o mar do poeta

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terça-feira, junho 16

CORONEL VICENTE NICOLAU DE MESQUITA

Nasceu em Macau a 9 de Julho de 1918, sendo filho do advogado Frederico Albino de Mesquita e de Clara Esmeralda Carneiro, neto paterno de João Mesquita e de Esperança Nunes e materno de Vicente José Carneiro e de Rita Joaquina Pereira.
A 4 de Setembro de 1835, com 17 anos de idade, casou com Balbina Maria da Silveira, de quem teve 4 filhas; as primeiras e morreram de menor idade, em Maio de 1842; a quarta, Leopoldina, faleceu nonagenária em 1937.
A 26 de Fevereiro de 1858, Vicente de Mesquita casou em segundas núpcias com a sua cunhada Balbina Maria de Mesquita, de quem teve dois filhos e uma filha.



Assentou praça no Batalhão do "Príncipe Regente" a 9 de Junho de 1835, sendo promovido a segundo tenente em 15 de Julho de 1847. A 12 de Janeiro de 1850, foi promovido a primeiro tenente pelos serviços prestados com valor na tomada do forte do Passaleão, a 25 de Agosto de 1849.
Após o assassinato do Governador Ferreira do Amaral, os chineses fortificaram-se nos arredores da cidade, começando a fazer fogo contra Macau dum fortim, situado na aldeia de Passaleão, a um quarto de milha das portas do cerco.
Mesquita, à frente de 32 homens, avançou para essa fortaleza, escalou-a e tomou-a.
A 7 de Fevereiro de 1867, Mesquita foi promovido a tenente coronel e a 27 de Novembro de 1873 reformado em coronel.
A 20 de Março de 1880 suicidou-se após ter assassinado a sua mulher e sua filha Iluminada Maria, de 19 anos.
Em 25 de Junho de 1910, foi reabilitada a sua memória no Juízo Eclesiástico.
(Fonte - Padre Manuel Teixeira)


A 3 de Dezembro de 1966, decorrendo em Macau as manifestações do 1-2-3, a estátua no Coronel mesquita que se encontrava no Largo do Leal Senado, foi derrubada por manifestantes.





A CONQUISTA DO FORTE DE PASSALEÃO – Episódios do heroísmo português


  • Do início das hostilidades da China Imperial contra a Cidade portuguesa, resultaram, primeiro, bombardeamentos de artilharia chinesa colocada nos fortes próximos de Macau e depois a reacção do contingente militar luso para a defesa da Cidade Cristã.


  • Segundo informações militares da época, a guarnição do forte chinês mais próximo contava com mais de 500 elementos, e noutros colocados em posições mais elevadas e mais distantes, totalizavam mais de 1500 homens.


  • Foi neste ambiente de profunda crise, que emerge a heróica e corajosa figura do Segundo-Tenente, Vicente Nicolau de Mesquita, um militar macaense, de ascendência portuguesa, fiel à sua Bandeira e ao assistir ao assassinato do Governador - símbolo vivo da autoridade da Pátria -, propõe às autoridades governamentais em substituição do Governador, o Conselho do Governo, para um ataque à posição militar chinesa mais crítica para Macau, o Forte de Passaleão - nome traduzido do chinês "Pak-Shan-Lan" ou "Baishaling" – situado em Zhuhai, na região chinesa imediata ao enclave português.


  • O Herói do Passaleão, ou Herói Macaense, posteriormente conhecido como Coronel Mesquita desafiou o contingente militar português de Macau e clamou “Quem quiser morrer que me siga!", cerca de 20 ousados soldados da Pátria ouvindo o apelo, juntaram-se-lhe, com algumas peças de artilharia, marcharam e dispararam contra o Forte de Passaleão guarnecido por mais de 500 militares imperiais.Pelo único tiro de canhão ter acertado em cheio a posição chinesa, as forças sínicas entraram em debanda, desorganizando-se, o que resultou da conquista lusa sobre os atacantes da paz macaense.


  • Posteriormente, face a esta gesta heróica nacional, as autoridades imperiais chinesas fizeram um pedido de tréguas, comprometendo-se em não mais atacar a Cidade de Santo Nome de Deus de Macau, sob a contrapartida das forças reais lusas de se retirarem até ao istmo e aí fixarem a fronteira definitiva do enclave.


  • No exacto local do istmo que faz fronteira com a China, é em 1870 erguido o arco das Portas do Cerco, onde se assinala a data da morte do Governador e a da heróica conquista do Herói Macaense, Coronel Vicente Nicolau de Mesquita, a 25 de Agosto de 1849, sob a divisa da Marinha Portuguesa, “Honrai a Pátria, que a Pátria vos Contempla”, e que hoje é Património Mundial da UNESCO.


  • Foi devido a este feito, que se fixaram as fronteiras físicas de Macau, permitindo após a oferta de Macau à China por Portugal, a 20 de Dezembro de 1999, que toda a população chinesa e estrangeira com direito de residência e permanência na novíssima Região Administrativa Especial de Macau, pudessem continuar a gozar de uma sociedade e economia livres, regido pelos princípios de "Um País, Dois Sistemas", Macau ser governada pelas suas gentes, pela igualdade de oportunidades, manutenção do modus vivendi português, com os seus Direitos, Garantias e Liberdades consagrados na Lei Básica - a "mini" Constituição de Macau -, com instituições que defendem o Estado de Direito, baseadas no princípio da legalidade, da separação dos poderes, da autoridade político-executiva, legislativa e judicial aliada ao forte dinamismo da Sociedade Civil.


  • A estátua do Herói Macaense do Forte de Passaleão, Coronel Vicente Nicolau de Mesquita encontra-se à guarda dos Comandos de Portugal no Porto.



    ( Fonte - Alameda Digital)


GOVERNADOR DE MACAU - JOÃO MARIA FERREIRA DO AMARAL

(O articulista e dois soldados amigos, junto à estátua do Ferreira do Amaral, no ano de 1965)




João Maria Ferreira do Amaral (Governador de Macau)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

  • João Maria Ferreira do Amaral, nasceu em Lisboa a 4 de Março de 1803 e foi assassinado em Macau no dia 22 de Agosto de 1849, foi oficial da Marinha Portuguesa e governador de Macau.

  • Em 1821, Ferreira do Amaral era aspirante de Marinha e iniciou a sua carreira servindo na esquadra do Brasil. Após a separação do Brasil de Portugal, todas as provícias proclamaram o Império, excepto a Bahia que permaneceu fiel à metrópole, e rendeu-se apenas em Julho de 1823, depois de vários combates entre portugueses e brasileiros. A 24 de Fevereiro de 1823, em Itaparica, distinguiu-se o guarda-marinha Ferreira do Amaral, pela sua bravura em combate: ferido no braço direito continuou a comandar os seus homens na carga, até ser recolhido ao hospital, onde lhe foi amputado o braço. Apesar de mutilado, prosseguiu na sua carreira e foi promovido a tenente.

  • Durante o período da Guerra Civil, foi um dos poucos oficiais da Marinha que conseguiram emigrar e apresentar-se na Ilha Terceira ao serviço do partido constitucionalista. Fez parte do desembarque do Mindelo e teve muitas outras missões importantes durante as Campanhas da Liberdade, com especial relevo para a defesa de Lisboa pelo lado oeste, em 1833, enquanto comandante do brigue São Boaventura e da esquadrilha do Ribatejo. No fim da guerra era já oficial superior.

  • Até 1844 comandou vários outros navios, entre os quais a corveta Urânia, que usou em missões diplomáticas no Mediterrâneo, e a fragata Diana na qual desempenhou importante missão ao Brasil e ao Rio da Prata, em defesa dos interesses e segurança dos portugueses. Serviu em Angola, onde comandou a estação naval e distinguiu-se no combate ao tráfico de escravos. Prendeu um negreiro, Arsénio Pompílio, que foi encarcerado no castelo de São Jorge e escreveu folhetos difamatórios contra Ferreira do Amaral, mas que não lhe abalaram o prestígio. Era deputado por Angola, em 1846 , quando foi nomeado governador de Macau.

  • Em consequência da Primeira Guerra do Ópio, Inglaterra fundou uma colónia na ilha de Hong Kong, que se tornou o porto ocidental mais importante na China. Estes acontecimentos levaram o governo de Portugal, em 1844, a decidir tornar Macau uma verdadeira colónia portuguesa. Em 1845, a cidade foi declarada um porto franco e tornada independente do governo da Índia, ao qual estava sujeita até então.

  • Macau tinha até então duas alfândegas: a potuguesa, que cobrava impostos sobre o comando dos navios nacionais, constituíndo a única renda pública de que se pagava aos funcionários da cidade; e a chinesa (o Ho-pu), cujos impostos eram cobrados pelos mandarins do Império Chinês. O Governador Ferreira do Amaral expulsou os mandarins de Macau, aboliu a alfândega chinesa, pôs fim ao pagamento de vários tributos e impostos (de entre os quais o aluguer de Macau) às autoridades chinesas, abriu os portos, construiu estradas nos campos anteriormente vedados pelos chineses, ocupou oficialmente a ilha da Taipa, lançou tributos e reorganizou os serviços públicos.

  • O seu governo enérgico, em defesa dos interesses de Portugal e pelo domínio do território, desagradou aos mandarins, que trataram de eliminar tão determinado inimigo. Na tarde do dia 22 de Agosto de 1849, Ferreira do Amaral saíu para um passeio a cavalo, acompanhado pelo seu ajudante de ordens Jerónimo Pereira Leite, passou as Portas do Cerco e foi atacado por um grupo de chineses que o mataram à cutilada.

  • Logo após a este acontecimento trágico, decorreu a famosa Batalha do Passaleão, considerada o único verdadeiro "conflito" bélico entre as forças militares portuguesas e chinesas.


  • Começou a sua ilustre carreira em 1821, como guarda-marinha da esquadra portuguesa que atacou os revoltosos brasileiros, que haviam proclamado a independência; só a Baía se conservou fiel a Portugal. Mas esta, atacada por forças brasileiras de terra e mar, rendeu-se.
  • Amaral distingui-se a 24 de Fevereiro de 1823, no ataque a Itaparica; ferido no braço direito, continuo a animar os seus camaradas. Recolhido ao hospital de sangue, tiveram que lhe amputar o braço a sangue frio. Ele levantou-se da cadeira, pegou no braço cortado e atirou-o ao ar, exclamando: "Viva Portugal" !
  • Na companha da liberdade, apresentou-se na Ilha Terceira e tomou parte na expedição do Mindelo, comandando um navio. Em 1833, defendeu Lisboa pelo lado de oesre à frente do brigue S. Boaventura e da esquadrilha do Ribatejo.
  • Continou a comandar navios, indo na corveta Urânia em missão diplomática a alguns portos do Mediterrâneo e na fragata Diana ao Brasil e ao Rio da Prata. Comandou a estação naval de Angola, servindo contra o tráfico de escravatura.
  • Quando a 22 de Dezembro de 1845 foi nomeado Governador de Macau, era deputado por Angola.
  • Embarcou em Lisboa a 15 de Fevereiro de 1846, chegando a Macau a 21 de Abril seguinte.
  • Como os ingleses se haviam estabelecido em Hong Kong em 1841 e os comerciantes acorriam lá sem pagar direitos alfandegários, o Governo Português declarou Macau porto franco e encarregou Amaral de executar esse decreto; ele assim fez logo no seu desembarque.
  • Para suprir o rendimento da alfândega, lançou impostos sobre os portugueses e estrangeiros e impôs uma taxa de uma pataca mensal sobre as embarcações chinesas.
  • Se os primeiros ficaram desgostosos, os segundos revoltaram-se abertamente na noite de 7 para 8 de Outubro de 1846; na manhã de 8, os marítimos chineses, armados, desembarcaram dos seus faitiões (barcos ligeiros) e a eles se juntaram os de terra, perfazendo um total de 1 500 homens. Deparando com uma força de 40 soldados, dispararam sobre eles e avançaram pela travessa fronteira à igreja de S. António, mas a nossa tropa, reforçada, desbaratou-os completamente, metendo muitos barcos a pique. A lembrar esta revolta há em Macau a Rua dos Faitiões, que começa na Rua de Tercena e termina na Rua de S. António.
  • A 27 de Fevereiro de 1847, Amaral mandou rasgar uma estrada desde a Porta de S. António até às Portas do Arco, o que exasperou os chineses, que tiveram de remover várias sepulturas ao longo do caminho.
  • Em Março de 1849, mandou fechar o hopu, ou alfândega chinesa de Macau, e deitar abaixo o pau da bandeira.
  • O ódio dos chineses crescia cada vez mais e resolveram desfazer-se do heróico governador.
  • A 25 de Agosto de 1849, Amaral saiu a passeio de cavalo, segundo o seu costume, até às Portas do Cerco, acompanhado do seu Ajudante de Ordens, tenente Jerónimo Pereira Leite. Ao regressar, pelas seis e meia da tarde, no meio do istmo, seis chineses cercaram-no, entrando logo às cutiladas de taifós (espadas curtas chinesas); o cavalo espantou-se, derribando-o em terra, onde acabaram com ele, levando-lhe a cabeça, que foi restituída às autoridades de Macau em Janeiro de 1850.
  • Cumpriu-se aquilo que ele escrevera ao ministro da Marinha e Ultramar a 23 de Novembro de 1846: "Eu respondo com a minha cabeça que hei-de cumprir tudo o que humanamente seja possível e me seja ordenado pelo Governo.
(Artigo extraído do livro Vulto Marcantes de Macau - do Padre Manuel Teixeira)
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  • Hoje graças ao heroísmo e abnegação de dois grandes portugueses, Ferreira do Amaral, Governador de Macau e Coronel Mesquita, o Herói Macaense do Forte de Passaleão, mais de meio milhão de chineses vivem livremente em Macau.

  • “Da Consolidação da Soberania Nacional no Oriente”. Quarenta anos antes da Conferência de Berlim, acontecimento histórico onde as potências imperiais estabeleceram e fixaram as suas fronteiras tanto no ultramar, como nas colónias, Portugal antecipou-se geopoliticamente na definição das fronteiras fixas dos seus territórios ultramarinos na Ásia.

  • Macau, como pequeno enclave banhado pelos Mares do Sul da China, começou por ser um entreposto comercial, passando a Cidade Cristã Portuguesa - Cidade do Santo Nome de Deus, até se tornar num território ultramarino português.

  • Esta sequência que veio a consolidar cada vez mais a presença portuguesa só foi possível por uma questão, pela presença lusa em Macau, interessar à geopolítica e geoestratégia chinesas. Por isso mesmo, a Península de menos de seis quilómetros quadrados, numa imensa China, tornou-se na oferta do Imperador chinês à Coroa Portuguesa, também por sinal de gratidão pelos grandes feitos e esforços da Marinha Portuguesa no combate e expulsão dos piratas que assolavam os mares da região. Nas entrelinhas desta oferta, autoridades lusas teriam de se comprometer, fazer da Cidade um tampão de segurança, que serviria para impedir que outros europeus ou “bárbaros do sul” invadissem o Império do Meio, pelos mares.

  • Em 1844, período histórico do estabelecimento da “Pax Britânica”, da hegemonia inglesa no mundo, a Cidade do Santo Nome de Deus, Macau, ao ter sobrevivido a vários ataques holandeses nos séculos anteriores, depois de merecer a divisa dada por D. João VI,“Não há Outra Mais Leal”, as autoridades políticas e militares ao serviço de Sua Majestade Fidelíssima Dona Maria II, sentiram necessidade de reafirmar a soberania Nacional em Macau.

  • Primeiro, devido à instabilidade regional causada pelo período de entre Guerras do Ópio (1839-42 e 1856-60), com a proliferação de confrontos bélicos na região, contávamos ao tempo já com a conquista britânica aos chineses da ilha de Hong-Kong (Victoria), ou chamada "cedência forçada" do Tratado de Nanquim.

  • O Império Britânico impôs ainda à China, um segundo de muitos outros famosos "Tratados Desiguais", que visou a permissão dos britânicos a estabelecerem-se em Xangai, Ningpó, Xiamen e Fuzhou.

  • Em 1898, o sexto de sete tratados sino-britânicos, contemplou a concessão por 99 anos dos Novos Territórios (península de Kowloon) para estabelecimento militar e defesa da ilha de Victoria.

  • Sendo a lusa Cidade Católica um outro enclave de alto valor estratégico que permitiria o domínio absoluto do Delta do Rio das Pérolas (rio que vem de Cantão), seria também da maior atenção e interesse da cobiça Vitoriana. De tais cobiças, Portugal veio a sentir na pele, aquando do ultimato do Mapa Cor-de-Rosa.

  • Segundo, porque ao registar-se o gradual aumento da ingerência britânica nos assuntos internos de Macau, através de militares e outros agentes britânicos que por lá aportavam e causavam desacatos e movimentos subversivos, Portugal teve a necessidade de tomar medidas drásticas para controlar a situação e manter a influência geopolítica na região, o que tornaria imperativo a reafirmação da soberania Nacional em Macau e aos olhos das potências europeias.

  • PROVÍNCIA ULTRAMARINA DE MACAU, TIMOR E SÓLOR.A 20 de Setembro de 1844, entrara em vigor o Decreto real, que viria a reformular a administração local, então baseada na autoridade do Leal Senado, a assembleia dos homens bons da Cidade e primeira Câmara Municipal de Macau e da Ásia-Oriental, consagrando a figura do Governador como principal órgão político-administrativo. Ainda no século XIX, o estatuto de Território Ultramarino deu lugar à Província Ultramarina, tornada autónoma da jurisdição do Estado Português da Índia, e contou com acrescidas responsabilidades ao passar a incorporar a jurisdição sobre Timor e Sólor.

  • MACAU FACE À FEROZ CONCORRÊNCIA DA COLÓNIA BRITÂNICA.
  • A então colónia britânica de Hong-Kong, dotada de portos de águas profundas, desde logo tornou-se no principal pólo comercial do Império Britânico na região, o que veio a suplantar a importância comercial do enclave português.

  • Medidas para aumento da competitividade mercantil tomadas pelas autoridades ultramarinas, contaram com a alteração do estatuto de Macau para porto franco, e na expulsão definitiva dos agentes alfandegários ao serviço do Império do Meio e dos respectivos responsáveis mandarins.

  • Estas medidas foram decretadas em 1846 pelo recém-chegado Governador, Almirante João Maria Ferreira do Amaral - que antes serviu no Brasil contra os independentistas, definindo-se como liberal política e ideologicamente, apoiante da Constituição - decidiu empreender um novo plano urbanístico para Macau, que veio a formatar a actual estrutura da cidade. O novo plano de obras públicas consistiu na ligação estratégica por estrada, da Cidade Cristã, a Sul, ao istmo a Norte, que liga ao Continente chinês.

  • Todo este processo de reafirmação de soberania nacional, acabou por levantar certo incómodo por parte dos Mandarins, da região de Cantão, que viram o seu poder e influência diminuídos, despoletando assim alguns conflitos. Conta-se que um caso que despoletou uma insurreição em Macau, foi a profanação de sepulturas devido às obras públicas em curso.

  • Mercenários chineses e outros comerciantes, súbditos do mandarinato da Corte do Império do Meio, resolveram sabotar a cidade e boicotar o comércio com a Cidade Cristã. Face à insurreição, para o estabelecimento da ordem e segurança públicas, o Governador de Macau fez um ultimato às hordas para a imediata normalização da vida comercial em Macau, que foi conseguida apesar de a contra gosto.

ABNEGAÇÃO DO CORAJOSO GOVERNADOR FERREIRA DO AMARAL

  • "...com um charuto ao canto da boca, dispensando a mordaça, fez sinal ao cirurgião para dar início à amputação, em pouco tempo, já com o braço decepado na mão, o então jovem oficial e fuzileiro naval João Maria Ferreira do Amaral, atira-o ao ar e borda fora, gritando bem alto “Viva Portugal” ..."

  • Todas estas reformas político-administrativas e reafirmação da soberania em Macau, viriam a custar a vida ao corajoso, heróico e mui patriótico Governador, em que um dia no Brasil, em batalha naval contra os independentistas, foi atingido no braço esquerdo por uma bala de canhão disparada de terra, o que levou a ser in loco amputado do braço. O jovem fuzileiro naval da Coroa Portuguesa, com um charuto ao canto da boca, dispensando a mordaça, fez sinal ao cirurgião para dar início à amputação, em pouco tempo, já com o braço decepado na mão, o então jovem oficial e fuzileiro naval João Maria Ferreira do Amaral, atira-o ao ar e borda fora, gritando bem alto “Viva Portugal”.
  • A 22 de Agosto de 1849, o Governador de Macau é assassinado por meia dúzia de chineses oriundos da região chinesa de Zhongshan, a soldo dos mandarins descontentes e também, alegadamente do Vice-Rei de Cantão, é primeiro cercado numa emboscada na zona norte da península, Ferreira do Amaral, montado a cavalo tenta ainda resistir, mas acaba por sucumbir aos ataques, em que foi decapitado e amputado do único braço que lhe restava, o direito.

( Fontes - Alameda Digital)

  • A 24 de Junho de 1940, foi inaugurada, no aterro da Praia Grande, a estátuta equestre de Ferreira do Amaral, da autoria do escultor Maximiliano Alves.
  • No ano de 1992, sete anos antes da passagem de Macau para a República Popular da China, foi retirada e encontra-se nos dias de hoje, à entrada do Bairro da Encarnação perto do aeroporto de Lisboa!

OPERAÇÃO À CONTRATURA DE DUPUYTREN

Em virtude do signatário ter contraido uma contratura DUPUYTREN, na sua mão direita, teve que se submeter a intervenção cirurgica, a qual se realizou no Hospital Central Conde de S. Januário em Macau.

HOSPITAL CONDE DE S. JANUÁRIO - MACAU


Tinha o articulista regressado da Tailândia no dia 28 de Abril, marcada tinha para dia 14 de Maio uma consulta com o cardiologista, onde efectou um ECG e efectou análises ao sangue.
No dia 21 de Maio teve uma consulta da Anestesista, ficando combinado que seria anestesiado somente localmente e não totalmente.
Nesse mesmo dia o articulista teve uma consulta com o Dr. Pang Fong Kuong, especialista em cirurgia plástica, tendo o mesmo marcado a data de 26 de Maio, para o articulista baixar ao hospital.




No dia 26 de Maio, o articulista baixou ao hospital de Conde de S. Januário, tendo ficado hospitalizado no terceiro andar, seccção de cirurgia plástica, tendo no dia seguinte sido levado para a sala de operações, onde o médico anestesista informou que teria de ser anestesiado totalmente, e como tal assinar de novo os termos de responsabilidade.
De seguida foi operado pelo Dr. Pang Fong Kuong o qual informou, depois, o signatário que a operação tinha levado 3 horas e tinha decorrido na perfeição.






O articulista na cama do hospital, volvidos uns dias após ter sido operado.





No dia 30 de Maio solicitou ao seu operador que o deixasse sair nesse fim de semana, afim de poder assistir ao casamento de uma sua sobrinha, a qual levou ao altar. Tendo regressando ao hospital no dia 1 de Junho.
Tendo tido alta no dia 2 de Junho, indo depois à consulta médicam nos dias 4, 11 e 15 de Junho.









No dia 10 de Junho o signatário foi até ao jardim Luis de Camões onde prestou homenagem ao ilustre Poeta.








A mão do signatário, após lhe ter terem sido retirados alguns pontos, e sendo mudado o penso.









No dia 15 de Junho, de novo o signatário foi sunmetido à consulta médica, tendo o Dr. Pang Fong Kuong retirado os restantes pontos da mão direita.
Por conselho médico, o signatário passará a fazer fisioterapia, no Hospital Conde de S. Januário sessões essas que começam a ser realizadas dia 24 do corrente mês de Junho.
Presentemente a mão do articulista ainda se encontra envolta em adesivos, que poderão ser retirados na prómixa quinta feira, podendo a partir dessa data a poder lavar a mão e ir exercitando-a, afim de a mesma começar a ganhar elastecidade e a circulação sanguínia se processe com normalidade, evitando assim o inchaço que ainda tem em algumas partes dos dedos.
Esperançando está o articulista, agora é só uma questão de tempo até que a mão volte ao seu estado normal, porém com as curvas e contracurvas bem visiveis nos dedos, mas até essas curvas deixarão de notar!...
Com a ajuda de Deus todos estes problemas serão superados, tenho Fé...









VULTOS MARCANTES EM MACAU - BOCAGE




  • Filho do Dr. José Luís Santos Barbosa e de Maria Joaquina Xavier Lestof du Bocage, o poeta Manuel Maria Barbosa do Bocage nasceu em Setúbal em 15 de Setembro de 1765. Em Abril de 1786, embarcou para a Índia como guarda-marinha.




  • Chegou a Damão a 7 de Abril de 1789, indo como tenente para o regimento de infantaria do Terço; no dia seguinte desertou, indo para Surrate. Daqui partiu para Macau, mas um tufão forçou o navio a arribar a Cantão, donde veio para Macau.


  • O governador Francisco Xavier de Mendonça Corte Real faleceu a 16 de Julho de 1789, sucedendo-lhe como governador interino o desembargador Lázaro da Silva Ferreira. Foi este quem repatriou Bocage para Lisboa, aonde chegou em Agosto de 1790, vindo a falecer em Lisboa a 21 de Dezembro de 1805.




  • É provável que tivesse partido de Surrate num naviio inglês, que um tufão arrastou para Cantão, como ele diz:


Por bábaros sertões gemi vagante

Até que os mares da longínqua China.

Fui por bravos tufões arrebatado.


Na elegia à morte do Príncipe D. José, lamenta-se:


E mais mísero eu, que habito no remoto Cantão...

Misérrimo de mim que em terra alheia...




Que fazia ele nesta "terra alheia" ?




... a vasta, a fértil China

Fofa de imaginátia antiguidade,

Pelo seu pingue sei

Te viu com lasso pá vagar mendigo.






  • É provável que tivesse acolhido a uma das feitorias estrangeiras dessa cidade, possívelmente à inglesa. Dali veio para Macau, onde foi acolhido pelo comerciante Joaquim Pereira de Almeida, a quem dedicou uma elegia em que diz: "Ó tu, meu benfeitor, meu caro amigo". Além desta, escreveu aqui três odes: - "A Esperança, oferecida em Macau a D. Maria de Saldanha Noronha e Meneses; outra a D. Maria de GUadalupe Topete Ulhoa Garfim; e a Lázaro da Silva Ferreira, desembargador da Casa da Suplicação e Governador interino de Macau. Presumimos que Bocage estivesse em Macau desde Setembro ou Outubro de 1789 a Março de 1790, em que partiu para Lisboa. A razão é a seguinte. Ele compôs em Cantão uma elegia à morte do príncipe D. José. Ora este faleceu a 11 de Setembro de 1788, mas a notícia só chegou a Macau a 15 de Setembro de 1789 e a Cantão pela mesma altura. Bocage, chocado com a notícia, lamenta-se:


Triste povo! E mais mísero eu, que habito

No remoto Cantão, donde, Ulisseia,

Não pode a ti voar meu débil grito!




  • Deve ter oartido pouco depois para Macau. ora como ele chegou a Lisboa em Agosto de 1790 e as viagens demoravam 5 meses, deve ter partido daqui em Março desse ano, graças ao seu benfeitor Lázaro da Silva Ferreira.


Macau honrou a sua memória dando o seu nome à Rua do Bocage.




(Artigo extraído do livro VULTOS MARCANTES EM MACAU do Padre Manuel Teixeira)

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  • A Goa que Bocage encontra é muito diferente daquela que Afonso de Albuquerque conquistou e que se tornou o mais importante centro comercial do Oriente. Seus governantes se vangloriam do seu luxo e riqueza, mas tudo isso é apenas aparente porque Goa está em franca decadência, o império está falido e a corrupção toma conta dos seus habitantes. Tudo isso deixa o poeta indignado como se pode ver no fragmento do soneto abaixo.


"Das terras a pior tu és, ó Goa,

Tu pareces mais ermo, que cidade;

Mas alojas em ti maior vaidade

que Londres, que Paris, ou que Lisboa"




  • Bocage, nos 28 meses que ficou em Goa, entrega-se a novos amores e pratica uma intensa vida boêmia. Vida essa que o deixa acamado por algum tempo. Depois de recuperado, toma parte, em prol da causa portuguesa, na "Conspiração dos Pintos", manifestação dos goeses com a intenção de expulsar os europeus do seu solo.Devido a participação nessa luta, Bocage é promovido a tenente de Infantaria e, a 14 de março de 1789, é transferido para Damão.




  • No entanto, o poeta permanece pouco tempo nesse lugar, porque ele deserta da Marinha Real, logo em seguida, e segue para Macau. Vale lembrar que nessa época a deserção não era considerada uma falta tão grave, como nos dias de hoje.Durante a viagem seu barco é atingido por um ciclone e ele acaba aportando em Cantão. Ali, apesar da vida ter-lhe sido muito dura, Bocage obtem meios para chegar a Macau, onde generosamente é acolhido por um comerciante local que o apresenta ao Governador e esse o auxilía no regresso a Portugal.


Retrato próprio


Magro, de olhos azuis, carão moreno,


Bem servido de pés, meão na altura,


Triste da facha, o mesmo de figura,


Nariz alto no meio, e não pequeno.



Incapaz de assistir num só terreno,


Mais propenso ao furor do que à ternura;


Bebendo em níveas mãos por taça escura


De zelos infernais letal veneno:



Devoto incensador de mil deidades


(Digo, de moças mil) num só momento,


E somente no altar amando os frades:



Eis Bocage, em quem luz algum talento;


Saíram dele mesmo estas verdades


Num dia em que se achou mais pachorrento.


Bocage


segunda-feira, junho 15

VULTOS MARCANTES DE MACAU - CAMILO PESSANHA

Camilo Almeida Pessanha




Nasceu em Coimbra a 7 de Setembro de 1867 tendo falecido em Macau a de 1 de Março de 1926.




Foi um poeta português, expoente máximo do Simbolismo.



Vida



Tirou o curso de Direito em Coimbra. Em 1894, transferiu-se para Macau, onde, durante três anos, foi professor de Filosofia Elementar no Liceu de Macau, deixando de leccionar por ter sido nomeado em 1900 conservador do registro predial em Macau e depois juiz de comarca. Entre 1894 e 1915 voltou a Portugal algumas vezes, para tratamento de saúde, tendo, numa delas sido apresentado a Fernando Pessoa que era, como Mário de Sá-Carneiro, grande apreciador da sua poesia.



Publicou poemas em várias revistas e jornais, mas seu único livro Clepsidra (1920), foi publicado sem a sua participação (pois se encontrava em Macau) por Ana de Castro Osório, a partir de autógrafos e recortes de jornais.




Graças a essa iniciativa, os versos de Pessanha se salvaram do esquecimento. Posteriormente, o filho de Ana de Castro Osório, João de Castro Osório, ampliou a Clepsidra original, acrescentando-lhe poemas que foram encontrados. Essas edições saíram em 1945, 1954 e 1969. Apesar da pequena dimensão da sua obra, é considerado um dos poetas mais importantes da língua portuguesa.



Camilo Pessanha morreu no 1 de Março de 1926 em Macau.



AO LONGE OS BARCOS DE FLORES





Só, incessante, um som de flauta chora,


Viúva, grácil, na escuridão tranquila,


-Perdida voz que entre as mais se exila,


-Festões de som dissimulando a hora.





Na orgia ao longe, que em clarões cintila


E os lábios, branca, do carmim, desflora...


Só, incessante, um som de flauta chora,


Viúva, grácil, na escuridão tranquila.





E a orquestra? E os beijos? Tuda a noite, fora,


Cauta, detém. Só modulada trila


A flauta flébil... Quem há-de remi-ma?


Quem sabe a dor que sem razão deplora?





Só, incessante, um som de flauta chora...




Filho de Francisco António d'Almeida Pessanha e de D. Maria do Espírito Santo, nasceu em Casal de Leão, freguesia da Sé de Coimbra, em 8 de Setembro de 1867, em cuja Universidade se formou em direito. Partiu logo a seguir para Macau, aonde chegou em 10 de Abril de 1894 e aqui faleceu em 1926.




Foi professor do liceu e do Instituto Comercial anexo.




Sendo nomeado Conservador da Comarca de Macau, por decreto de 16 de Fevreiro de 1899, e tendo tomado posse desse cargo em 23 de Junho de 1900, abandonou o professorado; foi também nomeado várias vezes juíz substituto.




Dedicou-se ao estudo da civilização e da história da China e da língua sínica. Coleccionou obras de arte, fazendo várias vezes doações ao Governo português do que melhor tinha na sua colecção de arte chinesa. No Museu das Janelas Verdes, em Lisboa, e no de Machado de Castro, em Coimbra, figuram várias pinturas chinesas doadas por Camilo Pessanha.






Apreciando-o como advogado, disse Dr. Luís Nolasco: - "Na advogacia, Pessanha foi um modelo de saber profissional, dedicação, honradez e lealdade para com os adversários".




Foram vastos os seus conhecimentos gerais, mas na cultura jurídica era um especialista, mormente em direito penal e processo criminal. Apaixonava-se pelas causas que defendia, e na defesa não distinguia entre ricos e pobres, da mesma maneira e com o mesmo afã dedicando-se às causas de uns ou de outros. Era já certo: questão defendida por Pessanha era uma questão ganha; tal a força de sua argumentação e perspicácia do seu engenho.






CAMILO PESSANHA SINÓLOGO




A admiração de Camilo Pessanha pela civilização chinesa remonta à sua juventude, muito antes de embarcar para Macau, ma linha, aliás, de outros conceituados escritores portugueses como Camões, Fernão Mendes Pinto, Eça de Qeiroz e António Feijó, ou estrangeiros como Victor hugo e o simbolista Baudelaire.




Com efeito, o seu primeiro poema, "Lúbrica", concebido aos 18 anos, é bem elucidativo deste facto:


"Como os ébrios chineses, delirantes,

Respiram a dormir o fumo quieto,

Que os seu longo cachimbo predilecto

No ambiente espalhava pouco antes".


Não admira, portanto, a sua opção por Macau, aparentemente na sequência do desgosto profundo que sofreu, quando Ana de Castro Osório não respondeu, favoravelmente, à sua declaração de amor.


Quando chegou ao Oriente, dedicou-se, de imediato, à aprendizagem da língua chinesa, confessando, em carta ao pai, já se sentir animado para escrever sobre a China".


Durante toda a sua estadia em Macau, contínuo a aprofundar o seu conhecimento do idioma sínico, como relata em carta inédita, dirigida a Carlos Amaro:


"Desde que deixei a Vara de Juíz, é decorar letras chinas. Bem desejaria publicar um dia meia dúzia de pequenas traduções; mas a empresa, a ser coisa como eu a tenho esboçado, é cheia de dificuldades".


Só em 1910, o seu génio como tradutor se deve ter revelado pela primeira vez, pois o domínio da língua chinesa escrita é extremamente difícil de adquirir e pressupõe uma longa, metódica e paciente capitalização. Data daquele ano a primeira tradução que efectuou, na sequência do rapto de 18 crianças perpetrado por Piratas na ilha de Coloane. Trata-se das três cartas por estes redigidas, exigindo um peado resgate. Em 1914, nas páginas do jornal macaense O Progresso, foram sucessivamente publicadas as "Oitos Elegias Chinesas", dedicadas aos seus amigos de longa data, Carlos Amaro, Wenceslau de Morais, António Pinto de Miranda Guedes e Albino Forjaz de Sampaio, respectivamente. De notar, a maneira bem pelicular como o poeta fruiu esta tarefa:


"(...) entrego hoje ao semanário umas poucas dúzias de pequenas composições chinesas com cuja decifração tenho entretido os ócios dos últimos seis anos de residência em Macau - os primeiros da velhice - tirando desse esforço (...) horas de um tão suave prazer espiritual que dele o não esperava tamanho."


Trata-se de elegias chinesas que remontam à disnatia Ming (1368-1644) e que foram reunidas pelo ministro Iong Fong Kong, homem forte do rei Chia Ching (1796-1821). O poeta compararas pela irrisória quantia de 2 patacas num prestamista em Macau.












O estudo que Camilo Pessanha elaborou para prefaciar o livro do médico Morais palha sobre a China, ao contrário do que pensam alguns críticos, não colide com a franca adesão e a empatia que sentia pela civilização chinesa. É verdade que o poeta foi contundente nesse seu escrito. É, porém, de ter consideração que visitara, pouco antes, Cantão e que a sua sensibilidade dorida, a sua formação humanista, a sua solidariedade social, o levaram a lavras, em páginas de grande apuro formal, um veemente libelo contra a tortura institucionalizada, o funcionamento dos tribunais à revelia dos Direitos Humanos mais inalenáveis, as execuções massivas e sumárias, a doença e a fome generalizadas.


Pese, embora, a sua emotividade, que talvez o tenha atraiçoado e conduzindo à generalização pouco avisada e precipitada, o depoimento de Camilo Pessanha é exclusivamente uma acusação contra o regime feudal - a república implantara-se apenas sete meses antes -, e não contra uma civilização que sempre considerou de "uma elevada moral"e com "instituições socias admiráveis".












Mas Camilo Pessanha foi, sobretudo, um poeta. Além da "Clepsydra" editada por Ana de Castro Osório em 1920, pessanha publicou também no jornal O Macaense (1919-1920) a tradução, em versos portugueses, de várias elegias chinesas, seguidas de euroditas notas explicarivas das passagens mais obscuras.



( Artigo extraído do livro Vultos Marcantes em Macau - do Padre Manuel Teixeira)








































MACAU - PRAIA GRANDE À NOITE


FOTO TIRADA DA VARANDA DA CASA DO ARTICULISTA



























O NOVO E O VELHO HOTEL LISBOA







O PRIMEIRO EDIFÍCIO QUE SE PODE VER NA FOTA, LADO ESQUERDO, É O PRÉDIO ONDE O ARTICULISTA RESIDE.









VISTA DO LAGO NAM VAN, TENDO POR FUNDO O BANCO DA CHINA, O HOTEL LISBOA VELHO E O NOVO, CASINO HOTEL WINN, HOTEL CASINO GALAXY E ALGUNS PRÉDIOS.







domingo, junho 14

VULTOS MARCANTES EM MACAU - JORGE ALVARES

Jorge Álvares
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Jorge Álvares (Freixo de Espada à Cinta, ? - m. 8 de Julho de 1521) foi um explorador português.


Biografia


Foi um dos portugueses que, de Malaca, se dirigiram à China, sendo o primeiro a chegar ao Sul da China, em 1513. A esta visita seguiu-se o estabelecimento de algumas feitorias portuguesas na província de Cantão, onde mais tarde se viria a estabelecer o entreposto de Macau. De acordo com os registos disponíveis, foi o primeiro europeu a alcançar e visitar o território que actualmente é Hong Kong.


Possuía um Junco com o qual se dedicava ao comércio entre Malaca e Cantão, juntamente com Simão de Andrade e Rafael Perestrello, pioneiros desse comércio, considerado ilegal pelos Chineses.


Participou de uma guerra contra o sultão de Bintão, capitaneando uma galé na Armada Portuguesa. Com a abordagem de Tamang (Cantão), apesar da oposição do "Itau" (mandarim local), conseguiu estabelecer-se em uma praia na ilha de Sanchoão, onde ergueu uma cabana que servia de refúgio aos comerciantes clandestinos e onde, para se achar como em terra portuguesa, fizera assentar um padrão.


Passou assim a ser considerado como feitor português de Tamang, continuando, no seu Junco, a navegar pelas Molucas. Nestas águas veio a ser atacado pelos indígenas de Ternate, vindo a ser gravemente ferido. Veio falecer na sua cabana, pedindo que fosse enterrado junto ao padrão que fizera erigir.


Há informações acerca de outro Jorge Álvares (um filho, um homónimo?), um rico mercador português que, em 1544, foi ao Japão com Fernão Mendes Pinto e que escreveu "Informação do Japão", a pedido de São Francisco Xavier. Auxiliou ainda este religioso tendo conduzido, da China, o seu converso japonês de nome Anger. Em 1552 o religioso aportou à ilha de Sanchoão gravemente enfermo, tendo sido acolhido por Jorge Álvares na sua cabana. Os cuidados que lhe proporcionou, entretanto, foram em vão, vindo o futuro santo a falecer.



Estátua de Jorge Alvares em Macau, ano de 1954





Estátua de Jorge Alvares em Macau anos 70s'
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Reza a história que foi Sarmento Rodrigues, Ministro do Ultramar que em 1952 - ano em que visitou Macau - mandou erguer uma estátua a Jorge Álvares, o primeiro navegador português a chegar a portos chineses cerca de 1513. Coincidência ou não... eram ambos de Freixo de Espada à Cinta.


A estátua foi colocada frente ao recentemente construído (na altura) edifício das Repartições, na então zona de aterro da baía da Praia Grande... a 16 de Setembro de 1954. Ainda hoje lá está...

Hoje o local está diferente depois da construção dos Lagos Nam Van, dando a este lugar um outro aspecto mais condigno, com um belo jardim que se situa na zona da Praia Grande, havendo uma Praça que tem o nome de Jorge Alvares.


HÁ 20 ANOS


SERVIÇOS DE MARINHA TÊM NOVO REBOCADOR


O rebocador Jorge Alvares vai se a mais nova unidade dos Serviços de Marinha de Macau quando no próximo dia 20 (de Janeiro de 1989), for lançado à água na Doca D. Carlos I. Construído nas Oficinas Navais a partir de projecto do director das oficinas, capitão de fragata Eng. Matias Cortes, o Jorge Alvares foi encomendado pelos Serviços de Marinha para substituir o velho Guia que há 37 anos presta serviço em Macau e que agora faz parte das embarcações que podem ser visitadas pelo público, junto ao Museu Marítimo.


O novo rebocador tem 25 metros de comprimento, 6.55 de boca, 2.60 de pontal e desloca 190 toneladas com uma potencia de 800 BHP. Além do equipamento necessário ao trabalho de rebocador, o Jorge Alvares dispõe também de dois canhões de combate a incêndios em embarcações. A madrinha do novo barco vai ser a jovem Tai Hoi Heng e a cerimónia de lançamento à água contará com a presença do Governador Carlos Melancia.

(Extraído do Jornal Tribuna de Macau - 18-1-2008)



Macau : a quem aproveita esta polémicain HOMEM Magazine, Nº 135, Junho 2000

Conseguirá Macau manter o estatuto conquistado de elevada autonomia perante a China? Esta é a questão fulcral que, em última análise, parece esconder-se por detrás da polémicas que nos últimos meses envolveram a Fundação Jorge Álvares e o novo Governo de Macau. Se a isto acrescentarmos as “ondas de fumo” que varreram a imprensa portuguesa, pode surgir a interrogação : a quem aproveita realmente todo este estado de coisas? A Portugal de certeza que não.


É caso para perguntar: a quem interessa a polémica sobre a Fundação Jorge Álvares? Consultada a imprensa portuguesa sobre a questão que puxou para manchete o ex-governador de Macau, General Vasco Rocha Vieira, e o caso da Fundação Jorge Álvares, algumas questões continuam por esclarecer.


Segundo "Homem Magazine" soube, junto de fontes bem informadas, a "essência da questão é de natureza política" e prende-se com a manutenção ou não da singularidade de Macau enquanto território com identidade própria dentro da China, no âmbito da política "um país, dois sistemas".


Alguns factos
Fazendo um breve historial da questão, recorde-se que a publicação do "testemunho" do General Rocha Vieira nas páginas do semanário "Expresso" (27 Maio 2000), sob o título "A Minha Verdade Sobre Macau", e que "Homem Magazine" reproduz nestas páginas, corresponde a um ponto final do último governador de Macau sobre a questão.
No referido documento, Rocha Vieira esclarece alguns pontos do processo que tem origem na constituição da Fundação Jorge Álvares.


Essas razões são explicadas em "A Minha Verdade Sobre Macau", sob a alegação de que "considera que perdeu sentido para mim a existência da Fundação Jorge Álvares". Porqu8? A essa pergunta Rocha Vieira também responde: "porque foi quebrado um compromisso expresso, que perante mim tinha sido assumido pelo dr. Edmund Ho e no qual se baseava a garantia de uma cooperação continuada, séria e responsável".


A Fundação Jorge Álvares, constituída legalmente durante a Administração portuguesa em Macau com fundos de duas origens, a Sociedade de Turismo e Diversões de Macau e a Fundação para a Cooperação e Desenvolvimento de Macau, corresponde a um projecto que tem por detrás toda uma filosofia: o prolongamento da cooperação entre Portugal e Macau.


Seria através de um canal como este que a Cultura portuguesa poderia manter uma chama viva no território, ajudando Macau a preservar a sua singularidade, razão fundamental do estatuto de autonomia de que aufere, pelo menos durante 50 anos, de acordo com a Declaração Conjunta assinada por Portugal e a China.


Mas Portugal é pequeno perante o gigantismo da China, onde uma forte e poderosa corrente política não vê com bons olhos o estatuto algo autónomo do território de Macau, com as suas características únicas a que a influência lusa não é alheia.


Acresce que se as atitudes de Edmund Ho, que hoje opõem o actual Chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Macau ao General Rocha Vieira, encontram algum eco em Lisboa, talvez se possa encontrar a origem em sectores que porventura estão sobretudo interessados em desgastar a imagem do ex-governador.


0 "filme" da ruptura
Observador privilegiado, "Homem Magazine" publica nestas páginas as fotos exclusivas de vários momentos cruciais do encontro ocorrido em Maio em Lisboa entre Edmund Ho e Vasco Rocha Vieira, e que levaram à tomada de posição deste último.


A vinda de Edmund Ho a Lisboa incluiu-se rum breve périplo europeu e constituiu a primeira deslocação do Chefe do Executivo depois da transferência dos poderes de Macau de Portugal para a República Popular da China.


Nesta visita em que foi recebido ao mais alto nível, Edmund Ho fez-se acompanhar de um grupo restrito de individualidades, em que se contavam nomeadamente Susana Chou, Presidente da Assembleia Legislativa da PAEM, Francis Tam Pak Yuen, Secretário para a Economia e Finanças, Victor Chan Chi Ping, Director do Gabinete de Comunicação Social da RAEM, Louis Sou, "Personal Assistant" do Chefe do Executivo da RAEM, e S.W. Fung Daniel, assessor do Chefe do Executivo da RAEM.


Através das fotos publicadas por "Homem Magazine" é possível acompanhar, como se de um filme se tratasse, fotograma a fotograma, episódios de um encontro em que Rocha Vieira reiterou o pedido de um diálogo em privado com Edmund Ho, tendo conseguido levar por diante a sua vontade. As fotos documentam o acontecido pela seguinte ordem: primeiro, o cumprimento formal entre os dois políticos, seguindo-se o momento em que Rocha Vieira reitera o pedido, aceite por Edmund Ho. Finalmente ambos têm o encontro, sem prejuízo da reunião havida na mesma ocasião com todos os outros ex-governadores (General Garcia Leandro, Prof. Pinto Machado, General Melo Egídio, Ergº Carlos Melancia, Gen. Lopes dos Santos e Almirante Almeida e Costa), a qual Edmund Ho teria pensado poder evitar.


Susana Chou, presidente da Assembleia Legislativa de Macau, juntou-se mais tarde a este grupo de personalidades. Na sequência do encontro com Edmund Ho, Vasco Rocha Vieira decide abandonar a presidência da Fundação Jorge Álvares, constituída nos últimos dias da permanência de Portugal em Macau, com sede em Lisboa e com "objectives de cooperação continuada entre Portugal e Macau", tal como atrás foi dito.


Decisão polémica
A decisão de Edmund Ho de mandar instaurar um inquérito às condições de constituição da Fundação Jorge Álvares, embora compreensível politicamente, carece, segundo alguns analistas, de legalidade, na medida em que Macau não pode avaliar actos executados durante a Administração Portuguesa.


Acresce que, segundo "Homem Magazine" apurou, não só as conclusões não foram publicadas, alegadamente por falta de fundamento para pôr em causa a existência da Fundação, como o processo parece ter servido apenas para lançar dúvidas sobre a transparência do comportamento dos portugueses em Macau, contentando assim uma facção dura na China que quer ver os laços com Portugal definitivamente cortados.


Culpas portuguesas
Perante o manancial de informação veiculada pela imprensa portuguesa, em boa parte reproduzindo acriticamente o que foi tendenciosamente publicado nos jornais chineses, é legítimo perguntar se não temos assistido a uma convergência objectiva e maquiavélica entre as forças mais radicais e antiportuguesas da China e do Território, que querem condicionar Edmund Ho, e alguns sectores portugueses que, por razões diversas, mantêm contenciosos com Vasco Rocha Vieira. Assim, resta saber se o actual Chefe do Executivo da RAEM conseguirá levar por diante o projecto de identidade de Macau.


Será, pois, caso para perguntar: afinal, quem está interessado em alimentar esta polémica artificial?
Fontes por nós contactadas e bem conhecedoras dos assuntos de Macau, indicaram-nos "tentáculos em Portugal que veriam com apreensão a sombra que uma Fundação como a Jorge Álvares poderia eventualmente fazer a outros interesses constituídos".


"As poeiras lançadas aos olhos dos portugueses têm", segundo as mesmas fontes, “misturado razões de Estado (ilegitimidade de estrangeiros poderem analisar actividades e decisões de representantes do Estado português em pleno exercício de funções) com questões menores do presente e do passado."


Perante isto, a pergunta não pode ser outra: afinal, a quem, cá e lá, serviu ou serve toda esta polémica?


Fundação Jorge Álvares
General Lopes dos Santos é o novo Presidente


Informação de última hora diz respeito à designação do General Lopes dos Santos para a Presidência da Fundação Jorge Álvares.


A decisão foi tomada, por unanimidade, pelo Conselho de Curadores da Fundação, de que fazem parte, estatutariamente, entre outras personalidades, todos os ex-governadores de Macau, em consequência da indisponibilidade manifestada por Rocha Vieira para continuar à frente da Fundação Jorge Álvares.


António Adriano Lopes dos Santos, de 83 anos, foi governador de Macau entre 1962 e 1966, tendo sido igualmente governador português de Cabo Verde

(Artigos extraídos do Home Magazine)


Fundação Jorge Álvares alvo de polémica em MacauJN, 18/1/00
Chefe do Governo local investiga transferência de dinheiros para instituição portuguesa O chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Macau, Edmund Ho, anunciou ter pedido um relatório à Fundação para a Cooperação e Desenvolvimento de Macau (FCDM) sobre a entrega de 1,2 milhões de contos à Fundação Jorge Álvares (FJA) presidida por Roc ha Vieira, último governador de Macau.

Aquela fundação, criada dias antes da transição da soberania macaense para a China e com sede em Lisboa, pretende promover o intercâmbio cultural e científico entre Portugal e Macau. A posição de Edmund Ho surgiu horas depois da presidente da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau, Susana Chou, ter renunciado à sua participação na FJA. Susana Chou, que foi nomeada curadora da Fundação Jorge Álvares, disse ao jornal local "Va Kio" que tinha abandonado a nova fundação por discordar do método como foi obtido o fundo de 100 milhões de patacas (cerca de 2,4 milhões de contos) para o seu funcionamento.

A Fundação Jorge Álvares (nome do primeiro navegador português que chegou à China, no século XVI) resulta de contribuições, em partes iguais, da FCDM e da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM), esta última pertencente a Stanley Ho. Susana Chou referi a-se claramente à FCDM, que substituiu a Fundação Oriente na recepção de uma percentagem sobre os lucros do jogo de Macau.

Os deputados Ng Kuok Cheong e Leong Heng Teng manifestaram-se igualmente contra a criação da Fundação Jorge Álvares e pediram esclarecimentos ao Governo sobre o assunto. A organização política Associação Novo Macau Democrático entregou ontem à FCDM uma carta em que também exige explicações sobre o financiamento à fundação Jorge Álvares. Apoio de Edmund HoSegundo a Lusa, fontes ligadas à Fundação Jorge Álvares disseram que "a constituição da fundação contou com o apoio das autoridades da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), nomeadamente do Chefe do Executivo, que sempre disse que a FCDM poderia apoiar a nova fundação"."Além de ter concordado com a contribuição financeira da FCDM, Edmund Ho cedeu ainda o 4º. andar da Missão de Macau, em Lisboa, pertencente ao Governo da RAEM, para instalação da sede da Fundação Jorge Álvares", referiram as fontes ouvidas pela Lusa.

Ainda segundo a Lusa, fontes do gabinete de Edmund Ho disseram que o Chefe do Executivo "não concorda com o modo como foram obtidos os fundos para a criação da Fundação", mas reconhece ter sido uma medida tomada durante a administração portuguesa, "o que impede qualquer intervenção".O convite a Rocha Vieira para presidir à nova fundação foi feito pelo Conselho de Curadores da instituicao numa reunião realizada em Dezembro, em Macau, durante a transferência da administração do território para a China.O Conselho de Curadores da Fundação Jorge Álvares é constituído pelos antigos governadores de Macau Rocha Vieira, Carlos Melancia, Pinto Machado, Almeida e Costa, Melo Egídio, Garcia Leandro e Lopes dos Santos.====================================================

JORGE ALVARES

Quando Vasco da Gama chegou à India em 1498, já há muitos que os chineses haviam deixado de estender as suas viagens para além de Samatra. Mas em Calicut os portugueses ouviram falar dum povo de raça branca, que outrora negociava com a Índia. Isto chegou aos ouvidos do rei D. Manuel, o qual nas instruções que deu a Diogo Lopes de Sequeira lhe recomendou que se informasse acerca dos "chins", donde vinham e de quão longe, onde comerciavam, se eram cristãos ou o que é que adoravam.

Quando Sequeira chegou a Malaca em 11 de Setemvbro de 1509, achou lá três ou quatro juncos chineses, com os quais parece que os portugueses tiveram contactos amigáveis. Mas nada puderam fazer, devido à hostilidade dos malaios.

A 1 de Julho de 1551, aportou ali Albuquerque e encontrou cinco juncos chineses, cujos capotães se ofereceram para o ajudar no ataque a Malaca. Ele agradeceu, mas recusou, recomendando-lhes que vissem como os portugueses combatiam. No entanto, auxiliaram-no, levando os seus enviados ao Sião (actual Tail6andia) e trazendo-os a Malaca. Ao regressarem à China, forneceram impressões favoráveis acerca do caráter e valentia dos portugueses. E quando o ex-rei de Malaca, vencido por Albuquerque, enviou seu tio a Pequim a pedir auxílio contra os portugueses, o Imperador não lho deu.

Foi só em 1514 que o Capitão ou Governador de Malaca, Jorge de Albuquerque, sobrinho do Conquistador, mandou à China um junco, de que era feitor Jorge Álvares. Este junco fora comprado em 1513 no Pegu (actual Myanmar) por 3788 viças e 85 ticas e meia ( cada viça valia 108 réis, 2 arráteis, 15 onças e 1 oitavo).

Jorge Albuquerque, escrevendo a el-Rei D. manuel em janeiro de 1515, dá-lhe conta dessa viagem, dizendo que promovera Jorge Álvares a escrivão, "por ser homem suficientes para isso e vos ter servido em outras coisas, como na ida à China, em que foi feitor de um junco de Vossa Alteza; foi mui bem recebido, os Chins folgam com nossa companhia".

Onde é que ele aportou?

Parece ter sido à ilha de Tamão, situada em Chu-Kiang (Rio de Cantão ou da Pérola, que os ingleses chamam Pearls River), no distrito do Rio de Este. Castanheda diz que essa ilha ficava a 3 léguas da costa da China; Damião de Góis, a 3 léguas de Nantó, e Gaspar Correa, a 18 a 20 léguas de Cantão. Em vista disto, o historiador macaense José Maria Braga identificou Tamão como a ilha de Lin-tin.

Jorge Álvares ficou fascinado pelo Oriente e nunca mais regressou a Portugal. Em Tamão levantou o primeiro Padrão Português na China; junto a esse Padrão sepultou em 1514 o seu filho. A 8 de Julho de 1521, o seu próprio corpo foi ali reunir-se às cinzas desse jovem, falecido seis anos antes do pai.

Morreu nos braços do seu amigo Duarte Coelho, famoso capitão dos mares do oriente, que com infinita mágoa deu o corpo à sepultura.

O nosso grande cronista João de Barros diz que aquela terra de idolatria pode comer o seu corpo, mas visto que "por honra de sua Pátria em os fins da terra pôs aquele padrão de seus descobrimentos, não comerá a memória de sua sepultura, enquanto esta nossa escritura durar".
(Artigo extraído do livro Vultos Marcantes em Macau - do historiador Padre Manuel Teixeira)


                                     Estátua de Jorge Alvares em Macau

É de referir que mo ano de 1966, aquando da guerra do Chaumi, os manisfestantes partiram o braço direito da estátuta, e só volvidos alguns anos a mesma foi composta.