no concurso do navio para treino de mar dos seus associados. Em 1 de Outubro do passado ano procedeu-se à cerimónia de oferta com todo o seu equipamento àquela associação, abrindo-se assim um novo capítulo na sua vida.

  • Para ela, para a APORVELA e para o velho amigo Zé Inácio, seu novo comandante - boa sorte... e bons ventos!!

Rui M. Sá Leal
CMG



(Primeiro Comandante da Lorcha Macau)









A LORCHA MACAU É AGORA A LORCHA DE MONCHIQUE

Navegou pelo Índico e por outros mares, tinha grandes objectivos; hoje faz passeios na costa do Algarve, ao serviço das Termas de Monchique.

O Museu de Marinha não a quer.

Os leitores de Macau – nomeadamente os mais recentes – que costumam acompanhar a rubrica “Há 20 anos” do Jornal Tribuna de Macau já puderam ler várias vezes sobre uma Lorcha Macau. Há 20 anos a construção desse barco gerou bastante expectativa e havia, na comunicação social local, grande atenção à sua actividade.

Por coincidência, alguns desses leitores podem já ter visto no Porto de Portimão, no Algarve, um barco com o nome de Lorcha Macau. Podem até ter ouvido falar que as Termas de Monchique, também no Algarve, oferecem passeios de um dia nesse barco, com almoço a bordo.

Trata-se do mesmo barco. O barco que a marinha portuguesa mandou fazer localmente (nos estaleiros de Coloane), por influência dos oficiais destacados em Macau, no final da década 80 do século passado, replicando uma lorcha tradicional, é hoje propriedade da Fundação Oriente, está adstrita às Termas de Monchique e atracaca no Porto de Portimão, onde realiza viagens turísticas.

Monjardino, mentor do projecto

Tal como descreve o seu primeiro comandante, Rui Sá Leal (num texto publicado pela Revista da Marinha), “quando, em 1986, emigrantes portugueses da África do Sul promoveram a construção da caravela “Bartolomeu Dias”, com o objevtivo de a perpertuar no seu país de acolhimento, nasceu em Macau a ideia de construir também um navio, que, partindo de Oriente chegasse a Mosel Bay (na Africa do Sul, onde Bartolomeu Dias aportou, depois de passar o Cabo da Boa Esperança, e onde se encontraria com a réplica da caravela Bartolomeu Dias) – após o que rumaria a Portugal, integrando-se no espólio do Museu de Marinha.

Inevitavelmente a escolha recaiu numa lorcha. É oportuno recordar os mentores deste projecto: Capitão de Fragata, António Martins Soares, então Capitão dos Portos de Macau, e Dr. Carlos Monjardino, na altura Secretário Adjunto do governo do território, na sequência de uma ideia dos então Comandantes Nobre de Carvalho e Pereira da Costa.

Em 1988, a Lorcha Macau foi lançada à água e a primeira viagem foi aré ao Japão onde participou no Festival da Espingarda, na ilha de Tanegashima ( uma festa que assinala anualmente a chegada dos portugueses a este país).

Além de outros portos japoneses, a Lorcha foi ainda à Índia, a Cantão, e passou por portos de Singapura, Malásia, Sri-Lank, Tailândia e Vietname, antes de viajar para Portugal, onde esteve na Expo 98.

A partir daí, e de acordo com o despacho do então chefe do Estado Maior da Armada, citado pelo comandante Sá Leal, “esgotadas as razões que justificaram a classificação do navio como Unidade Auxiliar e deixando de estar ao serviço do Governo de Macau, foi decidido superiormente o seu abate”. A APORVELA, Associação Portuguesa de Treino à Vela, mostrou interesse em receb6e-la gratuitamente, o que aconteceu ainda em 1998, mas cedeu-a em 2001 à Fundação Oriente e à Fundação Stanley Ho, as actuais proprietárias.

Como as Termas de Monchique pertencem à Fundação Oriente, as viagens na costa algarvia foram o destino natural.

MUSEU DA MARINHA NÃO A QUER

Questionada pelo PONTO FINAL sobre se a actual utilização não será um desvirtuamento face aos objectivos iniciais, a Fundação Oriente respondeu que não, que “não será um desvirtuamento, pois não há certamente muitas outras actividades que se adaptem a este tipo de embarcação. A Fundação já equacinou a sua cedência ao Museu da Marinha, que é porventura onde devria estar, mas até agora não houve interesse por parte daquele museu”.

Por isso os planos passam por continuar afecta às Termas de Monchique, dizem-nos.

Para a Fundação Oriente trata-se de mais um custo, na medida em que as receitas geradas não serão suficientes para pagar a sua manutenção e operação anual (aliás, pode ler-se no relatório e contas da Fundação Stanley Ho que “a Fundação oriente é credora de custos com o navio Lorcha Macau, pertencentes às duas fundações”.

O PONTO FINAL quis saber mais um pouco, mas as informações que vieram da Rua do Salitre, em Lisboa, dizem apenas que “os custos de manutenção dependem dos anos”e que as receitas geradas são “reduzidas”.

(artigo publicado em Macau no Jornal Ponto Final)



























sábado, maio 23

MACAU NOS ANOS 90



Contrabando é a entrada ou saída de produto proibido, ou que atente contra a saúde ou a moralidade.


Já o descaminho é a entrada ou saída de produtos permitidos, mas sem passar pelos trâmites burocráticos-tributários devidos.















ACREDITE que não o estamos a enganar. Nos dicionários de Macau a palavra "contrabando" não existe!...
À primeira vista custa, defacto, como nos custou a nós, compreender tal afirmação, mas, no fundo, a explicação é simples.
  • Devido à especificidade das leis da matéria porque se rege o Território, não se pode nunca, segundo nos revelou o comandante Barbosa Alves, da Polícia Marítima e Fiscal, falr de "contrabando".
  • Como a lei é permissa em relação à exportação e importação de produtos, desde que para tal haja um documento passado pelos Serviços de Economia, não existe, leteralmente, qualquer espécie de "contrabando" mas, em sua substituição, "exportações ou importações ilegais", isto é, não declaradas.
  • O acto, bem vistas as coisas, é o mesmo, não há diferença nenhuma mas, enquanto o contabando é considerado crime. a exportação ou a importação ilegal de produtos é, apenas, "uma pequena infração às regras".
(Entrevista de Luis Santos, publicada no Jornal Tribuna de Macau em 14 de Julho de 1990.)




  • MERCADORIAS PARA TODOS OS GOSTOS
  • OS EFECTIVOS da Polícia Marítima e Fiscal do Território estão tão habituados às quantidades e variedades de produtos que numa cadência diária passam pelas águas de Macau, muitas vezes à frente dos seus próprios olhos sem oportunidade de fazer o que quer que seja, que de facto, já não se espantam com a imaginação e criatividade dos "exportadores ilegais", a não ser, claro, quando alguma coisa inédita acontece.
  • Os armazéns daquela corporação, como o repórter pôde constatar, estão mesmo repletos de caixotes com diversa mercadoria apreendida pelos elementos da PMF. Ali há, de facto, de tudo. São os volumes - às centenas ... - de tabaco das mais diversas marcas, os aparelhos de ar condicionado, as televisões, os gravadores de vídeo, enfim, um sem número de aparelhos que "enche o olho" e causa problemas de armazenamento...
  • Recentemente, segundo nos revelaram os dois comandantes de Divisão - Rocha e Abreu (Divisão Terra) e Saldanha Junceiro (Divisão mar) ... têm aparecido quantidades apreciáveis de "cassetes vídeo de 3/4 de polegada" que até agora não surgiam comumente.
  • A admiração, reside, segundo nos enuncia o comandante Rocha e Abreu, pelo facto de se tratar de "cassetes profissionais, utilizadas quase unicamente pelas cadeias de teelvisão", que o vulgar cidadão não usa habitualmente.
  • Segundo o comandante Saldanha Junceiro a próxima realização em Pequim, dos Jogos Asiáticos, poderá ser "a razão/causa próxima do aprecimento deste tipo de material".
  • Desta forma, e desde que se possua uma câmara de filmar apropriada para este tipo de cassetes, pode-se realizar uma boa gravação daquele acontecimento e, depois, comercializá-la... isto é, matéria-prima mais barata, material de qualidade, e, finalmente, um produto caro, um verdadeiro "negócio da China"!
(Tribuna de Macau - 14-7-90 Luís Santos)















  • OS MEIOS DE TRANSPORTE utilizados pelos "exportadores ilegais", tal como a quantidade e variedade da "mercadoria" que fazem passar de um lado para o outro, sofreram, com o decorrer dos tempos, uma evolução técnica relativamente considerável e que, de alguma maneira, se tem que considerar como normal.
  • Assim, se antes realizavam as suas operações com as pequenas e não menos falíveis sampanas, talvez querendo imitar os pescadores ou um qualquer aventureiro da história, os homens das exportações, nos tempos de agora, estão com grande apetência para as lanchas rápidas, quem sabe numa tentativa de ostentarem uma modernização como aquela que os James Bond - noutro tipo de actividade, é certo, e ao serviço do seu país - apresentava e apresenta nas películas que percorrem as salas de espectáculos.
  • As exigências são outras e, cada vez mais, o seu sucesso de qualquer "operação" está dependente da capacidade das "máquinas" e, como tal, não há nada como possuir meios rápidos, inclusivamemnte, em determinados casos, mais rápidos que os da polícia.
  • Com o tempo, se calhar, qualquer dia já nem as lanchas chegam...
(Tribuna de Macau - 14-7-90)









  • A passagem de produtos "em trânsito" por Macau pode não fazer uma grande mossa aos comerciantes locais, mas dá cabo da cabeça aos agentes da P.F.M. que têm que controlar se os produtos trazem "bilhete de identidade". Muitas vezes não trazem e a sostificação dos passadores é tal, que há quem considere urgente a modernização da legislação.
(Jornal Tribuna de Macau - 14-7-90)











O Jornal de língua chinesa TAI CHUNG POU, pubicou na sua ediçào de 1-9-1991, esta apreensão, realizada pelo signatário, na ponte 14.









  • DO TABACO ÀS CASSETES DE VÍDEO
  • O tabaco já não é, reconheçamos, a única mercadoria que, muitas vezes, viaja sem "bilhete de identidade". As "necessidades" são tantas que, desde já algum tempo, os electrodomésticos - com predominância para as televisões, vídeos e frigoríficos -, os aparelhos de ar condicioando e, vejam só, cassetes de vídeo de 3/4 de polegada, também já constam na lista de produtos que, aqui e além, "se passam para o outro lado".
  • Muito embora não seja, como acabámos de afirmar, a única mercadoria que desperta o interesse dos chineses o tabaco tem, se assim se pdoerá dizer, a "rota" mais esquisita de todos os produtos.
  • Pelas Portas do Cerco entram, diariamente, em Macau, cerca de 22 mil pessoas. Estas pessoas são, claro, potenciais transportadores de uma ou duas "tiras"de tabaco cada uma, acabadinhas de comprar no "Duty Free" do lado de lá. Assim, logo que entram em Macau, qualquer uma delas pode ganhar, se assim quiser, duas patacas em cada pacote de tabaco. Mas, não é isso que acontece...
  • O tabaco volta a entrar na China e aí a "parada"volta, mais uma vez, a subir. Nem seis, nem oito, nem dez, mas sim doze patacas! Quer dizer, o dobro do preço que ele custou ao transportador.
  • Objectivamente, neste caso, o tabaco apenas vem a Macau "tomar um pouco de ar", porque, passado pouco tempo, pelo mesmo local por onde saíu, volta a entrar na China.
  • Mas este acto, que segundo a legislação de Macau, é apenas "uma pequena infracção", não tem um único sentido. Há gente de Macau, alguns portugueses, porque não dizê-lo, que, de visita a Zhuhai compram duas "tiras"de tabaco, que vendem do outro lado, com a maior facilidade. Diz quem sabe, que o ganho dá para o almoço e para comparar uns peixinhos no bem abastecido Mercado de Zhuhai.
(Tribuna de Macau - 14-7-90)
  • O articulista foi um dos maiores combatentes a este tipo de infrações, todas as maiores apreensões foram por ele realizadas, tanto em Macau como nas Ilhas da Taipa e de Coloane.

  • Não pactuou com os infractores,não lhes dando tréguas, quer aos carteiristas, passadores de bilhetes de viagem (assabarcadores de bilhetes), bem como captarou milhares de imigrantes ilegais.
  • O articulista não brincava em serviço, o termo corrupção era para ele um alvo a abater e por isso ganhou imensos inimigos quer, dentro da Corporação quer de fora!... Enfim é a vida...










24 de JANEIRO de 1989 - SALVAMENTO NO MAR

A BORDO DA VEDETA DE FISCALIZAÇÃO DA CLASSE ALBATROZ - BRAVO 1 - MONDEGO

O SIGNATÁRIO
O SIGNATÁRIO - PATRÃO DA VEDETA E SEU SOTA PATRÃO, ALGURES NO MÁRES DA CHINA



O SIGNATÁRIO VENDO O RADAR


Um caso, este de certa gravidade, aconteceu a dois portugueses, um médico e um advogado.

Tinham um catamaran à vela no Clube Náutico situado na praia de Choc Van em Coloane.

Num sábado à tarde, como o tinham feito já por diversas vezes foram passear com a embarcação para além da área em que podiam exercer essa actividade. Navegavam ao largo a sul de Coloane quando um dos estais se partiu.

Devido às fortes correntes e ao vento foram arrastado para o mar alto. Não poderam dar o alerta por não terem aparelho de rádio.

Por volta das seis e meia da tarde, o encarregado do Clube Náutico deu por falta do catamaran e comunicou o caso às autoridades marítimas.

A vedeta “Bravo” em serviço na zona exterior, avisada do ocorrido fez de imediato uma batida em toda a área das águas territoriais de Macau, nada tendo encontrado.

Nesse dia encontrava-me de folga e eram para aí onze e meia da noite quando regressei a casa. Para minha surpresa encontrava-se à minha porta um agente da PMF que me aguardava.

Ao ver-me transmitiu a ordem do Comando para me apresentar com urgência na Divisão mar não referindo o motivo de toda aquela urgência. Como estava de folga só agora regressava a casa para dormir.

Contrariado tive de me fardar e segui no jeep que me aguardava para a Divisão Mar.

Através do Comandante da Divisão fiquei a saber o motivo pelo qual me chamaram com tanta urgência. Teria de se utilizar dos serviços da vedeta “Bravo-1” para irmos à procura dos dois portugueses.





A VEDETA ENTRANDO NO PORTO INTERIOR REBOCANDO O CATAMARAN




Aguardámos ainda a chegada de mais alguns menbros da tripulação, comparecendo sòmente mais dois.
Na companhia do Comandante da Divisão do seu Adjunto e de um Marinheiro Electricista lá seguimos para sul de Coloane por volta das duas horas da madrugada.

Ligámos o radar e girobussula, batendo em seguida toda a zona a sul de Coloane e ilhas chinesas ainda mais para sul, mas não havia sinais do catamaran.

O mar estava calmo, o vento soprava de leste e a visibilidade era boa, mas como ali começava o Oceano Pacífico, por mais que tentassemos avistar o catamaran nada encontrávamos.

Através do Comando em Macau foi solicitado auxílio aéreo às autoridades de Hong-Kong.

O avião disponibilizado para o efeito sobrevoou a vedeta e ficou a saber as áreas já percorridas.

Cerca de meia hora depois de nos ter sobrevoado entrou novamente em contacto conosco comunicando a posição do catamaran. Estava a sessenta milhas náuticas a sul de Coloane e com estas cordenadas para lá seguimos a toda a velocidade.









CHEGADA A MACAU - A IMPRENSA LOCAL, TANTO CHINESA COMO PORTUGUESA DERAM CONTA DO ACONTECIMENTO







Por fim lá avistámos o catamaran e seus dois tripulantes já bastantes desidratados.

Rápidamente os recolhemos para bordo da vedeta amarrando o catamaran à popa e seguindo de imediato para Macau quando eram quase uma da tarde.

Entretanto levantou-se um temporal com vagas bastantes altas e fortes mas a vedeta lá ia sulcando as águas com imensa dificuldade.

A páginas tantas uma enorme e forte vaga embateu no pára-brisas da vedeta partindo o vidro e atingindo a água o quadro eléctrico o que provocou um curto-circuito e incêndio na sala de comando que rapidamente foi extinto.
Como resultado deste incidente ficamos sem radar e sem girobussula estando ainda bem longe de Macau.

Embora não tivesse dormido ou comido, as grandes vagas não me fizeram enjoavam e antes pelo contrário, ia contando anedotas para levantar o moral do pessoal.

O catamaran quando foi encontrado seguia uma rota pouco usada pela navegação o que tornou difícil a sua detecção. Felizmente que tudo correu pelo melhor!









Chegamos a Macau eram aí umas cinco da tarde. No cais uma ambulância aguardava a nossa chegada e os dois portugueses foram de imediado conduzidos ao Hospital Conde de S. Januário para serem assistidos.

O Comissário Adjundo da Divisão Mar desembarcou dando-me entretanto ordens para seguir para a minha zona de serviço.

Recusei acatar estas instruções pois não tinha comida a bordo e ele bem sabia disso. Disse-lhe que só poderiamos sair dali quando todo o pessoal da guarnição tivesse comparecido e tivessemos tomado, tardiamente, a refeição do almoço, o que só veio a verificar-se depois das oito da noite, altura em que seguimos para a zona mas com mais uma noite perdida.










Passada uma semana sobre o corrido eis que os dois portugueses dirigiram-se à Divisão Mar para agradecerem ao Comandante todo o empenho feito para o seu resgate convidando-o para um jantar convite esse extensivo à minha pessoa, o que recusei.

Não tinha sido apenas eu mas toda a tripulação, na altura quatro elementos que no momento contribuiram para o exito da missão. Não tendo estes sido convidados eu também não poderia ir!

Muitos mais episódios passados no mar poderiam ser narrados mas para evitar tornar-me enfadonho ficamos por aqui...

Os meses foram se passando e o ano que me competia andar embarcado chegava ao fim. Este foi o meu último embarque.

Dali saí para Chefiar o Sector das Ilhas, outro novo desafio que se me deparava como poderemos verificar no capítulo respectivo.

Terminava assim a minha actuação como Comandante de uma vedeta da PMF.
A vida passada no mar não é fácil, e é desta forma no cumprimento de missões e não só, que esses homens aprendem o que é a soliriedade, empenho e força e coragem para enfretarem o seu dia a dia.
Com a ajuda de Deus Nosso Senhor, as minhas comissões no mar, embora árduas, decorreram de uma forma positiva, pois tinha sempre a meu lado Deus.