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Sintomas
A doença pode causar dor, endurecimento, lesões (tecido cicatricial) ou curvatura anormal do pênis quando ereto. Além disso, pode causar estreitamento ou diminuição do comprimento do pênis. A dor sentida durante os estágios iniciais da doença freqüentemente alivia em doze a dezoito meses.
Nos estágios tardios da doença, freqüentemente acompanhando esses sintomas, pode haver disfunção erétil. A doença também pode tornar a relação sexual dolorosa e/ou difícil, embora muitos homens relatam que possuem relações sexuais satisfatórias, apesar da doença.
Patogenia
A doença de Peyronie não é contagiosa, e não possui nenhuma relação com qualquer tipo de câncer. A doença afeta somente homens e manifesta-se somente no pênis, embora diversos homens com a doença exibem simultaneamente doenças do tecido conjuntivo nas mãos, e em menor número, nos pés.
Cerca de 30 por cento dos homens com a doença desenvolvem fibrose em outros tecidos elásticos do corpo, como na mão ou pé, incluindo a Doença de Dupuytren. Há sugestões de que há um componente genético na doença. Alguns pacientes podem, também, apresentar um espessamento dos tendões da planta do pé, denominado de Contratura plantar de Ledderhose.
Epidemiologia
Embora possa afetar homens de qualquer raça e idade, a doença é mais comumente observada em homens acima dos 40 anos de idade.
Tratamento
Um urologista especializado no assunto deve ser consultado para confirmar o diagnóstico, o único tratamento existente é a cirurgia. Tratamentos com comprimidos, litotripsia e injeções locais, tem demonstrado resultados desanimadores.
Pênis torto é sinal de doença?
A
curvatura pode atingir até 90 graus e dificultar o ato sexual
POR
ESPECIALISTA - PUBLICADO EM 28/02/2008
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Urologia
ESPECIALISTA MINHA
VIDA
A doença de
Peyronie, mundialmente assim conhecida, foi descrita pela primeira vez, em
1743, por François Gigot de La Peyronie (1678 - 1747), médico do Rei Luiz XV,
da França. Peyronie era ministro da saúde e portador do mal. A doença de
Peyronie se caracteriza pelo desenvolvimento de uma placa de fibrose, em
qualquer lugar do pênis. Os pacientes se referem a ela como um caroço que
aparece na túnica albugínea que reveste o corpo cavernoso. O problema pode
estar associado à curvatura peniana ou à dor durante a ereção. Geralmente, essa
curvatura faz com que o pênis se posicione para cima, mas ele pode curvar-se
também para o lado ou para baixo.
A túnica albugínea é constituída por um tecido elástico que envolve os
corposcavernosos, estruturas parecidas com esponjas que se enchem de sangue
para produzir a ereção. Se existir algum tipo de fibrose nessa região, a túnica
albugínea não consegue se distender e como ela costuma atingir um dos
cilindros, o outro, sem esta limitação arqueia o pênis durante a fase de
ereção. Não podemos confundir esta situação clínica com o pênis torto
congênito, onde uma assimetria
destes cilindros existe desde o nascimento. Antes de falarmos mais sobre a
doença de Peyronie é preciso esclarecer que quando ereto, o pênis não tem de
formar um ângulo de 90º com o corpo. O pênis não é reto como uma régua, ele
precisa ter curvaturas leves e eixo adequado para facilitar a penetração.
Entenda o problema
Inicialmente, a doença foi descrita em homens idosos (sua incidência é de 3% a
4% nos homens acima de 50 anos), mas, hoje, se sabe que pode acometer também os
jovens. Além da doença de Peyronie, a curvatura do pênis pode surgir por outras
razões: tumores (tumor de reto e de próstata) podem provocar metástases no
pênis e doenças congênitas. Há meninos que nascem com uma anomalia, o pênis
curvo congênito, provocada pela desproporção entre o tamanho maior dos corpos
cavernosos e o tamanho menor da uretra.
As causas para o aparecimento da doença ainda não são muito conhecidas.
Sabe-se, porém, que podem estar relacionadas com um traumatismo repetitivo
ocorrido durante a relação sexual ou por um processo infeccioso inflamatório
que acomete esta túnica. Em casos de traumas mais graves, nos quais ocorre um
estalo e o pênis incha imediatamente devido ao rompimento da túnica albugínea,
popularmente chamado de fratura peniana, o paciente deve procurar um
pronto-socorro imediatamente. Em casos de trauma sem inchaço e hematoma
imediato, porém com dor durante as ereções após o trauma, o acompanhamento
urológico é importante, pois é nesta fase da inflamação que se conseguem os
melhores resultados, utilizando-se apenas de tratamento clínico.
No entanto, muitos pacientes desenvolvem o problema sem ter sofrido nenhum
trauma que o justifique. Não há registro de predisposição hereditária da
doença, apesar de alguns trabalhos levantarem essa hipótese. Na verdade, a
doença de Peyronie é classificada como uma doença auto-imune, ou seja, aquela
em que o organismo produz substâncias contra seus próprios tecidos. A única
evidência científica que temos, no momento, é que são mais vulneráveis os
portadores de doenças reumatológicas, da doença de Paget, os diabéticos e os
indivíduos que fazem uso de betabloqueadores para controlar a
hipertensão.
Tratando o mal
A doença de Peyronie não acarreta em nenhum problema para a saúde do paciente.
Ela traz consigo problemas para a sexualidade masculina. Portanto, se o
paciente conseguir manter a atividade sexual normal, não há necessidade de
tratamento. Muitas vezes, ao examinar um indivíduo que procurou atendimento por
outro motivo qualquer, o urologista percebe o nódulo endurecido no pênis. Se o
paciente disser que ela está ali há mais de vinte anos e que nunca o incomodou,
não é preciso tomar nenhuma providência.
O diagnóstico da doença é basicamente clínico. Na maioria das vezes, o nódulo é
palpável e o paciente refere-se à curvatura do pênis e à dor durante a ereção.
O exame de ultrassom ou a ressonância magnética permitem a visualização
perfeita da placa endurecida. Após o diagnóstico, a primeira etapa do
tratamento é explicar ao paciente que aquele nódulo no pênis não é nem vai
virar um tumor maligno câncer e que raramente o levará à um quadro de
impotência sexual. Aliás, se a disfunção erétil não se manifestou no início da
doença, dificilmente irá se manifestar mais tarde.
20% dos nódulos desaparecem sozinhos, sem nenhum tipo de tratamento em um ano e
meio ou dois anos. Embora não exista nenhuma droga que funcione adequadamente
no tratamento do nódulo, existem algumas evidências de que associar vitamina E
à colchicina, faz com que esse medicamento atue sobre o metabolismo das células
que produzem a fibrose. Entretanto, o paciente precisa ser avisado de que a
fibrose pode não regredir com o uso de medicamentos. E mesmo que a curvatura
continue aumentando é necessário esperar dois anos para acompanhar a evolução
do quadro clínico, antes que o urologista proponha a realização de uma cirurgia
para resolver o problema. É preciso ter certeza que este nódulo não
desaparecerá espontaneamente, antes de realizar uma intervenção cirúrgica
desnecessária.
A experiência clínica mostra que, muitas vezes, o nódulo não desaparece, mas o
paciente se adapta à situação, porque a curvatura não é muito grande e não
atrapalha a atividade sexual. Hoje, a cirurgia é realizada em menos da metade
dos casos diagnosticados. Durante este período de observação da progressão da
doença, é muito importante informar o paciente que ele não deve usar extensores
ou aparelhos a vácuo, aqueles mesmo que se propõem a aumentar o tamanho do
pênis e a curar a doença de Peyronie. Infelizmente, existem muitos aparelhos
desse tipo no mercado. Não faz sentido usá-los porque eles agravam o trauma
sobre a placa, agravando o problema.
Quando a cirurgia é necessária
Por vezes, uma tentativa de cura antes da realização da cirurgia é a aplicação
de ondas de choque extracorpóreas iguais as que são utilizadas para a
fragmentação de cálculos renais. Se o procedimento não resolver o problema,
existem, ainda, dois tipos de cirurgia para corrigir a curvatura do
pênis.
O procedimento mais simples, utilizado também nos casos de pênis curvo
congênito, tenta compensar o desvio provocado pela placa e retificar o pênis,
fazendo do outro lado uma plicatura, ou seja, uma prega no corpo cavernoso. O
inconveniente dessa técnica cirúrgica é a diminuição do tamanho do pênis. Por
isso, não é aconselhada para indivíduos com pênis um pouco menor ou muito
preocupados com as dimensões do pênis.
O outro procedimento cirúrgico consiste em fazer uma incisão, retirar a placa,
colocar um enxerto de outro tecido para cobrir o defeito e retificá-la. A veia
safena e as aponeuroses musculares são muito utilizadas como enxerto.
Esterilidade e potência sexual
A doença de Peyronie não provoca a esterilidade masculina. Em alguns casos, a
doença está associada à impotência sexual. Numa minoria de casos, uma forma
muito agressiva da doença, sem causa conhecida, faz com que a placa estrangule
de tal forma o corpo cavernoso, que é constituído por um tecido nobre, parecido
com uma esponja, que o indivíduo não consegue mais ter ereções. Para os
indivíduos com curvatura peniana muito complexa, em forma de S, por exemplo,
que impede a relação sexual, o tratamento extremo é a colocação de uma prótese
que retifica o pênis e facilita a penetração.
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