o mar do poeta

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terça-feira, agosto 16

SÃO PAULO DE ANTIGAMENTE - 1870 -1930




Fundação de São Paulo - óleo de Oscar Pereira da Silva (1867-1939). Padre Manoel da Nóbrega, que já havia estado no Planalto de Piratininga, visitou em fins de agosto de 1553 a aldeia de Tibiriçá, batizando solenemente 50 índios, fruto da ação missionária do Padre Leonardo Nunes. Foi um dos anos precursores da fundação de São Paulo. Em dezembro do mesmo ano chegou a São Vicente um grupo de jesuítas e entre eles o novíço José Anchieta, que se tornou o mestre do novo colégio da Companhia de Jesus, pois possuía formação humanística. A 25 de janeiro de 1554, com a celebração da Primeira Missa no campo de Piratininga pelo Padre Manoel de Paiva, superior do grupo religioso, foi solenente inaugurado o Colégio e com ele se iníciou a povoação que também recebeu o nome do grande Apóstolo dos Gentios, São Paulo. Nesse dia se celebra a sua conversão. São Paulo tornou-se vila em 1560 e cidade em 1711.



Através de meu Estimado Confrade e Ilustre Prof. João Paulo de Oliveira, tive o prazer de ser recebedor deste maravilhoso mimo, de São Paulo Antigo, cujas fotos, a seguir reproduzo.


Da rua José Bonifácio, perto do cruzamento com a rua Quintino Bocaiúva, o fotógrafo captou um cenário dominado por edifícios de três ou mais andares com fachadas ecléticas e, no piso térreo, muitas vitrines, historicamente recentes. As calçadas e os leitos das duas vias acolhem a movimentação de transeuntes engravatados e portadores de chapéus, como era usual.
A carroça puxada por um burro à esquerda e, no canto direito, um varredor de rua, com sua pá, escova e balde, revelam atividades de tempos bem diversos, e não deixam de compor um contraponto irônico para o letreiro central que anuncia orgulhoso, na empena de um edifício, o nome da loja "São paulo Progride".
Texto: Fraya Frehse



Vista da igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos no largo do Rosário antes da sua demolição (1904) e reconstrução do largo Paiçandu, a fim de que o Rosário se tornasse a atual praça António Prado. Do leito da rua 15 de Novembro, o fotógrafo ressalvou a igreja colonial, por séculos lugar de devoção de (ex-)escravos. Mas, em primeiro plano, o trecho final da rua, que à época acolhia os mais elegantes estabelecimentos comerciais da cidade. Na frente da igreja, guarda-sóis abrigam engraxates com caixotes e cadeiras; tal atividade chegou em São Paulo com a imigração italiana dos anos 1870 e logo se expandiu.
Texto: Fraya Frehse



Vista de um caramachão muito fotografado do parque da Cantareira, aberto em 1893 com locais para piqueniques e esportes numa reserva florestal da serra, criada para proteger a área de mananciais dos quais se servia a Companhia Cantareira de Águas e Esgotospara abastecer a cidade. Localizada num morrote, a estrutura de madeira abriga homens , mulheres e crianças em torno de uma mesa, ornada com uma toalha. Naquela época era hábito, sobretudo entre as famílias de imigrantes atraídos a São Paulo, visitar os recém-criados parques, principalmente nos domingos e feriados.
Texto: Fraya Frehse



Vista do largo de São Bento em direção ao viaduto e à igreja de Santa Ifigênia a partir de um sobrado da rua Florêncio de Abreu. Na metade superior da cena se destacam, da esquerda para a direita, a sede da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, o viaduto (1913), a igreja Santa Ifigênia (1906-1922) e o Mosteiro de São Bento (1910-1914) . É na metade inferior que se nota melhor a escala humana, com transeuntes em meio a automóveis. Outros signos do moderno - relógios, lampiões e postes - ornam o largo, recém-reformado em prol da circulação. Em conjunto, tais signos indicam o vigor com que o cotidiano se fazia presente no dia-a-dia do centro, naquela época.
Texto: Fraya Frehse



Vista da esquina da rua Direita a partir do leito da rua de São Bento. Na época, o local era conhecido como "Quatro Cantos", único cruzamento em ângulo reto do centro paulistano. O fotógrafo flagrou a movimentação na frente do sobrado colonial que abrigava, no piso térreo, uma fábrica de luvas de pelica e o ateliê do fotógrafo Michelle Rizzo, e, no primeiro andar, um dos vários dentistas da cidade. À esquerda em primeiro plano, uma passante fugaz, personagem então recente nas ruas paulistanas. Já o centro inferior da imagem destaca dois garotos que, descalços, evidenciam pobreza numa sociadade em que, historicamente, sapatos foram apanágio de senhores e interditados a escravos.
Texto: Fraya Frehse


 



Vista do horizonte nordeste do centro a partir do largo do Carmo, atual praça Clóvis Bevilácqua. Em primeiro plano, a ladeira do Carmo, atual avenida Rangel Pestana, saída historicamente crucial para o Rio de Janeiro. À beira da ladeira, as construções coloniais acolhem platibandas e ornamentos do moderno republicano. A composição destaca o Palácio das Indústrias, inaugurado em 1924 no parque Dom Pedro II, criado na Várzea do Carmo. Concebido para abrigar exposições, o edifício, assim como as chaminés no horizonte, torna-se ícone dos ritmos que então movimentavam o perfil da cidade, delimitada pelo horizonte sinuoso da Serra da Cantareira.
Texto: Fraya Frehse


Flagrante de um bonde da Empresa de Bondes de Sant'Anna, última linha a tração animal da cidade, cujos carros circularam até 1907. Eles ligavam a atual Ponte das Bandeiras ao Alto de Santana, bairro de forte presença italiana e germânica. Postado possivelmente na lateral da ria Voluntários da Pátria, o fotógrafo captou, afora passageiros e o cocheiro, crinaças e um rapaz nos estribos do bonde. Descalços os meninos, sem gravata o rapaz, seus trajes indicam penúria, em ruas cuja civilidade era convencionada por paletós e gravatas, chapéus e sapatos engraxados.
Texto: Fraya Frehse

 




Vista da Várzea do Carmo em direção à serra da Cantareira, tirada da margem direita do rio Tamanduateí próxima das ruas Figueira e da Santa Rosa. A composição destaca um uso antigo do rio: a lavagem de roupas. No centro da cena, lavadeiras debruçam-se sobre o mrio ainda não retificado. Ao fundo, à direita e à esquerda, vultos agachados sobre roupas e lençóis. Essa prática fazia da várzea um quintal comunitário de varais, apesar da crescente repressão do poder público. Na linha do horizonte, silhuetas de árvores e chaminés na direção da Luz e do Bom Retiro contribuem para atestar a diversidade de tempos históricos que caracterizava a São Paulo dessa época.
Texto:Fraya Frehse


Vista do largo e da Igreja da Sé, demolida em 1912 para a construção da atual praça da Sé. A partir de um sobrado diante do largo, o fotógrafo destacou a momumentalidade do templo que, no entanto, ostentava uma só torre, documento da singeleza econômica paulistana em 1745, quando foi construído. A aparência colonial do largo, cujos sobrados são talvez dessa época, constrata com a circulação de veículos por ali: um moderno bonde elétrico e uma tradicional carroça de transporte de mercadorias. No local estacionavam, desde 1865, "carros de aluguel".
Texto:Fraya Frehse




Vista do cruzamento das ruas Direita e 15 de Novembro, vislumbrando-se, do lado direito, o largo da Sé e a Igreja de São Paulo, único templo de duas torres da cidade até sua demolição, em 1911. Postado num sobrado da rua Direita, o fotógrafo captou o casario colonial com seus pisos térreos ocupados, entre outros, por um café e uma carutaria. Fixou ainda a diversidade de tempos históricos expressa na coexistência entre uma carroça, um bonde de burros - inovação de 1872 subtituída por bondes elétricos em 1900 - e "carros de aluguel" que, estacionavam na frente da igreja, foram introduzidos em São Paulo em 1865.
Texto:Fraya Frehse


Vista do cruzamento da rua de São Bento com a ladeira de São João a partir da praça Antonio Prado.Em primeiro plano, policiais, possivelmente da Guarda Cívica, ficam o fotógrafo ao lado de rapazes e meninos (um deles vendedor de jornais) no leito da via riscada por trilhos de bonde. A movimentação masculina é maior na entrada do então popular Café Brandão. Este ocupava, desde o final do século XIX, um sobrado que, antes, abrigara hotéis. Um pouco depois da tomada fotográfica, o edifício foi demolido por seu novo proprietário, Giuseppe Martinelli, que ali iniciou em 1924 a construção do Edifício Martinelli. Inaugurado em 1930, o edifício quatro anos depois chegou aos seus atuais 30 andares acompanhado de bordão "o mais alto da América do Sul".
Texto:Fraya Frehse

 





Vista do cruzamento das ruas 15 de Novembro e Direita a partir do largo da Sé. No centro da imagem, de uma das mais movimentadas esquinas da cidade, a recente Casa Tietê, que veio substituir o sobrado de propriedade do Barão de Tietê. Em seu piso térreo o novo edifício abrigou a nova sede da Casa Lebre, loja de ferragens em 1858, de departamentos, em 1910. Homens e mulheres ocupam as calçadas e leitos das vias no lado inferior da cena, enquanto pela Rua Direita um bonde se dirige à "Barra Funda". Olham para câmera um vendedor de jornais, no centro inferior da composição, e, no canto direito, um guarda de capacete redondo, talvez da Guarda Cívica. São tipos urbanos próprios da modernidade que a virada do século XX trouxe a São Paulo.
Text: Fraya Frehse



Vista do vale do Anhangabaú pouco antes da inauguração do Teatro Municipal. Postado num dos sobrados que ladeavam o Viaduto do Chá, o fotógrafo enfocou os fundos do casario do Conde Prates, herdeiro da chácara (do Barão de Itapetininga) que ocupou o vale até ser arruada, em 1876. Viveiros em primeiro plano revelam a permanência do passado colonial e rural da cidade. Na metade superior da cena, encontram-se manifestações modernas da propriedade cafeeira:afora o Municipal, o Teatro São José à esquerda, o viaduto pontilhado por transeuntes, por postes de luz e bondes elétricos. O Viaduto do Chá era, à época, uma importante via de expansão urbana para oeste, além do local privilegiado por suicidas.
Texto:Fraya Frehse



Vista do atual Pátio do Colégio num início de tarde, destacando-se, da esquerda para a direita, o então Palácio do Governo, o torreão que substituiu a Igreja do Colégio demolida em 1896, e os edifícios do Tesouro e da Secretaria da Agricultura. Em primeiro plano, um jovem sentado no banco do então Jardim do Palácio. Com trajes "de domingo" - chapéu tipo Panamá, paletó e gravata, calças curtas, sapatos com meias esticadas -, ele contempla provavelmente o coreto. Este costumava sedir concertos por ocasião das festas cívicas da então nascente República. No Jardim se ajuntavam diariamente desempregados, que os jornais da época costumavam tratar por "vagabundos" ou "vadios".
Texto:Fraya Frehse





Vista a jusante possivelmente do rio Tamanduateí durante a sua enchente e do Tietê em 1906. Postes e fios elétricos remetem ao perímetro central, já alcançado pelos serviços da Light, possivelmente o trecho entre a Luz e o Pari. Recém-retificadas, as várzeas ali já estavam arruadas. À direita da ponte fotografada, a farda dos guardas revela a proximidade do Quartel Militar da Luz. Diante do conjuto de casas, aparentemente operárias, à esquerda, a muitidão mira a jusante. O passado se insinua na enchente; o presente, na cheia em meio a faces estrangeiras e à eletricidade, ao casario e à ponte, onde antes só havia várzea.
Texto:Fraya Frehse





Vista do vale do Anhangabaú a partir do Grand Hotel de la Rôtisserie Sportsman, na esquina entre as ruas Líbero Badaró e Direita. A imagem enfoca, da esquerda para a direita, a fachada do hotel, o Teatro São José, o Viaduto do Chá, o Teatro Municipal aos fundos do recém-ajardinado Parque do Anhangabaú, a torre da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, reerguida no Largo do Paiçandu, e a lateral de um dos palacetes do Conde Prates. Em primeiro plano, a rua agitada por bondes elétricos , um raro automóvel e por transeuntes - homens e mulheres perto do hotel. A herança do passado colonial e rural persiste no casario no vale à esquerda do fotógrafo, aos pés do Teatro São José.
Texto:Fraya Frehse




 Vista da atual rua General Carneiro a partir de um sobrado do largo do Tesouro. Numa manhã fria, uma carroça desce a ladeira rumo ao Brás prestes a cruzar com um bonde elétrico. Para os jornais da época, essa via era um local privilegiado de colisões e atropelamentos. Historicamente um mponto de ajuntamento de quitandeiras, o largo chegou ao século XX abrigando cafés, lojas e transeuntes - em sua maioria homens, em meio a algumas mulheres -, que iam e vinham do primeiro mercado central da cidade (1867), aos pés da ladeira. Quase no centro da cena, um guarda-chuva protege um vendedor ambulante do sol.
Texto:Fraya Frehse



Vista do largo de São Francisco, com a Academia de Direito ao fundo, na metade esquewrda da imagem, e à direita, os frontispícios das igrejas colonais de São Francisco e da Ordem Terceira de São Francisco. Postado, perto da rua da Princesa (atual rua Benjamim Constant), o fotógrafo captou o largo ainda não calçado, mas já percorrido por um dos modernos bondes a tração animal, cuja primeira linha começou a operar na cidade em 1872. À sombra da árvore que faceia a Academia, criada em 1828, ajuntam-se homens de sobrecasaca e cartola, trajes comuns entyre vos estudantes de Direito, tipos humanos facilmente discerníveis na inda fortemente rural São Paulo dos anos 1870.
Texto:Fraya Frehse





Vista da então chamada "Praça do Mercado", primeiro local estabelecido pelo poder político para o comércio centralizado de alimentos, em 1867. Dos fundos do Palácio do Governo (no atual Pa'tio do Colégio), o fotógrafo constrastou as arcadas e os usos do edifício com a descampada Várzea do Carmo. Frequentado pelos roceiros que ali comerciavam víveres das chácaras e roças do núcleo urbano e imediações, o Mercado - depois, "Caioira", "Municipal" ou "Velho", demolido e reerguido (1907), até ser substituído pelo Mercado da Cantareira (1933) - ficava numa saída que conduzia ao subúrbio, ao casario disperso do Pari, no fundo da cena, e ao moderno Gasômetro (1870), que triuxe a luz e gás e novos ritmos à cidade.
Texto: Fraya Frehse





Vista da praça Antonio Prado a partir do alto da avenida São João. Nessa tarde, a praça delimitada por árvores abriga, à esquerda do fotógrafo, alguns dos poucos automóveis da cidade e em meio aos traseuntes. Estes passam diante do edifício cosntruído no local da antiga igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e que, então, sediava a companhia Light e o jornal O Estado de S. Paulo. Em primeiro plano, uma carrocinha de mão, historicamente recente. Ladeavam a praça vitrines requintadas e fachadas ecléticas como a do prádio do empresário João Brícola, no centro ao fundo, com seu piso térreo tomado por uma charutaria e o primeiro andar, pelo jornal Correio Paulistano. Agitação de cidade moderna.
Texto: Fraya Frehse



Vista da rua 15 de Novembro em direção à praça Antonio Prado. Movimentação - perdominamente masculina - na esquina da rua da Quitanda, com automóveis estacioandos em frente à filial paulistana da loja inglesa de departamentos Mappin & Webb, especializada em artigos de luxo e inaugurada ali em 1913. Em 1919, mudou-se para a esquina das ruas Direita e Quitanda e, em 1939, para a praça Ramos de Azevedo, onde funcinou até fechar, em 1999. Na metade superior da cena, destaca-se uma das luminárias de rua da companhia Light & Power. Entre tantos equipamentos urbanos modernos, vislumbra-se uma carroça.
Texto: Fraya Frehse





Postado na margem direita do ainda não retificado rio Tamaduateí, frente à face leste da colina do núcleo urbano, o fotógrafo captou dois usos populares de então: banhos e a lavagem de carros e animais. A metade superior da cena documenta os traços coloniais das casas, da torre da Igreja de Nossa Senhora do Carmo e dos fundos do Palácio do Governo (no atual Pátio do Colégio). Já a frente do Mercado, no baixo da colina, traz novidades urbanas como um quiosque, onde se vendiam bebidas, frutas, flores e jornais. À sua esquerda, o mictório é outro equipamento desses tempos em que o poder público passava a promover fortemente a circulação nas ruas.
Texto: Fraya Frehse

Ficamos assim, desta forma, e graças aos bons préstimos do Ilustre Professor João Paulo de Oliveira, que teve a amabilidade de ofertar ao articulista, esta rica coleção de postais antigos da cidade de São Paulo, dando-nos a conhecer a bela cidade de S. Paulo de outros tempos.


segunda-feira, agosto 15

SÃO PAULO - BRASIL




Tendo o articulista recebi uns Mimos do Exmo. Senhor e Ilustre Prof. João Paulo de Oliveira, residente em Diadema, São Paulo, foi conhecer melhor a grande metropole que é São Paulo, ficando a conhecer sua história, esta busca a dedico a meu Estimado Confrade e Ilustre Prof. João Paulo de Olivera, seguindo-se outro artigo com maravilhosos postais de São Paulo, que meu Estimado Confrade teve a amabilidade de me ofertar.


PROFESSOR JOÃO PAULO DE OLIVEIRA


BRAZÃO DE DIADEMA
O ILUSTRE PROFESSOR JOÃO PAULO DE OLIVEIRA, JUNTO DE SEUS PUPILOS




Município de São Paulo

"Terra da garoa"

"Sampa"
"Pauliceia"






Do alto, da esquerda para a direita: Catedral da Sé, CENU, MASP, Museu do Ipiranga, Monumento às Bandeiras, Ponte Octávio Frias de Oliveira e panorama do centro da cidade


Fundação 25 de janeiro de 1554 (457 anos)

Gentílico paulistano

Lema Non dvcor dvco

"Não sou conduzido, conduzo"

Prefeito(a) Gilberto Kassab (PSD) (2009–2012)



São Paulo (pronuncia - se AFI: [sɐ̃w̃ ˈpawlu] ouça) é um município brasileiro, capital do estado de São Paulo e principal centro financeiro, corporativo e mercantil da América Latina. É a cidade mais populosa do Brasil, do continente americano e de todo o hemisfério sul do mundo, São Paulo é também a cidade brasileira mais influente no cenário global, sendo considerada a 14ª cidade mais globalizada do planeta, recebendo a classificação de cidade global alfa, por parte do Globalization and World Cities Study Group & Network (GaWC).

A cidade é mundialmente conhecida e exerce significativa influência nacional e internacional, seja do ponto de vista cultural, econômico ou político. Conta com importantes monumentos, parques e museus, como o Memorial da América Latina, o Museu da Língua Portuguesa, o MASP, o Parque Ibirapuera, o Jardim Botânico de São Paulo e a avenida Paulista, e eventos de grande repercussão, como a Bienal Internacional de Arte, o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1, São Paulo Fashion Week e a São Paulo Indy 300.

A cidade possui o 10º maior PIB do mundo, representando, isoladamente, 12,26% de todo o PIB brasileiro e 36% de toda a produção de bens e serviços do estado de São Paulo, sendo sede de 63% das multinacionais estabelecidas no Brasil, além de ter sido responsável por 28% de toda a produção científica nacional em 2005.

São Paulo é a sexta maior cidade do planeta e sua região metropolitana, com 19 223 897 habitantes, é a quarta maior aglomeração urbana do mundo.

Regiões muito próximas a São Paulo são também regiões metropolitanas do estado, como Campinas e Baixada Santista; outras cidades próximas compreendem aglomerações urbanas em processo de conurbação, como São José dos Campos, Sorocaba e Jundiaí. A população total dessas áreas somada à da capital – o chamado Complexo Metropolitano Expandido – ultrapassa 29 milhões de habitantes, aproximadamente 75% da população do estado inteiro. As regiões metropolitanas de Campinas e de São Paulo já formam a primeira macrometrópole do hemisfério sul, unindo 65 municípios que juntos abrigam 12% da população brasileira.

O lema da cidade, presente em seu brasão oficial, é constituído pela frase em latim "Non ducor, duco", cujo significado em português é "Não sou conduzido, conduzo".


Período colonial

Fundação de São Paulo, quadro de 1913 de Antônio Parreiras.

A povoação de São Paulo de Piratininga surgiu em 25 de janeiro de 1554 com a construção de um colégio jesuíta por doze padres, entre eles Manuel da Nóbrega e José de Anchieta, no alto de uma colina escarpada, entre os rios Anhangabaú e Tamanduateí. Tal colégio, que funcionava num barracão feito de taipa de pilão, tinha, por finalidade, a catequese dos índios que viviam na região do Planalto de Piratininga, separados do litoral pela Serra do Mar, chamada pelos índios de "Serra de Paranapiacaba".

O nome "São Paulo" foi escolhido porque o dia da fundação do colégio foi 25 de janeiro, dia no qual a Igreja Católica celebra a conversão do apóstolo Paulo de Tarso, conforme informou o padre José de Anchieta em carta aos seus superiores da Companhia de Jesus:

A 25 de Janeiro do Ano do Senhor de 1554 celebramos, em paupérrima e estreitíssima casinha, a primeira missa, no dia da conversão do Apóstolo São Paulo e, por isso, a ele dedicamos nossa casa!

O povoamento da região do Pátio do Colégio teve início em 1560, quando, na visita de Mem de Sá, governador-geral do Brasil, à Capitania de São Vicente, este ordenou a transferência da população da Vila de Santo André da Borda do Campo, que fora criada por Tomé de Sousa em 1553, para os arredores do colégio, denominado "Colégio de São Paulo de Piratininga", local alto e mais adequado (uma colina escarpada vizinha a uma grande várzea, a Várzea do Carmo, por um lado e, pelo outro lado, por outra baixada, o Vale do Anhangabaú), para melhor se proteger dos ataques dos índios.

Desta forma, em 1560, a Vila de Santo André da Borda do Campo foi transferida para a região do Pátio do Colégio de São Paulo e passou a se denominar Vila de São Paulo, pertencente à Capitania de São Vicente.

Pátio do Colégio, no Centro Histórico de São Paulo. Neste local, foi fundada a cidade, em 1554. O prédio atual é uma reconstrução feita na segunda metade do século XX, tendo, como modelos, o colégio e igreja jesuítas que foram erigidos no local em 1653.

São Paulo permaneceu, durante os dois séculos seguintes, como uma vila pobre e isolada do centro de gravidade da colônia, o litoral e se mantinha por meio de lavouras de subsistência. São Paulo foi, por muito tempo, a única vila no interior do Brasil. Esse isolamento de São Paulo se dava principalmente porque era dificílimo subir a Serra do Mar a pé da Vila de Santos ou da Vila de São Vicente para o Planalto de Piratininga. Subida esta que era feita pelo Caminho do Padre José de Anchieta. Mem de Sá, quando de sua visita à Capitania de São Vicente, proibira o uso do "Caminho do Piraiquê" (hoje Piaçaguera), por serem, nele, frequentes os ataques dos índios.

Em 22 de março de 1681, o Marquês de Cascais, donatário da Capitania de São Vicente, transferiu a capital da Capitania de São Vicente para a Vila de São Paulo, que passou a ser a "Cabeça da Capitania". A nova capital foi instalada, em 23 de abril de 1683, com grandes festejos públicos.

Por ser a região mais pobre da colônia portuguesa na América, em São Paulo teve início a atividade dos bandeirantes, que se dispersaram pelo interior do país à caça de índios porque, sendo extremamente pobres, os paulistas não podiam comprar escravos africanos. Saíam, também, em busca de ouro e de diamantes. A descoberta do ouro na região de Minas Gerais, na década de 1690, fez com que as atenções do reino se voltassem para São Paulo.

Foi criada, então, em 3 de novembro de 1709, a nova Capitania Real de São Paulo e Minas do Ouro, quando foram compradas, pela coroa portuguesa, a Capitania de São Paulo e a Capitania de Santo Amaro de seus antigos donatários. Em 11 de julho de 1711, a Vila de São Paulo foi elevada à categoria de cidade. Logo em seguida, por volta de 1720, foi encontrado ouro, pelos bandeirantes, nas regiões onde se encontram hoje a cidade de Cuiabá e a Cidade de Goiás, fato que levou à expansão do território brasileiro para além da Linha de Tordesilhas.

Quando o ouro esgotou, no final do século XVIII, teve início o ciclo econômico paulista da cana-de-açúcar, que se espalhou pelo interior da Capitania de São Paulo. Pela cidade de São Paulo, era escoada a produção açucareira para o Porto de Santos. Nessa época, foi construída a primeira estrada moderna entre São Paulo e o litoral: a Calçada do Lorena.

Período imperial


Monumento à independência no Parque da Independência, situado no local onde foi proclamada a independência do Brasil.

Após a Independência do Brasil, ocorrida onde hoje fica o Monumento do Ipiranga, São Paulo recebeu o título de Imperial Cidade, conferido por Dom Pedro I do Brasil em 1823. Em 1827, houve a criação de cursos jurídicos no Convento de São Francisco (que daria origem à futura Faculdade de Direito do Largo de São Francisco), e isso deu um novo impulso de crescimento à cidade, com o fluxo de estudantes e professores, graças ao qual, a cidade passa a ser denominada Imperial Cidade e Burgo dos Estudantes de São Paulo de Piratininga.

Outro fator do crescimento de São Paulo foi a expansão da produção do café, inicialmente na região do Vale do Paraíba paulista, e depois nas regiões de Campinas, Rio Claro, São Carlos e Ribeirão Preto. De 1869 em diante, São Paulo passa a beneficiar-se de uma ferrovia que liga o interior da província de São Paulo ao porto de Santos, a Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, chamada de A Inglesa.

Surgem, no final do século XIX, várias outras ferrovias que ligam o interior do estado à capital, São Paulo. São Paulo tornou-se, então, o ponto de convergência de todas as ferrovias vindas do interior do estado. A produção e exportação de café permite à cidade e à província de São Paulo, depois chamada de Estado de São Paulo, um grande crescimento econômico e populacional.

De meados desse século até o seu final, foi o período que a província começou a receber uma grande quantidade de imigrantes, em boa parte italianos, dos quais muitos se fixaram na capital, e as primeiras indústrias começaram a se instalar.

República Velha

Cartão-postal da avenida Paulista em 1902.



Guilherme Gaensly. Rua Libero Badaró, sentido Praça do Patriarca, c. 1920. Instituto Moreira Salles, São Paulo.

Com o fim do Segundo Reinado e início da República a cidade de São Paulo, assim como o estado de São Paulo, tem grande crescimento econômico e populacional, também auxiliado pela política do café com leite e pela grande imigração europeia e asiática para São Paulo. Sobre o grande número de imigrantes na capital paulista, Cornélio Pires recolheu, em seu livro "Sambas e Cateretês", uma modinha, de 1911, de Dino Cipriano, que descreve a impressão que o homem do interior tinha da capital paulista:

!Só úa coisa aquí in S. Pólo que eu já ponhei in reparo: que só se vê é estrangero! Brasilêro é muito raro!

— Dino Cipriano

Durante a República Velha (1889-1930), São Paulo passou de centro regional a metrópole nacional, se industrializando e chegando a seu primeiro milhão de habitantes em 1928. Seu maior crescimento, neste período, relativo se deu, na década de 1890, quando dobrou sua população. O auge do período do café é representado pela construção da segunda Estação da Luz (o atual edifício) no fim do século XIX e pela avenida Paulista em 1900, onde se construíram muitas mansões.

O vale do rio Anhangabaú é ajardinado e a região situada à sua margem esquerda passa a ser conhecida como Centro Novo. A sede do governo paulista é transferida, no início do século XX, do Pátio do Colégio para os Campos Elísios. São Paulo abrigou, em 1922, a Semana de arte moderna que foi um marco na história da arte no Brasil. Em 1929, São Paulo ganha seu primeiro arranha-céu, o edifício Martinelli.

Os melhoramentos realizados na cidade pelos administradores Conselheiro Antônio da Silva Prado, o Barão de Duprat e o Dr. Washington Luís, que governaram de 1899 a 1919, contribuem para o clima de desenvolvimento da cidade: alguns estudiosos consideram que a cidade inteira foi demolida e reconstruída naquele período.

Com o crescimento industrial da cidade, no século XX, para a qual contribuiu também as dificuldades de acesso às importações durante a Primeira Guerra Mundial, a área urbanizada da cidade passou a aumentar, sendo que alguns bairros residenciais foram construídos em lugares de chácaras. A partir da década de 1920 com a retificação do curso de rio Pinheiros e reversão de suas águas para alimentar a Usina Hidrelétrica Henry Borden, terminaram os alagamentos nas proximidades daquele rio, permitindo que surgisse na zona oeste de São Paulo, loteamentos de alto padrão conhecidos hoje como a "Região dos Jardins".

Revolução de 1932 à contemporaneidade




Multidão reunida em protesto ao assassinato dos estudantes MMDC em durante a Revolução Constitucionalista de 1932.

Vila Olímpia, na região da avenida Faria Lima, um dos símbolos da mudança do perfil econômico da cidade.

Em 1932, São Paulo se mobiliza no seu maior movimento cívico: a revolução constitucionalista, quando toda a população se engaja na guerra contra o "Governo Provisório" de Getúlio Vargas. Em 1934, com a reunião de algumas faculdades criadas no século XIX e a criação de outras, é fundada a Universidade de São Paulo, hoje a maior do Brasil.

Outro grande surto industrial deu-se, durante a Segunda Guerra Mundial, devido à crise na cafeicultura na década de 1930 e às restrições ao comércio internacional durante a guerra, o que fez a cidade ter uma taxa de crescimento econômico muito elevada que se manteve elevada no pós-guerra.

Em 1947, São Paulo ganha sua primeira rodovia asfaltada: a Via Anchieta, (construída sobre o antigo traçado do Caminho do Padre José de Anchieta), liga a capital ao litoral paulista. Na década de 1950, São Paulo era conhecida como A cidade que não pode parar e como A cidade que mais cresce no mundo.

São Paulo realizou uma grande comemoração, em 1954, do "Quarto Centenário" de fundação da cidade. É inaugurado o Parque do Ibirapuera, lançados muitos livros históricos e descoberta a nascente do rio Tietê em Salesópolis. Com a transferência, a partir da década de 1950, de parte do centro financeiro da cidade que fica localizado no centro histórico (na região chamada de "Triângulo Histórico"), para a Avenida Paulista, as suas mansões foram, na sua maioria, substituídas por grandes edifícios.

Em um livro sobre turismo na cidade de São Paulo, editado pela prefeitura de São Paulo em 1959, intitulado "Notícia de Turismo", que tem a sua apresentação feita pelo prefeito Ademar de Barros, São Paulo é apresentada como: "A cidade que mais cresce no mundo", "A Cidade da moderna arquitetura", "A cidade das pontes e dos viadutos" e "A Cidade do Progresso".

No período da década de 1930 até a década de 1960, os grandes empreendedores do desenvolvimento de São Paulo foram o prefeito Francisco Prestes Maia e o governador do Estado de São Paulo Ademar de Barros, o qual também foi prefeito de São Paulo entre 1957 e 1961. Prestes Maia projetou e implantou, na década de 1930, o "Plano de Avenidas de São Paulo", que revolucionou o trânsito de São Paulo.

Estes dois governantes são os responsáveis, também, pelas duas maiores intervenções urbanas, depois do Plano de Avenidas, e que mudaram São Paulo: a retificação do rio Tietê com a construção de suas marginais e o Metrô de São Paulo: em 13 de fevereiro de 1963, o governador Ademar de Barros e o prefeito Prestes Maia criaram as comissões (estadual e municipal) de estudos para a elaboração do projeto básico do Metrô de São Paulo, e destinaram ao Metrô suas primeiras verbas. Naquele ano, São Paulo somava quatro milhões de habitantes. Iniciado a sua construção em 1968, na gestão do prefeito José Vicente de Faria Lima, o metrô paulistano começou a operar comercialmente em 14 de setembro de 1974.

Atualmente, o crescimento tem-se desacelerado, devido ao crescimento industrial de outras regiões do Brasil. As últimas décadas atestaram uma nítida transformação em seu perfil econômico, que vem adquirindo, cada vez mais, matizes de um grande polo nacional de serviços e negócios, sendo considerada, hoje, um dos mais importantes centros de comércio global da América Latina.

Geografia

Pico do Jaraguá, o ponto mais alto da capital paulista.

São Paulo é a capital do estado mais populoso do Brasil, São Paulo, situando-se próximo ao paralelo 23º32'52'' sul e do meridiano 46º38'09'' oeste. A área total do município é de 1 522,986 km², de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sendo o nono maior em extensão territorial.

São Paulo está localizada junto à bacia do rio Tietê, tendo as sub-bacias do rio Pinheiros e do rio Tamanduateí papéis importantes em sua configuração. São Paulo tem a altitude média de 760 metros. O ponto culminante do município é o Pico do Jaraguá, com 1 135 metros, localizado Parque Estadual do Jaraguá, na serra da Cantareira, onde se encontra também a segunda maior floresta urbana do mundo, no Parque da Cantareira.

Clima

O clima de São Paulo é considerado subtropical (tipo Cfa segundo Köppen), com diminuição de chuvas no inverno e temperatura média anual de 19,25 °C, tendo invernos brandos e verões com temperaturas moderadamente altas, aumentadas pelo efeito da poluição e da altíssima concentração de edifícios. O mês mais quente, fevereiro, tem temperatura média de 22,5°C e o mês mais frio, julho, de 16 °C, por causa do efeito das ilhas de calor, causado por excessos de prédio, asfalto, concreto e poucas áreas verdes, a cidade de São Paulo tem sofrido com os dias quentes e secos durante o inverno, não raro ultrapassando a marca dos 28 °C nos meses de julho e agosto, um estudo realizado pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, com o apoio do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP), indica que a diferença de temperatura, entre o centro e as áreas mais afastadas do centro, pode chegar a até 10 °C. Em julho de 2008, a precipitação de chuva chegou a 0 mm (a média para o mês de julho é de 44 mm), contudo o governo do estado e a prefeitura iniciaram um projeto, com o intuito de plantar árvores na cidade, a fim de aumentar suas áreas verdes e diminuir os efeitos das ilhas de calor.

Devido à proximidade do mar, a maritimidade é uma constante do clima local, sendo responsável por evitar dias de calor intenso no verão ou de frio intenso no inverno e tornar a cidade úmida. A umidade tem índices considerados aceitáveis durante todo o ano, embora a poluição atinja níveis críticos no inverno, devido ao fenômeno de inversão térmica e pela menor ocorrência de chuvas de maio a setembro.



Raios durante uma tempestade na Lapa.

A precipitação anual média é de 1 376,2 mm, concentrados principalmente no verão. As estações do ano são relativamente bem definidas: o inverno é ameno e subseco, e o verão, moderadamente quente e chuvoso. Outono e primavera são estações de transição. Geadas ocorrem esporadicamente em regiões mais afastadas do centro, e em invernos rigorosos, em boa parte do município. Também ocorrem frequentemente nos municípios vizinhos.

A menor temperatura já registrada oficialmente em São Paulo foi de -2,1 °C, em 2 de agosto de 1955 no Mirante de Santana. Já houve ocorrências pontuais de neve na cidade, a única oficialmente registrada foi em 25 de junho de 1918, quando a temperatura atingiu -2 °C. Há registros esporádicos não oficiais que indicam precipitação de neve (na verdade aguaneve) em anos anteriores. A máxima registrada foi de 35,3 °C, no dia 15 de novembro de 1985 também no Mirante de Santana. Existem registros não oficiais de mínima de -3,9 °C, também em 2 de agosto de 1955 no Horto Florestal, e de máxima de 36,9 °C, no dia 19 de janeiro de 1966 na Barra Funda.

Apesar da maritimidade que evita maiores variações de temperatura, a altitude de São Paulo faz com que nos meses mais quentes, sejam poucas as noites e madrugadas quentes na cidade, sendo que as temperaturas mínimas na cidade raramente são superiores a 23 °C em um período de 24 horas. No inverno, porém, o ingresso de fortes massas de ar polar acompanhadas de excessiva nebulosidade às vezes fazem com que as temperaturas permaneçam muito baixas mesmo durante a tarde.

Tardes com temperaturas máximas variam entre 14 °C e 16 °C e são comuns até mesmo durante o outono e no início da primavera. Durante o inverno, já houve vários registros de tardes em que a temperatura sequer ultrapassou a marca dos 10 °C, como em 15 de agosto de 1999. O dia 8 de agosto de 2004 apresentou temperaturas em torno dos 9 °C durante o período considerado como o mais quente do dia, entre 15h e 17h.


Municípios limítrofes e região metropolitana




Imagem de satélite focalizando a Região Metropolitana de São Paulo.

O intenso processo de conurbação atualmente em curso na Grande São Paulo tem tornado inefetivas as fronteiras políticas entre os municípios da região, criando uma metrópole cujo centro está em São Paulo e atinge municípios, como por exemplo, Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema (a chamada Região do Grande ABC), Osasco e Guarulhos, entre várias outros.

A Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) foi criada no ano de 1973 e atualmente é constituída por 39 municípios, sendo a maior aglomeração urbana do Brasil e a terceira maior das Américas, com 19 672 582 habitantes. Seu Produto Interno Bruto (PIB) somava em 2008 cerca de 572 bilhões de reais.

Suas cidades limítrofes são Caieiras e Mairiporã a norte, Guarulhos a nordeste, Itaquaquecetuba, Poá e Ferraz de Vasconcelos a leste, Mauá, Santo André, São Caetano do Sul, São Bernardo do Campo, Diadema e novamente São Bernardo a sudeste, São Vicente, Mongaguá e Itanhaém a sul, Juquitiba, Embu-Guaçu, Itapecerica da Serra, Embu, Taboão da Serra, Cotia e Osasco a oeste e Santana de Parnaíba e Cajamar a noroeste.

Parques e espaços públicos


Com 21% da área do município coberta por área verde (incluindo reservas ecológicas), São Paulo possui 40 parques municipais e estaduais, como o Parque Estadual Turístico da Cantareira, que abriga uma das maiores florestas urbanas do planeta com 7 900 hectares, o Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, o Parque Ibirapuera, o Parque Ecológico do Tietê, o Parque Estadual do Jaraguá, tombado como Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1994, a Área de Proteção Ambiental Capivari-Monos, o Parque Estadual da Serra do Mar, o Parque Anhanguera, o Parque Villa-Lobos, o Parque do Povo, entre outros. Apesar disso, a cidade de São Paulo possui apenas entre 5 e 6 m² de área verde por habitante, abaixo dos 12 m² por habitante recomendado pela Organização Mundial da Saúde.



Etnias



Bazar sírio em São Paulo, em 1950.



Bairro da Liberdade, reduto da comunidade japonesa da cidade.

Segundo o censo de 2000 do IBGE, a população de São Paulo está composta por: brancos (68,0%), pardos (25,0%), negros (5,1%), amarelos (2,0%) e indígenas (0,2%).

São Paulo é a cidade mais multicultural do Brasil e uma das mais diversas do mundo. Desde 1870, aproximadamente 2,3 milhões de imigrantes chegaram ao estado, vindos de todas as partes do mundo. Atualmente, é a cidade com as maiores populações de origens étnicas italiana, portuguesa, japonesa, espanhola e libanesa fora de seus países respectivos, e com o maior contigente de nordestinos fora do Nordeste.

Africanos

A cidade já contava com população afrodescendente no século XIX, mas foi a partir da segunda metade do século XX que a população de origem africana cresceu rapidamente, através da chegada de pessoas de outros estados brasileiros, principalmente da zona litorânea da Bahia. De acordo com o IBGE, em 2005, pelo menos cerca de 30% da população paulistana tinha alguma ascendência africana; isto é, declaravam-se como "pretos" e "pardos'.

Árabes

Uma das colônias mais marcantes da cidade é a de origem árabe. Os libaneses e sírios chegaram em grande número entre os anos de 1900 a 1930. Hoje seus descendentes estão totalmente integrados à população brasileira, embora aspectos culturais de origem árabe marcam até hoje a cultura da capital paulista.

Restaurantes de comida árabe abundam por toda a cidade, vendendo pratos que já entraram definitivamente na culinária brasileira: quibe, esfiha, charutinho de repolho etc. A rua 25 de Março foi criada pelos árabes, que eram em sua maioria comerciantes.

Asiáticos

A cidade de São Paulo possui o maior número de pessoas que se declaram de origem asiática (amarelos) do Brasil. Cerca de 456 mil pessoas são de origem oriental, dos quais 326 mil são japoneses. A comunidade japonesa da cidade é a maior fora do Japão. Imigrantes vindos do Japão começaram a chegar em 1908, e imigraram em grande número até a década de 1950.

A maior concentração de orientais da cidade está coloncentrada no distrito da Liberdade. Este distrito de São Paulo possui inúmeros restaurantes japoneses, lojas com peças típicas do Japão, e nele veem-se letreiros escritos em japonês e ouve-se muito o idioma. A colônia coreana da cidade também é notável. São mais de 60 mil pessoas de origem sul-coreana, particulamente concentrados no Bom Retiro, Aclimação e Liberdade. No bairro da Aclimação é possível encontrar diversos restaurantes coreanos, além de locadoras de vídeo e mercearias coreanas. Os chineses são bastante numerosos nos distritos da zona central da cidade, como o Brás e a Liberdade.

Europeus


Imigrantes italianos posando para fotografia no pátio central da Hospedaria dos Imigrantes (atual Memorial do Imigrante), ca. 1890.

A comunidade italiana é uma das mais fortes, marcando presença em toda a cidade. Dos dez milhões de habitantes de São Paulo, 60% (seis milhões de pessoas) possuem alguma ascendência italiana. São Paulo tem mais descendentes de italianos que qualquer outra cidade italiana (a maior cidade da Itália é Roma, com 2,5 milhões de habitantes). Ainda hoje, os italianos agrupam-se em bairros como o Bixiga, Brás e Mooca para promover comemorações e festas.

No início do século XX, o italiano e seus dialetos eram tão falados quanto o português na cidade, o que influenciou na formação do dialeto paulistano da atualidade. São Paulo é a segunda maior cidade consumidora de pizza do mundo. São seis mil pizzarias produzindo cerca de um milhão de pizzas por dia.

A comunidade portuguesa também é bastante numerosa, e estima-se que três milhões de paulistanos possuem alguma origem em Portugal. A colônia judaica representa mais de 60 mil pessoas em São Paulo e concentra-se principalmente em Higienópolis (presença maior) e no Bom Retiro (presença menor, atualmente). A partir do século XIX, e especialmente durante a primeira metade do século XX, São Paulo recebeu também imigrantes alemães (no atual bairro de Santo Amaro), espanhóis e lituanos (no bairro Vila Zelina).

Podemos destacar também a importante comunidade armênia, com suas diversas instituições instaladas nas proximidades dos bairros Bom Retiro, próximo a Estação Armênia do Metrô, Imirim e Brás. Os armênios fizeram do comércio e da fabricação de calçados, suas principais atividades.

Outros brasileiros

Com a decadência da imigração europeia e asiática após a década de 1930, passou a predominar a vinda de migrantes, em sua maioria oriundos da região Nordeste do Brasil. A maior parte desse enorme fluxo migratório veio de Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Bahia.

Religião



A Praça da Sé e a Catedral Metropolitana de São Paulo.

Tal qual a variedade cultural verificável em São Paulo, são diversas as manifestações religiosas presentes na cidade. Embora tenha se desenvolvido sobre uma matriz social eminentemente católica, tanto devido à colonização quanto à imigração — e ainda hoje a maioria dos paulistanos declara-se católica —, é possível encontrar atualmente na cidade dezenas de denominações protestantes diferentes, assim como a prática do budismo, do islamismo, espiritismo, entre outras.

Nas últimas décadas, o budismo e as religiões orientais têm crescido bastante na cidade. Estima-se que existem mais de cem mil seguidores budistas, seichonoitas e hinduístas. Também são consideráveis as comunidades judaica, mórmon, e das religiões afro-brasileiras.

De acordo com dados do censo de 2000 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população de São Paulo está composta por: católicos (68,11%), protestantes (15,94%), pessoas sem religião (8,97%), espíritas (2,75%), budistas (0,65%), judeus (0,36%) e outros (3,22%)[63]

Cristianismo

A Igreja Católica divide o território do município de São Paulo em quatro circunscrições eclesiásticas: a Arquidiocese de São Paulo, a Diocese de Santo Amaro, a Diocese de São Miguel Paulista e a Diocese de Campo Limpo, sendo estas três últimas sufragâneas da primeira. O arquivo da arquidiocese, denominado Arquivo Metropolitano Dom Duarte Leopoldo e Silva, localizado no bairro do Ipiranga, guarda uma dos mais importantes patrimônios documentais do Brasil.

A Catedral Metropolitana de São Paulo (conhecida como Catedral da Sé), localizada na Praça da Sé, é considerada um dos cinco maiores templos góticos do mundo. A Igreja Católica reconhece como padroeiros da cidade: São Paulo de Tarso e Nossa Senhora da Penha de França.

A cidade possui os mais diversos credos protestantes ou reformados, como a Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra, a Igreja Cristã Maranata, Igreja Luterana, a Igreja Presbiteriana, a Igreja Metodista, a Igreja Episcopal Anglicana, as igrejas batistas, a Igreja Assembleia de Deus, a Igreja Adventista do Sétimo Dia, a Igreja Mundial do Poder de Deus, a Igreja Universal do Reino de Deus, a Congregação Cristã no Brasil, entre outras. Há um considerável avanço dessas Igrejas, principalmente na periferia da cidade.

Na cidade existem também cristãos de várias outras denominações, tais como as Testemunhas de Jeová e os membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (também conhecida como Igreja Mórmon).

Habitação e uso do espaço urbano


Segundo dados do Censo de 2000 do IBGE, da fundação SEADE e de pesquisas feitas pela prefeitura de São Paulo no período 2000-2004, o município apresentava até aquele momento um déficit de aproximadamente 800 mil unidades habitacionais. Isto equivaleria, segundo tais pesquisas, a aproximadamente três milhões de cidadãos sem acesso à habitação formal ou em habitações precárias: nestes números constam a população de loteamentos clandestinos e irregulares, a população moradora de favelas e a população moradora de cortiços.

Tal déficit equivaleria, segundo alguns autores, a aproximadamente um décimo de todo o déficit habitacional nacional (estimado em aproximadamente oito milhões de unidades). Em 2006, dos 1 522,986 km² do município de São Paulo, 31 km² eram ocupados por mais de duas mil favelas.

Aliado ao problema do déficit habitacional está o fato de que, ainda segundo dados das pesquisas em distritos censitários do IBGE e da fundação SEADE, a cada ano as áreas centrais da cidade - correspondentes às regiões centrais tradicionais e àquelas ligadas ao já citado vetor sudoeste - apresentam uma taxa negativa de crescimento demográfico (de -5% entre 2000 e 2008).



Diferentes padrões residenciais na cidade de São Paulo, de acordo com a renda. À esquerda, condomínios de luxo na região nobre do Tatuapé. Ao centro, casario de classe média na Mooca. À direita, a favela Nova Tietê.


Fonte - Pesquisas na enciclopédia livre





ASSUNÇÃO DE MARIA


                                                               Maria, mãe de Jesus


A Assunção de Maria é a crença tradicional realizada pelos cristãos católicos, ortodoxos, anglicanos, e nenhuma das denominações protestantes que Maria mãe de Jesus no final de sua vida foi fisicamente assunta para o céu.

A Igreja Católica ensina esta crença como um dogma de que a Virgem Maria "ao concluir o curso de sua vida terrena, foi assunta em corpo e alma para a glória celestial."  Isto significa que Maria foi transportada para o céu com o seu corpo e alma unidas. Esta doutrina foi dogmaticamente e infalivelmente definida pelo Papa Pio XII, em 1 de novembro de 1950, na sua Constituição Apostólica Munificentissimus Deus. A festa da assunção para o céu da Virgem Maria é celebrada como a "Solenidade da Assunção da Bem-aventurada Virgem Maria" pelos católicos, e como a Dormição por cristãos ortodoxos. Nestas denominações a Assunção de Maria é uma grande festa, normalmente comemorada no dia 15 de agosto.


                                     Assunção de Maria. Tiziano Vecellio, século XVI

O dogma da Assunção refere-se a que a Mãe de Deus, no fim de sua vida terrena foi elevada em corpo e alma à glória celestial. Este dogma foi proclamado ex cathedra pelo Papa Pio XII, no dia 1º de novembro de 1950, por meio da Constituição Munificentissimus Deus:

"Depois de elevar a Deus muitas e reiteradas preces e de invocar a luz do Espírito da Verdade, para glória de Deus onipotente, que outorgou à Virgem Maria sua peculiar benevolência; para honra do seu Filho, Rei imortal dos séculos e vencedor do pecado e da morte; para aumentar a glória da mesma augusta Mãe e para gozo e alegria de toda a Igreja, com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos Pedro e Paulo e com a nossa, pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma divinamente revelado que a Imaculada Mãe de Deus e sempre Virgem Maria, terminado o curso da sua vida terrena, foi assunta em corpo e alma à glória do céu".

O Novo Catecismo da Igreja Católica declara:

"A Assunção da Santíssima Virgem constitui uma participação singular na Ressurreição do seu Filho e uma antecipação da Ressurreição dos demais cristãos" (n. 966).

Nos livros apócrifos

Muitas tradições religiosas em relação a Maria, guardadas na memória popular e em dogmas de fé, têm suas origens nos apócrifos, assim como: a palma e o véu de nossa Senhora; as roupas que ela confeccionou para usar no dia de sua morte; sua assunção ao céu; a consagração à Maria e de Maria; os títulos que Maria recebeu na ladainha dedicada a ela; os nomes de seu pai e de sua mãe; a visita que ela e Jesus receberam dos magos; o parto em uma manjedoura, etc. Vejamos a passagem do livro de São João Domicini, santo de origem italiana, sobre a Assunção da Bem-aventurada Virgem Maria:

"E Pedro tendo no cantar do hino, todos os poderes dos céus respondiam com um Aleluia. E então o rosto da mãe do Senhor brilhou mais brilhante que a luz, e ela foi elevada para as alturas e abençoava cada um dos apóstolos com o própria mão, e todo deram glória a Deus; e o Senhor esticado adiante Suas mãos puras, e receberam sua alma e seu corpo inocente e sagrada. E com a partida de sua alma e corpo inocente o lugar foi enchido com perfume e luz inefável; e, vê, uma voz para fora do céu foi ouvida, dizendo: Tu és bendita entre as mulheres".

Nos evangelhos canônicos

Os quatro evangelhos, Mateus, Marcos, Lucas e João, não mencionam atributos miraculosos a Virgem Maria. Na narrativa bíblica, sua aparição ocorre nos momentos antes do nascimento, em trechos da vida pública e no martírio de Jesus Cristo. Além disso, ela aparece nos Atos dos Apóstolos, em oração com a Igreja reunida, à espera de Pentecostes.


 
Feriado: Assunção de Nossa Senhora


O feriado de Assunção de Nossa Senhora é celebrado anualmente a 15 de Agosto.

Os cristãos acreditam que aquando da morte de Virgem Maria, esta foi transportada em corpo e alma até aos céus.

Assim, a festa da assunção para o céu da Virgem Maria é celebrada como a "Solenidade da Assunção da Bem-aventurada Virgem Maria" pelos católicos.

Em Portugal, no dia 15 de Agosto celebram-se romarias e festas religiosas em várias localidades.

Fontes - Pesquisas na net

domingo, agosto 14

BATALHA DE ALJUBARROTA - 14 AGOSTO 1385



A Batalha de Aljubarrota decorreu no final da tarde de 14 de Agosto de 1385 entre tropas portuguesas com aliados ingleses, comandadas por D. João I de Portugal e o seu condestável D. Nuno Álvares Pereira, e o exército castelhano e seus aliados liderados por D. Juan I de Castela. A batalha deu-se no campo de São Jorge, nas imediações da vila de Aljubarrota, entre as localidades de Leiria e Alcobaça, no centro de Portugal.

O resultado foi uma derrota definitiva dos castelhanos, o fim da crise de 1383-1385 e a consolidação de D. João I como rei de Portugal, o primeiro da dinastia de Avis. A aliança Luso-Britânica saiu reforçada desta batalha e seria selada um ano depois, com a assinatura do Tratado de Windsor e o casamento do rei D. João I com D. Filipa de Lencastre. Como agradecimento pela vitória na Batalha de Aljubarrota, D. João I mandou edificar o Mosteiro da Batalha. A paz com Castela só viria a estabelecer-se em 1411 com o Tratado de Ayllón, ratificado em 1423.

A Batalha de Aljubarrota foi uma das raras grandes batalhas campais da Idade Média entre dois exércitos régios, e um dos acontecimentos mais decisivos da história de Portugal. Inovou a táctica militar, permitindo que homens de armas apeados fossem capazes de vencer uma poderosa cavalaria. No campo diplomático, permitiu a aliança entre Portugal e a Inglaterra, que perdura até hoje. No aspecto político, resolveu a disputa que dividia o Reino de Portugal do Reino de Castela e Leão, permitindo a afirmação de Portugal como Reino Independente, abrindo caminho sob a Dinastia de Avis para uma das épocas mais marcantes da história de Portugal, a era dos Descobrimentos.

Antecedentes


No fim do século XIV, a Europa encontrava-se a braços com uma época de crise e revolução. A Guerra dos Cem Anos devastava a França, epidemias de peste negra levavam vidas em todo o continente, a instabilidade política dominava e Portugal não era excepção.

Em 1383, El-rei D. Fernando morreu sem um filho varão, que herdasse a coroa. A sua única filha era a infanta D. Beatriz, casada com o rei D. João de Castela. A burguesia mostrava-se insatisfeita com a regência da Rainha D. Leonor Teles e do seu favorito, o conde Andeiro e com a ordem da sucessão, uma vez que isso significaria anexação de Portugal por Castela. As pessoas alvoroçaram-se em Lisboa, o conde Andeiro foi morto e o povo pediu ao mestre de Avis, D. João, filho natural de D. Pedro I de Portugal, que ficasse por regedor e defensor do Reino.

O período de interregno que se seguiu ficou conhecido como crise de 1383-1385. Finalmente a 6 de Abril de 1385, D. João, mestre da Ordem de Avis, é aclamado rei pelas cortes reunidas em Coimbra, mas o rei de Castela não desistiu do direito à coroa de Portugal, que entendia advir-lhe do casamento.

Perante a revolta da população portuguesa em vários pontos e cidades do Reino de Portugal, o Rei de Castela, decide em 1384 entrar em Portugal. Entre Fevereiro e Outubro deste ano monta um cerco a Lisboa, por terra e por mar.

Uma frota portuguesa vinda do Porto enfrenta, a 18 de Julho de 1384, à entrada de Lisboa, a frota castelhana, na batalha do Tejo. Os portugueses perdem três naus e sofrem vários prisioneiros e mortos, no entanto, a frota portuguesa consegue romper a frota castelhana, que era muito superior, e descarregar no porto de Lisboa os alimentos que trazia. Esta ajuda alimentar veio-se a revelar muito importante para a população que defendia Lisboa.

O cerco de Lisboa pelas tropas castelhanas acaba por não resultar, devido a determinação das forças portuguesas em resistir ao cerco, ao facto de Lisboa estar bem murada e defendida, a ajuda dos alimentos trazidos do Porto e devido a epidemia de peste negra que assolou as forças castelhanas acampadas no exterior das muralhas.

Em Junho de 1385, D. Juan I decide invadir novamente Portugal, desta vez à frente da totalidade do seu exército e auxiliado por um forte contingente de cavalaria francesa.

Disposição da hoste portuguesa




Nuno Alvares Pereira a rezar antes da batalha, em azulejos de Jorge Colaço no Centro Cultural Rodrigues de Faria.

Quando as notícias da invasão chegaram, João I encontrava-se em Tomar na companhia de D. Nuno Álvares Pereira, o condestável do reino, e do seu exército. A decisão tomada foi a de enfrentar os castelhanos antes que pudessem levantar novo cerco a Lisboa. Com os aliados ingleses, o exército português interceptou os invasores perto de Leiria. Dada a lentidão com que os castelhanos avançavam, D. Nuno Álvares Pereira teve tempo para escolher o terreno favorável para a batalha. A opção recaiu sobre uma pequena colina de topo plano rodeada por ribeiros, perto de Aljubarrota. Contudo o exército Português não se apresentou ao Castelhano nesse sítio, inicialmente formou as suas linhas noutra vertente da colina, tendo depois, já em presença das hostes castelhanas mudado para o sítio predefinido, isto provocou bastante confusão nas tropas de Castela.

Assim pelas dez horas da manhã do dia 14 de Agosto, o exército tomou a sua posição na vertente norte desta colina, de frente para a estrada por onde os castelhanos eram esperados. A disposição portuguesa era a seguinte: infantaria no centro da linha, uma vanguarda de besteiros com os 200 archeiros ingleses, 2 alas nos flancos, com mais besteiros, cavalaria e infantaria. Na retaguarda, aguardavam os reforços e a cavalaria comandados por D. João I de Portugal em pessoa. Desta posição altamente defensiva, os portugueses observaram a chegada do exército castelhano protegidos pela vertente da colina.

A chegada dos castelhanos




A vanguarda do exército de Castela chegou ao teatro da batalha pela hora do almoço, sob o sol escaldante de Agosto. Ao ver a posição defensiva ocupada por aquilo que considerava os rebeldes, o rei de Castela tomou a esperada decisão de evitar o combate nestes termos. Lentamente, devido aos 30 000 soldados que constituíam o seu efectivo, o exército castelhano começou a contornar a colina pela estrada a nascente. A vertente sul da colina tinha um desnível mais suave e era por aí que, como D. Nuno Álvares previra, pretendiam atacar.

O exército português inverteu então a sua disposição e dirigiu-se à vertente sul da colina, onde o terreno tinha sido preparado previamente. Uma vez que era muito menos numeroso e tinha um percurso mais pequeno pela frente, o contingente português atingiu a sua posição final muito antes do exército castelhano se ter posicionado. D. Nuno Álvares Pereira havia ordenado a construção de um conjunto de paliçadas e outras defesas em frente à linha de infantaria, protegendo esta e os besteiros. Este tipo de táctica defensiva, muito típica das legiões romanas, ressurgia na Europa nessa altura.

Pelas seis da tarde, os castelhanos ainda não completamente instalados decidem, precipitadamente, ou temendo ter de combater de noite, começar o ataque.

É discutível se de facto houve a tão famosa táctica do "quadrado" ou se simplesmente esta é uma visão imaginativa de Fernão Lopes de umas alas reforçadas. No entanto tradicionalmente foi assim que a Batalha acabou por seguir para a história.


A batalha




Painel de azulejos pintado por Jorge Colaço (1922) representando um episódio da batalha de Aljubarrota. No Pavilhão Carlos Lopes, Lisboa, Portugal.

O ataque começou com uma carga da cavalaria francesa: a toda a brida e em força, de forma a romper a linha de infantaria adversária. Contudo as linhas defensivas portuguesas repeliram o ataque. A pequena largura do campo de batalha, que dificultava a manobra da cavalaria, as paliçadas (feitas com troncos erguidos na vertical separados entre sí apenas pela distancia necessária à passagem de um homem, o que não permitia a passagem de cavalos) e a chuva de virotes lançada pelos besteiros (auxiliados por 2 centenas de arqueiros ingleses) fizeram com que, muito antes de entrar em contacto com a infantaria portuguesa, já a cavalaria se encontrar desorganizada e confusa. As baixas da cavalaria foram pesadas e o efeito do ataque nulo.

Ainda não perfilada no terreno, a retaguarda castelhana demorou a prestar auxílio e, em consequência, os cavaleiros que não morreram foram feitos prisioneiros pelos portugueses.

Depois deste revés, a restante e mais substancial parte do exército castelhano atacou. A sua linha era bastante extensa, pelo elevado número de soldados. Ao avançar em direcção aos portugueses, os castelhanos foram forçados a apertar-se (o que desorganizou as suas fileiras) de modo a caber no espaço situado entre os ribeiros. Enquanto os castelhanos se desorganizavam, os portugueses redispuseram as suas forças dividindo a vanguarda de D. Nuno Álvares em dois sectores, de modo a enfrentar a nova ameaça. Vendo que o pior ainda estava para chegar, D. João I de Portugal ordenou a retirada dos besteiros e archeiros ingleses e o avanço da retaguarda através do espaço aberto na linha da frente.

Desorganizados, sem espaço de manobra e finalmente esmagados entre os flancos portugueses e a retaguarda avançada, os castelhanos pouco puderam fazer senão morrer. Ao pôr-do-sol a batalha estava já perdida para Castela. Precipitadamente, D. João de Castela ordenou uma retirada geral sem organizar uma cobertura. Os castelhanos debandaram então desordenadamente do campo de batalha. A cavalaria Portuguesa lançou-se então em perseguição dos fugitivos, dizimando-os sem piedade.

Alguns fugitivos procuraram esconder-se nas redondezas, apenas para acabarem mortos às mãos do povo.

Surge aqui uma tradição portuguesa em torno da batalha: uma mulher, de seu nome Brites de Almeida, recordada como a Padeira de Aljubarrota, iludiu, emboscou e matou pelas próprias mãos alguns castelhanos em fuga. A história é por certo uma lenda da época, de qualquer forma pouco depois D. Nuno Álvares Pereira ordenou a suspensão da perseguição e deu trégua às tropas fugitivas.

O dia seguinte

Na manhã de 15 de Agosto, a catástrofe sofrida pelos castelhanos ficou bem à vista: os cadáveres eram tantos que chegaram para barrar o curso dos ribeiros que flanqueavam a colina. Para além de soldados de infantaria, morreram também muitos nobres fidalgos castelhanos, o que causou luto em Castela até 1387. A cavalaria francesa sofreu em Aljubarrota outra pesada derrota contra as tácticas de infantaria, depois de Crécy e Poitiers. A batalha de Azincourt, já no século XV, mostra que Aljubarrota não foi a última vez que isso aconteceu.

Com esta vitória, D. João I tornou-se no rei incontestado de Portugal, o primeiro da dinastia de Avis. Para celebrar a vitória e agradecer o auxílio divino que acreditava ter recebido, D. João I mandou erigir o Mosteiro de Santa Maria da Vitória e fundar a vila da Batalha.


Brites de Almeida, a Padeira de Aljubarrota, foi uma figura lendária de heroína portuguesa, cujo nome anda associado à vitória dos portugueses, contra as forças castelhanas, na batalha de Aljubarrota (1385). Com a sua pá de padeira, teria morto sete castelhanos que encontrara escondidos num forno.


A lenda

Brites de Almeida teria nascido em Faro, em 1350, de pais pobres e de condição humilde, donos de uma pequena taberna. A lenda conta que desde pequena, Brites se revelou uma mulher corpulenta, ossuda e feia, de nariz adunco, boca muito rasgada e cabelos crespos. Estaria então talhada para ser uma mulher destemida, valente e, de certo modo, desordeira.

Teria 6 dedos nas mãos, o que teria alegrado os pais, pois julgaram ter em casa uma futura mulher muito trabalhadora. Contudo, isso não teria sucedido, sendo que Brites teria amargurado a vida dos seus progenitores, que faleceriam precocemente. Aos 26 anos ela estaria já órfã, facto que se diz não a ter afligido muito.



Brasão da freguesia de Prazeres de Aljubarrota, com a pá de Brites no escudo.

Vendeu os parcos haveres que possuía, resolvendo levar uma vida errante, negociando de feira em feira. Muitas são as aventuras que supostamente viveu, da morte de um pretendente no fio da sua própria espada, até à fuga para Espanha a bordo de um batel assaltado por piratas argelinos que a venderam como escrava a um senhor poderoso da Mauritânia.

Acabaria, entre uma lendária vida pouco virtuosa e confusa, por se fixar em Aljubarrota, onde se tornaria dona de uma padaria e tomaria um rumo mais honesto de vida, casando com um lavrador da zona. Encontrar-se-ia nesta vila quando se deu a batalha entre portugueses e castelhanos. Derrotados os castelhanos, sete deles fugiram do campo da batalha para se albergarem nas redondezas. Encontraram abrigo na casa de Brites, que estava vazia porque Brites teria saido para ajudar nas escaramuças que ocorriam.

Quando Brites voltou, tendo encontrado a porta fechada, logo desconfiou da presença de inimigos e entrou alvoroçada à procura de castelhanos. Teria encontrado os sete homens dentro do seu forno, escondidos. Intimando-os a sair e a renderem-se, e vendo que eles não respondiam pois fingiam dormir ou não entender, bateu-lhes com a sua pá, matando-os. Diz-se também que, depois do sucedido, Brites teria reunido um grupo de mulheres e constituido uma espécie de milícia que perseguia os inimigos, matando-os sem dó nem piedade.

Os historiadores possuem em linha de conta que Brites de Almeida se trata de uma lenda mas, assim mesmo, é inegável que a história desta padeira se tornou célebre e Brites foi transformada numa personagem lendária portuguesa, uma heroína celebrada pelo povo nas suas canções e histórias tradicionais.


O Mosteiro de Santa Maria da Vitória (mais conhecido como Mosteiro da Batalha) situa-se na Batalha, Portugal, e foi mandado edificar por D.João I de Portugal como agradecimento à Virgem Maria pela vitória na Batalha de Aljubarrota.

Este mosteiro dominicano foi construído ao longo de dois séculos, desde o início em 1386 até cerca de 1517, ao longo do reinado de sete reis de Portugal, embora desde 1388 já ali vivessem os primeiros dominicanos. Exemplo da arquitectura gótica tardia portuguesa, ou estilo manuelino, é considerado património mundial pela UNESCO, e em 7 de Julho de 2007 foi eleito como uma das sete maravilhas de Portugal. Em Portugal, o IPPAR ainda classifica-o como Monumento Nacional, desde 1910.

Fonte - Enciclopédia livre