Diadema é um município brasileiro do estado de São Paulo, na mesorregião Metropolitana de São Paulo e microrregião de São Paulo. Pertence à Região do Grande ABC e à Região Metropolitana de São Paulo.
Ocupa uma área de 30,65 km²; a população recenseada pelo IBGE em 2000 foi de 357.294 habitantes. O mesmo censo acusou crescimento populacional de 2,48% ao ano.
Em 2010, o censo populacional do Instituto era de 386 039 habitantes, resultando numa densidade demográfica de 12.595,07 hab/km². A população economicamente ativa é estimada em 215 mil. A cidade possui o 14° PIB do estado estimado em R$ 9.311.879.000, com grande destaque para o setor industrial.
O Paço Municipal de Diadema está localizado a -23,6861° de latitude (23º 41' 10 S) e -46,6106° de longitude (46º 36' 38 W), distando 17 quilômetros do Marco Zero na Praça da Sé, na capital paulista.
História
Desde o início, o processo de ocupação de Diadema teve um fator fundamental: sua localização geográfica entre o litoral - Vila de São Vicente - e o planalto - Vila de São Paulo de Piratininga. Foi a existência de uma via de ligação entre São Bernardo do Campo e Santo Amaro que proporcionou a chegada de uns poucos moradores ainda no século XVIII. As avenidas Antonio Piranga e Piraporinha originaram-se desses caminhos primitivos.
Até a década de 40, a região de Diadema era constituída por quatro povoados pertencentes a São Bernardo do Campo: Piraporinha, Eldorado, Taboão e Vila Conceição. Dispersos, eles eram ligados apenas por caminhos precários.
Cada um tinha sua vida própria. Piraporinha próximo a São Bernardo; o Taboão, também ligado pela proximidade a São Bernardo do Campo e a São Paulo pela Avenida Água Funda.
O Eldorado, que guardava características muito próprias, graças à Represa Billings, vinculava-se mais a São Paulo, à região de Santo Amaro. E finalmente a Vila Conceição formada pelas chácaras pertencentes ao loteamento da Empresa Urbanista Vila Conceição.
Em 1925, com a criação da Represa Billings, a região do Eldorado passou a despertar o interesse de moradores da capital que buscavam opções de lazer. Nos anos 30, os irmãos Camargo, donos das terras, resolveram melhorar a ligação com a Vila Conceição (centro) por meio da abertura da atual Avenida Alda até o Parque 7 de setembro.
O trajeto até o centro foi completado pelo Sr. Alberto Simões Moreira. Nessa estrada passaram a transitar carros de boi, cavalos, automóveis e a primeira jardineira que fazia o itinerário Eldorado - Vila Conceição - Praça da Árvore (SP).
Apesar da proximidade geográfica com a Capital, até os anos 50 a cidade pouco sentiu os efeitos das transformações produzidas pela industrialização em São Paulo. Até então, Diadema não tinha nenhuma importância econômica regional.
Foi nas cidades localizadas ao longo da ferrovia Santos - Jundiaí, principal via de circulação de mercadorias na época, que ocorreu a expansão industrial paulista até a década de 40, especialmente em São Caetano do Sul, Santo André e Mauá.
Após a década de 50, o sistema de escoamento da produção, feito até então pelos eixos ferroviários, entra em declínio e o governo passa a optar pelos circuitos rodoviários.
A Via Anchieta, inaugurada em 1947, representa uma nova fase da industrialização paulista e da implantação do capitalismo no Brasil. Em São Bernardo do Campo, ao longo dessa estrada, instalaram-se grandes indústrias multinacionais; e em Diadema, principalmente pequenas e médias empresas nacionais que produziam, na sua maioria, objetos complementares para as multinacionais.
Em 1948, com a Lei nº 233, criou-se o Distrito de Diadema. As transformações ocorridas a partir dos anos 50 na região do ABCD paulista - abertura de estradas, industrialização, migrações, novos loteamentos, crescimento das cidades - despertaram o interesse das lideranças políticas da região de Diadema. Havia o entendimento de que a mudança de distrito para município favoreceria o desenvolvimento do lugar.
A Vila Conceição liderou o movimento pela emancipação local. Além de contar com as lideranças políticas mais interessadas na questão, o vilarejo encontrava-se bastante isolado de São Bernardo do Campo, sentindo particularmente a falta de infra-estrutura e serviços básicos. Os moradores de Piraporinha, Taboão e Eldorado eram, na sua maioria, desfavoráveis ao movimento.
Foi a conjugação de vários fatores que determinou a emancipação político-administrativa de Diadema, como a expansão urbana e industrial paulista em direção ao ABCD paulista, a articulação de políticos da localidade, como o professor Evandro Caiaffa Esquível, com lideranças de influência no âmbito estadual, como o jurista Miguel Reale e a intensa participação dos moradores da Vila Conceição na campanha da emancipação.
Aprovado o processo de emancipação pela Assembleia Legislativa, ocorreu o plebiscito no dia 24 de dezembro de 1958. As pessoas residentes há mais de dois anos no local votariam a favor ou contra a emancipação. Participaram cerca de 300 eleitores e a emancipação venceu por pequena margem, apenas 36 votos.
Em 1959 realizaram-se as primeiras eleições para os poderes Executivo e Legislativo do município de Diadema. E no dia 10 de janeiro de 1960, com a posse do primeiro prefeito, vice-prefeito e vereadores, instalou-se oficialmente o novo município.
Foi elevado à categoria de município em 1959, quando se emancipou de São Bernardo do Campo. Na ocasião, porém, a prefeitura de São Bernardo do Campo alterou substancialmente os limites do antigo distrito, retirando de sua área vários bairros, onde se localizavam importantes indústrias, que representavam grande fonte de arrecadação de impostos para a administração bernardense.
O dia 8 de dezembro é consagrado à Nossa Senhora da Conceição. Devido à religiosidade dos antigos moradores de Diadema e dos seus emancipadores, o dia 8 de dezembro foi escolhido para comemorar a emancipação política e a santa tornou-se a padroeira da cidade.
É nesta linda e bela localidade que reside e trabalha o meu Estimado Confrade e Amigo Prof. João Paulo Oliveira.
Coluna Memória ADEMIR MEDICI - Os legendários Piranga e o Congresso de Diadema
Na história de Diadema, a presença da família Oliveira, apelidada Piranga. De origem luso-brasileira, os Piranga habitam o corredor Rudge Ramos, Diadema e Santo Amaro desde, praticamente, a colonização do Brasil. E o nome mais badalado é o de Antonio Piranga, graças à via do corredor trólebus que corta o centro de Diadema e que leva o seu nome (ou apelido).
Hoje os Piranga se espalham até para fora da linha citada. Há descendentes em São Bernardo, Santo André, Santo Amaro e outras localidades. E pelo menos três pesquisadores cuidam da construção desta memória familiar que tem tudo a ver com a memória de Diadema: Walter Adão Carreiro, João Gava e João Paulo de Oliveira. São eles que fazem Memória neste domingo.
CONGRESSO DE HISTÓRIA
O 11º Congresso de História do Grande ABC, em Diadema,deveria ter uma mesa reunindo os pesquisadores locais: Carreiro, Gava, professor JoãoPaulo, Nevino Rocco e tantos outros mais.
Argumentam os organizadores: a constituição do Congresso já está encerrada, depois de exaustiva e democraticamente discutida. Concordamos que houve várias reuniões preparatórias, todas divulgadas e abertas e que essa ideia deveria ter sido levada para debate e possível aprovação. Falha nossa.
Porém - e sempre tem um porém, como escrevia Plínio Marcos, que tem raízes em Diadema - é possível encontrar espaço no Congresso para reunir essa turma. Absolon e equipe: abram essa exceção.
Ganhará a Memória, ganhará Diadema, felizes ficarão os pesquisadores diademenses.
Os Netos de Antonio Piranga
Texto: Walter Carreiro
Francisco José de Oliveira (o Chico Piranga) era artista, expressão da época como eram conhecidos os pedreiros. Ele se casou em 19 de outubrodel907 com Benedita Catarina Reiberg. Era filho de Antonio Piranga e de Amélia Eugênia.
Chico Piranga e Benedita Catarina tiveram os filhos Olímpia (nascida em 1908 no bairro Curral Grande, hoje Centro de Diadema), Guilhermina (1910), Júlia (1912), Sebastião (1915), Ângelo (1919), Angelina (1920) e Olga (1922).
Júlia era colega de Elisa Gava, conforme relatou em Memória o Sr. João Gava (Diário, 2412-2010). Ela se casou com José de Oliveira, que era seu primo. Tiveram vários filhos. A família mudou-se em definitivo para Santo Amam nos anos 1960. A cidade perdeu contato com ela.
Casamento Frustrado
Texto: João Gava, de Santos.
Meu pai – Francisco João Gava – foi padrinho de casamento de Julia Piranga . O casamento se deu na secular igreja de Santo Amaro, localizada no Largo 13. Os convidados seguiram para o casório de carroça. Claro, estivemos presentes.
Na volta, choveu muito. Um desastre.
Minha mãe havia tingido minha roupa de missa com tinta Guarani. E com a chuva, a tinta escorreu, desbotou o tecido. Fiquei sem o meu terninho.
A festa seria na casa do pai da noiva, Chico Piranga. Ele morava perto do antigo cemitério abandonado, na atual Avenida Manoel da Nóbrega, Centro de Diadema. Uma linda chácara, com muitas plantações.
Não pude ir à festa, por falta de outra roupa. Tristeza. Ia ter doce de laranja azeda e doce de abóbora, entre outros quitutes. Naquele dia fui dormir mais cedo. Chorei muito até pegar no sono.
A luta continua
Depois que li em Memória sobre a exposição alusiva ao notável jurista Miguel Reale, organizada pelo Centro de Memória de Diadema , tendo como curadora a valorosa e incansável pesquisadora Malú, fui visita-la. Fiquei encantado com viés arguto de Malú
Numa das fotografias fica patente a preocupação do Dr. Miguel Reale em preservar o sítio de sua propriedade no bairro da Serraria, que infelizmente na contemporaneidade por questões mercantilistas a municipalidade não teve interesse em continuar a preservação do sítio, permitindo que a preciosa área, densamente arborizada, fosse negociada por particulares,com interesses imobiliários, contrariando o desejo do Dr. Miguel Reale, que era deixar aquela preciosa área intocada.
Aproveito o ensejo para contar com sua valiosa intercessão no que tange à destinação que terá a aprazível morada do professor Evandro Caiafa Esquível e da professora Sylvia Caiafa Equfvel, que está sob o domínio da Municipalidade diademense. Infelizmente não vejo nenhuma ação concreta para tomar aquele local um espaço destinado à memória ou então um equipamento municipal destinado à cultura, como por exemplo uma pinacoteca ou entãoum cine clube.
É dificílimo cultuar a Memória, quando os poderes instituídos não destinam dotação orçamentária adequada para tornar um fato ações que tem como escopo a preservação da Memória. Recentemente fomos vítimas de uma desfeita imperdoável da Câmara Municipal de Diadema, que não valorizou a importantíssima pesquisa do professor Valdo...