o mar do poeta
o mar do poeta
segunda-feira, maio 31
PRATICAR DESPORTO FAZ BEM À SAÚDE
O Parque é bem grande, tens alguns jardins, lagos e parque de briquendos para os mais novos.
Existem de todos os tipos de aparelhos, todos eles tem inseridas as instruções de uso e os benefícios que os utilizadores poderão tirar.
Esta é a zona do parque infantil.
Todos os aparelhos indicam como se deve proceder aos exercícios e o bem que eles fazem, como se pode constactar pela foto acima inserida.
A esposa do articulista fazendo ezercício e aproveitando para ler algo relacionado com o parque.
O articulista, diariamente, e durante cerca de 35 minutos utiliza todos os aparelhos, existentes no parque, para fazer seus exercícios, todo esse seu esforço tem sido recompensado, pois se sente muito bem em termos de saúde.
31 DE MAIO DIA MUNDIAL SEM TABACO
Lema: "Tabaco: mortífero em qualquer forma ou desfarce"
O tabaco é sem sombra de dúvidas o responsável por cerca de 150 milhões de mortes em todo o mundo e a sua carga maléfica afecta não só os que o consomem mas também os que não o consumindo são vítimas directas do seu consumo.
Cabe a nós (MISAU) a responsabilidade pelo controle e desenho de estratégias para a redução do seu consumo, embora todos saibamos que o álcool, infelizmente, faz parte da nossa cultura social e está presente em todas as situações da nossa vida, e o tabaco entre outros, é, infelizmente, um factor de identidade e de socialização.
O propósito do Dia Mundial sem tabaco 2009, é de elevar a consciência sobre a existência de uma grande variedade de produtos de tabaco mortais e ajudar as pessoas a adquirirem informações precisas, remover o disfarce e revelar a verdade atrás dos produtos do tabaco–tradicional, novo, e futuro.
O Lema para 2009 é: " TABACO: Mortal em qualquer forma ou Disfarce"
A nível de todas as províncias serão realizadas actividades promotivas e preventivas nas escolas, igrejas, postos de trabalho e comunidades, compreendendo palestras, debates, mesas redondas, debates radiofónicos, debates televisivos.
¨ A nicotina é considerada pela Organização Mundial da Saúde/OMS uma substância psico-activa e que causa a dependência, pois ela age no sistema nervoso central como a cocaína, com uma diferença: ela chega ao cérebro muito mais rápido!. Leva apenas 9 segundos.
Componentes do Tabaco
O consumo do tabaco é uma mistura de aproximadamente 4.700 substâncias tóxicas diferentes, constituída por duas fases fundamentais:
1- Particulada
2- Gasosa.
Ø Na fase gasosa é composta, entre outros por monóxido de carbono, amônia, cetonas, formaldeído, acetaldeído, acroleína.
Ø A fase particulada contém nicotina e alcatrão.
factos
1. O Tabaco é responsável por cerca de 25 doenças diferentes.
2. Os jovens tem mais riscos de adquirir o hábito de fumar, pois são mais receptivos à publicidade “enganosa” das indústrias tabaqueiras;
3. A nicotina que é a responsável por causar dependência;
4. A nicotina e o alcatrão são os produtos activos e mais importantes do tabaco;
5. O alcatrão é um composto de mais de 40 substâncias comprovadamente cancerígenas, formado à partir da combustão dos derivados do tabaco.
6. O fumo do Tabaco prejudica não só os próprios fumadores, mas também as pessoas que os rodeiam e inalam parte do fumo, sem dar conta e sem quererem. Estes passam a ser FUMADORES PASSIVOS!
7. Fumar durante a gravidez afecta gravemente o desenvolvimento do feto
DOENÇAS CAUSADOS PELO CONSUMO DO TABACO
O Tabaco é responsável por:
· 90% das mortes por cancro de pulmão,
· 25% das mortes por doença coronariana,
· 85% das mortes por doença pulmonar obstrutiva crónica
· 25% das mortes por doença cerebrovascular
· A mulher grávida que fuma corre grandes riscos de abortar, tem maior chance de ter filho de baixo peso, e com defeitos congénitos.
o Os filhos de fumantes adoecem duas vezes mais do que os filhos de não fumantes.
Fumar pode causar e ou agravar
1- doenças cardiovasculares:
o a aceleração da frequência cardíaca,
o a Hipertensão arterial, que pode levar a morte súbita;
o aneurisma arterial,
2- cancro do pulmão, da garganta da laringe e boca;
3- doenças e infecções respiratórias:
o bronquite, constipações, pneumonia, Enfisema pulmonar.
o Causa diariamente tosse muito incómoda e expectoração;
4- doenças como a Tuberculose, Asma e outras alergias.
5- problemas circulatórios (vasoconstricção),
6- Úlcera do aparelho digestivo
7- Trombose vascular,
8- Impotência sexual no homem
QUERES DEIXAR DE FUMAR?
A Batalha contra o cinzeiro é extremamente difícil, mas não impossível. Com grandes doses de auto determinação e terapia adequada, a vitória é possível.
domingo, maio 30
CGTP - SEMPRE DESCONTENTE
A marcha da CGTP visava mostrar o desagrado dos trabalhadores com a situação económica do país e com as medidas de austeridade impostas pelo Governo. O secretário-geral da central sindical classificou-as de injustas e interroga-se sobre “como compreender estas medidas quando a economia não cria empregos e o desemprego se agrava cada vez mais”. A ministra do Trabalho responde que “o Governo pretende é concertação e não contestação”.
Os trabalhadores da Administração Pública constituíram uma presença muito significativa no total dos manifestantes, porque se consideram os mais penalizados pelas medidas do Executivo de José Sócrates.
A reportagem da RTP também escutou privados que apresentaram os mais variados motivos para protestar, desde as medidas consignadas no plano de austeridade e no Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC), o desemprego, até ao encerramento de escolas ou a interrupção de vias de caminho-de-ferro.
Entre o Marquês de Pombal e os Restauradores, ao longo da Avenida da Liberdade, populares e políticos, empunhando bandeiras e faixas a dizer "Basta", protestaram contra a actual situação económica do país e contra as medidas que entram em vigor já a partir de 1 de Junho.
"Aqui em Portugal, é ostensiva a injustiça e o sacrifício exigido aos mais pobres. As medidas, entretanto anunciadas, que eliminam a protecção aos desempregados, são um insulto e uma violência. São uma absoluta insensibilidade social", discursou o secretário-geral da CGTP.
"O Governo decidiu o fim dos programas de apoio ao emprego, alterou as regras do subsídio de desemprego e quer acabar com o prolongamento do subsídio social de desemprego. Como compreender estas medidas quando a economia não cria empregos e o desemprego se agrava cada vez mais? E quando falam em cortar na despesa significa que querem cortar nos nossos direitos à saúde, à segurança social, ao ensino, à justiça", questionava Carvalho da Silva.
Além do Governo, também a actuação do Presidente da República foi alvo das críticas de Carvalho da Silva. Cavaco Silva "assiste a tudo numa atitude de apoio implícito e, para compor a participação no cenário, vai fazendo discursos moralistas. Não é isto que precisamos. Precisamos de um Presidente que trate dos problemas com rigor e transparência", desferiu o sindicalista.
Ministra do Trabalho apela à concertação social
A ministra Helena André considera que a contestação não vai levar o país a lado algum e que as medidas aprovadas pelo Executivo aprovou são fundamentais para recuperar a economia. O "Governo pretende é concertação e não contestação", disse a ministra, apelando ao diálogo e à concertação social.
A ministra rejeitou comentar o número de participantes na manifestação, que de acordo com a promotora da iniciativa ascenderá a 300 mil.
Segundo a governante, as medidas adoptadas no âmbito do PEC são as necessárias para restaurar a confiança internacional em Portugal e garantir o emprego e sublinhou que se mantém os apoios ao emprego a jovens e à reinserção do mercado de trabalho dos desempregados.
UGT não se associa a protesto
"Para nós o que era importante é definir hoje as dificuldades do país", comuns a todos os países da Europa, disse João Proença, da plataforma sindical UGT, que não se associou ao protesto.
"É fundamental reforçar o diálogo social, mas é fundamental batermo-nos pelo direito à negociação colectiva, para haver acordos que promovam uma justa distribuição de riqueza", sublinhou este dirigente sindical, que prefere sublinhar a importância de um "espírito de solidariedade e de compromisso".
"Há todo um ambiente em que dizemos que era fundamental, mais do que falar em luta, falar na celebração de um Pacto Para o Emprego", acrescentou.
PCP e BE dizem que adesão demonstra vontade de luta
A adesão à manifestação convocada pela CGTP mostra ao Governo que os portugueses estão dispostos a lutar pelos seus direitos e não vão ficar calados. "É uma vitória sob essa concepção de que os portugueses devem baixar os braços", declarou o secretário-geral do PCP. Jerónimo de Sousa marchou na Avenida da Liberdade dizer que o protesto é "uma grande afirmação dos trabalhadores portugueses a uma política injusta".
"Se o Governo achar mole (a atitude dos portugueses), com certeza carregará mais em direcção aos direitos, aos salários e aos impostos", disse Jerónimo de Sousa.
Instado a comentar a afirmação do dirigente da UGT - que o protesto iria comprometer a imagem de Portugal no estrangeiro - o líder do PCP disse ser "a posição de um vencido, de um conformado. Mesmo no seio da UGT há muita gente indignada (...) A direcção da UGT faz o seu papel histórico. Está a fazer o papel de figurante", sustentou.
O coordenador do Bloco de Esquerda foi outro dos dirigentes políticos que integrou o protesto para dizer que a actuação do Governo tem "prejudicado a economia e aumentado o desemprego". "Por isso é tão importante que a CGTP tenha organizado esta manifestação, para as pessoas dizerem de sua justiça" e protestarem contra a aliança "Passos Coelho - Sócrates" que são irresponsáveis", sublinhou.
"Quando há crise o Governo retira medidas, como por exemplo na quinta-feira, que retirou medidas de apoio a 187 mil desempregados. Mas na sexta-feira decidiu aumentar o apoio ao sistema financeiro que tem estrangulado a economia com juros altíssimos para as pessoas", acrescentou, para concluir, "precisamos de uma economia que resolva os problemas, em vez de os agravar".
Fonte - RTP
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Governo pretende concertação e não manifestação" - Ministra do Trabalho publicado 20:00 29 Maio '10
Lisboa, 29 maio (Lusa)
A ministra do Trabalho e da Segurança Social, Helena André, disse hoje que o "Governo pretende é concertação e não contestação", em reação à manifestação da CGTP.
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A CGTP apoiada pelos partidos Comunista e Blog de Esquerda, sempre os mesmo descontentes, conseguiram reunir um grande número de pessoas para se manifestarem contra as medidas tomadas pelo governo.
Por num lado me parece bem, dando desta forma a conhecer ao governo o descontentamnento dos trabalhadores, porém, e à primeira vista, parece que eles tem toda a razão, mas é um puro engano.
Existem desemprego em Portugal é um facto, mas existe porquê?
Existe porque uma grande maioria dos portugueses trabalhar não é com eles e preferem o subsídio de desemprego, senão vejamos:
Existem em Portugal milhares de imigrantes a trabalhar, entre eles 450 tailandeses, que auferem cerca de 500 euros por mês, para não me referir já aos Ucranianos, Brasileiros e outros países do Leste Europeu e de África.
Que em circunstâncias anormais seja dado o subsídio de desemprego tudo bem, porém e independentemente das formações académicas ou não, o nível de desemprego diminuiria se esses senhores, com canudo ou não aceiutassem qualquer tipo de emprego, pois não é vergonha trabalhar, vergonha é ir vivendo à custas dos outros.
Veja-se o que acontece nos Estados Unidos da América, onde pessoas douturadas se sujeitam a serem varredores de rua, lavar pratos e outros serviços que para os portugueses é uma perda de face, como tal os outros que trabalhem.
E por este caminho não chegamos a parte alguma. O tal deputado que foi ministro da defesa agora critica o governo, mas quando lá esteve, deu uma enorme ajuda para o endividamento do país, comprando dois submarinos pelo valor de MIL MILHÕES DE EUROS.
E ainda tem a lata de apregoarem moralidade quendo nem cara tem para aparecer em público, enfim, o PCP e o Blog de Esquerda se um dia conseguirem governar Portugal, os portugueses deixarão de apertar o cinto, visto que por essa altura, os portugueses nem calças terão para vestir.
E assim vai a política portuguesa, falam demnais e nada fazem, trabalhem que o trabalho faz bem à saúde, mas infelizmente uma grande maioiria do povo português assim não pensa, e ontem já as praias portuguesas estavam cheias de utentes, não será a areia ou o mar salgado que irá dar ajuda ao governo ou às famílais portuguesas.
Queremos tudo mas nada fazemos para isso, como tal temos o país que merecemos, seja ele governado pelo Socartes, pelo Joaquim ou pelo António.
JOANA D'ARC 30 DE MAIO DE 1431
Joana d'Arc (em francês Jeanne d'Arc) (Domrémy-la-Pucelle, 6 de janeiro 1412 — Ruão, 30 de maio 1431), por vezes chamada de donzela de Orléans, era filha de Jacques d'Arc e Isabelle Romée e é a santa padroeira da França e foi uma heroína da Guerra dos Cem Anos, durante a qual tomou partido pelos Armagnacs, na longa luta contra os borguinhões e seus aliados ingleses.
Descendente de camponeses, gente modesta e analfabeta, foi uma mártir francesa canonizada em 1920, quase cinco séculos depois de ter sido queimada viva.
Segundo a escritora Irène Kuhn, Joana d'Arc foi esquecida pela história até o século XIX, conhecido como o século do nacionalismo, o que pode confirmar as teorias de Ernest Gellner. Irène Kuhn escreveu: Foi apenas no século XIX que a França redescobriu esta personagem trágica.
François Villon, nascido em 1431, no ano de sua morte, evoca sua lembrança na bela Ballade des Dames du temps jadis ou seja, Balada das damas do tempo passado -
- Et Jeanne, la bonne Lorraine
- Qu'Anglais brûlèrent à Rouen;
- Où sont-ils, où, Vierge souvraine?
- Mais où sont les neiges d'antan?
- Qu'Anglais brûlèrent à Rouen;
Antes aos fatos relacionados, Shakespeare tratou-a como uma bruxa; Voltaire escreveu um poema satírico, ou pseudo-ensaio histórico, que a ridicularizava, intitulado «La Pucelle d´Orléans» ou «A Donzela de Orléans»
Depois da Revolução, o partido monárquico reavivou a lembrança da boa lorena, que jamais desistiu do retorno do rei.
Joana foi recuperada pelos profetas da «França eterna», em primeiro lugar o grande historiador romântico Jules Michelet. Com o romantismo, o alemão Schiller fez dela a heroína da sua peça de teatro "Die Jungfrau von Orléans", publicada em 1801.
Em 1870, quando a França foi derrotada pela Alemanha - que ocupou a Alsácia e a Lorena - "Jeanne, a pequena pastora de Domrémy, um pouco ingênua, tornou-se a heroína do sentimento nacional". Republicanos e nacionalistas exaltaram aquela que deu sua vida pela pátria.
Durante a primeira fase da Terceira República, no entanto, o culto a Joana d'Arc esteve associado à direita monarquista, da qual era um dos símbolos, como o rei Henrique IV, sendo mal vista pelos republicanos.
A Igreja Católica francesa propôs ao Papa Pio X sua beatificação, realizada em 1909, num período dominado pela exaltação da nação e ao ódio ao estrangeiro, principalmente Inglaterra e Alemanha.
O gesto do Papa inspirou-se no desejo de fazer a Igreja de França entrar em mais perfeito acordo com os dirigentes anticlericais da III República, mas só com a Primeira Guerra Mundial de 1914 a 1918, Joana deixa de ser uma heroína da Direita. Segundo Irène Kuhn, a partir daí os "postais patrióticos" mostram Jeanne à cabeça dos exércitos e monumentos seus aparecem como cogumelos por toda a França. O Parlamento francês estabelece uma festa nacional em sua honra no 2º domingo de maio.
Em 9 de maio de 1920, cerca de 500 anos depois de sua morte, Joana d'Arc foi definitivamente reabilitada, sendo canonizada pelo Papa Bento XV - era a Santa Joana d'Arc. A canonização traduzia o desejo da Santa Sé de estender pontes para a França republicana, laica e nacionalista. Em 1922 foi declarada padroeira de França. Joana d´Arc permanece como testemunha de milagres que pode realizar uma pessoa, ainda que animada apenas pela energia de suas convicções, mesmo adolescente, pastora e analfabeta, de modo que seu exemplo guarda um valor universal.
Primeiros anos
Joana nasceu em Domrémy, na região de Lorena (ou Lorraine) na França. Posteriormente a cidade foi renomeada como Domrémy-la-Pucelle em sua homenagem (pucelle; donzela em português). A data de seu nascimento é imprecisa, de acordo com seu interrogatório em 24 de fevereiro de 1431, Joana teria dito que na época tinha 19 anos portanto teria provavelmente nascido em 1412. (Não se sabe a idade correta de Joana pois naquela época não se importavam com a idade exata, por isso o termo certo a usar seria "mais ou menos". Joana declarou uma vez que, quando perguntada sobre sua idade, "tenho 19 anos, mais ou menos).
Filha de Jacques d'Arc e Isabelle Romée, tinha mais quatro irmãos: Jacques, Catherine, Jean e Pierre, sendo ela a mais nova dos irmãos. Seu pai era agricultor e sua mãe lhe ensinou todos os afazeres de uma menina da época.
Sua mãe lhe ensinou as artes domésticas como fiar e costurar. Joana também era muito religiosa ia muito a igreja e frequentemente fugia do campo para ir orar na igreja de sua cidade.
Em seu julgamento Joana afirmou que desde os treze anos ouvia vozes divinas. Segundo ela, em seu julgamento, a primeira vez que escutou a voz, ela vinha da direção da igreja e acompanhada de claridade e uma sensação de medo. Dizia que às vezes não a entendia muito bem e que as ouvia duas ou três vezes por semana. Entre as mensagens que ela entendeu estavam conselhos para frequentar a igreja, que deveria ir a Paris e que deveria levantar o domínio que havia na cidade de Orléans. Posteriormente ela identificaria as vozes como sendo do arcanjo São Miguel, Santa Catarina de Alexandria e Santa Margarida
A Guerra dos Cem Anos
Desde que o Duque da Normandia, Guilherme, o Conquistador se apoderou da Inglaterra em 1066, os monarcas ingleses passaram a controlar extensas terras no território francês. Com o tempo, passaram a ter vários ducados franceses: Aquitânia, Gasconha, Poitou, Normandia, entre outros. Os duques, apesar de vassalos do rei francês, acabaram tornando-se seus rivais.
Quando a França tentou recuperar os territórios perdidos para Inglaterra, originou-se um dos mais longos e sangrentos conflitos da história da humanidade: a Guerra dos Cem Anos, que durou na realidade 116 anos, e que provocou milhões de mortes e a destruição de quase toda a França setentrional.
O início da guerra aconteceu em 1337. Os interesses mais que evidentes de unificar as coroas concretizaram-se na morte do rei francês Carlos IV em 1328. Filipe VI, sucessor graças à lei sálica (Carlos IV não tinha descendentes masculinos), proclamou-se rei da França em 27 de maio de 1328.
Felipe VI reclamou em 1337 o feudo da Gasconha ao rei inglês Eduardo III, e no dia 1 de novembro este responde plantando-se às portas de Paris mediante ao bispo de Lincoln, declarando que ele era o candidato adequado para ocupar o trono francês.
A Inglaterra ganharia batalhas como Crécy (1346) e Poitiers (1356). Uma grave enfermidade do rei francês originou uma luta pelo poder entre seu primo João I de Borgonha ou João sem Medo, e o irmão de Carlos VI, Luís de Orléans.
No dia 23 de novembro de 1407, nas ruas de Paris e por ordem do borguinhão, se comete o assassinato do armagnac Luís de Orléans. A família real francesa estava dividida entre os que davam suporte ao duque de Borgonha (borguinhões) e os que o davam ao de Orléans e depois a Carlos VII, Delfim de França (armagnacs ligados à causa de Orléans e à morte de Luís). Com o assassinato do armagnac, ambos os bandos se enfrentaram numa guerra civil, onde buscaram o apoio dos ingleses. Os partidários do Duque de Orléans, en 1414, viram recusada uma proposta pelos ingleses, que finalmente pactuaram com os borguinhões.
Com a morte de Carlos VI, em 1422, Henrique VI da Inglaterra foi coroado rei francês, mas os armagnacs não desistiram e mantiveram-se fiéis ao filho do rei, Carlos VII, coroando-o também em 1422.
Encontro com Carlos
Aos 16 anos, Joana foi a Vaucouleurs, cidade vizinha a Domrèmy. Recorreu a Robert de Baudricourt, capitão da guarnição armagnac estabelecida em Vaucouleurs para lhe ceder uma escolta até Chinon, onde estava o delfim, já que teria que atravessar todo o território hostil defendido pelos aliados ingleses e borguinhões. Quase um ano depois, Baudricourt aceitou enviá-la escoltada até o delfim. A escolta iniciou-se aproximadamente em 13 de fevereiro de 1429. Entre os seis homens que a acompanharam estavam Poulengy e Jean Nouillompont (conhecido como Jean de Metz). Jean esteve presente em todas as batalhas posteriores de Joana d'Arc.
Portando roupas masculinas até sua morte, Joana atravessou as terras dominadas por Borguinhões, chegando a Chinon, onde finalmente iria se encontrar com Carlos, após uma apresentação de uma carta enviada por Baudricourt. Chegando a Chinon, Joana já dispunha de uma grande popularidade, porém o delfim tinha ainda desconfianças sobre a moça. Decidiram passá-la por algumas provas. Segundo a lenda, com medo de apresentar o delfim diante de uma desconhecida que talvez pudesse matá-lo, eles decidiram ocultar Carlos em uma sala cheia de nobres ao recebê-la. Joana então teria reconhecido o rei disfarçado entre os nobres sem que jamais o tivesse visto antes. Joana teria ido até ao verdadeiro rei, curvado e dito: "Senhor, vim conduzir os seus exércitos à vitória".
Sozinha na presença do rei, ela o convenceu a lhe entregar um exército com o intuito de libertar Orléans. Porém, o rei ainda a fez passar por provas diante dos teólogos reais. As autoridades eclesiásticas em Poitiers submeteram-na a um interrogatório, averiguaram sua virgindade e suas intenções.
Convencido do discurso de Joana, o rei entrega-lhe às mãos uma espada, um estandarte e o comando das tropas francesas, para seguir rumo à libertação da cidade de Orléans, que havia sido invadida e tomada pelos ingleses havia oito meses.
Joana d'Arc: a guerreira
Munida de uma bandeira branca, Joana chega a Orléans em 29 de abril de 1429. Comandando um exército de 4000 homens ela consegue a vitória sobre os invasores no dia 9 de maio de 1429. O episódio é conhecido como a Libertação de Orléans (e na França como a Siège d'Orléans). Os franceses já haviam tentado defender Orléans mas não obtiveram sucesso.
Existem histórias paralelas a esta que informam que a figura de Joana era diferente. Ela teria chegado para a batalha em um cavalo branco, armadura de aço, e segurando um estandarte com a cruz de Cristo, circunscrita com o nome de Jesus e Maria. Segundo esta outra versão, Joana apenas arrastada pelo fascínio sobrenatural de seus sonhos e proposta de missão a cumprir segundo a vontade divina e sem saber nada sobre arte de guerra comandou os soldados rudes, com ar angelical, na qual em sua presença ninguém se atrevia a dizer ou praticar inconveniências. Ela apresentava-se extremamente disciplinada.
Após a libertação de Orléans, os ingleses pensaram que os franceses iriam tentar reconquistar Paris ou a Normandia, e ao invés disto, Joana convenceu o Delfim a iniciar uma campanha sobre o rio Loire. Isso já era uma estratégia de Joana para conduzir o Delfim a Ruão.
Joana dirigiu-se a vários pontos fortificados sobre pontes do rio Loire. Em 11 e 12 de junho de 1429 venceu a batalha de Jargeau. No dia 15 de junho foi a vez da batalha de Meung-sur-Loire. A terceira vitória foi na batalha de Beaugency, nos dias 16 e 17 de junho do mesmo ano. Um dia após sua última vitória se dirigiu a Patay, onde sua participação foi pouca. A batalha de Patay, única batalha em campo aberto, já se desenrolava sem a presença de Joana.
Coroação de Carlos
Cerca de um mês após sua vitória sobre os ingleses em Orléans, ela conduziu o rei Carlos VII à cidade de Reims, onde Carlos VII é coroado em 17 de julho. A vitória de Joana d'Arc e a coroação do rei acabaram por reacender as esperanças dos franceses de se libertarem do domínio inglês e representaram a virada da guerra.
O caminho até Reims era considerado difícil já que várias cidades estavam sob o domínio dos borguinhões. Porém, a fama de Joana tinha se estendido por boa parte do território e fez com que o exército armagnac do delfim fosse temido. Assim, Joana passou sem problemas por sucessivas cidades como Gien, Saint Fargeau, Mézilles, Auxerre, Saint Florentin e Saint Paul.
Desde Gien, foram enviados convites a diversas autoridades para assistir à consagração do delfim. Em Auxerre chegou-se a pensar em resistência por parte de uma pequena tropa inimiga que se encontrava na cidade. Após três dias de negociação foi possível por lá passar sem qualquer problema. O mesmo aconteceu em Troyes, cujas negociações duraram cinco dias. A chegada a Ruão foi em 16 de julho.
Sabe-se que o dia da consagração definitiva do rei francês em Ruão foi em 17 de julho e não foi a cerimônia mais esplêndida do momento, já que as circunstâncias da guerra impediam o contrário. Joana assistiu à consagração de uma posição privilegiada, acompanhada de seu estandarte.
Paris
Teoricamente Joana já não tinha nada mais que fazer no exército já que havia cumprido sua promessa perfeitamente, havia cumprido corretamente as ordens que as vozes lhe haviam dado. Mas ela, como muitos outros, viu que enquanto a cidade de Paris estivesse tomada pelas tropas inglesas, dificilmente o novo rei poderia ter claramente o controle do reino de França.
No mesmo dia da coroação, chegaram emissários do Duque de Borgonha e se iniciaram as negociações para se chegar a paz, ou a uma trégua, que foi finalmente o que se pactuou. Não foi a paz que Joana desejava, mas pelo menos ela houve durante quinze dias. Entretanto a trégua não foi gratuita, já que houve interesses políticos por trás desta. Carlos VII necessitava tomar Paris para exercer sua autoridade de rei mas não queria criar uma imagem ruim com uma conquista violenta de terras que passariam a ser seu domínio. Foi isto que o que motivou a firmar a trégua com o Duque de Borgonha. Foi uma necessidade de ganhar tempo.
Durante a trégua, Carlos VII levou seu exército até Île-de-France (região francesa que abriga Paris). Houve alguns enfrentamentos entre os armagnacs e a aliança inglesa com os borguinhões. Os ingleses abandonaram Paris dirigindo-se a Ruão (ou Rouen em francês). Restava então derrotar os borguinhões que ainda ficaram em Paris e na região.
Joana foi ferida por uma flecha durante uma tentativa de entrar em Paris. Isto acelerou a decisão do rei em bater em retirada no dia 10 de setembro. Com a parada o rei francês não expressava a intenção de abandonar definitivamente a luta, mas optava por pensar e defender a opção de conquistar a vitória mediante a paz, tratados e outras oportunidades no futuro.
O fim de Joana d'Arc
A captura
Na primavera de 1430, Joana d'Arc retomou a campanha militar e passou a tentar libertar a cidade de Compiègne, onde acabou sendo dominada e capturada pelos borguinhões, aliados dos ingleses, em 1430.
Foi presa em 23 de maio do mesmo ano. Entre os dias 23 e 27 foi conduzida à Beaulieu-lès-Fontaines. Joana foi entrevistada entre os dias 27 e 28 pelo próprio Duque de Borgonha, Felipe, o bom. Naquele momento Joana era propriedade do Duque de Luxemburgo. Joana foi levada ao Castelo de Beaurevoir, onde permaneceu todo o verão, enquanto o duque de Luxemburgo negociava sua venda. Ao vendê-la aos ingleses, Joana foi transferida a Ruão.
Duas mulheres, duas personalidades em guerra
A infanta D. Isabel, filha de D. João I e duquesa de Borgonha (e em cuja honra foi criada por Filipe o Bom a Ordem do Tosão de Ouro, em Janeiro de 1430, por ocasião da chegada de Isabel ao ducado), poderá ter sido impulsionadora da perseguição a Joana D'Arc. Não só como Infanta de Portugal, aliada da Inglaterra e de Borgonha, mas porque Joana D'Arc a submetera a cerco quando chegara a Borgonha para se casar com Filipe o Bom. Implacável (como se vê pela sua atitude perante o seu irmão D. Henrique, o "traidor" da Alfarrobeira), não desisitiu enquanto Joana D'Arc não pagou a insolência com a própria vida.
O processo em Ruão
Joana foi presa em uma cela escura e vigiada por cinco homens. Em contraste ao bom tratamento que recebera em sua primeira prisão, Joana agora vivia seus piores tempos.
O processo contra Joana teve início no dia 9 de janeiro de 1431, sendo chefiado pelo bispo de Beauvais, Pierre Cauchon. Foi um processo que passaria à posteridade e que converteria Joana em heroína nacional, pelo modo como se desenvolveu e trouxe o final da jovem, e da lenda que ainda nos dias de hoje mescla realidade com fantasia.
Dez sessões foram feitas sem a presença da acusada, apenas com a apresentação de provas, que resultaram na acusação de heresia e assassinato.
No dia 21 de fevereiro Joana foi ouvida pela primeira vez. A princípio ela se negou a fazer o juramento da verdade, mas logo o fez. Joana foi interrogada sobre as vozes que ouvia, sobre a igreja militante, sobre seus trajes masculinos. No dia 27 e 28 de março, Thomas de Courcelles fez a leitura dos 70 artigos da acusação de Joana, e que depois foram resumidos a 12 , mais precisamente no dia 5 de abril. Estes artigos sustentavam a acusação formal para a Donzela buscando sua condenação.
No mesmo dia 5, Joana começou a perder saúde por causa de ingestão de alimentos venenosos que a fez vomitar. Isto alertou Cauchon e os ingleses, que lhe trouxeram um médico. Queriam mantê-la viva, principalmente os ingleses, porque planejavam executá-la.
Durante a visita do médico, Jean d’Estivet acusou Joana de ter ingerido os alimentos envenenados conscientemente para cometer suicídio. No dia 18 de abril, quando finalmente ela se viu em perigo de morte, pediu para se confessar.
Os ingleses impacientaram-se com a demora do julgamento. O Conde de Warwick disse a Cauchon que o processo estava demorando muito. Até o primeiro proprietário de Joana, Jean de Luxemburgo, apresentou-se a Joana fazendo-lhe a proposta de pagar por sua liberdade se ela prometesse não atacar mais os ingleses. A partir do dia 23 de maio, as coisas se aceleraram, e no dia 29 de maio ela foi condenada por heresia.
A morte
Joana foi queimada viva em 30 de Maio de 1431, com apenas dezenove anos. A cerimônia de execução aconteceu na Praça do Velho Mercado (Place du Vieux Marché), às 9 horas, em Ruão.
Antes da execução ela se confessou com Jean Totmouille e Martin Ladvenu, que lhe administraram os sacramentos da Comunhão. Entrou, vestida de branco, na praça cheia de gente, e foi colocada na plataforma montada para sua execução. Após lerem o seu veredito, Joana foi queimada viva. Suas cinzas foram jogadas no rio Sena, para que não se tornassem objeto de veneração pública. Era o fim da heroína francesa.
Após a morte de Joana d'Arc
A revisão do seu processo começou a partir de 1456, quando foi considerada inocente pelo Papa Calisto III, e o processo que a condenou foi considerado inválido, e em 1909 a Igreja Católica autoriza sua beatificação. Em 1920, Joana d'Arc é canonizada pelo Papa Bento XV.
Temos uma outra versão que informa que vinte anos após a sua condenação à fogueira, os pais de Joana d'Arc pediram que o Papa da época, Calisto III, autorizasse uma comissão que, numa pesquisa serena e profunda, reconheceu a nulidade do processo por vício de forma e de conteúdo. Joana d´Arc desta maneira teve sua honra reabilitada, e o nome feiticeira, e bruxa foi apagado para que ela fosse reconhecida por suas virtudes heróicas, provenientes de uma missão divina. Joana também enquanto morria era chamada de bruxa,mentirosa,basfemia
Ela foi proclamada Mártir pela Pátria e da Fé.
O MATA FRADES
Joaquim António de Aguiar, o Mata-Frades.Joaquim António de Aguiar (Coimbra, 24 de Agosto de 1792 — Lavradio, 26 de Maio de 1884) foi um político português do tempo da Monarquia Constitucional e um importante líder dos cartistas e mais tarde do Partido Regenerador. Foi por três vezes chefe de Governo de Portugal (1841–1842, 1860 e 1865–1868, neste último período chefiando o Governo da Fusão, um executivo de coligação dos regeneradores com os progressistas. Ao longo da sua carreira política assumiu ainda várias pastas ministeriais, designadamente a de Ministro dos Negócios Eclesiásticos e da Justiça durante a regência de D. Pedro nos Açores em nome da sua filha D. Maria da Glória. Foi no exercício dessa função que promulgou a célebre lei de 30 de Maio de 1834, pela qual declarava extintos todos os conventos, mosteiros, colégios, hospícios, e quaisquer outras casas das ordens religiosas regulares, sendo os seus bens secularizados e incorporados na Fazenda Nacional. Essa lei, pelo seu espírito anti-eclesiástico, valeu-lhe a alcunha de o Mata-Frades.
[editar] Biografia
Joaquim António de Aguiar nasceu em Coimbra, a 24 de Agosto de 1792, filho de D. Teresa Angélica de Aguiar e do cirurgião Xavier António de Aguiar, uma família de origens humildes, mas que se empenhou em dar ao seu filho uma educação esmerada.
Quando em 1807 ainda frequentava os estudos preparatórios para ingresso na Universidade de Coimbra, deu-se a primeira invasão de Portugal pelos exércitos franceses de Napoleão Bonaparte, então sob o comando do general Jean-Andoche Junot. Face à situação que então se viveu em Portugal, abandonou os estudos e alistou-se no Batalhão Académico que então se formou em Coimbra. Integrado nesse batalhão e noutras unidades militares, participou como soldado na Guerra Peninsular.
Terminado aquele conflito, regressou a Coimbra e matriculou-se no curso de Leis, concluindo o curso com a maior distinção, aprovado unanimemente em todos os actos e premiado nos últimos anos. Obteve no fim do curso a classificação mais distinta e honrosa que a Universidade de Coimbra atribuía aos seus alunos. Apesar de inicialmente pretender ingressar na magistratura judicial, acabou por permanecer na Universidade, onde obteve o grau de Doutor em Leis no ano de 1815.
Tendo-se doutorado, no ano de 1816, foi opositor a uma das cadeiras da Faculdade de Direito, sendo seleccionado com o voto unânime da congregação universitária. Começou então a exercer funções docentes, que acumulava com as de fiscal da Fazenda e de conservador da Universidade.
Sendo conhecido pelas suas ideias liberais, foi preterido na nomeação para um lugar nas colegiaturas dos Colégios de São Pedro e de São Paulo da Universidade de Coimbra, a favor de outros candidatos considerados de menor mérito. Essa situação foi levada às Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa, então reunidas em Lisboa na sequência da Revolução Liberal de 1820, as quais deliberaram, depois de acalorada discussão, admiti-lo, sem mais formalidade, no lugar da colegiatura de São Pedro, o que lhe granjeou grandes inimizades. Em resposta, Joaquim António de Aguir publicou em Setembro de 1822 um folheto em que demonstrava as suas ideias de assumido liberal.
Em consequência, quando em 1823 se estabeleceu o governo miguelista, por decreto de 8 de Novembro de 1823 foi mandado sair do colégio de S. Pedro e teve de abandonar a docência e procurar refúgio na cidade do Porto. Face ao regresso ao absolutismo, e com as suas ideias liberais tão publicamente manifestadas, só lhe restava emigrar, o que fez.
Contudo, quando em 1826 foi proclamado o governo de D. Pedro IV, voltou a Coimbra, sendo em Abril desse ano nomeado lente-substituto da Faculdade de Leis, com exercício na cadeira de Direito Pátrio. Nesse mesmo ano foi eleito deputado às Cortes pela Província da Beira, tomando assento na câmara até 13 de Março de 1826. No parlamento revelou-se um parlamentar combativo e um grande orador, defendendo os princípios liberais mais avançados da monarquia constitucional representativa. Manteve-se no parlamento até que em 1828, ano em que as Cortes foram dissolvidas por ordem de D. Miguel.
Voltou então a Coimbra, mas foi logo intimado pelo conservador da Universidade que, por ordem do Governo, devia sair da cidade no prazo de 24 horas, desterrado para Tabuaço. Não considerando prudente ir para aquela vila, recolheu-se ao Porto, mas logo se viu obrigado a emigrar para Londres. No entretanto, foi declarado rebelde em Portugal e banido para sempre da Universidade de Coimbra.
Junto da emigração liberal portuguesa em Londres exerceu grande actividade, sendo um dos maiores aliados de Pedro de Sousa Holstein, então marquês de Palmela, na condução da política do governo no exílio e na preparação teórica da implantação do liberalismo em Portugal.
Participou na expedição de socorro à ilha Terceira que foi comandada por João Carlos Oliveira e Daun, o futuro marechal Saldanha, e que se gorou devido ao bloqueio britânico então imposto às forças liberais acantonadas nos Açores. Teve então de procurar refúgio em Brest, de onde pouco depois conseguiu atingir a ilha Terceira. Estando integrado no Corpo dos Voluntários da Rainha, foi transferido para o Corpo Académico então estacionado na vila da Praia.
Na Terceira teve uma participação activa nos acontecimentos que precederam a transferência das forças liberais para a ilha de São Miguel, de onde partiu em integrado nas forças que a 8 de Julho de 1832 protagonizaram o Desembarque do Mindelo, entrando na cidade do Porto no dia seguinte.
Durante o Cerco do Porto foi nomeado juiz do Tribunal de Guerra e de Justiça e membro da comissão encarregada de elaborar o Código Penal e o Código Comercial. Também ocupou o cargo de Procurador-Geral da Coroa, lugar que foi exercer em Lisboa, logo que a capital foi conquistada pelas forças liberais. Pouco depois passou a exercer as funções de conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça.
Foi pela primeira vez nomeado membro do governo a 15 de Outubro de 1833, ocupando o cargo de Ministro do Reino, sendo a 23 de Abril de 1834 transferido para o cargo de Ministro dos Negócios Eclesiásticos e da Justiça, cargo que exerceu até à morte de D. Pedro IV em Setembro desse ano.
Nesse curto período conseguiu demonstrar a sua capacidade reformista decretando a reorganização dos municípios e a extinção das ordens religiosas, mandando incorporar os seus bens na Fazenda Nacional. Esta medida deu brado no país, suscitando grande oposição entre as forças mais conservadores e no mundo rural, valeu-lhe a alcunha de Mata-Frades que conservaria durante toda a sua carreira política. Tendo deixado o governo, ingressou na actividade parlamentar, tendo sido deputado eleito pelos círculos das províncias da Estremadura, Douro, Alentejo e Beira Alta.
A 20 de Abril de 1836 regressou ao governo, assumindo de novo a pasta dos Negócios Eclesiásticos e da Justiça, mas os acontecimentos de 9 de Setembro desse ano, o eclodir da chamada Revolução de Setembro, obrigaram o ministério a demitir-se. Sendo um cartista convicto, recusou aceitar a revogação da Carta Constitucional de 1826, pelo que se demitiu do lugar de conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça e se retirou da vida pública.
Só quando a Constituição Política da Monarquia Portuguesa de 1838 foi jurada pela rainha e pela nação, apesar de se manter fiel aos seus princípios e ao trono, aceitou retomar o seu assento na Câmara como deputado por Coimbra, Lamego e Vila Real. Por lei de 28 de Agosto de 1840 foi reintegrado no cargo de conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça.
Em 9 de Julho de 1841 foi nomeado Presidente do Ministério, cargo que acumulava com o de Ministro do Reino, conservando-se no poder até 7 de Fevereiro de 1842, data em que o governo caiu devido à restauração da Carta Constitucional. Nesse mesmo ano foi eleito deputado pela Estremadura e Alentejo, tomando então uma parte muito activa na política da oposição.
Regressou ao poder a 19 de Julho de 1846, no governo chefiado pelo duque de Palmela, sendo-lhe confiada, novamente, a pasta da justiça. Este ministério teve curta duração, pois terminou a 6 de Outubro imediato no conhecido golpe palaciano de Emboscada. Ainda assim, Joaquim António de Aguiar fez jus à sua fama de reformador, aprovando uma lei da reforma eleitoral que pretendia garantir a liberdade do voto e punir a corrupção e o caciquismo que dominavam avassaladoramente os actos eleitorais.
À Emboscada seguiu-se a Revolução da Maria da Fonte e a guerra civil da Patuleia, acontecimentos que fizeram com que Joaquim António de Aguiar fosse novamente exonerado do cargo de conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça, apenas para ser reintegrado uma vez acalmada a situação revolucionária.
Quando o golpe de Regeneração triunfou em 1851 foi afastado da esfera do poder, mas ainda assim conservou uma notável actividade política como deputado eleito pelo círculo de Coimbra. No ano seguinte, por carta régia de 3 de Janeiro, foi elevado a Par do Reino.
A 9 de Novembro de 1854, foi nomeado provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, cargo no qual prestou grandes e reconhecidos serviços.
A 1 de Maio de 1860 foi chamado à presidência do gabinete ministerial, mas o seu governo foi efémero, já que foi demitido a 4 de Julho daquele mesmo ano.
Já no período agudo de instabilidade do regime da Monarquia Constitucional portuguesa que se seguiu ao falhanço da Regeneração, voltou ao poder, pela última vez, a 4 de Setembro de 1865, mas governou por apenas alguns meses, já que a 4 de Janeiro de 1866 foi derrubado pelo movimento da Janeirinha.
Joaquim António de Aguiar foi sempre um homem de hábitos simples, recusando os títulos e mercês com que pretenderam honrá-lo. Também não usava as grã-cruzes e condecorações que lhe foram concedidas por alguns governos estrangeiros.
Faleceu a 26 de Maio de 1884, na sua quinta de São Marcos, então na freguesia de Santa Margarida do Lavradio, concelho do Barreiro, nos arredores de Lisboa. O seu cadáver foi trasladado para o cemitério da Conchada, em Coimbra, a 10 de Dezembro de 1885, sendo depositado numa modesta sepultura.
domingo, maio 23
ACIDENTE COM AVIÃO 737-800 DA AIR INDIA EXPRESS
Ministro de Aviação Civil renuncia após acidente aéreo que matou 158 na Índia
Segundo o jornal "Times of India", o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, rejeitou o pedido de Patel, que teria relatado seu sentimento de "profunda angústia" com a tragédia.
Patel disse a Singh, segundo o jornal, que fez muito pelo setor de aviação civil nos últimos seis anos e se sente "pessoalmente moralmente responsável por um incidente tão trágico e triste".
Singh teria respondido que Patel não precisava renunciar e que deveria focar em enfrentar a situação.
Segundo o próprio ministro contou aos repórteres, singh afirmou que certas coisas estão fora do nosso controle. "Se há qualquer erro para ser corrigido, ele deve ser corrigido", disse Singh, segundo relato de Patel.
Quando questionado sobre a renúncia, Patel afirmou que os assuntos discutidos não devem vir a público.
Muitos questionaram as condições da pista do aeroporto de Bajpe e especularam que esta seria a causa do acidente.
O próprio Patel, contudo, disse mais cedo que as informações preliminares indicam que o piloto do Boeing-737 errou o procedimento de aterrissagem.
O piloto voou por 2.000 pés, cerca de 600 metros, a mais do que deveria sobre a pista e, por isso, não teria tido distância suficiente para fazer a aterrissagem na pista do aeroporto de Bajpe, em Mangalore, no sul da Índia.
Patel disse ainda que a pista em que o avião da Air India Express aterrissou era a maior das duas do aeroporto. Ela tinha 8.000 pés (cerca de 2.400 metros), contra 6.000 pés (cerca de 1.800 metros) da outra.
Ele disse a repórteres que a observação preliminar mostrou que não havia problemas com a pista do aeroporto, construída há apenas quatro anos, e nem com o Boeing-737 da Air India Express, uma companhia de baixo custo pertencente a estatal Air India.
Patel disse que o piloto Zlatko Glusica, britânico de origem sérvia, e o copiloto H S Ahluwalia conheciam o aeroporto e já haviam feito diversas aterrissagens no local.
A imprensa local afirmou mais cedo que o piloto tem mais de 10 mil horas de experiência de voo. No momento do acidente, chovia forte em Mangalore.
O ministro afirmou ainda, segundo o jornal, que os dados iniciais mostram que o quociente de fricção da pista estava correto e foi certificado pela DGAC --o que significaria que o avião não derrapou pela má qualidade da pista.
Mais cedo, o vice-presidente da Air India Express, V.P. Agarwal, disse a jornalistas que o piloto não demonstrou qualquer motivo de preocupação quando recebeu autorização para pousar e teve visibilidade suficiente. Segundo a imprensa local, chovia no momento da aterrissagem.
Ele disse ainda que uma investigação detalhada será realizada peça Direção Geral de Aviação Civil para verificar com certeza a causa da tragédia.
"A DGAC ordenou uma investigação. A AIr India também formou uma equipe, liderada pelo diretor executivo, para estabelecer as circunstâncias, coletar dados e ajudar a DGAC", disse.
A caixa-preta, que armazena rodos os dados do avião e as conversas entre os pilotos e a Torre de Controle, já foi recuperada. Os seus dados, contudo, ainda não foram avaliados.
Indenização
O primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, anunciou neste sábado que o governo vai pagar uma indenização de 200 mil rúpias indianas (cerca de R$ 8.000) para cada família das vítimas.
O premiê anunciou ainda uma indenização de 50 mil rúpias indianas (cerca de R$ 2.000) para cada um dos oito sobreviventes da tragédia. O dinheiro virá do Fundo de Auxílio Nacional.
Singh cancelou ainda, em respeito às vítimas, um evento para comemorar o primeiro ano do governo UPA.
Acidente
O Boeing-737 da Air India Express, companhia aérea de baixo custo da estatal Air India, vinha de Dubai e aterrissava às 6h (21h30 desta sexta-feira em Brasília) quando derrapou, pegou fogo e explodiu, segundo o Ministério de Aviação Civil.
O canal NDTV, de Nova Déli, mostrou imagens do avião, completamente destruído e queimado e apenas a cauda intacta, no barranco em que caiu após ultrapassar a pista do aeroporto de Bajpe, localizado em uma colina cerca de vinte quilômetros de Mangalore.
Srivastava afirmou ainda que oito passageiros foram resgatados com vida dos destroços e encaminhados aos hospitais da região. "Até onde sabemos, apenas oito pessoas foram retiradas do local com vida, mas as equipes de resgate ainda trabalham no local". Ele não quis confirmar a morte dos outros 158 passageiros.
Dos oito sobreviventes, pelo menos três estão em estado crítico, dois ficaram levemente feridos e um outro foi liberado após receber cuidados médicos, segundo a Aviação Civil.
Em entrevista à rede americana CNN, um funcionário da companhia informou que, até o momento, 127 corpos foram resgatados dos destroços.
Segundo um comunicado da Aviação Civil, havia 23 crianças, incluindo quatro bebês, entre os passageiros. Ainda não se sabe a nacionalidade de todos os passageiros, mas a maioria era do Estado indiano de Kerala, vizinho do Estado de Karnataka, onde ocorreu o acidente. Dubai é um destino comum entre os indianos.
Sobreviventes
Falando às câmeras de televisão, um sobrevivente disse que ter havido um "problema" com a pista porque o avião começou a tremer quando tocou o chão.
O passageiro, que sofreu queimaduras no rosto e fugiu do avião por uma das rachaduras na fuselagem, disse ainda que uma das rodas do avião quebrou e, logo após, houve uma explosão.
O aeroporto de Bajpe está localizado numa colina cercada por vales e desfiladeiros e é considerado um dos mais complicados da Índia para pousos e decolagens.
Outro sobrevivente, identificado como Mainkutty Kerala, disse que "não houve nenhum aviso de qualquer problema aos passageiros e parecia uma aterragem tranquila".
"Imediatamente após tocar o solo, o avião fez um movimento brusco e logo caiu em um bloco, algo como um edifício", descreveu.
"O avião quebrou na metade e pegou fogo", acrescentou Mainkutty, que escapou por uma brecha, juntamente com outros quatro ou cinco passageiros.
"Eu renasci", disse o passageiro sem ferimentos graves, Puttur Ismail Abdullah, que descreveu a explosão à PTI.
Ele disse que a roda do avião explodiu quando o avião caiu e que conseguiu manter a calma, desatar o cinto de segurança e escapar por um buraco na parte de cima do Boeing. Ele correu cerca de 500 metros até que alguns moradores vieram em seu socorro.
Fonte - Folha Online