A China criou primeiro avião comercial. O C919, que vai entrar em funcionamento em 2016 e tem capacidade para 168 lugares, vai ser "certamente mais barato" do que os modelos da Boeing e da Airbus, garantiu a Commercial Aircraft Corp. of China (Comac).
Segundo o director de vendas da construtora chinesa, Chen Jin, o C919 vai gastar menos 15% de combustível do que o actual 737 da Boeing e o A320 da Airbus. O primeiro avião comercial chinês, que foi revelado no festival aéreo de Hong Kong, destina-se inicialmente apenas ao mercado chinês mas irá mais tarde competir directamente com a Boeing e com a Airbus em mercados estrangeiros.
"O nosso mercado é o maior mercado. Assim não é necessário, para já, estar presente no estrangeiro", disse Chen Jin, acrescentando que no futuro o C919 estará na Europa e nos Estados Unidos.
O C919 representa uma ameaça para o negócio da Boeing e da Airbus na China, um mercado muito importante na estratégia destas duas empresas. O mercado aéreo chinês é, não só, o mercado que vai registar a maior taxa de crescimento, como vai precisar de 3.710 novos aviões durante os próximos 20 anos, 70% deles de apenas um corredor, tal como o C919.
Os primeiro testes do C919 estão previstos para 2014.
A Companhia de Aeronaves Comerciais da China (COMAC, em inglês), disse nesta terça-feira que recebeu pedidos da Air China e de outras cinco companhias aéreas chinesas e estrangeiras para 100 aviões C919, ‘jumbo’ que está sendo desenvolvido pelo país asiático.
Os acordos foram assinados entre a COMAC e a Air China, China Southern Airlines, China Eastern Airlines, Hainan Airlines, CDB Leasing e GE Capital Aviation Services (GECAS), na ocasião da Airshow China 2010, aberta nesta terça-feira na cidade de Zhuhai, Província de Guangdong, no sul do país asiático.
O C919, que já conta com uma carteira de 100 pedidos, tem voo inaugural previsto para 2014 e entrega das primeiras unidade lá para 2016.
A China está desenvolvendo e vai produzir localmente um avião comercial com capacidade para 150 passageiros, destinado a um segmento ocupado pelos conhecidos A320 (Airbus) e B737 (Boeing). O aparelho, designado C919, foi apresentado em Zhuahi e será produzido pela Commercial Aircraft Corporation of China (Comac), sendo equipado com motores fornecidos pela General Electric e os franceses da Safran.
Há dois anos e meio, a China criou a COMAC, a primeira fabricante nacional de aviões de passageiros que concorrerá com os dois monopolistas do mercado: Boeing e Airbus.
Embora o valor dos contratos não tenha sido revelado, Zhang Qingwei, presidente da COMAC, disse que os pedidos criram uma sólida base para um maior desenvolvimento do C919.
O moderno cockpit do novo jato comercial chinês C919 apresentando durante o Zhuhay Airshow China 2010.
Zhang disse que o projeto de design para o C919, aeronave de único corredor, deverá terminar até o fim deste ano, e os voos experimentais deverão começar em 2014.
Segundo ele, as aeronaves acabadas começarão a ser entregadas em 2016, após o avião fabricado pela COMAC receber certificação de aeronavegabilidade.
Dezenas de estudantes da Escola de Artes da Universidade de Évora fecharam esta terça-feira o estabelecimento para exigir a resolução de problemas que "põem em causa a aprendizagem", como o aquecimento e obras no pólo de teatro, em "risco de ruir".
16 Novembro
Os estudantes encerraram a escola, com cadeados nos portões, e concentraram-se junto ao pólo de teatro, empunhando cartazes e gritando palavras de ordem contra a "grave situação" em que dizem estar.
Na Escola de Artes da Universidade de Évora (UE), a funcionar nas instalações de uma antiga unidade fabril, são leccionados os cursos de artes visuais,c design, arquitectura e teatro.
Débora Santos, estudante de teatro e membro do conselho-geral da UE, explicou à agência Lusa que a "luta" dos alunos está relacionada com a privatização do bar, a necessidade de acessos para deficientes motores e pela abertura do estabelecimento 24 horas por dia.
Quanto ao pólo de teatro, em particular, os estudantes exigem obras imediatas, alegando que as instalações
"correm o risco de ruir", e a construção de casas de banho.
"Hoje não temos aquecedores, temos buracos nas salas, temos chuva, temos pombos, temos uma casa de banho unissexo, não temos balneários disponíveis e não temos salas insonorizadas", descreveu a estudante, natural do Barreiro e a estudar há três anos na UE.
Além de criticarem os preços praticados no bar, "iguais aos de qualquer café fora da escola", os estudantes exigem ainda a contratação de docentes, o funcionamento da cantina durante o jantar com a "qualidade necessária" e a criação de uma reprografia e biblioteca.
"A universidade não tem condições financeiras para satisfazer as necessidades dos estudantes. Sobrevive à custa das nossas propinas", criticou Débora Santos, exigindo que o Governo tome uma posição e "defina fazer as obras necessárias".
Fonte - Correio da Manhã
FÁBRICA DOS LEÕES
Construída em 1916, a Sociedade Alentejana de Moagem, tornou-se, na década de 70, na Fábrica de massas Leões, uma das mais importantes fábricas existentes na região do Alentejo.
A Fábrica dos Leões foi adquirida pela Universidade de Évora em 1998 e as suas instalações acolhem o Complexo de Arquitectura e Artes Visuais. No futuro, este espaço acolherá, na sua ala direita o Departamento de Artes Cénicas. Existe neste espaço um refeitório, sala de informática.
O articulista conhece bem o local, os momentos lá passados, com os sacos de massas e farinha às costas, jamais poderá esquecer.
Hoje é um polo universitário, mas sem condições, as aulas não tem condições para a dança, mas se dançava de outra maneira alombando com os sacos de 75 kgs às costas, o frio esse nem se sentia, esquentadores para quê, havia sim umas retretes tipo militares e pouco mais, outros tempos.
Agora fazer-se de uma fábrica um polo universitário aí pára!....
Entrée de l’eau dans le canal maritime allant au lac Timsah
Gravura, P. Blanchard
In Le Canal Maritime de Suez. Ilustré, Paris 1869, p. [56-57)
BN HG. 6553 V.
[...] naquele dia 17, da inauguração, Port-Said, cheio de gente, coberto de bandeiras, todo ruidoso dos tiros dos canhões e dos hurras da marinhagem, tendo no seu porto as esquadras da Europa, tinha um belo e poderoso aspecto de vida. A baía de Port-Said estava triunfante.
«De Port-Said a Suez», Jan. 1870
Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Após dez anos de obras no escaldante calor do deserto, era inaugurado o Canal de Suez, hidrovia que interligou o Mar Mediterrâneo e o Mar Vermelho
No litoral sul do Mar Mediterrâneo, na entrada do Canal de Suez, havia uma estátua gigantesca até 1956. Era do francês Ferdinand de Lesseps. Com a cabeça orgulhosamente levantada e mão direita aberta e estendida, o homem de bronze saudava o vaivém de navios. Milhares de passageiros olhavam deslumbrados para o colosso e pensavam: "Este é o pai do Canal de Suez."
"Eles não sabem que este ídolo não passa de um monumento a uma grande falsificação da história", escreveu em 1940 Nikolaus Negrelli. "Eles não têm idéia de que a planta de construção, segura pela mão esquerda no alto, nasceu de outro cérebro."
Negrelli tinha motivos para se irritar, afinal os planos de construção do Canal de Suez não foram desenhados por Lesseps, mas pelo avô do denunciante, o italiano Alois Negrelli, cavaleiro de Moldelbe, a quem os egípcios não dedicaram nenhum monumento.
Ligação já existiu no tempo dos faraós
Alois Negrelli e Lesseps trabalharam juntos em meados do século 19 na Comissão Internacional do Suez. Ambos sabiam que na época dos faraós já houvera uma ligação artificial entre o Mar Mediterrâneo e o Mar Vermelho, mas que acabara soterrada pela areia do deserto. Negrelli estava convencido de que um novo canal poderia ser escavado.
Segundo Negrelli, "a ligação dos dois mares através de um canal marítimo era uma necessidade inquestionável não só para o desdobramento do comércio mundial, com o encurtamento do caminho entre a Europa e os países ricos do Oriente no Oceano Índico, mas também para a revitalização do tráfego marítimo na costa do Egito e para o florescimento de melhores condições de vida neste país abençoado."
Negrelli morreu antes de poder concretizar seus planos. Lesseps usou-os. Ele comprou da viúva todas as plantas e apresentou-as como de sua autoria. No entanto, o engenheiro Lesseps pouco entendia do assunto.
Suas virtudes estavam na política, a qual praticava como vice-cônsul da França no Egito. O astucioso diplomata providenciara a autorização para a obra do canal já em 1854, iludindo seu amigo vice-rei do Egito.
Lesseps: "Os nomes dos construtores das pirâmides, monumentos inúteis do orgulho humano, estão afundando no esquecimento. O nome do príncipe que abrir o grande Canal de Suez será enaltecido em todo o mundo durante séculos."
O diplomata fundou uma sociedade anônima. Mas os investidores mostraram-se hesitantes e apenas 75% das 400 mil ações postas à venda foram subscritas. Mesmo assim Lesseps pôde em abril de 1859 dar início ao empreendimento.
A construção foi criticada sobretudo pelos britânicos. A Inglaterra acabara de inaugurar uma linha ferroviária de Alexandria a Suez e temia por sua receita. Quando Lesseps gastou todo o dinheiro, o jornal britânico Standard atacou: "O que os acionistas irão dizer? Estes especuladores da França, Egito e Turquia? Eles vão se arruinar! Quando os 200 milhões estiverem gastos, a empresa irá abaixo por falta de recursos."
Festa para os nobres europeus
O jornal enganou-se. Milhares de egípcios continuaram escavando o canal sob o calor escaldante do deserto. Muitos deles morreram por esgotamento. Lesseps manteve-se determinado. Em 1869, o canal estava pronto. A construção demorou o dobro do tempo previsto e custou três vezes mais que o planejado.
Na véspera da inauguração, em 16 de novembro de 1869, realizou-se em Port Said uma grande festa. Nobres de toda a Europa participaram. Nos dias seguintes, eles fizeram oficialmente a viagem inaugural pelo canal. O príncipe herdeiro da Prússia, Frederico Guilherme, estava entre os presentes.
"Até a chegada em Ismailia, a viagem não ofereceu mais do que a paisagem de um canal retilíneo, entre margens de areia. Por três vezes, o navio austríaco Elisabeth, que estava à nossa frente, encalhou em bancos de areia e impediu a passagem do nosso e dos demais que vinham em seguida. Fora isto, a viagem de sete horas transcorreu sem incidentes. Mas claro que os navios avançaram sempre cuidadosos", comentou o futuro imperador alemão.
Na inauguração, ninguém mais falava de Negrelli. O idealizador do canal ficara esquecido. Somente mais tarde a filha do engenheiro foi encontrar papéis importantes, que provavam ter sido seu pai, e não Lesseps, quem desenhou os planos para o canal.
Ela levou a questão à Justiça. Sentença: Alois Negrelli, cavaleiro de Moldelbe, é o criador do canal. A decisão, porém, não trouxe benefícios para a família do engenheiro italiano. Somente a humanidade e os países proprietários do canal lucraram com a hidrovia.
O Canal de Suez (árabe, قناة السويس, Qanā al-Suways) é um canal que liga Porto Said, porto egípcio no Mar Mediterrâneo, a Suez, no Mar Vermelho.
Com a extensão de 163 quilômetros, permite que embarcações naveguem da Europa à Ásia sem terem que contornar a África pelo cabo da Boa Esperança. Antes da sua construção, as mercadorias tinham que ser transportadas por terra entre o Mar Mediterrâneo e o Mar Vermelho.
História
Antiguidade
Possivelmente no começo da XII Dinastia o faraó Senuseret III (1878 a.C. - 1839 a.C.) deve ter construído um canal oeste-leste escavado através do Wadi Tumilat, unindo o Rio Nilo ao Mar Vermelho, para o comércio direto com Punt. Evidências indicam sua existência pelo menos no século XIII a.C. durante o reinado de Ramsés II.
Mais tarde entrou em decadência, e de acordo com a História do historiador grego Heródoto, o canal foi re-escavado por volta de 600 a.C. por Necho II, embora Necho II não tenha completado seu projeto.
O canal foi finalmente completado em cerca de 500 a.C. pelo rei Dario I, o conquistador persa do Egito. Dario comemorou seu feito com inúmeras estelas de granito que ele ergue às margens do Nilo, incluindo uma próximo a Kabret, a 130 km de Suez, onde se lê:
Diz o rei Dario: Eu sou um persa. Partindo da Pérsia, conquistei o Egito. Eu ordenei que esse canal fosse escavado a partir do rio chamado Nilo que corre no Egito, até o mar que começa na Pérsia. Quando o canal foi escavado como eu ordenei, navios vieram do Egito através deste canal para a Pérsia, como era a minha intenção.
O canal foi novamente restaurado por Ptolomeu II Filadelfo por volta de 250 a.C. Nos 1000 anos seguintes ele seria sucessivamente modificado, destruído, e reconstruído, até ter sido totalmente abandonado no século VIII pelo califa abássida Al-Mansur.
O moderno Canal de Suez
Ferdinand de Lesseps, construtor do canal.
Litografia retratando a construção do Canal de Suez.
A companhia Suez de Ferdinand de Lesseps construiu o canal entre 1859 e 1869. No final dos trabalhos, o Egito e a França eram os proprietários do canal.
Estima-se que 1,5 milhão de egípcios tenham participado da construção do canal e que 125 000 morreram, principalmente de cólera.
Em 17 de fevereiro de 1867, o primeiro navio atravessou o canal, mas a inauguração oficial foi em 17 de novembro de 1869. O imperador Napoleão III estava presente, e a ópera Aida havia sido encomendada ao compositor italiano Verdi para ser apresentada na inauguração, mas a ópera só ficou pronta dois anos depois.
Também presente como jornalista convidado, o escritor português Eça de Queiroz escreveu uma reportagem para o Diário de Notícias de Lisboa.
A dívida externa do Egito obrigou o país a vender sua parte do canal ao Reino Unido, que garantia assim sua rota para as Índias. Essa compra, conduzida pelo primeiro-ministro Disraeli, foi financiada por um empréstimo do banco Rotschild. As tropas britânicas instalaram-se às margens do canal para protegê-lo em 1882.
A Convenção de Constantinopla (1888) estabeleceu a neutralidade do Canal que, mesmo em tempos de guerra, deveria servir a qualquer nação.
Mais tarde, durante a Primeira Guerra Mundial, os britânicos negociaram o Acordo Sykes-Picot, que dividia o Oriente Médio de modo a afastar a influência francesa do canal.
Em 26 de julho de 1956, Gamal Abdel Nasser nacionaliza a companhia do canal com o intuito de financiar a construção da Barragem de Assuã, após a recusa dos Estados Unidos de fornecer os fundos necessários.
Em represália, os bens egípcios foram congelados e a ajuda alimentar suprimida. Os principais acionários do canal eram, então, os britânicos e os franceses. Além disso, Nasser denuncia a presença colonial do Reino Unido no Oriente Médio e apoia os nacionalistas na Guerra da Argélia. O Reino Unido, a França e Israel se lançam então numa operação militar, batizada operação mosqueteiro, em 29 de outubro de 1956.
A Crise do canal de Suez durou uma semana. A ONU confirmou a legitimidade egípcia e condenou a expedição franco-israelo-britânica com uma resolução.
Com a Guerra dos Seis Dias em 1967, o canal permaneceu fechado até 1975, com uma força de manutenção da paz da ONU, a qual permaneceu lá estacionada até 1974. Quando por ocasião da Guerra do Yom Kipur em 1978 foi recuperado o canal, bem como foram destruidas as fortificações do exército israelense ao longo do canal.
Características
Navio ancorado em El Ballah.
O canal não possui eclusas, pois todo o trajeto está ao nível do mar, contrariamente ao canal do Panamá. Seu traçado apóia-se em três planos d'água, os lagos Manzala, Timsah e Amer.
O canal permite a passagem de navios de 15 m de calado, mas trabalhos são previstos a fim de permitir a passagem de supertankers com até 22 m até 2010. Atualmente, esses enormes navios devem distribuir parte da carga em outro tipo de transporte pertencente à administração do canal a fim de diminuir o calado e atravessar o canal.
A largura média do canal é de 365 metros, dos quais 190 m são navegáveis. Inicialmente, esses dois valores eram de 52 e 44 m. Situados dos dois lados do canal, os canais de derivação levam o comprimento total da obra a 195 km.
Aproximadamente 15 000 navios por ano atravessam o canal, representando 14% do transporte mundial de mercadorias. Uma travessia demora de 11 a 16 horas.
Zona do Canal de Suez
25 de abril 1859 - início da construção do canal.
16 de novembro de 1869 - o Canal de Suez é aberto; operado e pertencente à Companhia do Canal de Suez (Compagnie Universelle du Canal Maritime de Suez).
25 de novembro de 1875 - o Reino Unido torna-se acionista majoritário do Canal de Suez (172 602 ações de um total de 400 000 ações ordinárias).
25 de agosto de 1882 - os britânicos tomam o controle do canal.
14 de novembro de 1936 - a Zona do Canal de Suez é estabelecida, sob controle britânico.
13 de junho de 1956 - a Zona do Canal de Suez é devolvida ao Egito.
26 de julho de 1956 - o Egito nacionaliza o Canal de Suez.
5 de novembro de 1956 - 22 de novembro de 1956 - forças francesas, britânicas e israelenses ocupam a Zona do Canal de Suez.
22 de dezembro de 1956 - o canal é novamente devolvido ao Egito.
10 de abril de 1957 - o canal é reaberto.
5 de junho de 1967 - 5 de junho de 1975 - o canal é fechado e bloqueado pelo Egito.
Faz hoje, dia 17 de Novembro, 283 anos que se iniciaram as obras de construção do Covento de Mafra.
O Palácio Nacional de Mafra localiza-se no concelho de Mafra, distrito de Lisboa, em Portugal.
A cerca de 25 quilómetros de Lisboa, constitui-se em um palácio e mosteiro monumental em estilo barroco. Foi iniciado em 1717 por iniciativa de João V de Portugal, em virtude de uma promessa que o jovem Paulo Lourenço fizera se a rainha D. Maria Ana de Áustria lhe desse descendência. Classificado como Monumento Nacional em 1910, foi um dos finalistas para uma das Sete Maravilhas de Portugal a 7 de Julho de 2007.
Igreja do Palácio Nacional de Mafra.
Em 1715, foi fundado o Convento de Nossa Senhora e Santo António de Mafra, que pertencia à província eclesiástica da Arrábida. Teve origem numa comunidade do Hospício do Espírito Santo. Em 1730, sagrada a Igreja de Nossa Senhora e Santo Antônio, junto de Mafra, foi para lá transferida a sobredita comunidade.
Entre 1771 e 1791, por breve de Clemente XIV, de 4 de Julho de 1770, a requerimento do Marquês de Pombal, foi ocupado pelos Cônegos Regulares de Santo Agostinho da Congregação de Santa Cruz de Coimbra; os Franciscanos da Província da Arrábida saíram do Convento de Mafra, em Maio de 1771. Em 1791, os Cônegos Regulares de Santo Agostinho saíram do edifício de Mafra.
Em 1834, no âmbito da "Reforma geral eclesiástica" empreendida pelo ministro e secretário de Estado, Joaquim António de Aguiar, executada pela Comissão da Reforma Geral do Clero (1833-1837), pelo Decreto de 28 de Maio, promulgado a 30 desse mês, foram extintos todos os conventos, mosteiros, colégios, hospícios e casas de religiosos de todas as ordens religiosas, ficando as de religiosas, sujeitas aos respectivos bispos, até à morte da última freira, data do encerramento definitivo.
Palácio Nacional de Mafra, Litografia de 1853.
Palácio Nacional de Mafra, vista panorâmica.
Há quem defenda que a obra se construiu por vias de uma promessa feita relativa a uma doença de que o rei padecia. O nascimento da princesa D. Maria Bárbara determinou o cumprimento da promessa. Este palácio e convento barroco domina a vila de Mafra.Foi classificado como Monumento Nacional em 1910 e uma das Sete Maravilhas de Portugal a 7 de Julho de 2007.
O trabalho começou a 17 de Novembro de 1717 com um modesto projecto para abrigar 109 frades franciscanos, mas o ouro do Brasil começou a entrar nos cofres portugueses; D. João e o seu arquitecto, Johann Friedrich Ludwig (Ludovice) (que estudara na Itália), iniciaram planos mais ambiciosos. Não se pouparam a despesas.
A construção empregou 52 mil trabalhadores e o projeto final acabou por abrigar 330 frades, um palácio real, umas das mais belas bibliotecas da Europa, decorada com mármores preciosos, madeiras exóticas e incontáveis obras de arte. A magnifica basílica foi consagrada no 41.º aniversário do rei, em 22 de Outubro de 1730, com festividades de oito dias.
A Sala Amarela do Palácio.
A Sala dos Destinos.
O palácio era popular para os membros da família real, que gostavam de caçar na tapada. Hoje em dia decorre aqui um projeto para a preservação dos lobos ibéricos. As melhores mobílias e obras de arte foram levadas para o Brasil, para onde partiu a família real quando das invasões francesas, em 1807.
O mosteiro foi abandonado em 1834, após a dissolução das ordens religiosas. Durante os últimos reinados da Dinastia de Bragança, o Palácio foi utilizado como residência de caça e dele saiu também em 5 de Outubro de 1910 o último rei D. Manuel II para a praia da Ericeira, onde o seu iate real o conduziu para o exílio.
No palácio pode-se visitar a farmácia, com belos potes para medicamentos e alguns instrumentos cirúrgicos, o hospital, com dezasseis cubículos privados de onde os pacientes podiam ver e ouvir missa na capela adjacente, sem saírem das suas camas.
No andar de cima, as sumptuosas salas do palácio estendem-se a todo o comprimento da fachada ocidental, com os aposentos do rei numa extremidade e os da rainha na outra, a 232 m de distância.
Ao centro, a imponente fachada é valorizada pelas torres da basílica coberta com uma cúpula. O interior é forrado a mármore e equipado com seis órgãos do princípio do século XIX, com um repertório exclusivo que não pode ser tocado em mais nenhum local do mundo.
O átrio da basílica é decorado por belas esculturas da Escola de Mafra, criada por D. José I em 1754, foram muitos os artistas portugueses e estrangeiros que aí estudaram sob a orientação do escultor italiano Alessandro Giusti. A sala de caça exibe troféus de caça e cabeças de javalis.
O Palácio possui ainda dois carrilhões, mandados fabricar em Antuérpia por D. João V, com um total de 57 sinos que pesam mais de 200 toneladas e são considerados os maiores e melhores do mundo.
Actualmente, o único residente do Palácio é um antigo tipógrafo, de nome Gil Mangens. Descendente de uma família de origem francesa, que chegou a Lisboa no século XVIII por altura da construção do Palácio, na pessoa de um gravador de nome Mangens, devotou, à imagem de seu pai e avô, toda a sua vida ao monumento que o acolhe.
Biblioteca do Convento de Mafra.
O maior tesouro de Mafra é a sua biblioteca, com chão em mármore, estantes em estilo rococó e uma coleção de mais de 40.000 livros com encadernações em couro gravadas a ouro, incluindo uma segunda edição de Os Lusíadas de Luís de Camões. Situada ao fundo do segundo piso é a estrela do palácio, rivalizando em grandiosidade com a Biblioteca da Abadia de Melk, na Áustria. Construida por Manuel Caetano de Sousa, tem 88 m de comprimento, 9.5 de largura e 13 de altura.
O magnífico pavimento é revestido de mármore rosa, cinzento e branco. As estantes de madeira estilo rococó, situadas em duas filas laterais, separadas por um varandim contêm milhares de volumes encadernados em couro, testemunhando a extensão do conhecimento ocidental dos séculos XIV ao XIX. Entre eles muitas jóias bibliográficas, como incunábulos. Estes volumes magníficos foram encadernados na oficina local, também por Manuel Caetano de Sousa.
O articulista, por duas vezes teve o previlégio de visitar este magnifico convento.
Um médico de 55 anos foi detido depois de espancar a mulher e os sogros, na casa que partilham, na rua Inácio Fernandes Barbosa, em Arcozelo, Gaia, e de ter ameaçado a GNR com uma faca. Marcelino Santos foi presente ao juiz e está proibido de entrar em casa e de contactar com a família.
As desavenças entre o médico e os familiares já duravam há cerca de dois anos. No domingo à noite, cerca das 19h30, depois de mais uma discussão familiar, Marcelino Santos voltou a agredir a mulher, enfermeira na zona de Vila Nova de Gaia.
Os pais da mulher foram em auxílio da vítima, mas também eles foram espancados ao murro e pontapé pelo médico. Muito agressivo e revoltado, o homem tentou ainda atear fogo ao carro dos sogros. Valeu um vizinho, que se apercebeu da situação e alertou de imediato a GNR de Arcozelo, que acorreu ao local.
Já na presença da patrulha militar, o clínico ainda se exaltou mais. Pegou numa faca de cozinha e ameaçou os militares de morte. Foi detido, depois de oferecer resistência, e levado para o posto.
Presente ao juiz para primeiro interrogatório judicial, foi libertado mas está proibido de entrar em casa e contactar com a mulher e os sogros.
De acordo com os vizinhos, esta não foi a primeira vez que o médico pediatra bateu na família, no entanto, nenhuma queixa foi apresentada na GNR.
O Senado norte-americano aprovou ontem, quinta-feira, a versão da mais dura lei anti-tabaco que vai ser submetida à Câmara dos Representantes (CR).
Com isto, a Food and Drug Administration (FDA), responsável pelo fabrico e comércio de alimentos e medicamentos nos Estados Unidos, fica com poderes reforçados para introduzir alterações relativamente a produção de cigarros, nomeadamente estabelecer proibições mais exigentes em matéria de publicidade e impedir a venda de derivados de tabaco destinados à juventude, sendo que os únicos limites à FDA serão, segundo a nova lei, a impossibilidade de proibição total de venda de tabaco e a imposição de grau zero de nicotina nos cigarros.
12-6-2009, 12:05:10
Expresso das Ilhas
MARIO CESAR CARVALHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Papai Noel mandava você fumar. Médicos diziam que, se você não consegue parar, então o melhor a fazer é usar Marlboro. Dentistas pregavam que o negócio para evitar dentes amarelos eram os cigarros com filtro. Até bebês de colo eram convocados para as campanhas: "Nossa mamãe, você gosta mesmo do seu Marlboro". Ao que a mãe explicava: "Sim, você nunca sente que fumou demais. É o milagre do Marlboro!".
Bem-vindo ao mundo aparentemente insano da publicidade de cigarro. Ele é o tema de uma mostra que abre hoje em São Paulo, na livraria Cultura do Conjunto Nacional, com um título que já entrega tudo: "Propaganda de Cigarro. Como a Indústria Enganou Você". A exposição fica em cartaz até o dia 26.
São 63 reproduções de campanhas veiculadas na imprensa e na TV nos EUA, entre 1920 e 1950. Foram coletadas por dois professores da Universidade Stanford: Robert Jackler (médico) e Robert Proctor (historiador da ciência).
É um mundo só aparentemente insano porque tudo ali foi planejado, disse Jackler à Folha. Nos anos 50, bebês, Papai Noel e noivas eram usados para que o cigarro não fosse visto como coisa de desclassificado, como a indústria temia, mas como um dado do cotidiano.
"A estratégia era fazer do cigarro um elemento essencial do cotidiano: do trabalho, dos jogos, da amizade, das férias e, especialmente, do amor."
Na década de 50, a indústria tinha duas tarefas de Hércules: transformar o cigarro em algo banal como um doce e responder às pesquisas científicas que demonstravam o efeito cancerígeno do fumo. O plano foi fazer de conta que as evidências de que o cigarro vicia e mata não estavam comprovadas.
A primeira peça dessa estratégia é um anúncio publicado em 4 janeiro de 1954 sob o título "Uma declaração franca aos fumantes". Saiu em cerca de 400 jornais e dizia que a indústria revelaria tudo o que soubesse sobre fumo e saúde.
A peça, que está na exposição, já trazia uma mentira -pelo menos desde 1950 a indústria já sabia que fumo causava câncer e só foi admitir isso quatro décadas depois.
Jackler afirma que não se trata de uma mentirinha branda, comum no mundo publicitário, já que milhões de pessoas morreram por causa dessa estratégia. "Em vez de demonstrar preocupação com a saúde do consumidor, a indústria simplesmente criou o mito de que o cigarro é seguro e pode inclusive melhorar a saúde."
A exposição é repleta de amostras de anúncios sobre os benefícios do cigarro à saúde. Uma propaganda de Lucky Strike afirma: "20.679 médicos dizem que Luckies é menos irritante", referindo-se à garganta. Outra peça, do Camels, apregoa: "Mais médicos fumam Camel do que qualquer outra marca".
O levantamento do Camels foi feito num congresso em que o fabricante distribuiu maços na porta de entrada e perguntava na saída "que cigarro você tem no bolso?", segundo a curadora brasileira da mostra, Bia Pereira. A exposição é uma iniciativa da agência Nova/SB, que cria anúncios contra o fumo para a Organização Mundial de Saúde.
Os médicos que aparecem nos anúncios são, em sua maioria, atores, mas Jackler não poupa seus pares. O apoio dos médicos foi conseguido, segundo ele, com injeção de dinheiro nas entidades de classe. O caso mais famoso é o da Associação Médica Americana, que hoje lidera as campanhas contra o fumo: nos anos 50 o jornal da entidade trazia anúncios em que os médicos pregavam os benefícios do cigarro para a saúde.
Para quem acha que tudo isso é coisa do passado, Jackler tem uma resposta na ponta da língua: a indústria do cigarro faz a mesma coisa até hoje.
Fonte: Jornal Folha de S.Paulo e UOL Ciência e Saúde
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), existem hoje no mundo cerca de 1,1 bilhão de fumantes. Desse total, 800 milhões estão nos países em desenvolvimento, em torno de 73%. A OMS demonstra, num estudo concluído em 1996, que um dos maiores desafios ao crescimento dos países em desenvolvimento é a epidemia de doenças relacionadas ao fumo. Grande número de pessoas morrem na fase mais produtiva de suas vidas devido ao cigarro.
A OMS estima que, em 2025, 85% dos fumantes estarão nos países menos desenvolvidos. No Brasil, cerca de 32 milhões de brasileiros são fumantes. O cigarro* é hoje o campeão de mortes no mundo. Morrem a cada ano mais pessoas vítimas do consumo de cigarros que a soma das mortes devido à AIDS, violência, acidentes de trânsito, incêndios e suicídios.
No mundo todo morrem a cada ano cerca de 3,5 milhões de pessoas de doenças relacionadas ao fumo. No Brasil, são estimadas 100 mil mortes ao ano decorrentes do tabagismo.
Segundo a OMS, se permanecer a tendência atual, entre 2020 e 2030 serão 10 milhões de mortes a cada ano decorrentes do vício do fumo. No Terceiro Mundo, serão 7 milhões.
No Brasil, assim como nos outros países, 90% dos fumantes começaram a fumar ainda crianças e jovens, induzidos pela publicidade e pelo exemplo de ídolos, pais e amigos. O hábito começa na juventude e a indústria do tabaco sabe disso e age, direcionando as campanhas de publicidade para os jovens, futuros consumidores.
Entre as vítimas, as que sofrem menos morrem por ataque cardíaco ou acidente vascular (derrame). Os outros morrem lentamente, de forma bastante dolorosa e angustiante, inclusive para familiares e amigos.
É este o caso das vítimas do câncer e em particular do enfisema pulmonar que, ao destruir o pulmão, causa forte insuficiência respiratória. Os pacientes com enfisema sentem uma permanente falta de ar e se cansam ao menor esforço físico, ficando impossibilitados de levar uma vida normal nos anos que lhes restam.
Mas isso não é tudo. O cigarro é também responsável por muitos outros danos, como menopausa precoce, abortos e partos prematuros, envelhecimento acelerado da pele, especialmente no rosto, impotência sexual, bronquite, asma, sinusite, hipertensão arterial, derrames, úlcera do estômago e uma série de outras doenças relacionadas ao fumo. Os fumantes passam a ter saúde mais frágil e adoecem em média 2 a 3 vezes mais que os não fumantes.
O desconforto causado pelas doenças e os prejuízos econômicos delas decorrentes como gastos com hospitais, médicos e remédios, faltas no trabalho, diminuição da expectativa de vida, além do sofrimento para os familiares e amigos tornam o cigarro o grande responsável pela queda da qualidade de vida dos fumantes e de quem convive com eles.
Não obstante tudo isso, existem hoje apenas no Brasil cerca de 30 milhões de fumantes que mesmo querendo, não conseguem abandonar o cigarro. A chance destas pessoas virem a sofrer de alguma doença grave aumenta a cada dia e a cada cigarro fumado.
Parar de fumar é a medida mais eficaz e inteligente que podem tomar para a melhoria da sua saúde e da de todos que convivem com elas, principalmente familiares, vítimas inocentes do fumo passivo, tão nocivo e perigoso quanto o fumo direto.
No caso de quem está sujeito também a outros fatores de risco, como quem tem vida sedentária, excesso de peso ou hábitos alimentares inadequados, recomenda-se tomar as medidas necessárias para diminuir também estes riscos. Estudos médicos comprovam entretanto que parar de fumar é, dentre todas, a medida mais importante.
A introdução de leis, proibindo fumar em ambientes fechados e controlando a publicidade de cigarros, é certamente um avanço mas não é suficiente para conseguir controlar o avanço desta verdadeira epidemia que ameaça a vida de milhões de pessoas.
É preciso que as pessoas se conscientizem do problema e decidam livremente melhorar a duração e a qualidade de sua vida, abandonando definitivamente o vício do cigarro.
Os governos tomam medidas e amentam a taxa sobre a venda de cigarros, mas isso não chega, só um país no mundo, o BUTÃO teve a coragem de proibir a comercialização e o consumo de tabaco, os outros, até lhes dá um jeitão nas receitas pela venda de tabaco, mas, hipócratas como são, são emitindo leis que proibem o consumo de tabaco em lugares fechados, de resto nada mais, os fabricantes esses, na sua maioria americanos, ganham fortunas, mas tudo bem, são os Ianques que mandam no mundo, falam muito mas nada fazem.
GIGANTES DO CIGARRO EM LUTA MUNDIAL SOBRE REGRAS MAIS RÍGIDAS
The New York Times, 14 de Novembro de 2010
Por Duff Wilson
À medida que as vendas para países em desenvolvimento se tornam cada vez mais importantes para as gigantes companhias de tabaco, elas estão intensificando os esforços ao redor do mundo para lutar contra duras restrições sobre a comercialização de cigarros.
Empresas como Philip Morris International e British American Tobacco estão contestando os limites de publicidade na Grã-Bretanha, maiores avisos gráficos de saúde na América do Sul e impostos mais elevados para os cigarros nas Filipinas e no México.Elas também estão gastando bilhões de dólares em lobby e campanhas de marketing na África e Ásia e, em um caso na Austrália.
A indústria aumentou seus esforços no avanço de uma reunião no Uruguai nesta semana, por funcionários da saúde pública de 171 nações, que pretendem moldar orientações para impor um tratado mundial anti-tabagismo.
Este ano, Philip Morris International processou o governo do Uruguai, dizendo que suas regras para o tabaco eram excessivas. Oficiais da Organização Mundial da Saúde dizem que a ação representa um esforço da indústria para intimidar o país, assim como outras nações que participaram na conferência, que estão considerando rigorosos os requisitos de comercialização do tabaco.
A lei no Uruguai determina que as advertências de saúde cubram 80% das embalagens de cigarros.
Também os limites de cada marca, como a Marlboro, a um design por embalagem, de modo que características alternativas não enganem os fumantes, fazendo-os pensar que os produtos são menos nocivos.
A ação contra o Uruguai, chegou ao Banco Mundial em Washington, pedindo indenização não especificada por lucros cessantes.
"Eles estão usando o litigioso para ameaçar países de baixa e média renda", diz o Dr.Douglas Bettcher, diretor da Iniciativa Livre do Tabaco, da OMS. O produto interno bruto do Uruguai é a metade do tamanho dos US$ 66 bilhões em vendas anuais da companhia.
Peter Nixon, vice-presidente e porta-voz da Philip Morris International, disse que a companhia está cumprindo com as leis de marketing de cada país ao vender um produto legal para consumidores adultos.
Ele disse que as ações judiciais da empresa são destinadas a combater o que acham ser "excessos" de regulamentos, e para proteger sua marca e direitos de propriedade comercial.
As companhias de cigarros estão procurando agressivamente por novos fumantes nos países em desenvolvimento, disse o Dr.Bettcher, para repor aqueles que estão parando de fumar ou morrendo nos Estados Unidos e na Europa, onde as taxas de fumantes caíram vertiginosamente. As vendas de cigarros em todo o mundo estão subindo 2% ao ano.
Mas o número de países que adotaram regras mais rígidas, assim como o tratado global, ressaltam a largura do campo de batalha entre o tabaco e os interesses da saúde pública em arenas legais e políticas da América Latina à África e Ásia.
As companhias de cigarros trabalham juntas para combater algumas políticas rígidas e seguem caminhos separados uma das outras. Por exemplo, Philip Morris USA, uma divisão da Altria Group, ajudou a negociar e apoiar a legislação anti-tabaco aprovada pelo Congresso no ano passado, mas não participou de uma ação movida por R.J.Reynolds, Lorillard e outras empresas contra a agência FDA. Até agora, não está protestando as novas regras da agência, propostas na última semana, em que exige imagens gráficas com advertências sanitárias para os maços de cigarros.
Mas Philip Morris International, a empresa que se separou da Altria em 2008, para expandir a presença da companhia em mercados externos, tem sido especialmente agressiva na luta contra novas restrições no exterior.
Não só processou o Uruguai, mas também o Brasil, argumentando que as imagens que o governo coloca nas embalagens de cigarros não retratam fielmente os efeitos do tabagismo na saúde, e caluniam as empresas de tabaco. As fotos retratam mais grotescamente os efeitos na saúde do que o recomendado nas imagens menores dos Estados Unidos, incluindo uma que apresenta um feto com a advertência de que fumar pode causar aborto espontâneo.
Na Irlanda e na Noruega, subsidiárias da Philip Morris estão processando sobre as proibições de exposições dos produtos nas lojas.
Na Austrália, onde o governo anunciou um plano que exige que as embalagens de cigarros sejam brancas ou marrons, em comum, para torná-las menos atraentes aos compradores, um oficial da Philip Morris dirigiu-se em oposição a uma campanha na mídia durante as últimas eleições federais, segundo documentos obtidos por um programa televisivo australiano, e posteriormente obtidos pelo The New York times.
A campanha de US$ 5 milhões, destinada a vir de pequenos donos de lojas, também foi parcialmente financiada pela British American Tobacco e Imperial Tobacco. O oficial da Philip Morris aprovou estratégias, orçamentos, compra de anúncios e entrevistas para a mídia, segundo os documentos.
Nixon disse que Philip Morris não fez segredo do seu financiamento. "Nós temos ajudado, não temos controlado", disse.
Nixon e Philip Morris admitem que fumar é prejudicial e apóia "razoavelmente" os regulamentos onde eles não existem.
"As embalagens definitivamente precisam de advertências da saúde, mas tenho que ser um tanto razoável", disse ele. "Nós pensamos que 50% seja razoável. Uma vez que você levar a 80%, não há espaço para mostrar a marca. Nós pensamos que isto está indo longe demais."
Por estes dias, em tribunais de todo o mundo, as gigantes do tabaco encontravam-se na defensiva, muito mais do que jogando no ataque. A OMS e seu tratado, encorajam os governos e indivíduos a tomarem medidas legais contra as empresas de cigarros, que têm encontrado um número crescente de processos de fumantes no Brasil, Canadá, Israel, Itália, Nigéria, Polônia e Turquia.
Mas em outras partes do mundo, notavelmente na Indonésia, o quinto maior mercado de cigarros do mundo, que tem pouca regulação, as empresas de cigarros fazem publicidade de seus produtos de forma totalmente proibida em outros lugares. No país, os anúncios de cigarros são veiculados na TV e antes dos filmes, as rodovias possuem pontos de outdoors, empresas apelam para crianças através de shows e eventos esportivos, personagens de desenhos animados adornam embalagens e lojas vendem para as crianças.
Autoridades indonésias disseram que dependem do trabalho do tabaco, bem como as receitas provenientes dos impostos sobre o consumo de cigarros. Somente da Philip Morris Internacional, a Indonésia recebe US$ 2,5 bilhões anualmente.
"Nos Estados Unidos, eles derrubam outdoors, não concordam em patrocinar eventos musicais, não usam mais o cowboy da Marlboro", disse Matthew L.Myers, presidente da Campanha para Crianças Livres do Tabaco, com sede em Washington. "Eles agora fazem todas essas coisas no exterior."
A segunda maior fabricante de cigarros do mundo, British American Tobacco, com US$ 4,4 bilhões de lucros em US$ 23 bilhões de vendas no ano terminado em 30 de junho, está gastando milhões de dólares contra medidas de saúde contra o tabagismo, como a política do ar livre do tabaco na União Européia.
Um vídeo no site da empresa diz que alguns dos métodos comprovados de reduzir o tabagismo - como impostos e proibições de exibição - incentivam um mercado negro de cigarros e que, por sua vez, pode financiar drogas, sexo e traficantes de armas e terroristas.
O vídeo, de seis minutos, em que os atores desempenham gangster, um com sotaque da Europa Oriental, conclui: "só se beneficiam os criminosos".
A conferência iniciada na segunda-feira em Punta del Este, no Uruguai, vai tentar somar termos específicos para um tratado de saúde pública conhecida como Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, que, desde 2003 tem sido ratificado por 171 nações.
Ela acabaria por obrigar os seus partidos a impor controles mais rígidos sobre os ingredientes do tabaco, acondicionamento e comercialização, ampliar os programas de cessação e de lugares livres de tabaco e aumentar os impostos - táticas comprovadas contra o tabagismo.
O presidente George W.Bush assinou o tratado em 2004, mas não o enviou para o Senado, onde o voto de dois terços é necessário para a ratificação. O presidente Obama espera apresentá-lo ao Senado no próximo ano, disse um porta-voz da Casa Branca na quinta-feira.
Uma recomendação de ataques de produtores de tabaco seria limitar ou proibir o uso de aditivos populares, como o alcaçuz e o chocolate, para mistura no tabaco, que respondem por mais da metade das vendas mundiais.
A Associação Internacional de Fumicultores diz que poderá ameaçar os fabricantes do tabaco burley, uma folha que é tratada com aditivos adoçados, custando milhões aos agricultores, seus empregos e devastando mundialmente a economia.
"Nós todos sabemos que o verdadeiro objetivo aqui é eliminar o consumo de tabaco", diz Roger Quarles, um produtor de Kentucky e presidente da associação.
Assinala-se, hoje, terça-feira, 16 de Novembro, o Dia Internacional para a Tolerância, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em reconhecimento à Declaração de Paris, assinada no dia 12 deste mês, em 1995, por 185 Estados.
A Declaração da ONU fez parte do evento sobre o esforço internacional do Ano das Nações Unidas para a Tolerância.
Nela, os estados participantes reafirmaram a "fé nos Direitos Humanos fundamentais" e ainda na dignidade e valor da pessoa humana, além de poupar sucessivas gerações das guerras por questões culturais, devendo ser incentivada a prática da tolerância, a convivência pacífica entre os povos vizinhos.
Foi então evocado o dia 16 de Novembro, quando da assinatura da constituição da UNESCO em 1945. Remetia, ainda, à Declaração Universal dos Direitos Humanos que afirma:
1 - Todas as pessoas têm direito à liberdade de pensamento, consciência e religião (Artigo 18);
2 - Todos têm direito à liberdade de opinião e expressão (Artigo 19)
3 - A educação deve promover a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações, grupos raciais e religiosos (Artigo 26).
Para a consecução da tolerância entre os povos, são relacionados os seguintes instrumentos jurídicos internacionais:
- Convenção Internacional dos Direitos Civis e Políticos.
- Convenção Internacional dos Direitos Económicos, Sociais e Culturais.
- Convenção para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial.
- Convenção para a Prevenção e Combate ao Crime de Genocídio.
- A Convenção de 1951 relativo aos Refugiados, e seus Protocolos de 1967 e, ainda, os instrumentos regionais.
- Convenção para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher.
- Convenção contra a Tortura e combate a todas as formas de tratamento cruel, desumano ou castigo degradante.
- Declaração de Eliminação de todas as formas de Intolerância baseada na religião ou crença.
- Declaração dos Direitos das Pessoas que pertencem a Nações ou Minorias Étnicas, Religiosas e Linguísticas.
- Declaração de Medidas para Eliminar o Terrorismo Internacional.
- Declaração de Viena, e Programa de Acção da Conferência Mundial de Direitos Humanos.
- Declaração de Copenhague e Programa de Acção adoptada pela Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Social.
- Declaração da UNESCO sobre Raça e Preconceito Racial.
- Convenção da UNESCO e Recomendação contra a Discriminação na Educação.
Numa mensagem por ocasião da data, a directora Geral da UNESCO, Irina Bokova, considera que a promoção da solidariedade intelectual e moral está no cerne do mandato da organização que dirige.
“Nós promovemos os benefícios da troca e do diálogo constantes entre as culturas e crenças.
Nós apoiamos a educação de qualidade para todos, como a principal forma de construir a tolerância e o conhecimento. Nós colocamos o diálogo em primeiro lugar, em qualquer instância, como o caminho para reconciliação em sociedades que enfrentam tensões”, lê-se na mensagem de Irina Bokova.
Segundo a directora, “a tolerância é libertadora. Não significa indiferença ou simplesmente reconhecimento. Ela é uma acção, através da qual as diferenças dos outros são reconhecidas assim como as nossas, e pela qual as riquezas de outra cultura são consideradas um bem comum”.
“O Dia Internacional da Tolerância é uma oportunidade crucial para que todos nos mobilizemos neste sentido”, disse a directora Geral da UNESCO.