o mar do poeta

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sexta-feira, abril 5

INSPECTOR VARATOJO



Quem não estará recordado de ver as séries policiais passadas na RTP, com este grande senhor, que muitas saudades nos deixou, o Inspector Varatojo.

Marcou muito na minha infância, teria eu uns 15 anitos quando me foi dado a oportunidade de conhecer, através da RTP, este fascinante Inspector, adorava ver seus maravilhosos programas, e a sede da Mocidade Portuguesa era a minha segunda casa, onde muito aprendi, sem nunca me terem tentado lavar o cérebro, era uma mocidade simples onde havia de tudo para os jovens se poderem educar e distrair.

As séries policias do Inspector Varatojo, faziam encher a sala onde se encontrava a televisão, necessário era abrirem-se as portas e o pessoal que não tinha conhecido lugar sentado, assistia a estas belas e maravilhosos séries de pé. Velhos e belos tempos onde o convívio era salutar e havia respeito. 

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Artur Francisco Varatojo, também conhecido por Inspetor Varatojo, foi um escritor, destacando-se na escrita de policiais, criminologista e advogado português. Nasceu a 21 de agosto de 1926, em Lisboa na freguesia de Santa Catarina, e faleceu a 28 de outubro de 2006, na mesma cidade.

Em 1949 concluiu a licenciatura em Economia e Finanças no Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras, nunca abandonando a carreira académica ao longo da sua vida, em 1979, com 53 anos, licenciou-se em Direito na Faculdade de Direito de Lisboa, passando a exercer advocacia, exclusivamente como advogado de defesa e em 1985 obteve o curso superior de Medicina Legal.

Artur Varatojo, como um profundo estudioso de criminologia e de assuntos de técnica policial, com vinte e duas obras editadas, divulgou obras de escritores como Agatha Christie e Arthur Conan Doyle. Assinou cerca de 20 romances policiais, assim como um ensaio sobre Jack, o Estripador de Londres.

Como especialista de criminologia e assuntos policiais escreveu uma crónica semanal no diário A Capital, durante 17 anos, intitulada "O Crime Visto por Artur Varatojo". Teve uma ampla divulgação nos média como cronista, através de entrevistas e artigos, mas também colaborou paralelamente com outros órgãos de comunicação da televisão e da rádio.

Na imprensa colaborou activamente e durante 17 anos escreveu para "A Capital" a sua crónica semanal "O Crime Visto por" ultrapassando a crónica 900º. Teve vasta colaboração no "Século Ilustrado", na Revista "Mais", na "Nova Gente" e no "Correio da Manhã".

Na televisão Dr. Varatojo, aonde ganhou mais popularidade, apresentou programas como o "ABC do Crime", emitido durante sete anos, e "Seleção Policial", que esteve no ar ao longo de oito anos. Ainda a nível televisivo foi autor de vários concursos emitidos pela RTP, casos de "Ou Sim ou Não", "A Dama ou o Tigre" e "Noves Fora Nada", apresentado por Artur Agostinho. Noutra faceta aceitou, em 1957, o convite para montar a publicidade na RTP, ficando a dirigir este serviço durante cinco anos até a RTP ceder a concessão da publicidade à MoviRecord portuguesa para onde transitou como Director Comercial, cargo que exerceu 14 anos.

Na rádio colaborou durante 25 anos na Emissora Nacional e no Rádio Clube Português apresentou a rubrica "Na Pista do Crime", assinada com o pseudónimo "Dr. Fantasma". Fez a adaptação radiofónica de "Ala dos Namorados", de Campos Júnior, e do folhetim "O Caso das Crianças Desaparecidas".

Foi também durante 25 anos, produtor do programa policial "Quinto Programa" sendo também da sua produção, embora assinada com o pseudónimo "Bill Trinitá", a "Rubrica do Oeste".

Artur Varatojo fez parte da associação norte-americana Mistery Writers, da Sociedade Internacional de Criminologia, da Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa, sócio agregado da Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa, e sendo o cachimbo a sua imagem de marca foi ainda um dos fundadores do Cachimbo Clube de Portugal, o qual presidiu à assembleia-geral.

Fonte - Enciclopedia livre
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Desmistificando: O “Inspector" Varatojo era uma pessoa apaixonada pela literatura policial, pelo enigma e pelo mistério mas nunca exerceu funções na polícia. Contudo, foi apelidado de “Inspector”; gostava de ser tratado como tal e é essa a recordação que fica.

Nunca abandonava o seu cachimbo; não tivesse sido ele o fundador do Cachimbo Clube de Portugal!

.Este homem foi, sem sombra de dúvidas, uma figura extremamente popular. De salientar que a sua vida foi praticamente dedicada a estudar o “porquê” do crime. Esforçava-se para desvendar o enigma: “Qual a razão que levaria o homem a cometer um crime?”; “Que estará dentro da cabeça de um criminoso?” Caso se chegue à sua descoberta, evitar-se-á o cometimento de futuros crimes?

De trato afável, cativava as pessoas com quem privava e fazia com alguma regularidade as suas visitas a detidos, nomeadamente aos Estabelecimentos Prisionais da Zona Metropolitana de Lisboa.

Quem, da minha geração, não se recorda do “Inspector” Varatojo? Ele marcou indelevelmente gerações de leitores, de ouvintes e de telespectadores dos Órgãos de Comunicação Social (Rádio e Televisão).

Artur Varatojo morreu a 28 de Outubro de 2006, aos 80 anos, vítima de cancro. O seu corpo esteve em câmara-ardente na Igreja do Santo Condestável, Lisboa, e foi sepultado no cemitério dos Prazeres.

Fonte - Polícia, O Passado e o Presente



4 comentários:

Prof.Ms. João Paulo de Oliveira disse...

Caro amigo António Cambeta!
Não conhecia esta série televisiva...
Caloroso abraço! Saudações investigativas!
Até breve...
João Paulo de Oliveira
Diadema-SP


PS - A lambisgoia da Agrado, aquela mexeriqueira mor que tudo sabe e tudo vê, disse-me que este Detetive serviria para ser assessor do Detetive Pardal!

Unknown disse...

Recordo alguns dos seus episódios e que me foram muito caros e que nunca mais esquecerei.

António Manuel Fontes Cambeta disse...

Estimado Confrade e Ilustre Prof. João Paulo,
Era jovem terei ai os meus 15 anitos, mas não foi este maravilhoso Detective que me influenciou na arte da investigação.
Era ainda bem mais novito quando li numa revista um curso de detective ministrado no Brasil, e foram alguns anos que estudei essa matéria atrav~es dos livros que me vinham do Brasil, pagava em cruzeiros e era uma enormidade o valor, mas pouco em escudos.
Um série que nunca perdia esta do Inspector Varatojo.
Abraço amigo. Saudações Pardalescas

António Manuel Fontes Cambeta disse...

Estimado Amigo Luis Coelho,
Eu vi muitos dos episódios até 1963, a partir dai, e com muita pena minha, não os pude ver mais.
Outras séries que passaram na RTP igualmente era do meu inteiro agrado, tal como o Bonanza, Homem invisivel e Polícia da Estrada entre outros.
Abraço amigo