o mar do poeta

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quinta-feira, abril 26

DEGEBE RIO DA MINHA INFÂNCIA


                                    DEGEBE RIO DA MINHA INFÂNCIA

Degebe belo rio
onde aprendi a nadar
quer fizesse calor ou frio
nele me ia banhar

5 quilómetros tinha que percorrer
para o poder alcançar
e sem autorização para o fazer
lá me ia eu escapar

Na companhia de amigos ia
para as aulas de natação
a cueca é que servia
substituindo o calção

Depois de belos mergulhos
e com dinheiro na algibeira
iamos encher os bandulhos
e por por vezes apanhar a bebedeira

Perto da ponte lá havia
uma tasca bem à maneira
que sangue de porco servia
saboroso e pimenteira

Pelos campos la colhiamos
uns nabos bem adocicados
mais melões que comiamos
ficando empanturrados

Chegados a casa nos esperava
uma sova colossal
massagem bem aplicada
que até não fazia mal

Eramos miúdos traquinos
rebeldes por vocação
jovens e lindos meninos
libertos da escravidão

A esse Degebe bendido
grato estamos por nos receber
suas lições aprendido
e homens novos nos fazer

Foram sua belas lições
sempre boas e proveitosas
que me criaram emoções
embarcando nas gloriosas



quarta-feira, abril 25

MACAU UM MUNDO À PARTE


A companhia telefónica de Macau CTM, esta lançando uma campanha dirigida a todas as pessoas com mais de 60 anos. 
A partir do mês de julho os telefones 2G deixarão de poder ser usados, passando a funcionar o sistema 3G.

Todas as pessoas com mais de 60 anos de idade, podem fazer um contracto válido por um ano com a CTM, para tal basta preencher um pequeno impresso e pagar a quantia de 38 patacas, cerca de 3,80 euros, e lhe será entregue um telefone portátil, com números grandes e com sistema de som com volume mais elevado, podendo o utilizador usar por mês 650 minutos, a quantia a pagar é somente de 38 patacas.

É de salientar que as chamadas telefónicas internas, ouseja no Território de Macau, são gratuitas quando utilizando o telefone de casa, linha fixa.

O articulista já possue um telefone deste que acha maravilhoso.

Parabéns à CTM pelo gesto para com as pessoas da terceira idade.



Não só a CTM teve este gesto para com as idades mais idosas, o governo de Macau tudo faz para que as pessoas mais idosas possam disfrutar de mais conforto proporcionando-lhes imensas regalias.

Uma de outras boas iniciativas é o  Macaupass, onde as pessoas com mais de 65 anos podem utilizar os transportes públicos, autocarros, pagando apenas 0,30 avos para cada viagem, quando o preço normal cobrado é de 3.20 patacas, este modelo é extensivo aos alunos mas o valor é de 1.00 pataca, no caso de viajarem na cidade de Macau, já que para as ilhas o valor é maior, mas os idosos esses pagam o mesmo 0,30 avos.

O governo de Macau muito tem feito e continua a fazer em prole da população, caso da Assistência Social, com novo sistema de reformas, casas a baixo preço,  vales de saúde, comparticipação pecuniária, subsídio para idosos entre outras.

Por todo o Território de Macau se podem ver máquinas de manutenção fisíca, a partir de 1 de janeiro do corrente ano a lei sobre o tabagismo é mais uma forma de dar mais qualidade de vida a seus habitantes.


Macau deste a passagem em 1999 para a República Popular da China, tem evoluido mais nestes 12 anos de que aquando da administração portuguesa durante mais de 450 anos.

Porém nem tudo são rosas, o custo de vida é elevado, a especulação imobliáia é enorme, o trânsito é infernal, porém as pessoas vivem com desafogo e felizes da vida.

O governo de Macau tudo faz para minizar este problemas, cosntruindo milhares de habitações para pessoas com menos recursos financeiros.

Já para não falar do acesso 100% gratuito aos cuidados médicos e medicamentos a todos os residentes com poucas posses, os idosos com 65 anos ou mais, e igualmente os funcionários públicos.




http://www.ssm.gov.mo/docs/4215//4215_80e421e8001c46258b1bfde143372210_001.pdf


Vales de saúde a partir de 1 de Maio

Por | 13 Abr 2012 
Apoiar a população e promover um sistema de medicina familiar são as grandes metas para o “Programa de Comparticipação nos Cuidados de Saúde 2012”. Para isso, o Conselho Executivo (CE) terminou, nos últimos dias, a discussão do projecto de regulamento administrativo sobre esta matéria e os vales de saúde começarão a ser distribuídos no início do próximo mês. “O programa tem como objectivo promover um sistema de medicina familiar e sensibilizar os cidadãos sobre a protecção da sua saúde, reforçar a colaboração entre o sector público e privado de prestação dos cuidados de saúde desenvolvendo, simultaneamente, os recursos comunitários na área da saúde, no sentido de elevar o nível geral dos serviços sociais e médicos”, explicou o porta-voz do CE, Leong Heng Teng.

Seja como for, a qualificação de beneficiário, o montante subsidiado e o prazo de utilização do programa são semelhantes aos no ano passado.

Basicamente, o projecto estipula que a comparticipação nos Cuidados de Saúde é no montante de MOP500, e os vales de saúde só podem ser utilizados pelos beneficiários até ao dia 31 de Agosto de 2013.

O Governo prevê que a comparticipação por vales de saúde é de cerca de MOP295 milhões. Até ao dia 31 de Julho de 2012 os beneficiários do Programa os residentes da RAEM que tiverem o bilhete de identidade de residente permanente da Macau podem usufruir deste benefício.

Fonte - Jornal Hoje Macau


Comparticipação pecuniária começa a ser paga a 24 de Abril

Por | 13 Abr 2012 |  Os resultados económicos da RAEM começarão a ser distribuídos a partir do próximo dia 24.



O debate do projecto do regulamento administrativo do Plano de Comparticipação Pecuniária para o ano 2012 foi concluído pelo Conselho Executivo (CE) e, com isso, o Governo vai brindar um total de 619933 pessoas com mais um cheque pecuniário.

As formas e regras para as suas atribuições são as mesmas que foram adoptadas em 2011 através do Regulamento Administrativo n.º 1/2011, com apenas uma única novidade. “Foi introduzido e determinado no projecto que a comparticipação pecuniária devida aos indivíduos residentes da RAEM que reúnam os requisitos previstos e que não a tenham chegado a receber por motivo de falecimento, pode ser requerida pelo cabeça-de-casal”, referiu o porta-voz do Conselho Executivo, Leong Heng Teng.

Por tanto, este ano, o Governo irá atribuir uma comparticipação pecuniária no valor de MOP7.000 a todos os residentes permanentes da RAEM – 542.650 indivíduos – e MOP4.200 a todos os não permanentes – 77.283 indivíduos. No total o Executivo liderado por Fernando Chui Sai On irá distribuir pela população um encargo financeiro que ascende 4,1 mil milhões de patacas.

O regulamento administrativo estabelece ainda a criação do Centro de Apoio ao pagamento da comparticipação pecuniária para a prestação de informações e assistência à execução do plano, que se mantém em funcionamento até 30 de Junho de 2012.

Plano de comparticipação pecuniária para 2012

24 de Abril Transferência bancária automática para indivíduos que recebem apoio económico pelo Instituto de Acção Social, pessoal docente que receba subsídio directo e alunos que recebam bolsas de estudo para o ensino superior concedidas pelo Fundo de Acção Social Escolar da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, e funcionários aposentados que recebam pensão de aposentação e indivíduos que recebam pensão de sobrevivência

 26 de Abril Indivíduos que recebam subsídio para idosos
 2 a 4 de Maio Indivíduos nascidos em 1947 ou antes
7 a 11 de Maio Indivíduos nascidos de 1948 a 1954
14 a 18 de Maio Indivíduos nascidos de 1955 a 1959
3ª semana de Maio Transferência automática com o vencimento do mês de Maio para os Trabalhadores da Administração Pública
21 a 25 de Maio Indivíduos nascidos de 1960 a 1965
28 de Maio a 1 de Junho Indivíduos nascidos de 1966 a 1972
4 a 8 de Junho Indivíduos nascidos de 1973 a 1980
11 a 15 Junho Indivíduos nascidos de 1981 a 1987
 18 a 22 de Junho Indivíduos nascidos de 1988 a 1993
26 a 29 de Junho Indivíduos nascidos de 1994 a 1999
2 a 6 de Julho Indivíduos nascidos de 2000 a 2011

Fonte - Jornal Hoje Macau


Casas de Seac Pai Van prontas no limite

Por | 24 Abr 2012  A promessa chegou em Maio do ano passado e parece que vai ser cumprida. Depois de mais uma visita à futura “cidade nuclear” em Seac Pai Van, os responsáveis de três organismos governamentais garantiram que as habitações públicas da área próxima de Coloane deverão estar concluídas em Dezembro deste ano.



Kuok Chi Cheong, chefe do departamento de infra-estruturas da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), garantiu que o orçamento está dentro do previsto e que todos os projectos “estão de acordo com o calendário”. Desta forma, a conclusão das 9000 casas irá dar um contributo ao objectivo do Governo de completar as prometidas 19 mil fracções económicas.

Kuok Wai Hai, vice-presidente do Instituto da Habitação (IH), referiu que até ao dia 20 deste mês 7514 famílias estavam em lista de espera para ter acesso a uma fracção económica, sendo que dessas 521 vivem em Coloane.

Para já, o IH assume que está a realizar os trabalhos preparatórios de análise das candidaturas. O organismo “vai preparar os trabalhos de definição dos preços e da venda antecipada da mesma habitação pública. O IH não sabe ainda se vai atribuir as casas este ano ou qual será a percentagem das fracções sociais e económicas. Só depois de uma análise das candidaturas”.

Trabalhos a todo o gás
As estruturas em bambu ainda estão montadas, mas tudo indica que os diversos lotes que constituem as habitações económicas de Seac Pai Van estarão concluídos por altura do Natal. Dos oito edifícios que compõem o lote CN3, seis viram a sua estrutura concluída em Março, estando prevista a conclusão dos restantes no próximo mês.

Está ainda prevista a construção de um parque de estacionamento com 690 lugares, sendo que as chamadas “instalações sociais” não serão esquecidas. Ficou prometida a criação de um “centro de acção social, creche e alojamento complementar para deficientes.”

Face às infra-estruturas complementares às habitações, cuja construção teve início em Agosto do ano passado, deverão estar prontas também no final do ano, em conjunto com o abastecimento de água, luz e gás.

Junto a Seac Pai Van vão ainda existir quatro passagens superiores para peões, sendo que três delas já foram sujeitas a concurso público para a empreitada. Tal obra “terá início em breve e segundo as expectativas será concluída de forma faseada a partir do terceiro trimestre do próximo ano”.

A ligação com o sistema de transportes também está garantida. Kuok Chi Cheong disse que vai existir mais uma paragem de autocarros na zona, além da já anunciada estação do Metro Ligeiro.

Fonte - Jornal Hoje Macau 


25 DE ABRIL - DIA DOS CORNOS

Dia de Cornos

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O Dia de Cornos, é uma festa profana celebrada no dia 25 de Abril, dia de São Marcos, nos Açores, principalmente nas Ilhas do Pico e Faial, e especialmente nas freguesias de São Mateus, em Madalena. e dos Cedros, no Faial.

A celebração foi praticamente esquecida após o 25 de Abril de 1974, sendo que subsistem pequenas tradições relativas a essa festividade.

Histórico e folclore

A comunidade realizava os festejos dos cornos, no dia de São Marcos, saindo da igreja de São Mateus, todos os anos. O evento consistia numa procissão que levava até o templo uma coroa com um corno na ponta que, após receber a bênção, coroava todos os homens casados.

Certa feita, entretanto, o padre proibiu a conotação religiosa do evento. Reza a lenda que, então, no ano seguinte, enquanto o povo seguia a parte profana do Dia de Cornos, realizava o padre a missa do dia de São Marcos, quando pela igreja entrou uma rês que foi-se ajoelhar diante do púlpito - dando a todos a certeza de que o evento, mesmo sem o aval do sacerdote, tinha a bênção dos céus.

O festejo

Consiste na bênção da coroa e, após isto, um escrivão e um mordomo a levava até cada homem casado do lugar, para ser coroado. Os solteiros, chamados de burros, apenas assistiam, esperando para quando, uma vez contraído o matrimónio, pudessem também ser coroados.
O casado ajoelhava-se e era coroado pelo mordomo, enquanto o escrivão riscava seu nome da lista.

Nem todos as pessoas aceitavam de bom grado a imposição dos cornos havendo por vezes lugar a insultos e ameaças mas no fim todos se submetiam.

O Sermão dos Cornos

Após as celebrações o mordomo proferia o Sermão dos Cornos
"Pelo sinal Da Santa Cruzada, A capela dos cornos Está bem armada.

Êste dia de S. Marcos, Também tem o seu sermão, Que este dia para nós É dia de grande função.
Todo o homem que é casado E vive neste destêrro, De cornos anda pesado Sem ser bode nem bezerro.
Quantos nós podemos ver Que vivem mui bem armados, Sem nunca o perceber.

Pobre irmãos! Coitados!

Não há maior irmandade Que a do corno retorcido, Que a falar a verdade Enfeita tanto marido.

Os cornos, estamos vendo, É uma praga geral, Que cada um vai roendo Conforme sente o seu mal.

Podemos assegurar Bem nos termos desta lei, Que ninguém pode afirmar Desta água não beberei.

E assim desconfiados, Vamos passando a vida, Com mêdo de ser armados Dalguma ponta retorcida.

Nós os pobres humilhados Que nos tratamos de irmão, Sempre fomos mais poupados Neste mal de encornação.

Se os cornos flores abriram Como na roseira as flores, Quantos jardins não teriam As testas dalguns senhores!

Quanto mais velha endurece A coroa da armadura, É fruta que não apodrece Nem cai de madura.

Nem é preciso dizê-lo, Em muita casa rua ou beco Quanta "dôr de cotovêlo" Se vai engulindo em sêco.

Há p'r'aí muito torrão P'ra riba, p'lo rol já feito, É casa sim casa não; P'ra baixo é tudo a eito.
Se alguém o corno apanhar "Meta a viola no saco", É ouvir ver e calar E nunca dar o cavaco".

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08/12/2011 09h56 - Atualizado em 08/12/2011 10h09

Presidente de associação de cornos no CE quer vender coleção de chifres

José Adauto Caetano oferece 70 peças e 3 mil livros por R$ 15 mil.
Associação foi criada para lutar contra agressão às mulheres, diz fundador.

Giselle Dutra Do G1 CE

Coleção de chifres está na sede da associação dos cornos, criada há 12 anos e que conta com cerca de 10 mil filiados. (Foto: José Leomar/Agência Diário)Coleção de chifres está na sede da associação dos cornos, criada há 12 anos e que conta com cerca de 10 mil filiados. (Foto: José Leomar/Agência Diário)
O presidente da Associação dos Homens Mal Amados do Ceará, mais conhecida como associação dos cornos, José Adauto Caetano, 63 anos, decidiu vender sua coleção de chifres. "São 70 peças e acompanham três mil livrinhos sobre todos os tipos de corno. Tem troféu de chifre e cabide de chifre", afirmou. Caetano disse que apareceram alguns compradores de peças individuais, mas que ele só vende a coleção, por R$ 15 mil. "A primeira e única coleção de chifres do mundo é a minha", disse, sobre o "valor sentimental" dos itens.

O material está exposto na sede da associação, na rua Pedro Pereira, 686, no Centro de Fortaleza. "Dá muito  trabalho para limpar e resolvi vender. Se for para um corno, melhor ainda, porque já faz parte da família", disse. Caetano disse que está no local de segunda a sábado, de 8h às 16h.

 Carteirinha diz que é válida em todo o sistema solar e afirma que o portador é "corno com todas as letras". (Foto: G1 Ceará) 
Carteirinha diz que é válida em todo o sistema solar e afirma que o portador é "corno com todas as letras". (Foto: G1 Ceará)

Não agressão às mulheres
Na associação, Caetano disse que vai ficar apenas com os retratos e as recordações. "Não tenho como deixar de ser corno nunca, Deus me livre". Além, claro, dos cerca de 10 mil associados, todos com carteirinha oficial. "É uma salinha alugada por mim. Esses cornos não ajudam não. Além de cornos, são 'veacos' (caloteiros) e lisos (sem dinheiro)", brincou sobre a alta taxa de inadimplência da mensalidade de R$ 2.

A associação foi criada há 12 anos por Caetano e, segundo o fundador, desde que surgiu tem um propósito maior que o da brincadeira, que já expunha em livros de cordéis. "Criamos com o objetivo de não agressão às mulheres e dizer que as únicas alternativas se você for traído são aceitar ou deixar a mulher", explicou.

Uma vez corno, sempre corno
Questionado se já foi traído, ele responde: "fui não, sou". E ainda conta vantagem de ter tido oito mulheres e 18 filhos. "São todos meus, têm meu nome e ninguém toma". Quanto à atual mulher, ele reclama da possibilidade de não fazer jus à fama. "Vivo com uma mulher e estou com vontade de processar ela porque ela não quer me trair", brincou.

Fonte - G1 - Ceará

terça-feira, abril 24

25 ABRIL

  Volvidos 10 anos de estar em Macau, o articulista acompanhado de sua esposa e de seus dois filhos, foram a Portugal no gozo de licença graciosa. Sairam de Macau no dia 1 de abril de 1974, no aerorpo foram recebidos por muitso de seus familiares residentes em Évora, mas a pedido do articulista a sua mãe o não foi receber ao aeroporto.

Como ia, fisicamente, bem diferente de quando tinha saído de Portugal no ano de 1964, dando aso a que uma sua prima lhe ter chamado chinês, ia magro o articulista, e como tal não seguiria para Évoea com sua esposa e filhos, ficando sim em Lisboa em casa de uma sua tia.

Volvidos uns dias e com a mudança de clima e de comidas o articulista já parecia outro. foram então passar uns dias a casa de um primo que viva na Amadora e só depois iriam para Évora.

Na manhã do dia 25 de abri, encontrava-se o articulista, sua esposa e filhos ainda dormindo, quando o articulista ouviu gritos e choros vindos da sala.

Levantou-se para saber o que se passava, foi encontrar na sala a esposa de seu primo, vestia um babydool cor de rosa transparente, a televisão estava ligada, e ela chorava e gritava dizendo "meu querido marido, meu querido marido".

Ao reparar no articulista agarrou-se a ele com todas as forças, com aquele inesperado gesto o articulista perdeu o equilibrio e ambos cairam no chão, ficando o articulista por cima de sua prima.

A esposa do articulista ao ouvir aquele barulho da queda, levantou-se e veio à sala ver o que se passava e nos veio a encontrar naquele estrelaio.

O articulista com a juda de sua esposa lá se levantou e lhe explicou o que se tinha passado, tinha havido uma revolução, e o nosso primo Zé que era funcionário alfandegário, cedo tinha saído de casa para o trabalho, e sua esposa estava apreensiva com a segurança dele, já que ele pertencia à Legião Portuguesa.

Tudo bem, a esposa do articulista ali ficou vendo televisão e tomando conhecimento do acontecido, que para ela nunaca lhe passaria pela cabeça que viria a contecer, visto não estar a par da política portuguesa.

Ali ficamos todo do o dia sem sair de casa acompanhando as notícias,  só dia 30 de abril podemos sair de Lisboa e seguir para Évora, e com receio de mais aocntecimentos, após ter dado a conhecer a sua mãe, sua esposa e filhos, volvidos dois dias seguia para Badajoz, Espanha, onde ficaram dez dias, mas não foi fácil sair de Portugal, o guarda fiscal que se encontrava na fronteira, gare de caminho de ferro em Elvas, solicitou o passaporte do articulista, ao ter conhecimento que o articulista era agente de polícia lhe pediu a devida autorização para sair do país.

A esposa e filhos do articulista já se encontravam no interior do combóio, e este apitava começando a andar, embora lentamente, o articulista sacou o passapaorte das mãos do agente da guarda fiscal e subiu para o combóio, sem para tal ter sido impedido

Já em Évora e como tudo calmo estava por lá ficou uns meses, tendo aproveitado levar a sua mãe a conhecer a Serra da Estrela, ir a Fátima e dar um passeio pelo Algarve.

Durante a sua estada de cinco meses  em Portugal inda teve alguns aborrecimentos, o primeiro foi quando levou a sua esposa e filhos a conhecer o Algarve, tinha comprado bilhetes de 1a. classe no combóio que os levaria até Faro, porém, quando na Casa Branca sairam da automotora e apanharam o combóio para o Algarve, não havia lugares vagos na primeira class, pois esta tinha sido ocupada por passageiros, quem em democracia, segundo diziam não havia classes, e assim em pé se fez a viagem até Faro.

Nessa mesma viagem, dois jovens, ai dos seus 20 e poucos anos, vendo a minha esposa, chinesa, dizia um para o outro, "olha nunca comi uma chinesa, aquela vem mesmo a calhar" o articulista nessa altura tinha 30 anos e era perito em artes marciais, já aborrecido com a situação de ir de pé e com aqueles dois a falarem daquela maneira, o articulista em bom português lhes dizsse que igualmente nunaca tinha comido as mães deles, e perguntou-lhes por onde desejavam sair, pela porta que dava para a outra carruagem ou pelo vidro da janela.

Os tipos ao ouvirem estas ameaças sorrateiramente passaram para outra carruagem, e não mais importunaram o articulista.

Já nas ruas de Extremoz, quando o articulista passeava com sua esposa e filhos, as pessoas indo abrindo as janelas e dizendo uma para as outras olha olha ai vai uma chinesa, o que pareceu muito estranho a minha esposa, mas enfim, só revelaram falta de cultura, nos dias de hoje será bem difeerente, já que em cada esquina existe uma loja de chineses, é assim já.

Em Setembro de 1974 o articulista sua esposa e filhos regressaram a Macau, mas nos anos seguintes voltaram lá de novo e assim o continuaram a fazer até ao ano de 2066, tenho acompanhado as diferenças e os comportamentos das pessoas.

Évora era uma cidade calma, as pessoas cuidadosas, amáveis, hospedeiras, as ruas da cidade eram limpas, havia civismo e educação, mas com a chamada liberdade, tudo mudou para pior, infelizmente.

Pensava o articulista após se ter aposentado passei a viver na sua cidade natal, para tal comprou uma vivenda, terrenos e levou de Macau todo o recheio de sua casa, mas não se conseguindo adaptar, vendeu tudo o que lá tinha e regressou a Macau onde vive, e por cá deixará seus ossos.

Revolução dos Cravos

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Revolução dos Cravos
Localização  Portugal
Data 25 de Abril de 1974
Resultado Fim do regime Estado Novo (Portugal)
Instauração da Democracia

Revolução dos Cravos refere-se a um período da história de Portugal resultante de um golpe de Estado militar, ocorrido a 25 de Abril de 1974, que depôs o regime ditatorial do Estado Novo, vigente desde 1933, e que iniciou um processo que viria a terminar com a implantação de um regime democrático, com a entrada em vigor da nova Constituição a 25 de Abril de 1976.

Este golpe, normalmente conhecido pelos portugueses como 25 de Abril, foi conduzido por um movimento militar, o Movimento das Forças Armadas (MFA), composto por oficiais intermédios da hierarquia militar, na sua maior parte capitães que tinham participado na Guerra Colonial e que foram apoiados por oficiais milicianos, estudantes recrutados, muitos deles universitários. Este movimento nasceu por volta de 1973, baseado inicialmente em reivindicações corporativistas como a luta pelo prestígio das forças armadas, acabando por se estender ao regime político em vigor. Sem apoios militares, e com a adesão em massa da população ao golpe de estado, a resistência do regime foi praticamente inexistente, registando-se apenas quatro mortos em Lisboa pelas balas da DGS.

Após o golpe foi criada a Junta de Salvação Nacional, responsável pela nomeação do Presidente da República, pelo programa do Governo Provisório e respectiva orgânica. Assim, a 15 de Maio de 1974 o General António de Spínola foi nomeado Presidente da República. O cargo de primeiro-ministro seria atribuido a Adelino da Palma Carlos.

Seguiu-se um período de grande agitação social, política e militar conhecido como o PREC (Processo Revolucionário Em Curso), marcado por manifestações, ocupações, governos provisórios, nacionalizações e confrontos militares, apenas terminado com o 25 de Novembro de 1975

Estabilizada a conjuntura política, prosseguiram os trabalhos da Assembleia Constituinte para a nova constituição democrática, que entrou em vigor no dia 25 de Abril de 1976, o mesmo dia das primeiras eleições legislativas da nova República.

Na sequência destes eventos foi instituído em Portugal um feriado nacional no dia 25 de Abril, denominado "Dia da Liberdade".

Antecedentes

História de Portugal
Coat of arms of Portugal.svg
Este artigo faz parte de uma série
Portugal na pré-História
História Antiga
Povos ibéricos pré-romanos
Romanização (Lusitânia e Galécia)
Germânicos (Visigodos e Suevos)
Domínio árabe
Domínio Cristão
Reconquista
Condado Portucalense
Formação do Reino de Portugal (1139-1385)
Independência de Portugal
Dinastia de Borgonha
Crise de 1383-1385
Consolidação e Expansão (1385-1580)
Dinastia de Avis
Descobrimentos
Império Português
Crise sucessória de 1580
União Ibérica (1580-1640)
União Ibérica
Dinastia Filipina
Restauração da Independência
Restauração, Invasões e Liberalismo (1640-1820)
Dinastia de Bragança
Invasões Napoleónicas
Revolução Liberal de 1820
Monarquia Constitucional (1820-1910)
Monarquia Constitucional Portuguesa
Guerras Liberais
Regicídio de 1908
Revolução de 5 de Outubro de 1910
Instauração da República
I República
Revolução de 28 de Maio de 1926
Ditadura (1926-1974)
Ditadura militar e nacional
Estado Novo
Guerra do Ultramar
Revolução dos Cravos
Democracia (1974-)
PREC
III República

Temáticas
Arquitectura | Arte | Militar

Portal Portugal

Na sequência do golpe militar de 28 de Maio de 1926, foi instaurada em Portugal uma ditadura militar, que culminaria na eleição presidencial de Óscar Carmona, em 1928. No mandato presidencial de Carmona, no que então se designou por "Ditadura Nacional", foi elaborada a Constituição de 1933, instituindo um novo regime autoritário de inspiração fascista, auto-denominando-se Estado Novo. Oliveira Salazar passou a controlar o país através do partido único designado "União Nacional", não mais abandonando o poder até 1968, quando este lhe foi retirado por incapacidade, na sequência de uma queda de uma cadeira em que sofreu lesões cerebrais. Foi substituído por Marcelo Caetano, que dirigiu o país até ser deposto no 25 de Abril de 1974. A chamada Primavera Marcelista seria sinónimo de ditadura branda.

Sob o governo do Estado Novo, Portugal foi sempre considerado um país governado por uma ditadura, quer pela oposição, quer pelos observadores estrangeiros quer mesmo pelos próprios dirigentes do regime. Formalmente, existiam eleições, consideradas fraudulentas pela oposição, desrespeitadas pelo dever de imparcialidade.

O Estado Novo tinha a sua polícia política, a PIDE (Polícia Internacional de Defesa do Estado), versão renovada da ex-PVDE (Polícia de Vigilância e Defesa do Estado), mais tarde reconvertida na DGS (Direcção-Geral de Segurança), que continuaria perseguindo os opositores do regime.

Na visão histórica dos ideólogos do regime, o país teria de manter uma política de defesa, de manutenção do "Ultramar", numa época em que alguns países europeus iniciavam os seus processos de descolonização progressiva. Apesar de séria contestação nos fóruns mundiais, como na ONU, Portugal manteve a sua política de força, endurecendo-a a partir do início dos anos 1960, face ao alastramento dos ataques independentistas em Angola, na Guiné e em Moçambique .

Economicamente, o regime manteve uma política de condicionamento industrial que protegia certos monopólios e certos grupos industriais e financeiros (a acusação de plutocracia é frequente). O país permaneceu pobre até à década de 1960, sendo consequência disso um significativo acréscimo da emigração. É nesta década, contudo, que se notam sinais de desenvolvimento económico..

O mito do "orgulhosamente sós"

A Guerra do Ultramar, um dos precedentes para a revolução.

No início da década de setenta mantinha-se vivo o ideário salazarista. Continuavam os ideólogos do regime a alimentar o mito do «orgulhosamente sós», coisa que todos entendiam, num país periférico e pequenino, marcado pelo isolamento rural: estar ali e ter-se orgulho nisso eram valores, algo merecedor de respeito. Mesmo em plena Primavera Marcelista, Marcelo Caetano, que sucedeu a Salazar no início da década (em 1970, ano da morte do ditador), não destoa. Sentindo o mesmo, age a seu modo, governa em isolamento, faz o que pode, mas um dia virá em que já nada pode fazer.

Qualquer tentativa de reforma política era impedida pela própria inércia do regime e pelo poder da sua polícia política (PIDE). Nos finais de década de 1960, o regime exilava-se, envelhecido, num ocidente de países em plena efervescência social e intelectual. Em Portugal cultiva-se outros ideais: defender o Império pela força das armas. O contexto internacional] era cada vez mais desfavorável ao regime salazarista/marcelista. No auge da Guerra Fria, as nações dos blocos capitalista e comunista começavam a apoiar e financiar as guerrilhas das colónias portuguesas, numa tentativa de as atrair para a influência americana ou soviética. A intransigência do regime e mesmo o desejo de muitos colonos de continuarem sob o domínio português, atrasaram o processo de descolonização: no caso de Angola e Moçambique, um atraso forçado de quase 20 anos.

A guerra colonial

Portugal mantinha laços fortes e duradouros com as suas colónias africanas, quer como mercado para os produtos manufacturados portugueses quer como produtoras de matérias primas para a indústria portuguesa. Muitos portugueses viam a existência de um império colonial como necessária para o país ter poder e influência contínuos. Mas o peso da guerra, o contexto político e os interesses estratégicos de certas potências estrangeiras inviabilizariam essa ideia

Apesar das constantes objecções em fóruns internacionais, como a ONU, Portugal mantinha as colónias considerando-as parte integral de Portugal e defendendo-as militarmente. O problema surge com a ocupação unilateral e forçada dos enclaves portugueses de Goa, Damão e Diu, em 1961.

Em quase todas as colónias portuguesas africanas – Moçambique, Angola, Guiné, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde – surgiam entretanto movimentos independentistas, que acabariam por se manifestar sob a forma de guerrilhas armadas. Estas guerrilhas não foram facilmente contidas, tendo conseguido controlar uma parte importante do território, apesar da presença de um grande número de tropas portuguesas que, mais tarde, seriam em parte significativa recrutadas nas próprias colónias.

Os vários conflitos forçavam Salazar e o seu sucessor Caetano a gastar uma grande parte do orçamento de Estado na administração colonial e nas despesas militares. A administração das colónias custava a Portugal um pesado aumento percentual anual no seu orçamento e tal contribuiu para o empobrecimento da economia portuguesa: o dinheiro era desviado de investimentos infra-estruturais na metrópole. Até 1960 o país continuou relativamente frágil em termos económicos, o que aumentou a emigração para países em rápido crescimento e de escassa mão-de-obra da Europa Ocidental, como França ou Alemanha. O processo iniciava-se no fim da Segunda Guerra Mundial .

O estado do país

A economia cresceu bastante, em particular no início da década de 1950. Economicamente, o regime mantinha a sua política de Corporativismo, o que resultou na concentração da economia portuguesa nas mãos de uma elite de industriais. A informação circulava e a oposição bulia. A guerra colonial tornava-se tema forte de discussão e era assunto de eleição para as forças anti-regime. Portugal estava muito isolado do resto do Mundo. Muitos estudantes e opositores viam-se forçados a abandonar o país para escapar à guerra, à prisão e à tortura.

Anos setenta

Em Fevereiro de 1974, Marcelo Caetano é forçado pela velha guarda do regime a destituir o general António de Spínola e os seus apoiantes. Tentava este, com ideias algo federalistas, modificar o curso da política colonial portuguesa, que se revelava demasiado dispendiosa.

Conhecidas as divisões existentes no seio da elite do regime, o MFA decide levar adiante um golpe de estado. O movimento nasce secretamente em 1973. Nele estão envolvidos certos oficiais do exército que já conspiravam, descontentes por motivos de carreira militar.

Preparação do golpe

Monumento em Grândola.

A primeira reunião clandestina de capitães foi realizada em Bissau, em 21 de Agosto de 1973. Uma nova reunião, em 9 de Setembro de 1973 no Monte Sobral (Alcáçovas) dá origem ao Movimento das Forças Armadas. No dia 5 de Março de 1974 é aprovado o primeiro documento do movimento: Os Militares, as Forças Armadas e a Nação. Este documento é posto a circular clandestinamente. No dia 14 de Março o governo demite os generais Spínola e Costa Gomes dos cargos de Vice-Chefe e Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, alegadamente por estes se terem recusado a participar numa cerimónia de apoio ao regime. No entanto, a verdadeira causa da expulsão dos dois Generais foi o facto do primeiro ter escrito, com a cobertura do segundo, um livro, Portugal e o Futuro, no qual, pela primeira vez uma alta patente advogava a necessidade de uma solução política para as revoltas separatistas nas colónias e não uma solução militar.

No dia 24 de Março, a última reunião clandestina dos capitães revoltosos decide o derrube do regime pela força. Prossegue a movimentação secreta dos capitães até ao dia 25 de abril. A mudança de regime acaba por ser feita por acção armada.

Movimentações militares no 25 de abril

Viva a Liberdade, pintura mural.

No dia 24 de Abril de 1974, um grupo de militares comandados por Otelo Saraiva de Carvalho instala secretamente o posto de comando do movimento golpista no quartel da Pontinha, em Lisboa.

Às 22h 55m é transmitida a canção E depois do Adeus, de Paulo de Carvalho, pelos Emissores Associados de Lisboa, emitida por João Paulo Diniz. Este é um dos sinais previamente combinados pelos golpistas, que desencadeia a tomada de posições da primeira fase do golpe de estado.

O segundo sinal é dado às 0h20 m, quando a canção Grândola, Vila Morena de José Afonso é transmitida pelo programa Limite, da Rádio Renascença, que confirma o golpe e marca o início das operações. O locutor de serviço nessa emissão é Leite de Vasconcelos, jornalista e poeta moçambicano. Ao contrário de E Depois do Adeus, que era muito popular por ter vencido o Festival RTP da Canção, Grândola, Vila Morena fora ilegalizada, pois, segundo o governo, fazia alusão ao comunismo.

O golpe militar do dia 25 de Abril tem a colaboração de vários regimentos militares que desenvolvem uma acção concertada. No Norte, uma força do CICA 1 liderada pelo Tenente-Coronel Carlos de Azeredo toma o Quartel-General da Região Militar do Porto. Estas forças são reforçadas por forças vindas de Lamego. Forças do BC9 de Viana do Castelo tomam o Aeroporto de Pedras Rubras. Forças do CIOE tomam a RTP e o RCP no Porto. O regime reage, e o ministro da Defesa ordena a forças sediadas em Braga para avançarem sobre o Porto, no que não é obedecido, dado que estas já tinham aderido ao golpe.

À Escola Prática de Cavalaria, que parte de Santarém, cabe o papel mais importante: a ocupação do Terreiro do Paço. As forças da Escola Prática de Cavalaria são comandadas pelo então Capitão Salgueiro Maia. O Terreiro do Paço é ocupado às primeiras horas da manhã. Salgueiro Maia move, mais tarde, parte das suas forças para o Quartel do Carmo onde se encontra o chefe do governo, Marcelo Caetano, que ao final do dia se rende, exigindo, contudo, que o poder seja entregue ao General António de Spínola, que não fazia parte do MFA, para que o "poder não caísse na rua". Marcelo Caetano parte, depois, para a Madeira, rumo ao exílio no Brasil.

No rescaldo dos confrontos morrem quatro pessoas, quando elementos da polícia política (DGS) disparam sobre um grupo que se manifesta à porta das suas instalações na Rua António Maria Cardoso, em Lisboa.

A DGS e a CIA na Revolução dos Cravos

Consequências

Mural na Chamusca, com uma dedicatória ao 25 de Abril.

No dia 26 de Abril, forma-se a Junta de Salvação Nacional, constituída por militares, que dará início a um governo de transição. O essencial do programa do MFA é, em síntese, resumido no programa dos três D: Democratizar, Descolonizar, Desenvolver.

Entre as medidas imediatas da revolução conta-se a extinção da polícia política (PIDE/DGS) e da Censura. Os sindicatos livres e os partidos são legalizados. No dia seguinte, a 26 de abril, são libertados os presos políticos da Prisão de Caxias e de Peniche. Os líderes políticos da oposição no exílio voltam ao país nos dias seguintes. Passada uma semana, o 1.º de Maio é celebrado em plena liberdade nas ruas, pela primeira vez em muitos anos. Em Lisboa junta-se cerca de um milhão de pessoas.

Manifestação do 25 de Abril de 1983 na cidade do Porto.

Portugal passará por um período conturbado de cerca de dois anos, comummente designado por PREC (Processo Revolucionário Em Curso), em que se confrontam facções de esquerda e direita, por vezes com alguma violência, sobretudo em acções organizadas no Norte. São nacionalizadas grandes empresas, "saneados" quadros importantes e levadas ao exílio personalidades identificadas com o Estado Novo, gente que não partilha da visão política que a revolução prescreve. Consumam-se várias conquistas da revolução". Acabada a guerra colonial e durante o PREC, as colónias africanas e de Timor-Leste tornam-se independentes.

Finalmente, no dia 25 de Abril de 1975, têm lugar as primeiras eleições livres para a Assembleia Constituinte, ganhas pelo PS. Na sequência dos trabalhos desta assembleia é elaborada uma nova Constituição, de forte pendor socialista, e estabelecida uma democracia parlamentar de tipo ocidental A constituição é aprovada em 1976 pela maioria dos deputados, abstendo-se apenas o CDS .

Forma-se o I Governo Constitucional de Portugal, chefiado por Mário Soares (23 de Setembro de 1976). Ramalho Eanes, militar em Angola no 25 de abril, o sisudo oficial que adere ao MFA fora de horas, o extemporâneo general que na televisão se esconde por trás de uns óculos de sol, ganha as presidenciais de 27 de Junho de 1976. Segue-se o fim do PREC e um período de estabilização política. Eanes impõe-se como chefe militar e Mário Soares, desvinculado dos fundamentos marxistas do ideário socialista, proclama as virtudes do pluralismo, a inevitabilidade do liberalismo, e lidera, dominando o partido e o país. Com o seu talento, ergue a voz e faz-se ouvir: com ele, a democracia em Portugal está garantida e o país livre da "ameaça comunista". Com a sua habitual persistência, mantendo durante anos o mesmo discurso sempre que fala, acaba por ganhar terreno e isolar a esquerda.

O 25 de Abril visto mais tarde

Em 25 de Abril de 1999, 25 anos após o 25 de Abril de 1974 é inaugurada a praça 25 de Abril em Lisboa
 
 
Pintura mural, onde se lê É preciso salvar Abril.
 
 
Monumento em Sesimbra

A Revolução dos Cravos continua a dividir a sociedade portuguesa, sobretudo nos estratos mais velhos da população que viveram os acontecimentos, nas facções extremas do espectro político e nas pessoas politicamente mais empenhadas. A análise que se segue refere-se apenas às divisões entre estes estratos sociais.

Extremam-se entre eles os pontos de vista dominantes na sociedade portuguesa em relação ao 25 de abril. Quase todos reconhecem, de uma forma ou de outra, que a revolução de abril representou um grande salto no desenvolvimento político-social do país.

À esquerda, pensa-se que o espírito inicial da revolução se perdeu. O PCP lamenta que não se tenha ido mais longe e que muitas das chamadas "conquistas da revolução" se tenham perdido. Os sectores mais conservadores de direita tedem a lamentar o que se passou. De uma forma geral, uns e outros lamentam a forma como a descolonização foi feita. A direita lamenta as nacionalizações  no período imediato ao 25 de abril de 1974, afirmando que a revolução agravou o crescimento de uma economia já então fraca. A esquerda defende que a o agravamento da situação económica do país é consequnte de medidas então programadas que não foram aplicadas ou que foram desfeitas pelos governos posteriores a 1975, desfeitas as utopias da construção de um socialismo democrático.

Cravo

O cravo vermelho tornou-se o símbolo da Revolução de Abril de 1974. Segundo se conta, foi uma florista de Lisboa que iniciou a distribuição dos cravos vermelhos pelos populares que os ofereceram aos soldados. Estes colocaram-nos nos canos das espingardas. Por isso se chama ao 25 de Abril de 74 a "Revolução dos Cravos".