o mar do poeta

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quarta-feira, maio 20

511 ANOS APÓS VASCO DA GAMA TER CHEGADO À ÍNDIA

FAZ HOJE 511 ANOS QUE VASCO DA GAMA CHEGA À ÍNDIA.
  • NAU S. GABRIEL


    Foi em Évora que o Rei D. Manuel I entregou a Vasco da Gama as instruções e o comando das naus que partiram à descoberta do caminho marítimo para a Índia. As maiores figuras renascentistas portuguesas por aqui passaram ou viveram, marcando para sempre a personalidade da cidade.




  • Varios grandes eventos religiosos estão associados à Sé de Évora. Diz-se que aqui foram benzidas as bandeiras da frota de Vasco da Gama em 1497. No cruzeiro está a capela tumular de João Mendes de Vasconcelos, emissário de D. Manuel à corte de Carlos V de Castela, na tentativa falhada de trazer de volta a Portugal Fernão de Magalhães, que então preparava em Sevilha a primeira viagem de circumnavegação do globo.








    Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

    Vasco da Gama

    Vice-rei da Índia
    Mandato: 1524

    Precedido por: Duarte de Menezes




    Sucedido por: Henrique de Menezes




    Nascimento: 1469 Sines




    Falecimento: 1524 - Conchim


    Vasco da Gama (Sines, 1469 — Cochim, Índia, 24 de Dezembro de 1524) foi um navegador e explorador português da Época dos Descobrimentos, comandante dos primeiros navios a navegar directamente da Europa para a Índia.

    Descoberta do caminho marítimo para a Índia





    Filho do alcaide-mor de Sines, Estêvão da Gama, o rei D. Manuel I (1495-1521) confiou-lhe o comando da frota que, em 8 de Julho de 1497, zarpou do rio Tejo em demanda da Índia, com cento e cinquenta homens entre marinheiros, soldados e religiosos, distribuídos por quatro pequenas embarcações:




    São Gabriel, construída especialmente para esta viagem, comandada pelo próprio Vasco da Gama;
    São Rafael, também construída especialmente para esta viagem, comandada por Paulo da Gama, irmão do capitão-mor;




    Bérrio, oferecida por D. Manuel de Bérrio, seu proprietário, sob o comando de Nicolau Coelho; e
    uma carraca de nome São Miguel para transporte de mantimentos, sob o comando de Gonçalo Nunes, que foi queimada perto da baía de São Brás, na costa oriental africana.



    Vasco da Gama entrega a carta de D. Manuel I de Portugal ao Samorim de Calecute.




    Em 2 de Março de 1498, completando o contorno da costa africana, a armada aportou a Moçambique, depois de haver sofrido medonhos temporais e de Vasco da Gama ter sufocado, com mão de ferro, uma revolta da marinhagem.
    O piloto que o sultão da ilha de Moçambique lhe ofereceu para o conduzir à Índia, foi secretamente incumbido de entregar os navios portugueses aos mouros em Mombaça. Um acaso fez descobrir a cilada e Vasco da Gama pôde continuar até Melinde, cujo rei lhe forneceu um piloto árabe, conhecedor do Oceano Índico.


    Voltaria mais duas vezes à Índia - em 1502 e em 1524 -, de que foi governador e segundo vice-rei para lutar contra os abusos existentes que punham em causa a presença portuguesa na região. Vasco da Gama começou a actuar rigidamente e conseguiu impor a ordem, mas veio a falecer em Dezembro desse mesmo ano em Cochim, sendo os seus restos mortais trazidos para Portugal, mais concretamente para a Igreja de um convento carmelita, conhecido actualmente como Quinta do Carmo (hoje propriedade privada).






  • Vasco da Gama regressou a Lisboa no verão de 1499, um mês depois de seus companheiros, pois teve de sepultar o irmão mais velho (Paulo da Gama) que adoecera e acabara por falecer na ilha Terceira, no arquipélago dos Açores.

    D. Manuel I recompensou este glorioso feito, nomeando-o almirante-mor das Índias e dando-lhe uma renda de trezentos mil réis anuais que passaria para os filhos que tivesse. Recebeu, conjuntamente com os irmãos, o título de Dom e duas vilas, em Sines e Vila Nova de Milfontes.


Em 17 de Abril de 1498, avistou Calecute. Estava estabelecida a rota no Oceano Índico e descoberto o caminho marítimo para a Índia.





Em 2 de Março de 1498, completando o contorno da costa africana, a armada aportou a Moçambique, depois de haver sofrido medonhos temporais e de Vasco da Gama ter sufocado, com mão de ferro, uma revolta da marinhagem.







DESEMBARQUE DOS PORTUGUESES EM CALECUTE







  • Túmulo do navegador no Mosteiro dos Jerónimos.A presença de seus restos mortais na vila alentejana da Vidigueira prende-se ao facto de o soberano lhe ter atribuído o título de conde da Vidigueira de juro e herdade (ou seja a si e aos seus descendentes) em 1519. Aqui estiveram até 1880, data em que ocorreu a trasladação para o Mosteiro dos Jerónimos ficando ao lado do túmulo de Luís Vaz de Camões.

  • Há quem defenda, porém que, os ossos de Vasco da Gama ainda se encontram naquela vila alentejana. Como testemunho da trasladação das ossadas, em frente à estátua do navegador em Vidigueira, existe a antiga Escola Primária Vasco da Gama (cuja construção serviu de moeda de troca para obter permissão para efectuar a trasladação à época), onde se encontra instalado o Museu Municipal de Vidigueira.

Descendência

  • Da sua esposa, D. Catarina de Ataíde, teve sete filhos: Francisco, Estêvão (governador da Índia) , Paulo, Cristóvão, Pedro, Isabel de Ataíde e Álvaro da Gama. Alguns acompanharam-no e vieram a desempenhar importantes cargos no Oriente.











terça-feira, maio 19

NADAR PARA QUE LIBERDADE?

A FROTA DA POLÍCIA MARÍTIMA E FISCAL

UM EMIGRANTE SENDO DETIDO E RECOLHIDO PARA BORDO DE UMA VEDETA DE FISCALIZAÇÃO




No dia 1 de Agosto de 1986, o Jornal Gazeta Macaense, publicou um interessante artigo sobre a emigração clandestina em Macau e que a seguir iremos reproduzir. A autoria do mesmo é do seu Director João Severino.


" O Director do jornal tinha decidido formar uma equipa para a cobertura possível acerca da última "invasão"de emigrantes clandestinos, a qual tinha ganho honras de conversa diária em Macau.




Ontem, pelas 20.00 horas, reuniram-se na redacção dois jornalistas portugueses, 2 da imprensa chinesa e um colaborador do jornal profundamente conhecedor das margens do Território.




Eis a equipa constituída, podendo-se ver o Director da Gazeta Macaense e redator deste artigo, João Severino, é o senhor que se apresenta com bigode.


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Estudaram-se os melhores locais pelos quais os emigrantes clandestinos entram em Macau, falou-se da hora ideal, do perigo inerente à reportagem, dos meios móveis e informativos, enfim, de tudo um pouco que levaria cinco humanos que vivem em Macau ao encontro de muitos outros que tentam a todo o preço conquistar uma chamada liberdade? A de residirem em grupos de vinte num quarto onde habitualmente vive um casal? A de venderem o corpo por duas dezenas de patacas, de cada vez, repartindo as diversas comissões pelos controladores? A de vencerem um salário miserável, o qual não lhes dá para mais do que uma tigela de arroz por dia? A de sairem à rua mais ou menos à vontade uma vez por ano por altura do Ano Novo Lunar? Existem mil e uma razões que nos levam a poder afirmar que a liberdade procurada, não passa da mais ignóbil clausura disfarçada.




"DÊ-ME UM CIGARRITO" - PEDIDO DE UM EMIGRANTE AO REPÓRTER
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  • À meia-noite a reportagem da "Gazeta Macaense" dirigiu-se ao Comando da Polícia Marítima e Fiscal, a fim de recolher o ponto da situação respeitante à captura de emigrantes.
  • Fomos recebidos por homens sem sono, que de uma maneira ou de outra estavam em cima dos acontecimentos. Condutores de viaturas, especialista em comunicações rádio, em arquivo, em dactilografia, em vigilância e principalmente em dialogar com os "nadadores".
  • De imediato quem quis dialogar fomos nós, já que até aquela hora tinham sido capturados 24 cidadãos chineses oriundos das mais diversos locais.
  • GM. - Que idade tens? E porque é que viestes para Macau?
  • EMIGRANTE - Tenho 18... vim porque foram lá à minha terra dizer que o Governador de Macau ia dar cédulas a todos...
  • GM. - A todos quem?
  • EMIGRANTE - A todos os que estivessem aqui sem documentos e então eu resolvi por-me a caminho...
  • GM.- De que maneira?
  • E. - Como é que havia de ser, a nadar... primeiro vem-se ali para a montanha da Lapa. Espera-se que não hajam muitos barcos a passar e que a água baixe um pouco e depois... oiça lá, meu senhor? Dê-me um cigarrito...
  • GM.- Com muito prazer. Estás com frio e fome?
  • E. - O frio é só por um bocado, depois passa... andei muito tempo dentro de água. Fome é que tenho. Não como há muito tempo... tive foi azar...
  • GM.- E se tivesses sorte? Para onde ias?
  • E. - Ia procurar o meu irmão. Ele trabalha cá em Macau e de certeza que me arranjava comida e dormida.
  • GM.- Ele sabia que tu vinhas hoje?
  • E. - Não, senhor! Isto só pode ser quando...
  • GM.- Quando quê?
  • E.- Quando está bom tempo...

TRÊS DOS LOCAIS PREFERIDOS PARA O "SALTO" E ONDE ESTEVE A NOSSA REPORTAGEM
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  • Escusado será dizer que nos rimos um para o outro e que a vinda não tem nada a ver com o tempo, mas sim com particularidades sobejamente conhecidas de todos os leitores e que incluem questões financeiras.
  • O nosso interlocutor ainda nos disse que era a primeira vez que vinha a Macau a "salto". Que não voltaria a tentar o mesmo, ao que nós respondemos não acreditar e que os polícias que o prederam o tinham tratado bem, dando-lhe até vestuário novo. Nova gargalhada, se é que ensta situação possa haver lugar ao riso, pelo facto de termos dito, que do mal o menos, veio a Macau buscar roupa nova.
  • Pelo Comando da P.M.F., o ambiente era de atenção pelas comunicações que iam chegando, quer das vedetas em movimento pelas águas marginais, quer das patrulhas espalhadas por diversos locais.
  • E foi para um desses locais que a reportagem da "G.M." se dirigiu - a Ilha Verde.
  • Os nossos dois automóveis pararam naquela chamada ilha às 02.00 horas e logo que abandonámos as viaturas, tivémos a sensação que aquele local era de respeito, muito respeitinho. A noite estava quente e húmida. Acender cigarros nem pensar. Queriamos observar in loco a chegada de alguns "nadadores" Colocámos as máquinas fotográficas na velocidade certa e logo nos dirigimos para os tais locais escolhidos na reunião das 20.00 horas do dia que já tinha terminado. Ao fim de vinte ou trinta minutos passados, alto lá, que a nossa respiração susteve-se.
  • Ouviram-se disparos e latidos de cães, que mais tarde nos informariam tratar-se de pastores alemães usados pelos guardas do outro lado do Canal dos Patos. As opiniões divergiram no nosso diálogo quase silencioso. Houve quem dissesse que se tratava de metralhadora e quem afirmasse que os guardas estavam a usar panchões apenas para afugentar os "cobras" e seus acompanhantes.
  • O certo é que um dos "nadadores", mais tarde capturado, confirmaria que do outro lado , nessa noite, os guardas chineses não estavam para brincadeiras.
  • Passada meia hora, cada um de nós estava deitado ou sentado junto aos arbustos que se encontravam mergulhados no canal. Ver para crer . De repente os nossos olhos avistaram um género de tronco a boiar. Mas, o tronco movimentava-se. Seria da correnteza? Qual corrente, qual carapuça!
  • Logo atrás apareceu outro "tronco" e a aproximação era lenta. o último frente a frente entre nós e os "troncos" foi de uns 5 metros. Resolvemos abandonar o local. Não havia dúvida. Estavam ali dois emigrantes.
  • O nosso abandono do local deveu-se e nada nos priva de sermos verdadeiros, porque tivémos a sensação nítida de que os actos de violência se seguiriam.
  • Não estávamos ali para isso. Quem estava a chegar teria de salvar a pele. Custasse o que custasse, nem que tivesse de dar um murro ou uma facada no repórter intrometido.
  • A noite escura deve ter facilitado a fuga aos avistados "troncos". A mesma sorte não tiveram outros "troncos" que cerca das 04.00 horas, junto ao muro frontal ao Bairro do Hipódromo, vinham a nadar ajudados por bóias iguais àquelas com que as crianças brincam na praia. Aí a acção da Polícia Marítima e Fiscal ficou bem patente.
  • Uma vedeta patrulhava a zona compreendida entre a Doca Holandesa e o Fortim do Hipódromo, local este onde nos encontrávamos. De um momento para o outro os agentes ali em serviço avisaram-nos que estivéssemos com atenção porque a vedeta iria acender os holofotes, já que desconfiavam da vinda de emigrantes. Aviso feito, águas iluminadas e homens no mar. Homens será uma maneira de dizer, pois envoltos em bóias, ali estavam mesmo à nossa frente quatro "nadadores", entre eles uma mulher com mais de trinta de anos. A distância percorrida a nado tinha sido muito grande.
  • Estavam exaustos. Impossibilitados de fugir. Eis quando, um dos "nadadores" consegue dar umas braçadas rápidas para o lado das Portas do Cerco e assim livrar-se da captura. Ele nadava e nós de terra fazíamos perguntas.
  • G.M.- Não vens para aqui?
  • E. - Posso ir? não sou preso?
  • G.M.- Estão aqui polícias...
  • E. - Então, não vou!
  • G.M. - Mas para esse lado também és apanhado...
  • E. - Vamos lá a ver... Tudo pode acontecer. Adeus.
  • G.M. - Há quantas horas andas a nadar?
  • E. - Eu sei lá! Há mais de três...
  • G.M. - Onde arranjaste a bóia?
  • E. - Em Zhuhai!
  • G.M. - Posso tirar-te uma fotografia?
  • E. - Pode... eu viro a cara... adeus!
  • E assim desapareceu o nosso "nadador" pelas águas escuras em direcção à zona fonteiriça.
  • Na vedeta da P.M.F. a única mulher nadadora, de cabelo curto, oleoso, molhado, olhou-nos com desprezo. Ela sentia a revolta natural por os seus intentos sairem gorados. Contudo, acedeu a responder às poucas perguntas formuladas.
  • G.M. - É a primeira vez que nadas para Macau?
  • E. - Não, senhor! Já é a terceira vez e por três vezes fui apanhada. Vim de Kong Mun.
  • G.M. - E porque é que queres viver em Macau?
  • E. - Porque tenho cá a família toda e até tenho cá um filhito. Disseram lá em Kong Mun que o Governador é homem bom e que ia resolver a nossa situação...
  • G.M. - A vossa não! Ele ainda não disse o que faria. Andam para aí a mentir-vos.
  • E. - Foi o que disseram.
  • G.M. - Ao vires a nadar não penses que podes levar um tiro?
  • E. - Desde que haja cédula, não se pensa em tiros.
  • G.M. - Quando voltas, o que é que te acontece?
  • E. - Estamos cinco dias num centro onde estão os que são apanhados e por lá estarmos temos que pagar 150 RMB e então depois voltamos para a terra...
  • G.M. - E depois arranjas dinheiro para vires outra vez para Macau?
  • E. - Não, não! Eu não tenho dinheiro.
  • A vedeta começava o seu trajecto de regresso à ponte no. 1. Os emigrantes à chegada eram levados de jeep para o Comando e aí a mesma operação das anteriores. Roupa nova e se possível um cigarrito.
  • O raiar de um novo dia avistava-se no horizonte. Estacionámos na chamada meia-laranja, a fim de efectuarmos o balanço de 7 horas de reportagem. Um outro carro estaciona junto a nós. Tratava-se de mais um carro patrulha da P.M.F. Do seu interior saiem quatro agentes. Um deles completamente encharcado. Tinha estado a ajudar camaradas a capturar outros "nadadores" para dentro de uma sampana.
  • Sampana porquê? Porque os três barcos de borracha em serviço tinham-se rompido nas pedras. Os homens da Polícia Marítima merecem aqui, sem qualquer favor, uma palavra de admiração e apreço. O cumprimento do dever está acima de tudo.
  • Os mergulhadores tinham arriscado a vida. Os agentes da vedeta não ingeriam qualquer alimento há muitas horas. os membros das patrulhas apeadas e móveis não tiveram direito a descansar um minuto.
  • Trabalho exaustivo. Quanto a nós, em demasia. Só esta noite foram capturados 53 emigrantes. Os efectivos são escassos e que não passe pela cabeça de ninguém ser possível patrulhar com eficácia a totalidade da orla marítima.
  • Esta noite palmilhámos os muitos quilómetros, os buracões e buraquinhos por onde pode entrar gente. e podemos concluir que o trabalho levado a efeito pelos homens da P.M.F. em muitos casos é heróico. A tal ponto que o Guarda de 1a. Classe HO TAT VAI, recolhido já morto, por uma lancha da P.M.F., deu a vida pela sua farda.
  • HO TAT VAI foi ontem a enterrar com todas as honras militares. Façamos votos para que este problema da emigração clandestina não ceife mais nenhuma vida.
Que seja mínimamente resolvido, de modo a que pelo menos termine a exploração do "rastejante" pelo "nadador".

Foi o articulista, agente da P.M.F. durante 25 anos, e situações idênticas e outras ainda de maior perigosidade passou, tanto no mar, quando comandava vedetas, quer em terra como Chefe do Sector 4, zona essa onde os emigrantes usavam mais para entrarem em Macau.



Com o passar dos anos, a maioria dos emigrantes já não vinham a nado, mas sim em pequenas embarcações, os cabeças de cobra, assim chamados aos engajadores, recebiam avultadas quantias em dinheiro.
  • Muitas embracações capturou o signatário, as fotos acima reproduzidas são bem uma prova. Esta meninas, bem trajadas, eram recrutadas na China e vinha trabalhar para os clubes nocturnos de Macau.
  • As mama sames essas as controlariam depois e assim todo o dinheiro que iam conseguindo ganhar, parte dele era para pagar não só o transporte delas para Macau bem como parte para o cabeça de cobra e a mama same que as controlava.
  • Era assim Macau nos anos 60, 70, 80 e 90, depois da entrega de Macau à república popular da China é raro haver casos destes, vindo a nado do outro aldo da fronteira.

A prostituição essa continua, as meninas entram em Macau legalmente e depois por cá ficam, ilegais, exercendo o seu mister!...


  • SECTOR AREIA PRETA


  • Era Subchefe quando outro Subchefe, encarregado das patrulhas no Sector da Areia Preta tinha passado à reforma compulsiva, porque numa noite, ao serem encontrados alguns imigrantes ilegais entre os quais estava uma prima sua, deu-lhes protecção sem comunicar o facto ao Comando, que só veio a ter conhecimento deste caso mais tarde.

  • Prestávamos serviço no Terminal Marítimo e fomos escolhidos para substítuir este Subchefe.
    A designação de um Subchefe para aquela missão era um “desperdício” mas enfim, o Comando lá teria “as suas razões”!…

  • O Sector, se a isso o poderíamos chamar, tinha uma vasta áera, que ia desde a Doca dos Holandeses, onde se encontrava a patrulha 16 e ia até às proximidades das Portas do Cerco, onde actuava a patrulha 23.


  • A maioria da área ficava na Estrada Marginal da Areia Preta e a Estrada do Hipódromo, onde se encontrava uma pequena guarida e no outro extremo um fortim.

  • Nesta zona, desde o fortim no fim da Estrada Marginal da Areia Preta até às proximidades das Portas do Cerco, tinha sido colocada sobre as suas muralhas, uma rede bem alta que terminava com arame farpado, afim de impossibilitar a entrada de imigrantes ilegais.

  • Este local era o mais procurado pelos imigrantes, devido à curta distância que separava Macau da China.

  • Embora fosse Chefe do Sector não tinha instalações onde ficar nesta área, servindo-me da muralha como assento e quando o sol apertava colocava-me debaixo de uma árvore que se encontrava por ali perto.

  • Quando tinhamos necessidade de utilizar sanitários deslocavamo-nos a um dos estabelecimentos do bairro!
    O horário de trabalho era das 09.00 às 17.00 horas e o serviço constava de rondas aos patrulhas.

  • Raramente se assinava um manifesto de desembarque de gasóleo, de algum navio atracado a uma “Alva” existente no mar, e que bombeava gasóleo através de oleodutos, o que não permitia verificar a quantidade certa bombeada…

  • Falámos com o Imediato do Comando da PMF expondo-lhe a situação do Sector, esclarecendo que o serviço do Chefe do Sector era inútil durante o dia, só fazendo sentido durante a noite, altura em que os imigrantes ali desembarcavam ou vinha a nado da China.

  • O Imediato concordou com o nosso parecer autorizando um trabalho livre.

  • Nunca abusei desta facilidade e todos os dias passava lá muitas horas à noite, o que permitiu uma maior captura de imigrantes e um incremento na eficiência de serviço, factos estes que foram reconhecidos pelo Comando.

  • Entretando ocorreram alguns casos dignos de menção, referindo-me a um deles no capítulo PMF vs PJ.

  • Mesmo ali, naquele longínquo Sector, continuámos a ser assediados e perseguidos pelo tal Comissário.

  • Um dia dirigindo-me ao Sector na minha viatura particular, porque o mesmo não dispunha de viaturas de serviço, ao entrar no bairro da Areia Preta deparámos com obras na via que nos obrigaram a seguir para as Portas do Cerco, a fim de chegar ao Sector.

  • Eram quase nove horas quando cheguei à guarita. Passado pouco tempo recebia um telefonema do Comando para me apresentar ao Imediato. Para lá seguimos e como nada de mal tinhamos feito iamos com a consciência tranquila…

  • Fui informado pelo Imediato da participação que o Comissário tinha feito, por não me ter encontrado no Sector nessa manhã.

  • Fiquei perplexo, negando a acusação e explicando o que se tinha passado. Disse ainda que no trajecto que efectuara tinha-me cruzado com uma camioneta dos Serviços de Marinha e cumprimentado o pessoal que nela seguia.

  • Como era do seu conheciemnto, na noite anterior tinha estado no Sector até às quatro da manhã e detido um grande número de imigrantes. Além do mais, tinha-me autorizado a ter um horário de trabalho flexivél, para poder trabalhar de noite e de madrugada.

  • O Comissário alegara que ao rondar a zona não me tinha encontrado às 09.00 horas no local de trabalho e que ao perguntar aos patrulhas estes informaram que ainda não tinham visto o Subchefe, como se eu me tivesse de apresentar aos mesmos!…

  • Dissemos ao Imediato que estavamos fartos de ser perseguidos e que a partir daquele momento não ficariamos nem mais um minuto depois das 17.00 horas, expôndo-lhe até as razões daquela perseguição por parte do Comissário.

  • O Imediato que era uma pessoa justa e rectilínea elogiou os meus préstimos e mandou-me substítuir naquelas funções, colocando-me novamente no Terminal Marítimo.

  • Hoje em dia toda aquela zona foi completamente alterada, tendo desaparecido parte do mar bem como a Doca dos Holandeses. Novas avenidas foram rasgadas tendo sido construído um enorme bairro chamado “Iao On”.

  • Quando por lá passo já não me recordo onde eram as hortas nem do local onde ficava o fortim e a guarita, que me serviu como sede do Sector!…































































































































segunda-feira, maio 18

LEAL SENADO DE MACAU - IACM
















Leal Senado (Macau)




Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.



História de Macau




Cronologia da História de Macau







  • Leal Senado era a denominação oficial da Câmara Municipal de Macau, durante o domínio português. Foi criado em 1583 e extinto logo após a transferência de soberania de Macau para a República Popular da China, em 1999. Até à sua extinção, era o orgão executivo municipal do Concelho de Macau (que abrange toda a Península de Macau), um dos dois municípios do Território de Macau.
  • A designação "Leal Senado" deriva do nome oficial de Macau durante o período da administração portuguesa ("Cidade do Santo Nome de Deus de Macau, Não Há Outra Mais Leal"), concedido pelo rei português D. João IV, em 1654, como recompensa à lealdade da população da cidade a Portugal, durante a ocupação filipina. Macau foi o único ponto de todos os territórios portugueses, metropolitanos e ultramarinos que nunca içou a bandeira espanhola. Mas, o título Leal Senado só foi oficialmente atribuído pelo Rei português D. João VI a esta câmara municipal no ano de 1810, como recompensa à vitória contra os piratas de Cam Pau Sai.

    História

  • Nos primórdios do estabelecimento português de Macau, ele era administrado pelo Capitão-mor das Viagens da China e do Japão. Mas, com o decorrer dos tempos, foram surgindo assuntos cuja resolução não podia aguardar o regresso do Capitão-Mor das suas viagens comerciais ao Japão. Para resolver estes problemas, formou-se uma espécie de triunvirato, que passou a regular todas as questões de ordem pública e política de Macau. Era composto por três representantes dos moradores, chamados "homens-bons", escolhidos por votação. Em 1562, um dos eleitos passou a ser, por escolha, Capitão de Terra. Estes 3 representantes, mesmo assim, continuaram a estar dependentes do Capitão-Mor. Além do triunvirato, existia também um juiz e 4 comerciantes eleitos pelo povo que participavam na administração. Estes elementos juntos formavam uma espécie de Junta oligárquica de comerciantes.
  • Mas, esta Junta oligárquica começou também a não ser suficiente para dirigir e resolver os assuntos e problemas de Macau. E, devido à união entre Portugal e a Espanha no ano de 1580, as autoridades espanholas começaram também a querer interferir nos assuntos desta cidade, principalmente no seu lucrativo comércio.
  • Para adaptar às novas realidades de Macau, foi formada uma Câmara Municpal (na época também chamada de Senado da Câmara), com o incentivo e apoio do então Bispo de Macau, no ano de 1583, após os cidadãos de Macau (também chamado de moradores de Macau) reunirem-se e decidirem criar uma forma de governo local semelhante às das cidades do Reino (Portugal) e às das cidades do Estado da Índia. Eles, principalmente os comerciantes (naquela altura, os comerciantes eram poderosos e importantes visto que a sobrevivência de Macau dependia do comércio), queriam estabelecer ordem e segurança para a cidade e manter Macau fora da esfera de influência espanhola.

    O Senado da Câmara de Macau era formado por 2 juízes (ordinários), 3 vereadores, sendo um deles Procurador da Cidade e um Secretário da Câmara (que podia ser o Bispo ou o Capitão de Terra), que tinha também a função de alferes. Os vereadores deveriam ter pelo menos 40 anos de idade e os juízes 30. Estes cargos eram eleitos pelos cidadãos e, uma vez eleitos, ninguém podia recusar-se a servir como oficial do Senado.
  • Em 1586, o Vice-Rei da Índia (aquele que supervisiona todas as possessões portuguesas no Oriente em nome do Rei de Portugal) autorizou a formação desta câmara municipal e a eleição dos seus oficiais em três em três anos. O vice-rei concedeu também ao Senado de Macau os mesmos privilégios, liberdades, honras e preeminências às da Câmara Municipal de Évora.
  • O Senado administrou e governou directamente o estabelecimento português de Macau até 1623, ano da chegada do primeiro Governador português a Macau. Após a chegada do governador, o Senado de Macau deixou de governar directamente a cidade, mas continuava a ter um papel fundamental na administração do território devido às inúmeras funções e ao estatuto que ela tinha.
  • Este organismo, o símbolo da autoridade local de Macau e um organismo mais representativo do que a Junta oligárquica, era investido de poderes políticos, judiciais e administrativos, sendo por isso sem dúvida a mais importante e influente de todas as municipalidades coloniais durante quase 3 séculos.
  • À medida que os séculos se foram passando, as funções do Senado de Macau foram-se modificando. Em 1783, através das providências reais, os poderes do Governador foi ampliado, conferindo a este uma importante posição nos assuntos político-administrativos da Cidade, em detrimento do Senado. A partir desta data, qualquer decisão tomada por este orgão tinha que ser confirmada pelo Governador.
  • Em 1834, o Leal Senado foi reduzido às funções e estatuto de uma mera câmara municipal, tratando somente de assuntos municipais, e passou a estar subordinado ao Governador, perdendo assim a sua anterior glória e esplendor. No dia 20 de Setembro de 1844 , a Rainha D. Maria II promulgou um Decreto real que reafirmava mais uma vez que o Governador era o principal orgão político-administrativo da Cidade e não o Leal Senado, pondo oficialmente fim à autoridade local de Macau e às esperanças do Senado recuperar a sua antiga glória e importância. Após os acontecimentos de 1783, de 1834, o de 1844, o abalo definitivo do poder dos mandarins sobre Macau (funcionários chineses enviados pelas autoridades chinesas de Cantão) e a abolição da alfândega chinesa ("Ho-pu") em 1849 (devido à situação fraca do Governo chinês de Pequim), o Governador passou a ser a autoridade máxima de Macau.
  • Mais tarde, em 1847, o Procurador da Cidade passou também a ser renumerado e subordinado a ele; e em 1865, o Procurador passou a ser de nomeação régia, sob proposta do Governador.
  • Desde 1784 até a sua extinção, o Senado de Macau esteve sempre albergadao no Edifício localizado no Largo do Senado (o centro urbano de Macau).
  • Após a transferência de soberania de Macau para a China, os órgãos municipais sofreram uma reorganização. O "Leal Senado" deixou de existir e as suas funções municipais e administrativas passaram provisoriamente para a "Câmara Municipal de Macau Provisória". Mas, no dia 31 de Dezembro de 2001, este organismo provisório foi também abolido, dando lugar para o Instituto dos Assuntos Cívicos e Municipais (IACM).




Funções


  • Mesmo após a chegada do Governador, símbolo da autoridade portuguesa de Macau, o Leal Senado continuava a ter um papel fundamental na administração desta Cidade. Os 2 juízes ordinários tratavam sumariamente dos assuntos civis. Quanto aos negócios extraordinários, o Senado concocava, pelo menos uma vez por ano, os Conselhos Gerais, formados por homens bons da Cidade, para que estes tomem decisão relativamente a estes negócios que interessam a comunidade.
  • As autoridades chinesas de Cantão, que exerciam até à primeira metade do século XIX grande influência na administração de Macau e até inclusivamente interferindo algumas vezes nela, reconheciam o Leal Senado, em vez do Governador, como a autoridade responsável de Macau, por isso é a Câmara, mais precisamente o Procurador, que efectuava as negociações com os oficiais chineses. Ela também efecutava negociações com oficiais e comerciantes de outros países, nomeadamente do Japão. Ela efectuava estas negociações para manter e abrir novos mercados.
  • Ela era também responsável pelo policiamento da Cidade, pelo estabelecimento de regras e a sua fiscalização (principalmente na área do comércio), pelo lançamento e recolha de impostos, e pela gestão dos recursos da Cidade.
  • Com estes recursos financeiros, o Leal Senado pagava as despesas necessárias para que a Cidade funcione, como por exemplo:
  • as despesas das estruturas defensivas, da guarnição militar (isto inclui as despesas dos soldados, da artilharia e das munições) e do Governador;
  • os salários dos seus oficiais, das forças de segurança pública e das autoridades eclesiásticas;
  • o financiamento das actividades da Igreja Católica (incluindo as procissões e as festas religiosas, especialmente as que são dedicadas aos padroeiros da Cidade e da Diocese de Macau), da missionação levado a cabo por ordens religiosas e da Santa Casa da Misericórdia;
  • a manutenção e construção de edifícios da Cidade, principalmente as estruturas defensivas e os portos;
    a preparação dos subornos dos mandarins, para que estes não interferissem na administração, paz, prosperidade e estatuto de Macau;
  • a preparação e organização de cerimónias por ocasião da morte ou aclamação dum novo monarca português e dum novo imperador chinês; e também por ocasião das grandes festividades e eventos portugueses, locais e chineses.

  • O Leal Senado raramente pedia subsídios a Portugal, dando até algumas vezes ajuda financeira às outras colónias portuguesas do Oriente. Como por exemplo, em 1640, ele preparou 3 juncos armados com provisões para socorrer Malaca; e em 1645, enviou 200 canhões ao Rei D. João IV para auxiliá-lo nas guerras da Restauração. Quando o Senado não tinha dinheiro, pedia-o de empréstimo aos outros países vizinhos ou aos ricos comerciantes do Extremo Oriente. Aconselhava também o Governador, embora algumas vezes os governadores entravam em conflito com a Câmara devido à sua falta de poder e de autoridade sobre a colónia. Resumindo, o Leal Senado era o verdadeiro organismo governante da Cidade de Macau (tendo em atenção que, naquela altura, a Cidade só ocupava o Sul da Península de Macau).

  • Após o decreto real de 1834, o Leal Senado passou a ter as mesmas funções que as câmaras municipais portuguesas, apesar de continuar a ter direito ao uso de uma denominação especial. A partir daí até à sua extinção, ele administrou o Concelho de Macau (os dois municípios de Macau tinham administração própria e mantém autónomos um do outro). Esta câmara municipal passou a ter como principais funções a planificação e desenvolvimento urbano, a emissão de licenças, a recolha de certos impostos, a gerência dos bens do Concelho, a defesa e protecção do meio ambiente e da qualidade de vida do respectivo agregado populacional e isto incluiu a supervisão e/ou providência de serviços públicos, como os transportes públicos, e das necessidades básicas da população: higiene pública, saneamento básico, saúde, cultura (incluindo a educação), entretenimento e desporto.




Notas e Referências



  • Durante os primeiros tempos do estabelecimento português de Macau, só os portugueses radicados é que tinham direito à cidadania e à participação na administração da Cidade.
  • O Procurador, que tratava dos assuntos financeiros da Cidade, era o representante do Senado em todos os assuntos relacionados com as autoridades chinesas e tratava também dos assuntos dos habitantes chineses. Em reconhecimento do seu papel pelas autoridades chinesas, foi-lhe conferido o grau de mandarim de segunda classe. Ele era também uma espécie de juiz de primeira instância, com o poder de aplicar penas em casos menores. Os casos mais graves eram remetidos, no caso de chineses, ao mandarim do distrito e, no caso de portugueses, ao juiz de direito. O Procurador foi também o tesoureiro do Senado até 1738, quando as 2 funções foram separadas.
  • Até o ano de 1849, as autoridades da Cidade de Macau (o Leal Senado, o Governador,...) tinham jurisdição última sobre todos os habitantes de Macau, excluindo os chineses. Os mandarins, antes do seu abalo definitivo, é que possuiam a jurisdição última e suprema sobre os habitantes chineses da Cidade.
  • Naquela altura, a principal receita do Senado era os impostos lançados sobre os habitantes da Cidade e sobre as mercadorias em navios portugueses; e também uma taxa antiga, o caldeirão, lançada sobre os bens exportados para o Japão, sendo depois, em 1640, transferida para outras mercadorias, devido ao fim do comércio entre os portugueses e o Japão. Naquele tempo, o Senado não tinha prédios ou terrenos para arrendar.
  • Naquela altura, a segurança púbica era assumida pela Guarda Municipal, criada em 1584, para manter a Cidade segura .


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PASSEIO À PRAIA DE HAC-SA


O SIGNATÁRIO NA VISITA DE TRABALHO, COMISSÃO DE PRAIAS, QUE EFECTOU A HONG KONG A FIM DE FAZER A CONHECER IN LOCO AS REALIDADES DAS PRAIAS DO VIZINHO TERRITÓRIO.
Uma zona no Fai Chi Kei junto à paragens de autocarros.

Ali encontrámos o Casino Flutuante Macau Palace, provavelmente em reparações.



Ontem domingo o articulista passou todo o dia em casa, não se encontrava lá muito bem disposto e levou o dia e noite a dormir.

Porém, hoje, segunda-feira, dia 18 de Maio, bem cedo se levantou e pelas 07.30 horas já tomava o seu pequeno almoço no café On Kei, sito bem perto da sua residência.

Havendo uma paragem de autocarros mesmo ali defronte, o signatário e sua esposa apanharam o autocarro no. 32 de seguiram para o Fai Chi Kei pagando apenas 0.30 céntimos pela viagem, visto serem possuidores de passs da terceira idade.



Ali apanharam o autocarro no.26A, e de novo pagando mais 0.30 céntimos da pataca, tranquilamente e bem instalados, seguiram até à Ilha de Coloane, mais propriamente até à praia de Hac Sá.




Muitas vezes o articulista por lá tem passado, porém hoje o passeio foi mais demorado, podendo desta forma recordar os locais que lhe foram muito queridos e que também lhe deram muitas dores de cabeça.


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1977 - TRANSCRIÇÃO DA ORDEM DE SERVIÇO No. 179 DAS FSM.




Art. 4. - REFERÊNCIA ELOGIOSA




- Nos termos do seu despacho de 27 de Julho de 1977 se assinala, em Ordem de Serviço, que através da Capitania dos Portos, foi recebida uma comunicação da Comissão de Apoio às Praias na qual se menciona o apreço do Presidente daquela comissão, pela forma meritória como o subchefe no. 28 - António Manuel Fontes Cambeta designado (em serviço no Posto 6/DMI) Cooperou na Campanha de Apoio às Praias, do corrente ano. (Ordem de serviço no. 33/77/PMF)










Este local hoje é centro de lazer de campismo a cargo do Instituto dos Assuntos Cívicos e Municipais, porém, nos anos em que o articulista era Chefe do Sector das Ilhas, este local era a Colónia Balnear da Obra Social da Polícia de Segurança Pública, e os agentes da Polícia Marítima eram proíbidos de entrar, para fiscalizarem toda aquele enorme zona, os agentes tinham que andar pelo areal.

Tantas vezes isso aconteceu que um dia o articulista ia entrando em vias de facto com um Chefe da P.S.P.

Era um paradoxo,pertencermos todos às Forças de Segurança, mas aquele local, na zona'do domínio Público Marítimo era exclusivamente da PSP, o comando dos Serviços de Marinha nada faziam, e o articulista passou a partir daquele dia a denunciar todas as ocorrências havidas no local e deixou de colaborar com a PSP, visto que os imigrantes vindos da China, se escondiam nas montanhas, e ai o pessoal da PSP não agia.

Tantas foram as participações que o articulista enviou para o comando, que mais tarde o Governo acho por bem dar por finda aquela ilegalidade e tornar o local uma colónia ao serviço da população.


Este local era de terra batida e não havia arvoredo algum, foi o Engenheiro Agrónomo, Astácio, o articulista e seus agentes que plantaram estas árvores, a minha esposa assistiu e disse na brincadeira, "quando é que estas árvores darão sombra", hoje volvidos uns 20 e tal anos aqui estão elas, tornando o local bem aprezivel e com um bom parque de estacionamento.







Nos anos 80 a praia de Hác Sá não possuía o minímo de infraestruturas, a Comissão de Praias dos Serviços de Marinha, nomeou o signatário e um colega seu, para se deslocarem a Hong-Kong e verificarem como os Serviços de Marinha controlava as praias.

Após cerca de uma semana em Hong-Kong e percorrendo todas as praias, foi feito em extenso relatório, sobre tudo o que nos foi dado a ver.

Como o signatário na altura desempenhava as funções de adjunto do Chefe de Sector das Ilhas, foi nomeado como membro da Comissão das Praias.

A partir daí foram construídas casas de banho e balneários, campo de merendas e sido contratados nadadores salvadores, ficando encarregado da limpeza das praias o pessoal da Camara de Coloane.

Davam-se os primeiro passos para que aquela extensa praia de 2 kms de extensão, passa-se a ser mais procurada pelos banhistas e vereneantes de Macau, que antes preferiam a praia de Choc Van, também em Coloane, devido a estar mais perto e porque a suas areias eram douradas em vez de pretas como na praia de Hác Sá.



É de salientar que as praias existentes na Ilha de Colane, Choc Van e Hac Sa, não eram possuidoras de infra estruturas, a limpeza das praias era, por ordem do Adjunto da PMF e Delegado Marítimo, efectuadas pelos agentes da PMF, fardados, o que dava uma péssima imagem da Corporação.


A vigilância das praias era efectuada igualmente pelos agentes da PMF, sem que para tal estivessem munidos dos meios apropriados.


Como referi não havia casas de banho, balneareos nem apoio algum ao vereneantes. Havia ainda o problema com os agentes da PSP devido a terem a sua colónia balnear numa zona do domínio público marítimo, que dificultava assim o exercício das funções dos agentes da PMF.


Foi por iniciativa do signatário que as coisas mudaram, em primeiro lugar e com a colaboração da Camara das Ilhas, a limpeza das praias passou a ser efectuada por pessoal da dita Camara.


Foram construídas casas de banho e balneareos, bem como contratados nadadores salvadores.


Passaram assim as praias de Coloane a terem os requisiros básicos para apoio dos nadadores e vereneantes que ocorria em grande números às praias.


Quando se tem boa vontade e se trabalha para o bem da comunidade tudo é possível realizar-se.





Em redor da praia nada existia, a não serem algumas velhas barracas inseridas na vasta vegetação, hoje em dia existem como se pode ver pela foto um casario na parte norte, à entrada da praia, agora servida de uma bela estrada, existem vários prédios um parque de recreio com resturante o restaurante o Fernando e algumas casas de comércio.

A praia essa é servida por várias carreiras de autocarros.



Uma vista do parque de estacionamento de automóveis.



Um imenso e aprezivel local destinado a piqueniques, existinto imensos fornos.



O Posto de apoio às praias contruído nos finais dos anos 80, por orientação do signatário. O articulista percorreu toda a praia indo descansar por fim no Hotel Westin.



A Sul da praia fica o magnifico hotel de 5 estrelas Westin, onde a selecção portuguesa de futebol ficou hospedada tendo ali feito o estágio para o Mundia de Futebol Japão-Coreia.






Vista parcial do maravilhoso Hotel Resort Westin.

O signatário nos jardins do resorte podendo ver-se toda a praia de Hac-Sa





Zona das piscinas do hotel, onde o signatário estiveram descansando bebendo até uma sbebidas bem fresquinhas, oferta de uma simpática empregada. Já recuperados pelo passeio pelo vasto areal, pelas 11.30 horas e no autocarro do Hotel seguimos para o Venetian.
Antes de entrarmos neste imenso hotel casino, estivemos vendo defronte deste, no outro lado da avenida que liga a Ilha da Taipa a Coloane, os novos empreendimentos, zona de Cotai, onde dia 1 de Junho pr'ximo, será inaugurada parate da cidade dos sonhos, City of Dreams, outro empreendimento espectácular, sobre o qual darei conta noutro artigo.

Nesta foto está o articulista já no interior do Hotel e junto a enorme globo.

Alguns frescos dos tectos dos corredores do interior do Casino hotel Venetian.




Junto a uma enorme placa do maior Hotel casino do mundo.



Uma parcial vista da entrada da zona lateral, para viaturas. E como podia deixar de ser lá entrou o articulista e sua esposa e no vastissimo salão de jogo que contém mais de 20 mil máquinas de Slot e mesas de jogo de todos sos tipos, lá arriscaram 40 euros, mas desta vez sem sorte.
Dalia sairam, tiveram até dificuldades em encontrar a saída, que nos levaria até ao parque de autocarros, mas por fim e após um boa caminhada, lá foram parar, tendo apanhado um autocarro da companhia que os levou até ao terminal marítimo, sito no porto Exterior em Macau.

Ali desembarcados, atravessamos a avenida, através de um tunel, e apanharam um outro autocarro, este do Hotel Emperor, que fica perto de nossa casa.



Gratuitamente fizemos a viagem, mas tinhamos em mente irmos almoçar no centro comercial New Yao han que fica mesmo ao lado do Hotel Emperor, mas, a tentação foi maior e pensamos em lá irmos almoçar, pois nossos cartões tinhas pontos suficientes para tomarmos uma bela refeição gratuitamente.

Mas, antes de entrarmos no salão de jantar, o articulista arriscou 10 euros e mais um vez a sorte não quis nada com ele, e assim sendo dali saímos por cima das barras de ouro e seguimos para o centro comercial.




O átrio do hotel casino está assim repleto de barras de ouros autênticas.




Este foi o almoço do signatário, um Chau Mim de carne de porco, acompanhado por um tinto à portuguesa, e aum preço bem acessível, somente 2 euros pela comida e 1,30 pelo vinho.
Com a pancha bem cheia, e embora a casa do articulista fique ali mesmo pertinho, não se quis dar ao trabalho de caminhar e apanhou o autocarro carreira 23 que deu uma volta pela torre de Macau, desembarcando na paragem de autocarros que tinha utilizado nessa mesma manhã, mesmo perto de sua casa.





A zona onde o articulista mora, na Praia Grande.

Foi um dia bem passado, pois só chegamos a casa já passava das 17.00 horas, tendo recordado velhos tempos vividos na ilha de Colane, onde exerceu muitas comissões de serviço.

Um passeio económico e saudosista, já para não dizer de jogo pelo meio!....





























































































































































































































































































































sábado, maio 16

ANITOS DA NÉTINHA

A PRINCEZINHA LINDA NA PASSAGEM DO SEU SEGUNDO ANIVERSÁRIO


O JANTAR DE ANIVERSÁRIO TEVE LUGAR NUM RESTAURANTE NO HOTEL CASINO WALDO EM MACAU.


OS PAIS







A ANIVERSARIANTE E A PRIMA






OS AVÓS PATERNOS















QUERIDA NÉTINHA CLÁUDIA GABRIELA, OS NOSSOS SINCEROS PARABÉNS E QUE ESTE DIA SE REPITA POR MUITOS ANOS E BONS, JUNTO DE TEUS PAIZINHOS E DE NÓS.
COM MUITO AMOR OS AVÓZINHOS






BOGARRÉUS - MECA

O AMIGO E AFILHADO ARMÉNIO, DIGNO NATURAL DA POVOAÇÃO DE BOGARRÉUS
BASÍLICA DE MECA

O perímetro florestal da Serra de Ota ocupa cerca de 311 Hectares. Fica situada na extremidade noroeste da freguesia e faz extrema com as freguesias de Abrigada, localidade do Bairro e freguesia de Meca, localidade de Bogarréus.




FREGUESIAS E LUGARES





MECA













  • Foi curato anexo à freguesia de Santa Maria da Várzea de Alenquer, tendo posteriormente passado a paróquia independente, com o título de priorado. Orago, Santa Quitéria. O arquivo paroquial remonta a 1677. Foi-lhe anexada, em 1842, a antiga freguesia de Espiçandeira, orago São Sebastião, cuja criação remontaria a cerca de 1550. Tem uma área de 14,08 km². Confronta a norte com as freguesias de Abrigada e Ota; a sul com as freguesias de Carnota e Santo Estevão; a nascente com as freguesias de Olhalvo, Aldeia Gavinha e Ribafria e a poente com a freguesia de Triana.



  • Meca Espiçandeira Canados Bogarréus Catém Cossoaria Casaisda Marinela Fiandal Carvalhal Meca Compunha-se de 11 fogos, em 1497, número que mais do que triplicará em 30 anos, registando 34 fogos em 1527. Decresceu depois, e em 1712 conta apenas 12 vizinhos e duas quintas. Nunca voltará a conquistar o nível populacional que atingira no século XVI. Em 1911 conta 66 habitantes, distribuídos por 17 casas.



  • Segundo a tradição, no ano de 1238, terá aparecido num espinheiro, no sítio da Quinta de São Brás, uma pequena imagem de Santa Quitéria, advogada contra a hidrofobia (raiva). No mesmo local se terá levantado uma pequena ermida para recolher a imagem. Aumentou a concorrência de devotos, que à intercepção da Santa atribuíam um número crescente de curas milagrosas. Foi necessário edificar ermida maior, o que terá ocorrido já no local da igreja actual.




  • Fundou-se uma confraria que, nas palavras de Guilherme Henriques, “pelo curso dos annos se tornou uma das mais ricas de Portugal”. Já durante o reinado de D. Maria I, e sob protecção desta rainha, decide a confraria construir novo templo, na proporção das suas posses. Esta obra, terminada em 1799, conforme data inscrita sobre uma janela do edifício, é descrita pelos autores d’ O Concelho de Alenquer como “um perfeito modelo e exemplo da arquitectura neo-clássica, com raízes nos trabalhos do convento de Mafra e uma notória aproximação estilística da Basílica da Estrela e da de Santo António da Sé, suas contemporâneas”. Da Pedreira da Santa, a pouca distância saiu o calcário para a sua edificação. Em frente à porta principal da igreja encontra-se, no meio do largo, o trono circular de pedra, a partir do qual é benzido o gado, durante a festa anual, em Maio. A igreja de Santa Quitéria de Meca está classificada como Imóvel de Interesse Público desde 1949.



  • Entre os soldados portugueses que, durante o século XVI, foram prestar serviço na índia, encontra-se o nome de João de Carvalho, de Meca. Há neste lugar uma fonte, construída em 1809, conforme a lápide que ostenta, com as esmolas dos devotos e confrades de Santa Quitéria para serviço dos romeiros. Em 1992 fundou-se o Centro Social Recreativo e Cultural de Meca. A Quinta de Meca, defronte da igreja, pertenceu durante séculos aos Castro do Rio Faria e Meneses. Já por finais do século XIX foi adquirida pelos Lobo Garcez Palha de Almeida.Espiçandeira De várias formas nos aparece grafado o nome deste lugar ao longo dos séculos: Espisandeira (1497, 1527), Espessandeira (1613)... Cresceu bastante, à semelhança de Meca, durante o primeiro quartel do século XVI, passando de 13 fogos, em 1497, para 29, em 1527.



  • Em 1712 conta 32 vizinhos e duas quintas. Em 1911, 198 habitantes em 44 fogos. Foi sede de uma freguesia, instituída em meados do século XVI, altura em que terá sido construída a igreja dedicada a São Sebastião, orago da referida paróquia, extinta na primeira metade do século XIX, primeiramente anexada à de Santo Estevão de Alenquer e mais tarde, em 1842, integrada na de Meca. Da freguesia de São Sebastião da Espiçandeira faziam parte, além do lugar-sede, os lugares de Cossoaria, Bordalia e Puticaria.



  • Temos conhecimento da instituição de duas capelas nesta Igreja de São Sebastião da Espiçandeira: uma em 1595, por Luisa Boto Pimentel, a outra em 1748, por D. Maria Henriques Garcez Palha. Estes Garcez Palha estavam relacionados com a Quinta da Espiçandeira. Nos começos do século XVIII esta propriedade era de José Luís Garcez Palha, passando mais tarde ao ramo Lobo Garcez Palha de Almeida, em cuja posse se encontrava ainda nos primeiros anos do século XX. À família daquela Luisa Boto Pimentel pertenceu sem dúvida João Boto Pimentel, freire da Ordem de São João Baptista (de Malta), comendador de Tabora e Aboim, de Santar, de Nossa Senhora da Portela de Vez e de São João de Valadares, falecido em 8 de Fevereiro de 1613, conforme inscrição na sua sepultura na mesma igreja de São Sebastião.



  • Na Espiçandeira nasceu, por meados do século XIX, filho de um oficial francês radicado no concelho, Paulo Lauret, professor de ginástica e esgrima, proprietário do Ginásio Lauret no Porto, em finais do século XIX. A Quinta de D. Carlos, próxima do lugar, pertenceu a D. Manuel da Cunha, bispo de Elvas e fundador do Convento de Nossa Senhora da Encarnação de Olhalvo. O edifício principal, imponente, na sua fachada de catorze janelas, a capela e o pórtico do pátio, encimado pelas armas dos Cunha, apresentam, no seu conjunto, características arquitectónicas dos séculos XVII e XVIII.



  • Canados Em 1497 aparece como A dos Canados; em 1527 como Canaldos. Pertencia naquelas datas à vintena de Meca, e cresceu de dois para sete fogos entre aqueles anos. Menos de dois séculos depois, em 1712, contava já 26 casas habitadas. Passados mais dois séculos, em 1911, era já de 309 o número de habitantes, distribuídos por 69 fogos. Machados polidos, aqui descobertos por 0Hipólito Cabaço, apontam para uma ocupação no período eneolítico.



  • Nos séculos XVI e XVII existia neste lugar uma quinta pertencente a um ramo da família de Damião de Goes. Antónia de Goes, irmã do cronista, casou com Nuno Álvares, de Canados, onde em 1555 morava Álvaro Nunes, filho de ambos. Pelos anos de 1596-97, eram moradores na sua quinta neste lugar, Heitor de Almeida de Goes e sua mulher Isabel de Freitas Fialho. Heitor de Almeida de Goes foi capitão de Infantaria na vila de Alenquer e obteve foro de fidalgo cavaleiro em 1623. Casou segunda vez com Maria Ribeiro, com quem vendeu, na primeira ou segunda década de seiscentos, umas propriedades rústicas junto às suas casas de Canados.



  • Em 1655 quem morava na quinta era um filho de Heitor de Almeida, Antonio de Goes Sottmayor. Um filho deste, António de Almeida de Goes, passou à Labrugeira, facto que motivará as seguintes palavras de Guilherme Henriques, dois séculos depois, em 1873: “Não me consta que haja ahi recordação de Nuno Alvares, que casou com Antonia de Goes, nem dos seus descendentes”. Pela mesma altura é como “uma pequena aldeia” que Henriques classifica este lugar.



  • Na Quinta de Vale Mourisco, que pertencia à vintena de Canados, existia, em 1801, um forno de cal, de que era proprietário e mestre Manuel da Silva, da mesma quinta. Festeja-se aqui São Sebastião, no último fim-de-semana de Agosto ou no primeiro de Setembro. A organização é do Centro Cultural e Recreativo “Os Camponeses de Canados”, fundado em 1985.



  • Bogarréus Em 1983 entrou no Museu Cabaço um instrumento polido achado durante a abertura de valas para a instalação de condutas de água, entre este lugar e os Casais da Pedreira do Lima. As circunstâncias em que foi encontrado levam a crer não se tratar de um achado isolado, mas fazendo parte de um contexto arqueológico.


  • Este lugar parece ter origem num casal, o Casal dos Bugarréus, que em 1873 pertencia a J. Pereira.Contava 100 habitantes em 1911, distribuídos por 26 fogos. Os festejos anuais são em honra de Nossa Senhora de Fátima, no primeiro fim-de-semana de Julho. A organização é da Associação Recreativa e Cultural de Bogarréus, fundada em 1982.Catém A. H. de Oliveira Marques acha possível que o topónimo Catém derive do árabe, significando, na origem, uma estrutura defensiva, tipo castelo ou torre.



  • Em 1712 contava cinco fogos. Duzentos anos mais tarde eram já 29, ocupados por 138 pessoas. O Clube Cultural de Catém foi fundado em 1986.Cossoaria Dois fogos apenas compunham este lugar em 1497. Trinta anos mais tarde são já oito, e em 1712, 20, exactamente o mesmo número que nos aparece ainda em 1911, quando o número de habitantes era de 94.



  • Em 1497 e 1527 aparece como Coreçaria. Pertencia naquelas datas à vintena da Azedia. Em 1712 como Corçoaria.Casais da Marinela Domingos da Fonseca, que faleceu em 24 de Janeiro de 1616, fez testamento, que foi aprovado a 9 de Janeiro de 1603, e um codicilo com data de 18 de Janeiro de 1606, nos quais instituía vínculo no seu Casal da Marinela e na Quinta do Chantre, próxima de S. Bartolomeu.



  • Domingos da Fonseca era filho de André Álvares da Fonseca, que viveu em Alenquer, e de sua mulher Marta Fernandes, sobrinha de D. Pedro Fernandes, Bispo de Bona, e de Francisco Fernandes, irmão deste, arcediago de Santarém. Em 1821 era possuidor do vínculo Francisco Maria de Vila-Lobos e Vasconcelos Cogominho Salema Barreto, descendente do instituidor e residente em Montemór-o-Novo. Em 1873 o Casal da Marinela pertencia a Pedro Ribeiro. Os festejos anuais são em honra de Nossa Senhora de Fátima, no segundo Domingo de Maio, organizados pelo Centro de Convívio dos Casais da Marinela, fundado em 1981.



  • Fiandal O topónimo, na sua forma primitiva, era Folhandal. Assim a encontramos redigida entre os séculos XV e XVIII. Casal do Folhandal é a forma que nos aparece em 1527. Em 1873 existia um Casal do Fiandal, pertencente a D. Maria do Carmo da Silva Paim. Em 1983 entrou no Museu Municipal uma fivela de bronze, encontrada nas proximidades. Este pequeno lugar cresceu de forma lenta. Contava um fogo apenas em 1497; três em 1527; 12 em 1712; 16 em 1911, e 55 habitantes.




  • São José é aqui festejado no terceiro Domingo de Setembro. A organização cabe ao Rancho Folclórico “Malmequeres do Fiandal”, fundado em 1982.Carvalhal Na Quinta do Carvalhal, então pertencente à freguesia da Espiçandeira, nasceu, em 20 de Julho de 1810, José António Soares Leal, que viria a ser agraciado com os títulos de Barão e Visconde de Santa Quitéria. Fidalgo da Casa Real, ministro plenipotenciário em Viena de Áustria, condecorado com distintas ordens nacionais e estrangeiras, faleceu em 1873, tendo casado com Natália Júlia Alexina, baronesa de Lancken-Wakenitz, filha dos Barões do mesmo título (dinamarqueses).

(EXTRAÍDO DE UM ARTIGO DA CM DE ALENQUER)


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Bogarréus “De Salazar a Otelo”





  • Uma encenação em o sofrimento e a morte estiveram sempre presentes. “É preciso que saibam uma coisa: Deus não existe. Para ter fé é preciso que ela tenha utilidade”.



  • Bogarréus assistiu, no dia 12 de Março, a uma parte da história de Portugal, contada pela Companhia Teatro do Ribatejo, grupo de teatro da Chamusca, na Associação Recreativa e Cultural desta localidade da Freguesia de Meca. “De Salazar a Otelo” é uma peça de teatro que mostra o sofrimento do povo português durante a ditadura salazarista, em que as personagens são homens e mulheres comuns que sentem na pele a dor de um país sufocado pelo regime fascista. No palco, do princípio ao fim, duas cadeiras: numa apoia-se uma cruz branca, ornamentada com dálias e tecido como os véus das noivas, e envolta em correntes, inclinada sobre uma cadeira. A outra está vazia, com a inscrição “Salazar”.“Portugueses quem vive? Portugal, Portugal, Portugal! Portugal.




  • Quem manda? Salazar, Salazar, Salazar, Salazar!”. Esta frase é entoada por um grupo que sobe ao palco em formação militar, representado as organizações promovidas pela ditadura, como a Mocidade Portuguesa.A história é contada por um narrador, que situa as personagens no tempo e vai descrevendo os acontecimentos. O espectáculo inicia-se com uma projecção vídeo, que mostra a inscrição “1926” e imagens da época. Os actores em palco falam sobre a nova constituição de 1932, ano em que a União Nacional ganha todos os lugares da Assembleia, e sobre as organizações que daí advêm para controlar o país.A Guerra Civil espanhola, a que se segue a ditadura de Franco, um dos aliados de Salazar, é também abordada, assim como o fuzilamento de Federico Garcia Lorca: “Assim é a vida F.G. Lorca. Assim é Espanha, assim é o nosso Portugal.Sobe ao palco a governanta de Salazar, Maria de Jesus Caetano Freire, “a mulher mais poderosa do Portugal do séc. XX”, que fala sobre a vida pessoal do ditador: “Há aquele, o Marcelo, que dá sempre a sua opinião.




  • Salazar ouve calado, mas fica magoado, eu sei”.O regime salazarista provocou uma sangria na população, principalmente nos anos 60, década em que milhares de portugueses emigram, essencialmente para o norte da Europa, onde encontram condições deploráveis: “Estou sem raízes, falam-me uma língua estranha, vivo em barracas. Umas vezes querem-me, outras vezes não. Quem sou eu?”Ao longo do espectáculo foram sendo cantadas algumas canções que marcaram a época, canções de revolta e de liberdade contra a mordaça que o regime mantinha na cultura: “Desfolhada”, de Simone de Oliveira e “Quis saber quem sou”, de Paulo de Carvalho são alguns exemplos. “Poeta Castrado, poema de Ary dos Santos, foi também recitado por um dos actores. A P.I.D.E. e os violentos interrogatórios dos seus agentes para com os resistentes foram também representados, numa encenação em o sofrimento e a morte estiveram sempre presentes. “É preciso que saibam uma coisa: Deus não existe. Para ter fé é preciso que ela tenha utilidade”.Outro quadro apresentado foi o dos camponeses famintos, que iam às casas senhoriais e quintas: “Quero pão para os meus filhos e paz”.




  • Eram escorraçados a tiro.A guerra colonial, a morte em combate, o cativeiro prolongado e os traumas da guerra, subiram também ao palco, através do corpo e da alma de quatro actores fardados e de arma em riste. A cruz é levantada, um soldado em tronco nu coloca-se em posição de crucificado, fala sobre a guerra. Uma noiva e uma mãe choram, o noivo e filho morto na guerra e ajoelham-se perante a cruz. Os quatro soldados apontam as armas ao público, viram-se de costas e a cadeira com o nome do ditador inscrito cai: “Uma simples cadeira de lona marcou o destino de Salazar”, ouve-se dizer. “Os soldados, filhos do povo, têm o dever de o libertar da ditadura”; é cantado “Quis saber quem sou”, Otelo e Maia lideram a revolução, “A poesia está na rua”, canta-se “Grândola Vila Morena”. A liberdade deixa de ser segredada e passa a ser vivida.


JA64- 1 de Abril 2005



Por: Mário Rui Freitas