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sexta-feira, agosto 6

6 DE AGOSTO DE 1945 - BOMBAS ATÓMICAS USADAS - TERRORRISMO À AMERICANA

Bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki






















A nuvem de cogumelo sobre Hiroshima após a queda da Little Boy



A nuvem de cogumelo sobre a cidade de Hiroshima, após a queda da Little Boy



Os Bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki foram ataques nucleares ocorridos no final da Segunda Guerra Mundial contra o Império do Japão realizados pela Forç Aérea dos Estados Unidos da América na ordem do presidente americano Harry S. Truman nos dias 6 de AGOSTO e 9 de AGOSTO de 1945. Após seis meses de intenso bombardeio em 67 outras cidades japonesas, a bomba atómica "LITTLE BOY" caiu sobre HIROSHIMA numa segunda-feira. Três dias depois, no dia 9, a "FAT MA" caiu sobre NAGASAKI. Historicamente, estes são até agora os únicos ataques onde se utilizaram armas nucleares. As estimativas do número total de mortos variam entre 140 mil em Hiroshima e 80 mil em Nagazaki, sendo algumas estimativas consideravelmente mais elevadas quando são contabilizadas as mortes posteriores devido à exposição à radiação. A maioria dos mortos eram civis.


As explosões nucleares, a destruição das duas cidades e as centenas de milhares de mortos em poucos segundos levaram o Império do Japão à rendição incondicional em 15 de Agosto de 1945, com a subsequente assinatura oficial do armistício em 2 de Setembro na baía de Tóquio e o fim da II Guerra Mundial.


O papel dos bombardeios atômicos na rendição do Japão, assim como seus efeitos e justificações, foram submetidos a muito debate. Nos EUA, o ponto de vista que prevalece é que os bombardeios terminaram a guerra meses mais cedo do que haveria acontecido, salvando muitas vidas que seriam perdidas em ambos os lados se a invasão planejada do Japão tivesse ocorrido. No Japão, o público geral tende a crer que os bombardeios foram desnecessários, uma vez que a preparação para a rendição já estava em progresso em Tóquio.





O Projeto Manhattan





Os Estados Unidos, com o auxílio do reino unido e do Canadá, projectaram e construíram as bombas sob o nome de código Projecto Manhattan inicialmente para o uso contra a Alemanha Nazista. O primeiro dispositivo nuclear, chamado Gadget, foi testado em Los Alamos, no Novo México, a 16 de Julho de 1945. As bombas de HIROSHIMA e NAGASAKI foram a segunda e terceira a serem detonadas e as únicas que já foram empregadas como armas de destríção em massa. ( os senhores do mundo podiam destruir em massa, e continuam fazendo-o em várias frentes de guerra, mas impunes sempre estão, são os polícias do mundo, que apregoaram moralidade, mas são os maiores criminosos que se encontram à solta).


Hiroshima e Nagasaki não foram as primeiras cidades do Eixo a serem bombardeadas pelas forçaa Aliadas, nem foi a primeira vez que tais bombardeamentos causaram um grande número de mortes civis e foram (ou, antes, viriam a ser) considerados controversos.


O bombardeamento de Tóquio em Março de 1945 poderá ter matado até 100 mil pessoas. Cerca de sessenta cidades japonesas tinham, a essa altura, sido destruídas por uma campanha aérea massiva, incluindo grandes ataques aéreos na capital e em KOBE. Na Alemanha, o bombardeio Aliado de DRESDEN teve como resultado quase 30 mil mortes.


Ao longo de três anos e meio de envolvimento directo dos E.U.A. na II Guerra Mundial, aproximadamente duzentas mil vidas estado-unidenses tinham sido perdidas, cerca de metade das quais na guerra contra o Japão. Nos meses anteriores aos bombardeios, da Batalha de Okinawa resultaram as mortes de 50-150 mil civis, 100-110 mil militares japoneses e cerca de 16 mil soldados dos EUA. Esperava-se que uma invasão do Japão traria um número de baixas muitas vezes superior àquele de Okinawa.


A decisão de jogar as bombas sobre o Japão foi tomada pelo então Presidente Harry Truman, que havia substituído havia poucos meses no cargo o falecido Franklin Delano Roosevelt. A sua intenção pública de ordenar os bombardeamentos foi de trazer um fim célere à guerra por inflicção de destruição e terror de subsequente destruição, obrigando o Japão a apresentar a sua rendição. Em 26 de Julho, Truman e outros líderes aliados redigiram a Declaração de Posdam, a qual delineava os termos da rendição do Japão:

















…O poder que agora converge sobre o Japão é incomensuravelmente superior ao que, quando aplicado ao Nazis resistentes, semeou de forma necessária a destruição pelas terras, pela indústria e forma de vida de todo o povo alemão. A plena aplicação do nosso poder militar, apoiado pela nossa determinação, significará a inevitável e completa destruição das forças armadas japonesas e a igualmente inevitável e completa devastação da pátria japonesa…


No dia seguinte, jornais japoneses noticiavam que a declaração, cujo texto tinha sido radiodifundido e largado em papéis sobre o Japão, tinha sido rejeitada. A bomba atómica era ainda um segredo fortemente guardado e não mencionado na declaração.











































































Escolha dos alvos










Mapa mostrando a localização de Hiroshima e Nagasaki no Japão, onde as duas armas atómicas foram usadas.


A escolha dos "Alvos" foi feita a partir de interesses militares, mas sobretudo de cunho político-econômico, pois Hiroshima e Nagasaki eram as regiões mais desenvolvidas industrialmente do Japão na época, e com a chegada do fim da Segunda guerra, o Japão seria a única potência que poderia desequilibrar o fluxo de capitais e mercadorias, por isso se escolheu estes como alvo.


O Conselho de Alvos (em inglês: Target Committee) de Los Alamos recomendou, a 10 e 11 de Maio de 1945, as cidades de KYOTO, HIROSHIMA e YOKOHAMA, e o arsenal em KOKURA como possíveis alvos. O Conselho rejeitou o uso da arma contra um alvo estritamente militar devido à hipótese de falhar um pequeno alvo que não fosse rodeado por uma grande área urbana.



Os efeitos psicológicos no Japão eram de enorme importância para os membros do Conselho. Também concordaram entre si que o uso inicial da arma deveria ser suficientemente espectacular e importante por forma a ser reconhecido internacionalmente. O Conselho sentiu que Kyoto, sendo um dos centros intelectuais e religioso do Japão, tinha uma população "melhor preparada para compreender o significado da arma". Hiroshima foi escolhida devido à sua grande dimensão e ao potencial de destruição que poderia demonstrar após ser atingida.



O Secretário da GuerrA Henry Stimson excluiu Kyoto da lista devido à sua importância cultural e religiosa, enfrentando objecções do General Leslie Groves, administrador do Projecto Manhattan. De acordo com o professor Edwin Reischauer, Stimson "tinha conhecido e admirado Kyoto desde a altura em que aí tinha passado a sua lua-de-mel, várias décadas antes". O comandante da Força Aérea, Carl Spaatz, elegeu HIROSHIM, KOKURA, NIIGATA e NAGASAKIcomo alvos, pela ordem indicada.



Hiroshima




Hiroshima durante a Segunda Guerra Mundial










Na época do seu bombardeamento, HIROSHIMA era uma cidade de considerável valor industrial. Alguns aquartelamentos militares estavam localizados nas suas imediações, tais como os quartéis-generais da Quinta Divisão e o 2º Quartel-General do Exército Geral dO mARECHAL-de-Campo Shunroku Hata, o qual comandou a defesa de todo o sul do Japão. Hiroshima era considerada uma base menor de pouca importância de fornecimentos e de logística para os militares japoneses. A cidade era, com efeito, um centro de comunicações, um ponto de armazenamento, e uma zona de reunião para tropas. Era uma das cidades japonesas deixadas deliberadamente intocadas pelos bombardeamentos estado-unidenses, proporcionando um ambiente perfeito para medir o dano causado pela bomba atómica na luz do dia.









Uma cópia exacta da bomba Little Boy, no pós-guerra.



O centro da cidade continha vários edifícios de betão armado e outras estruturas mais ligeiras. A área à volta do centro estava congestionada por um denso aglomerado de oficinas de madeira, construídas entre as casas japonesas. Algumas fábricas de maior dimensão estavam estabelecidas no limite urbano. As casas eram, na sua maioria, de madeira com topos de telha, sendo também de madeira vários dos edifícios fabris. A cidade era assim, no seu todo, extremamente susceptível a danos por fogo.




A população tinha atingido um máximo de mais de 380.000 pessoas no início da guerra, mas antes de agosto de 1945 tinha já começado a diminuir firmemente, devido a uma evacuação sistemática ordenada pelo governo japonês. Na época do ataque, o número de habitantes era de aproximadamente 255.000 pessoas. Este número é baseado no registo populacional que o governo de então utilizava para calcular o número de rações, pelo que as estimativas de trabalhadores e tropas adicionais que entravam na cidade poderão ser para sempre inexatas.




O bombardeamento









Nuvem em forma de cogumelo, a marca deixada pela bomba atómica que explodiu a 500 metros de altitude no centro de Hiroshima, Japão, a 6 de Agosto de 1945, atingiu 18 quilómetros de altura causando o holocausto.


Hiroshima foi o alvo principal da primeira missão de ataque nuclear dos E.U.A., a 6 de AGOSTO de 1945. O B-29 Enola Gay, nome da mãe do piloto, Coronel Paul Tibbets, decolou da base aérea de Tinian no Pacífico Oeste, a aproximadamente 6 horas de voo do Japão.


O dia 6 foi escolhido por ter havido anteriormente alguma formação de nuvens sobre o alvo. Na altura da descolagem, o tempo estava bom e tanto a tripulação como o equipamento funcionaram adequadamente. O capião da Marinha Wi;;iam Parsons armou a bomba durante o voo, já que esta se encontrava desarmada durante a descolagem para minimizar os riscos. O ataque foi executado de acordo com o planejado até ao menor detalhe, e a bomba de gravidade, uma arma de fissão de tipo balístico com 60 kg de urânio-235, comportou-se precisamente como era esperado.


Cerca de uma hora antes do bombardeamento, a rede japonesa de radar de aviso prévio detectou a aproximação de um avião americano em direcção ao do Japão. O alerta foi dado e a radiodifusão foi suspensa em várias cidades, entre elas Hiroshima.





















Fotografia de Hiroshima após o bombardeamento.












O avião aproximou-se da costa a grande altitude. Cerca das 8:00, o operador de radar em Hiroshima concluiu que o número de aviões que se aproximavam era muito pequeno - não mais do que três, provavelmente - e o alerta de ataque aéreo foi levantado. Para poupar combustível, os japoneses tinham decidido não interceptar formações aéreas pequenas, as quais presumiam ser, na sua maioria, aviões meteorológicos. Os três aviões em aproximação eram o Enola Gay, The Great Artist (em português, "O Grande Artista") e um terceiro avião sem nome na altura mas que viria a ser mais tarde batizado de Necessary Evil ("Mal Necessário"). O primeiro avião transportava a bomba, o segundo tinha como missão gravar e vigiar toda a missão, e o terceiro foi o avião encarregado de fotografar e filmar a explosão.













No aviso radiodifundido foi dito às populações que talvez fosse aconselhável recolherem aos abrigos antiaéreos caso os B-29 fossem realmente avistados, embora nenhum ataque fosse esperado para além de alguma missão de reconhecimento. Às 8:15, o Enola Gay largou a bomba nuclear sobre o centro de Hiroshima. Ela explodiu a cerca de 600 m do solo, com uma explosão de potência equivalente a 13 kton de TNT, matando um número estimado de 70.000 a 80.000 pessoas instantaneamente. Pelo menos 11 prisioneiros de guerra dos E.U.A. morreram também. Os danos infraestruturais estimam-se em 90% de edifícios danificados ou completamente destruídos.





Percepção japonesa do bombardeamento




O operador de controle da Japaneses Broadcasting Corporation, em Tóquio, reparou que a estação de Hiroshima tinha saído do ar. Ele tentou restabelecer o seu programa usando outra linha telefónica, mas esta também falhou. Cerca de vinte minutos mais tarde, o centro telegráfico de Tóquio verificou que a principal linha telegráfica tinha deixado de funcionar logo ao norte de Hiroshima. De algumas pequenas estações de caminho-de-ferro a menos de 16 km da cidade chegaram notícias não oficiais e confusas de uma terrível explosão em Hiroshima. Todas estas notícias foram transmitidas para o Quartel-General do Estado-Maior japonês.


Bases militares tentaram repetidamente chamar a Estação de Controle do Exército em Hiroshima. O silêncio completo daquela cidade confundiu os homens do Quartel-General; eles sabiam não ter ocorrido qualquer grande ataque inimigo e que não havia uma grande quantidade de explosivos em Hiroshima naquela altura. Um jovem oficial do Estado-Maior japonês foi instruído para voar imediatamente para Hiroshima, para aterrar, observar os danos, regressar a Tóquio e apresentar ao Estado-Maior informação fiável. A opinião mais ou menos geral, no Quartel-General, era de que nada de importante tinha ocorrido, que tudo não passava de um terrível rumor deflagrado por algumas centelhas de verdade.



O oficial dirigiu-se ao aeroporto e descolou em direcção a sudoeste. Após voar durante aproximadamente três horas, ainda a uma distância de 160 km de Hiroshima, ele e o seu piloto viram uma imensa nuvem de fumo da bomba. Na solarenga tarde, os restos de Hiroshima ardiam. O avião em breve chegou à cidade, à volta da qual ambos fizeram círculos sem acreditar no que viam. Uma grande cicatriz no solo ainda a arder, coberto por uma pesada nuvem de fumo, era tudo o que restava. Aterraram a sul da cidade e o oficial, após contactar com Tóquio, começou imediatamente a organizar medidas de socorro.






































































Maquete de Hiroshima antes do bombardeamento.Maquete de Hiroshima antes do bombardeamento.





Maquete de Hiroshima antes do bombardeamento.





Maquete de Hiroshima depois do bombardeamento.



O conhecimento por parte de Tóquio do que realmente tinha causado o desastre veio do anúncio público da Casa Branca, em Washington, dezesseis horas após o ataque nuclear a Hiroshima.


O envenenamento por radiação e ou/ necrose causaram doença e morte após o bombardeamento em cerca de 1% dos que sobreviveram à explosão inicial. Até ao final de 1945, mais alguns milhares de pessoas morreram devido a envenenamento por radiação, aumentando o número de mortos para cerca de 90.000. Desde então, cerca de mais 10.000 pessoas morreram devido a causas relacionadas com radiação.

De acordo com a Cidade de Hiroshima, a 6 de Agosto de 2005, o número total de mortos entre as vítimas do bombardeamento era de 242.437. Esse valor inclui todas as pessoas que estavam na cidade quando a bomba explodiu, ou que foram mais tarde expostas a cinza nucleara e que mais tarde morreram.





Segue o depoimento Sumie Kuramoto, que presenciou o ataque aos dezesseis anos de idade:


Nunca esquecerei esse momento. Pouco depois das 8 da manhã, houve um estrondo, uma explosão reverberante e, no mesmo instante, um clarão de luz amarelo-alaranjado entrou pelo vidro do telhado. Ficou tudo tão escuro como noite. Um golpe de vento atirou-me no ar e a seguir no chão, contra as pedras. A dor estava apenas brotando quando o prédio começou a ruir em torno de mim.




Aos poucos o ar se aclarou e eu consegui sair dos destroços. No caminho para um dos centros de emergência vi muita confusão. As ruas estavam tão quentes que queimavam meus pés. Casas ardiam, os trilhos de bonde irradiavam uma luz sinistra e no local de um templo pessoas se amontoavam. Algumas respiravam, a maioria estava imóvel. No pronto-socorro chegava gente correndo, as roupas rasgadas, chorando, gritando. Alguns tinham o rosto ensanguentado e inchado, outros tinham a pele queimada caindo aos frangalhos de seus braços e pernas. Em um bonde vi fileiras de esqueletos brancos. Havia também os ossos de pessoas que tentaram fugir. Hiroxima tinha se tornado num verdadeiro inferno."









































































Sobrevivência de algumas estruturas







A Cúpula Genbaku, actualmente




Alguns dos edifícios de concreto armado reforçado de Hiroshima foram construídos tendo em mente o perigo, sempre presente, de terramotos (ou terremotos), pelo que, muito embora estivessem localizados no centro da cidade, a sua hiperestrutura não colapsou. Como a bomba detonou no ar, a onda de choque foi orientada mais na vertical (de cima para baixo) do que na horizontal, fator largamente responsável pela sobrevivência do que é hoje conhecido por "Cúpula Genbaku"," ou "Cúpula da Bomba Atómica", projectada e construída pelo arquitecto checo Jan Letzel, a qual estava a apenas a 150 m do hipocentro da explosão. A ruína foi chamada de Memorial da paz de Hiroshima e foi tornada Património Mundial pela UNESCO em 1996, decisão que enfrentou objecções por parte dos E.U.A. e da China.




Eventos de 7 a 9 de Agosto




Após o bombardeamento a Hiroshima, o Presidente Truman anunciou: "Se eles não aceitam os nossos termos, podem esperar uma chuva de ruína vinda do ar nunca antes vista nesta terra." A 8 de Agosto de 1945, panfletos foram largados e avisos foram dados por intermédio da Rádio Saipan. A campanha de panfletos já durava há cerca de um mês quando estes foram largados sobre Nagasaki, a 10 de Agosto. Uma tradução em língua inglesa desse panfleto está disponível em PBS.


Um minuto depois da meia-noite de 9 de Agosto, hora de Tóquio, a infantaria, cavalaria e força aérea russas lançaram a invação da Manchúria. Quatro horas mais tarde, as notícias de que a União Soviética tinha quebrado o seu pacto de neutralidade e declarado guerra ao Japão chegaram a Tóquio. O corpo de líderes do Exército Imperial Japonês recebeu a notícia com quase indiferença, subestimando grosseiramente a escala do ataque. Com o suporte do Ministro da Guerra, Anami Korechika, iniciaram os preparativos para impôr a lei marcial na nação com o objectivo de impedir que alguém tentasse fazer a paz.



Nagasaki



Nagasaki durante a 2ª Guerra Mundial







O Bockscar e sua tripulação, que lançou a bomba atómica "Fat Man" sobre Nagasaki.





A cidade de NAGASAKItinha, até à altura, sido um dos maiores e mais importantes portos de mar do sul do Japão, sendo, por isso, de grande importância em tempo de guerra devido à sua abrangente actividade industrial, incluindo a produção de canhões e munições, navios, equipamento militar, e outros materiais de guerra.



Em contraste com os vários aspectos modernos de Nagasaki, a grande maioria das residências era de construção japonesa antiquada, sendo a madeira a principal matéria-prima. Era frequente nem ser sequer usada argamassa na sua construção, e os telhados eram de telha simples. Muitos dos edifícios que albergavam a pequena indústria eram também feitos de madeira ou de outros materiais não concebidos para suportar explosões. Foi permitido a Nagasaki, durante muitos anos, crescer sem obedecer a um plano urbanístico; as residências eram construídas junto a edifícios de fábricas, sendo o espaço entre os edifícios mínimo. Esta situação repetia-se maciçamente por todo o vale industrial.


Até à explosão nuclear, Nagasaki nunca tinha sido submetida a bombardeamentos de larga escala. A 1 de Agosto, no entanto, várias bombas convencionais de elevada potência foram largadas sobre a cidade. Algumas delas atingiram os estaleiros e docas do sudoeste da cidade. Várias outras atingiram a Mitsubishi Steel and Arms Works e 6 bombas caíram na Escola de Medicina e Hospital de Nagasaki, com três impactos directos nos seus edifícios. Embora os danos destas bombas tenha sido relativamente pequeno, criou preocupação considerável em Nagasaki, tendo várias pessoas - principalmente crianças da escola -, por uma questão de segurança, sido evacuadas para áreas rurais reduzindo, assim, a população da cidade por altura do ataque nuclear.






Modelo pós-guerra da bomba Fat Man




A norte de Nagasaki existia um campo de prisioneiros de guerra britânicos. Estes encontravam-se a trabalhar em minas de carvão, pelo que apenas se inteiraram acerca do bombardeamento quando retornaram à superfície. Para eles, foi a bomba que lhes salvou as suas vidas.


No entanto, pelo menos 8 prisioneiros pereceram, embora um número de até 13 possa ser possível e outros possivelmente linchados pela população:




1 britânico (esta última referência lista também pelo menos 3 outros prisioneiros que morreram a 9 de Agosto de 1945 mas não refere se foram baixas de Nagasaki)


7 holandeses (2 nomes conhecidos) morreram no bombardeamento.



Pelo menos 2 prisioneiros, de acordo com o reportado, morreram no pós-guerra devido a câncro que se supõe ter sido causado pelo bombardeamento atómico







O bombardeamento









Nagasaki, antes e após o ataque




Na manhã de 9 de Agsoto de 1945, a tripulação do avião dos E.U.A. B-29 Superfortress, baptizado de Bockscar, pilotado pelo Major Charles W. Sweeney e carregando a bomba nuclear de nome de código Fat Man, deparou-se com o seu alvo principal, KOKURA, obscurecido por nuvens. Após três vôos sobre a cidade e com baixo nível de combustível devido a problemas na sua transferência, o bombardeiro dirigiu-se para o alvo secundário, Nagasaki - a maior comunidade cristã do Japão. Cerca das 07:50 (fuso horário japonês) soou um alerta de raide aéreo em NAGASAKI, mas o sinal de "tudo limpo" (all clear, em inglês) foi dado às 08:30. Quando apenas dois B-29 foram avistados às 10:53, os japoneses aparentemente assumiram que os aviões se encontravam em missão de reconhecimento, e nenhum outro alarme foi dado.


Alguns minutos depois, às 11:00, o B-29 de observação, baptizado de The Great Artiste (em português "O Grande Artista"), pilotado pelo Capitão Frederick C. Bock, largou instrumentação amarrada a três pára-quedas. Esta continha também mensagens para o Professor Ryokichi Sagane, um físico nuclear da Universidade de Tóquio que tinha estudado na Universidade da Califórnia com três dos cientistas responsáveis pelo bombardeamento atómico. Estas mensagens, encorajando Sagane a falar ao público acerca do perigo destas armas de destruição maciça, foram encontradas pelas autoridade militares, mas nunca entregues ao académico.







Um relato japonês do bombardeamento descreveu Nagasaki como "um cemitério sem uma lápide de pé"


Às 11:02, uma aberta de última hora nas nuvens sobre Nagasaki permitiu ao artilheiro do Bockscar, Capitão Kermit Beahan, ter contacto visual com o alvo. A arma Fat Man, contendo um núcleo de aproximadamente 6,4 kg de plutónio-239, foi largada sobre o vale industrial da cidade. Explodiu 469 metros sobre o solo, a cerca de meio caminho entre a Mitsubishi Steel and Arms Works (a sul) e a Mitsubishi-Urakami Ordnance Works (a norte), os dois principais alvos na cidade. De acordo com a maior parte das estimativas, cerca de 40.000 dos 240.000 habitantes de Nagasaki foram mortos instantaneamente, e entre 25.000 a 60.000 ficaram feridos. No entanto, crê-se que o número total de habitantes mortos poderá ter atingido os 80.000, incluindo aqueles que morreram, nos meses posteriores, devido a a envenenamento radioactivo.



A rendição do Japão


Entre os historiadores ocidentais, em particular os norte-americanos, está difundida a opinião de que “as bombas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki puseram fim à Segunda Guerra Mundial”. Sem negar o importante efeito psicológico que tiveram os bombardeios atômicos, que precipitaram a capitulação do Japão, ao mesmo tempo não se pode aceitar que eles tenham sido os responsáveis pelo final da guerra. Eminentes políticos do ocidente também reconheciam isso. Por exemplo, Churchill dizia:


"SERIA ERRADO SUPOR QUE O DESTINO DO JAPÃO TENHA SIDO DETERMINADO PELA BOMBA ATÓMICA"









O ministro das relações externas do Japão, Mamorou Shigemitsu, assinando a rendição do Japão, a bordo do USS Missouri, enquanto o General Richard K. Sutherland observa.
Foto de 2 de Setembro de 1945.

Os factos provam que o bombardeio atômico não levou à capitulação do Japão. O governo e o alto comando japoneses ocultaram do povo a notícia do uso da nova arma, atômica, pelos norte-americanos e continuaram preparando a batalha decisiva em seu território. O bombardeio de Hiroshima não foi debatido na reunião do Conselho Supremo do Comando de Guerra.


A advertência do presidente dos Estados Unidos, Harry Truman, sobre sua disposição de assestar novos golpes nucleares contra o Japãoo, transmitida em 7 de Agosto de 1945 pelo rádio norte-americano, foi avaliada pelo alto comando japonês como “propaganda dos aliados”.


Ainda depois de Hiroshima ter sido reduzida a cinzas pelo fogo atômico, os militares japoneses continuaram afirmando que o Exército e a Marinha de Guerra imperiais eram capazes de continuar combatendo e, ao infligirem um sério dano ao adversário, poderiam assegurar ao Japão condições decentes de capitulação.

Segundo cálculos do Estado Maior norte-americano, para garantir a cobertura dos desembarques nas ilhas nipônicas seria preciso lançar nove bombas atômicas, no mínimo. Mas segundo se soube mais tarde, depois de destruídas Hiroshima e Nagasaki, os Estados Unidos não tinha outras bombas atômicas disponíveis, e sua fabricação levaria muito tempo, só sendo novamente explodidos artefatos nucleares nos testes nucleares da Operação Crossroads, no verão de 1946.

“As bombas que lançamos eram as únicas de que dispúnhamos, e a velocidade de sua fabricação era muito lenta naquele tempo”, escreveria o Secretário de Defesa dos Estados Unidos, Stimson.

É evidente que com os bombardeios atômicos de cidades japonesas não se perseguiu nenhum objetivo militar importante. O general MacArthur, que durante a guerra teve sob seu comando as tropas aliadas no Oceano Pacífico, reconheceria em 1960:



" NÃO HAVIA NENHUMA NECESSIDADE MILITAR DE EMPREGAR A BOMBA ATÓMICA EM 1945"



Tentando encobrir as reais finalidades do bombardeio atômico, Truman declarou em 9 de Agosto de 1945 que o golpe atômico foi assestado “contra a base militar de Hiroshima” com a finalidade de “evitar vítimas entre a população civil”.



Os hibakusha



Os sobreviventes do bombardeamento são chamados de hibakuska (被爆者), uma palavra japonesa que é traduzida literalmente por "pessoas afectadas por bomba". O sofrimento causado pelo bombardeamento foi a raiz do pacifismo japonês do pós-guerra, tendo este país, desde então, procurado a abolição completa das armas nucleares a nível mundial. Em 2006, há cerca de 266.000 hibakusha ainda a viver no Japão.




Panorama do monumento que marca o hipocentro, ou marco zero, da explosão da bomba atômica sobre Nagasaki.

Panorama do monumento que marca o hipocentro, ou marco zero, da explosão da atómica sobre Nagasaki.






Vista de 180º do Parque Memorial da Paz de Hiroshima. A Cúpula Genbaku, que permaneceu em pé após os bombardeamentos, pode ser vista claramente no centro da imagem.


Vista de 180 graus, do Parque Memorial da paz de Hiroshima. A Cúpula Genbaku, que permaneceu em pé após os bombardeamentos, pode ser vista claramente no centro da imagem.




Debate acerca dos bombardeamentos


Apoio à utilização de armamento atómico



Embora os apoiantes do bombardeamento concedam que as autoridades civis japonesas estivessem, desde Janeiro de 1945 e logo a seguia à invasão de Luzon (Filipinas), a enviar cautelosa e discretamente vários comunicados, apontam também o fato de os oficiais militares japoneses, antes do uso da bomba atômica, se oporem em unanimidade a quaisquer negociações.


Embora alguns membros das autoridades civis tenham usado dissimuladamente canais diplomáticos para iniciar as negociações pela paz, por si só não poderiam negociar uma rendição ou mesmo um cessar-fogo. O Japão, sendo uma Monarquia constitucional, apenas poderia entrar num tratado de paz com o apoio unânime do gabinete japonês, e todo este era dominado por militaristas do Exército Imperial Japonês e da Marinha Imperial Japonesa, sendo todos inicialmente opostos a qualquer tratado de paz.

Na altura, chegou-se a uma situação de empate político entre os líderes civis e militares, estando estes últimos cada vez mais determinados a lutar sem olhar a custos e eventuais desfechos. No pós-guerra, vários continuaram a acreditar que o Japão poderia ter negociado termos de rendição mais favoráveis caso tivessem continuado a infligir alto nível de baixas nas forças inimigas, terminando, eventualmente, a guerra sem uma ocupação do Japão e sem a mudança de Governo.



O historiador Victor Davis Hanson chama a atenção para a resistência japonesa crescente, fútil como foi em retrospecto, como a guerra veio a sua conclusão inevitável. A Batalha de Okinawa mostrou esta determinação de lutar a todo custo. Mais de 120.000 tropas japonesas e 18.000 tropas americanas foram mortas na batalha mais sangrenta do teatro do Pacífico, somente 8 semanas antes da rendição final do Japão. Na verdade, mais civis morreram na Batalha de Okinawa que na explosão inicial das bombas atômicas. Quando a União Soviética declarou guerra contra o Japão em 8 de Agosto de 1945 e conduziu a Operação Tempestade de Agosto, o Exército Imperial Japonês ordenou que suas forças fracas e sem suprimento na Manchuria lutassem até o último homem.


O Major General Masakazu Amanu, chefe da seção de operações nos quartéis generais imperiais japoneses, declarou que ele estava absolutamente convencido que suas preparações defensivas, que começaram no começo de 1944, poderia repelir qualquer invasão Aliada de suas ilhas com as mínimas perdas. Os japoneses não desistiriam facilmente por causa de sua forte tradição de orgulho e honra — muitos seguiam o Código Samurai e lutariam até o último homem ser morto.


Após a descoberta de que a destruição de Hiroshima tinham sido por uma arma nuclear, os líderes civis ganharam mais e mais firmeza em seus argumentos que o Japão tinha que admitir sua derrota e aceitar os termos da Declaração de Potsdam. Mesmo após a destruição de Nagasaki, o Imperador mesmo precisou intervir para terminar um impasse no gabinete.


Apoiadores do bombardeio também apontaram que esperar que os japoneses se rendessem não era uma opção sem custo — como um resultado da guerra, não combatentes estavam morrendo por toda a Ásia em uma taxa de cerca de 200.000 por mês. O Bombardeiro de Tóquio ma II Guerra Mundial tinha matado muito mais de 100.000 pessoas no Japão, desde fevereiro de 1945, diretamente e indiretamente. Que os bombardeios convencionais intensivos teriam continuado antes de uma invasão.


O bloqueio submarino, a operação de minas navais das Forças Aéreas do Exército dos Estados Unidos e a Operação Salvação tinham efectivamente cortado as importações do Japão. Uma operação complementar, contra as ferrovias do Japão, estava prestes a começar, isolando as cidades do sul de Honshu da comida que crescia em outros lugares de suas ilhas. Isto, combinado com o atraso nos suprimentos de alívio dos Aliados, poderia ter resultado em uma estatística de morte muito maior no Japão, devido à fome e a desnutrição, que a que realmente aconteceu nos ataques. "Imediatamente depois da derrota, alguns estimavam que 10 milhões de pessoas poderiam ter morrido de fome", nota o historiador Daikichi Irokawa. Enquanto isto, em adição aos ataques soviéticos, ofensivas foram programadas para setembro no sul da China e Malásia.


Os americanos anteciparam a perda de muitos soldados na Operação Downfall, apesar do número real da Operação Downfall ser sujeito de algum debate. Ele dependeria da persistência e da reabilitação da resistência japonesa ou de se os americanos teriam invadido somente Kyushu em novembro de 1945 ou se uma seguida aterrizagem perto de Tóquio, projetada para março de 1946, teria sido necessária. Anos após a guerra, o Secretário de Estado James Byrnes clamou que 500.000 vidas americanas teriam sido perdidas—e este número tem sido repetido desde então autoritariamente, mas no verão de 1945, planejadores militares dos EUA projetaram 20.000 – 110.000 mortes em combate da invasão inicial de novembro de 1945, com cerca de três a quatro vezes este número de feridos.


(O total de mortes em combate dos EUA em todas as frentes na II Guerra Mundial em quase quatro anos de guerra foram 292.000). Entretanto, estas estimativas foram feitas usando a inteligência que brutalmente subestimou a força japonesa reunida para a batalha de Kyushu em número de soldados e kamikazes.


Além disto, a bomba atômica acelerou o fim da Segunda Guerra Mundial na Ásia liberando centenas de milhares de cidadãos ocidentais, incluindo cerca de 200.000 holandeses e 400.000 indonésios ("Romushas") de campos de concentração japoneses. Além disto também, as atrocidades japonesas contra milhões de chineses, tais como o Massacre de Nanquim, tiveram um fim.


Apoiadores também apontam para uma ordem dada pelo Ministro da Guerra japonês em 11 de Agosto de 1944. A ordem lidava com a disposição e execução de todos os prisioneiros de guerra Aliados, somando mais de 100.000, se uma invasão da terra natal dos japoneses acontecesse.


Em resposta ao argumento que a matança de civis em larga escala era imoral e um crime de guerra, apoiadores dos bombardeios tem argumentado que o governo japonês declarou a guerra total, ordenando muitos civis (inclusive mulheres e crianças) a trabalhar em fábricas e escritórios militares e lutar contra qualquer força invasora. O padre John A. Siemes, professor de filosofia moderna na Universidade Católica de Tóquio e uma testemunha ocular ao ataque da bomba atômica em Hiroshima escreveu:


Discutimos entre nós a ética do uso da bomba. Alguns a consideraram na mesma categoria que o gás venenoso e eram contra seu uso em uma população civil. Outros eram do ponto de vista que na guerra total, como deflagrada no Japão, não havia diferença entre civis e soldados e que a bomba em si era uma força efetiva podendo acabar com o derramamento de sangue, alertando ao Japão que se rendesse e assim evitando a destruição total. Parece lógico para mim que aquele que apoia a guerra total em princípio não pode reclamar da guerra contra civis."




































Alguns historiadores alegaram que planejadores dos EUA também queriam terminar a guerra rapidamente para minimizar a potencial aquisição soviética dos territórios dominados pelos japoneses.

Finalmente, apoiadores também apontam os planos japoneses, desenvolvidos por sua Unidade 731, de lançar aviões pilotados por Kamikazes com uma carga de moscas contaminadas por peste bubônica para infectar a população de São Diego, Califórnia. A data alvo era para ser 22 de Setembro de 1945, apesar de ser improvável que o governo japonês tivesse permitido que tantos recursos fossem desviados de propósitos defensivos.



Oposição ao uso de bombas atómicas

O Projecto Manhattan tinha sido concebido originariamente como um contra-ataque ao programa da bomba atómica da Alemanha Nazi, e com a derrota da Alemanha, vários cientistas que trabalhavam no projecto sentiram que os EUA não deveriam ser os primeiros a usar tais armas. Um dos críticos proeminentes dos bombardeios era Albert Einstein. Leo Szilard, um cientista que tinha um papel fundamental no desenvolvimento da bomba atómica, argumentou:



" SE TIVESSEM SIDO OS ALEMÃES A LANÇAR BOMBAS ATÓMICAS SOBRE CIDADES AO INVÉS DE N''OS, TERÍAMOS CONSIDERADO ESSE LANÇAMENTO COMO UM CRIME DE GUERRA, E SENTENCIADO À MORTE E ENFORCADO OS ALEMÃES CONSIDERADOS CULPADOS DESSE CRIME, NO TRIBUNAL DE NUREMBERG"




O seu uso tem sido classificado como bárbaro, visto que cem mil civis foram mortos, e as áreas atingidas eram conhecidas por serem altamente povoadas por civis. Nos dias imediatamente anteriores ao seu uso, vários cientistas (inclusive o físico nuclear americano Edward Teller) defendiam que o poder destrutivo da bomba poderia ter sido demonstrado sem causar mortes.









O que era originalmente o edifício municipal de promoção industrial, tornou-se no Memorial da Paz de Hiroshima, em Hiroshima.



A existência de relatos históricos que indicam que a decisão de usar as bombas atómicas foi feita com o objetivo de provocar uma rendição através do uso de um poder imponente, juntamente com as observações de que as bombas foram usadas propositadamente sobre alvos que incluíam civis, fez com que alguns comentaristas observassem que o incidente foi um acto de terrorismo de estado. O historiador Rober Newman, que é a favor da decisão de lançar as bombas, levou a alegação de terrorismo de estado tão a sério que argumentou que a prática de terrorismo é justificável em alguns casos.
Outros têm alegado que os japoneses já estavam essencialmente derrotados, e portanto o uso das bombas foi desnecessário. O General Dwight D. Eisenhower assim aconselhou o SEcretário de Guerra, Henry L. Stimson , em Julho de 1945. O oficial de maior patente no Cenário do Pacífico, general Douglas MacArthur, não foi consultado com antecedência, mas afirmou posteriormente que não havia justificativas militares para os bombardeios.
A mesma opinião foi expressa pelo Almirante da Frota William D. Leahy (o Chefe de Gabinete do Presidente), general Carl Spaatz (comandante das Forças Aéreas Estratégicas dos E.U.A. no Pacífico), e o brigadeiro general Carter Clarke (o oficial da inteligência militar que preparou cabos japoneses interceptados para os oficiais americanos); Major General Curtis LeMay; e o almirante Ernest King, Chefe das Operações Navais dos E.U.A., e o Almirante da Frota Chester W. Nimitz, Comandante-chefe da Frota do Pacífico.



Eisenhower escreveu no seu livro de memórias The White House Years:

Em 1945, o Secretário de Guerra Stimson, ao visitar o meu quartel-general na Alemanha, informou-me que o nosso governo estava a preparar-se para lançar uma bomba atómica no Japão. Eu era um dos que sentiam que havia um número de razões contundentes para questionar a sabedoria de tal acto. Durante a sua recitação dos factos relevantes, eu tinha estado consciente de um sentimento depressivo e por isso vocalizei-lhe as minhas graves suspeitas, primeiro com base em minha crença de que o Japão já estava derrotado e que o lançamento da bomba era completamente desnecessário; segundo porque pensei que o nosso país deveria evitar chocar a opinião mundial pelo uso de uma arma cujo emprego não era mais, como pensei, obrigatório como uma medida para salvar vidas americanas."



United States Strategic Bombing Survey escreveu, após ter entrevistado centenas de japoneses civis e líderes militares, depois da rendição do Japão:



Baseado numa investigação detalhada de todos os fatos e apoiados pelo testemunho dos sobreviventes líderes japoneses envolvidos, é a opinião da Survey que, certamente antes de 31 de dezembro de 1945, e, em todas as probabilidades, antes de 1.º de novembro de 1945, o Japão ter-se-ia rendido mesmo se as bombas atômicas não tivessem sido lançadas, mesmo se a Rússia não tivesse entrado na guerra e mesmo se a invasão não tivesse sido planejada."

No entanto, é de realçar que a pesquisa referida assumiu que seriam necessários adicionais ataques convencionais - com as casualidades directas e indirectas inerentes - para forçar a rendição do Japão nas datas mencionadas no relatório.
Outros críticos defendem que o Japão estaria a tentar render-se pelo menos havia dois meses, mas que os Estados Unidos recusavam a rendição pois insistiam que esta deveria ser incondicional. De facto, enquanto que vários diplomatas eram a favor da rendição, os líderes militares japoneses estavam decididos a combater uma batalha decisiva em Kyushu, na esperança de conseguirem negociar melhores termos num futuro armistício - o que os americanos sabiam através da descodificação de comunicações japonesas interceptadas. O governo japonês nunca decidiu em que termos, além da preservação do sistema imperial, aceitaria cessar as hostilidades. Até 9 de Agosto, o governo japonês encontrava-se dividido, com os mais conservadores a insistirem que o Japão deveria desmobilizar as suas próprias forças, não deveriam existir tribunais para crimes de guerra nem ocupação. Apenas a intervenção directa do Imperador terminou a disputa e mesmo depois disso, ainda houve uma tentativa militar de golpe de estado falhada para evitar a rendição.



Outra crítica é que os EUA deveriam ter esperado por um breve período a fim de avaliar o efeito da entrada da União Soviética na guerra. Os EUA sabiam, e o Japão não, que a União Soviética havia concordado com declarar guerra ao Japão três meses depois do dia da vitória na Europa; com efeito, os soviéticos de fato realizaram um ataque em 8 de Agosto de 1945. A perda de qualquer perspectiva de que a União Soviética poderia servir de mediador neutro para uma paz negociada, aliada à entrada do Exército Vermelho (o maior exército ativo no mundo), poderiam ser suficientes para convencer as forças armadas japonesas da necessidade de aceitar os termos da Declaração de Potsdam (desde que alguma proteção para o Imperador estivesse presente).


Como não haveria imediata invasão norte-americana, alega-se que os EUA não tinham nada a perder se esperassem alguns dias para descobrir se a guerra poderia ser terminada sem o uso da bomba atômica. A rendição japonesa aconteceu antes que se soubesse da escalada dos ataques soviéticos na Manchuria, na Ilha de Sakhalin, e nas Ilhas Kuril; mas, se a guerra tivese prosseguido, os soviéticos seriam capazes de invadir Hokkaido bem antes da invasão aliada de Kyushu. Outras fontes japonesas afirmaram que os bombardeios em si não foram a razão principal para a capitulação. Ao contrário, alegam, foram as rápidas e devastadoras vitórias soviéticas no continente na semana seguinte à declaração de guerra proferida por Stalin que causaram a mensagem de rendição japonesa em 15 de Agosto de 1945















































































FESTIVAL DA SARDINHA 2010



Festival da sardinha espera 60 mil visitantes


Telma Roque


Muita sardinha, claro está, petiscos, licores regionais, artesanato, uma "Kid Área" para entreter as crianças e um cartaz musical com artistas de renome como Rui Veloso e GNR, compõem mais uma edição do Festival da Sardinha, na zona ribeirinha de Portimão.


Deolinda, Pedro Abrunhosa, José Cid, Ana Moura, Netinho, Quim Barreiros ou Boss AC são outros dos nomes que vão passar pelo palco do festival. “Um bom cartaz musical é uma fonte de atractividade”, argumenta Manuel da Luz, presidente da Câmara de Portimão. O autarca espera, desta forma e em época de crise, chegar o mais perto possível do recorde absoluto de visitantes alcançado em 2006, ano em que o evento conquistou 74500 pessoas.


Desde 1985 que Portimão acolhe o Festival da Sardinha e a experiência tem mostrado que, além do peixe, é a música que mais chama gente. Nesta 16º edição, que arranca hoje e decorre até dia 15, são esperados 60 mil visitantes. “Há mais turistas portugueses na região e temos um programa musical do melhor que pode haver”, afirma, confiante, Manuel da Luz.


Entre as novidades desta edição está ainda uma área destinada às crianças, devidamente vigiada, e ainda um menu a pensar nas preferências dos mais pequenos.


“O turismo familiar tem vindo a aumentar. Até a hotelaria tradicional tem vindo a apostar nesta oferta. As pessoas não vêm comer sardinhas e divertir-se se não tiverem onde deixar as crianças”, sustenta o autarca, acrescentando que o custo de bilhete se mantém nos 3,5 euros e que os menores de 10 anos têm entrada livre.


O espaço criado na zona ribeirinha conta ainda com sete restaurantes, onde a gastronomia regional assume especial relevo, e 45 expositores de artesanato.

O Festival da Sardinha nasceu há 16 anos, fruto do passado da cidade, associado à pesca e à indústria conserveira. Levou quatro meses a ser montado e teve 15 mil visitantes. O ano de 2006 foi o melhor de sempre em entradas.


A edição de 2007, por sua vez, ficou marcada pelo maior consumo diário de sardinhas de sempre. Só a 10 de Agosto, foram consumidas 1,200 toneladas de peixe. Em média, são compradas 10 toneladas de sardinha por edição.

Fonte - Jornal Diário de Notícias


quinta-feira, agosto 5

A ESCULTURA DA POLÉMICA

A estátua "A RAPARIGA PEQUENA e o CÃO" da autoria de Lagoa Henriques, que se encontrava junto às escadarias das Ruínas de S.Paulo, desde o ano de 1994, e que custou aos cofres do Território a módica quantia de dois milhões de patacas, seguiu o exemplo da estátua de João Cuteleiro que se encontrava no hall de entrada do Hospial Central Conde de S. Januário.



Esta estátua, foi sempre considerada uma estátua polémica, e não se entende, como foi permitido, colocar esta bela peça de arte naquele local, levando em atenção a cultura chinesa.
O articulista, hoje se deslocou ao local, pensando que a escultura, ainda lá permanecia, mas verificou, e ficou a saber que a mesma tinha sido retirada no passado dia 29 de Julho, e levada para lugar incerto.
Segundo a opinião generalizada das pessoas chinesas e de amigos com quem o articulista falou, todos eles foram unanimes nas suas respostas, dizendo que essa peça de arte, era linda, mas nunca devia ter sido colocada naquele local, frequentado por milhares de turistas. A cultura chinesa é sensível a estas obras de arte, esta peça, que agora foi retirada, deverá sim ser colocada num museu, para o efeito.

FENÓMENO SOLAR






Fotos tiradas Pelo senhor Ragnar Johnskãs , no dia 4 de Agosto de 2010, Na Localidade de Ringsker , Noruega .



Fonte - Space weather



quarta-feira, agosto 4

PADRE MATTEO RICCI



Matteo Ricci.


Padre Matteo Ricci (Macerata, 6 de Outubro de 1552 — Pequim, 11 de Maio de 1610) foi um sacerdote jesuíta, cartógrafo italiano. É conhecido pela sua actividade missionária na China da dinastia Ming, onde era conhecido Lì Mǎdòu (利瑪竇). Atribui-se a Ricci a introdução do cristianismo na China.




Formação e Estudos


Recebeu a sua primeira formação na sua cidade natal de Maceratta. Em 1568 partiu para Roma para estudar Direito na Universidade La Sapienza, dado que seu pai ambicionava para si a ascensão na administração Pontifícia. Para além de Direito, estudou também Humanidades e Ciências.
Foi em Roma que começou a frequentar as reuniões da Annunciata, uma associão Cristã de jovens ligada à Companhia de Jesus que promovia a oração e os exercícios espirituais de Santo Inácio de Loyola.


Este desenvolvimento espiritual leva a que a 15 de Agosto de 1571 requeira o ingresso na Companhia de Jesus. No Colégio Romano estudou Teologia e Filosofia, ao mesmo tempo que se dedicou ao estudo de Astronomia e das Matemáticas.



Um ano depois ingressou no Colégio Romano, onde estudou Retórica, Filosofia, Matemática, Astronomia, Geografia e, como não podia deixar de ser, Teologia.
Aconselhado pelo padre Alexandre Valignano, visitador da Companhia nas missões da Índia e do Japão, em 1577 partiu para Portugal, onde terminou os estudos de Teologia na Universidade de Coimbra. Aqui aproveitou para aprender também o Português.



A 24 de Março de 1578, partiu da capital portuguesa para Goa, na nau São Luís. Ordenou-se sacerdote a 26 de Julho de 1580 enquanto trabalhava como professor de Latim e Grego em Cochim e só depois regressou a Goa onde terminou os estudos de Teologia.A 7 de Agosto de 1582, entrou no porto da colónia portuguesa de Macau com o fim de estudar a língua Chinesa para poder missionar na China sob a dinastia Ming. A entrada neste país por um Ocidental não era muito facilitada, pois eram tomados como feiticeiros e intrusos de índole perigosa




Ricci na China

No Verão de 1583, juntamente com o padre Miguel Ruggieri, penetrou no Império Celeste. Dirigiram-se à residência do vice-rei de Kuangtong e Kuangsi, onde o padre Ruggieri já havia estado em 1581 e 1582. A 14 de Setembro recebe as devidas autorizações para permanecer naquele território. Catorze meses mais tarde, inauguraram a primeira casa da missão portuguesa na China, com a assistência do padre Francisco Cabral, reitor do Colégio de Macau. Em 1589, foram despojados da residência pelo novo vice-rei português da Índia. Mas receando algumas complicações com os missionários portugueses que se encontravam em Macau, o vice-rei autorizou os missionários a residirem em Siu-chau.


Ao longo dos tempos, fez algumas modificações na apresentação de indumentária e atitudes dos missionários, com o fim de melhorar as relações com os chineses e de melhorar os resultados das missões. Vestia-se à chinês, observando os ritos e costumes chineses que não colidiam com o dogma católico. Depois de assegurar a eficácia do seu apostolado, decidiu atingir Pequim, para poder irradiar o Cristianismo a partir desta grande cidade. A 7 de Setembro de 1595 alcançou a cidade.



Três anos depois foi para Nanquim, onde foi tratado com grande cortesia pelo vice-rei. Aí instaurou uma nova comunidade cristã. De Nanquim saíram grandes mandarins cristãos como Paulo Siu, Inácio Keui-taisou, Paulo-Chiu, entre outros. De Macau saíram novos reforços para a missão de Ricci, com presentes para o imperador. Os fiéis de Nanquim ficaram entregues ao padre João Rocha. Pela terceira vez, Ricci partiu para Pequim, agora com o padre Diogo de Pantoja.



Deram entrada na corte imperial chinesa a 24 de Janeiro de 1601. O Imperador Manlik ficou maravilhado com os presentes que os missionários levaram. Concedeu permissão para fundarem uma missão em Pequim, tal como já tinha sido feito em Cantão e Chincheu. Matteo Ricci captou a simpatia do Imperador com os seus livros, Livro de 25 Palavras e Tien-Chush'ei (obra prima da Metafísica). Ricci morreu com 58 anos incompletos, corria o ano de 1610. Depois de fundar cinco residências, baptizou mais de 700 fiéis e encarnou a metodologia jesuítica de missionação tendo em conta os costumes, a língua e os preceitos religiosos dos lugares onde actuavam. Conseguiu, para além de todo esse labor missionar, arranjar ainda tempo para escrever e viajar no Império do Meio.

Referência: "Portrait of a Jesuit - Matteo Ricci", Macau Ricci Institute, 2010







Obras

Para além das obras supracitadas, Matteo Ricci escreveu ainda: Explicação dos dez mandamentos, Shiuhing, 1584; Verdadeira Noção de Deus, Nam-cheung, 1595, reimpresso em Macau e traduzido para coreano, japonês, francês, e introduzido em Tonquim (Norte do Vietnam); Tratado sobre Amizade, Nam-cheung, 1595, que traduziu em italiano e foi publicado em Macerata, 1885; Vinte e cinco sentenças que contêm a essência moral cristã, Pequim, 1604; Tetrabiblion Sinense de moribus; Dez sentenças paradoxais, Pequim, 1608; Disputas contra seitas da idolatria, Pequim, 1609; Vantagens do jejum e Nove virtudes necessárias aos sacerdotes que querem, dois opúsculos em um volume; Mapa Mundi, 1584, depois impresso em Pequim; Método de aprender de cor, Nanquim, 1595; Comentário sobre os quatro elementos do Mundo, 6 vols., 1598, Pequim; Desenvolvimento da esfera celeste, 2 vols., Pequim, 1607; uma carta de Shiuhing, 1586; Annuae literae a Sinisannis, 1591, 1605 e 1607, e 1611.





No Largo de S. Domingos, em Macau, encontra-se patente uma exposição Comemorativa dos 400 anos da Morte de Matteo Ricci.


Será inaugurada no dia 8 do corrente mês, pelas 14.45 horas e estará patente ao público, até 31 de Outubro de 2010, no Museu de Arte de Macau, uma Exposição "O MESTRE DO OCIDENTE" exposição esta Comemorativa dos 400 anos da Morte de Matteo Ricci.


Estarão patentes relíquias contemporâneas da passagem de Matteo Ricci por Macau e pela China, como pinturas, diversos artefactos, livros e instrumentos musicais provenientes de Itália, China, Taiwan e Macau.


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O articulista conhece parte da obra deste genial sacerdote, e tem a sorte de morar, em Macau, mesmo junto da Escola Matteo Ricci, e como tal, dia 8, irá ver a Exposição do Grande Mestre do Ocidente, ficando desta forma mais bem informado sobre o seu vasto trabalhao por terras de Macau e da China.



PANCHEN LAMA



Tibetano na Região Autônoma do Tibet, sudoeste da China.

Após vários anos de buscas efectuadas por Monges de classe superior, de acordo com as tradições religiosas. foi entronizado, o jovem Tibetiano Losang Doje, de 4 anos de idade, como sendo o sexto Buda vivo em Lhasa, e entronizado como sendo Dezhub Jarnyang Sherab Palden.

A cerimônia de entronização foi realizada no Mosteiro de Zagor, na sub-região de Shannan, cerca de um mês depois que o sexto Buda Vivo Dezhub foi definido através de uma cerimônia de tonsura que marcou a reencarnação do quinto Buda Vivo Dezhub, que morreu em março de 2000.


Na cerimônia que começou às 9h30, Losang Jigme, alto funcionário do Tibet que se encarrega dos assuntos religiosos, leu a aprovação de entronização do governo regional.


Quando dezenas de monges cantaram sutras para rezar a paz e a felicidade, o Buda Vivo deu os seus respeitos a estátuas de Buda no mosteiro antes de se sentar no trono.


"A entronização do sexto Buda Vivo Dezhub marcou um dia glorioso para o mosteiro, assim como para todos os monges e fiéis budistas", disse Losang Gyaltsen, um monge do Mosteiro de Zagor.


O novo Buda Vivo, cujo nome secular é Losang Doje, nasceu em Shannan em 30 de Novembro de 2005. Ele foi selecionado como a reencarnação e foi tonsurado por Bainqen Erdini Qoigyijabu, o 11º Panchan Lama, em Lhasa em 4 de Julho.

QUEM FOI DOM PÉRIGNON



O famoso champanhe Dom Pérignon, foi inventado por monje benetido, os monjes deveriam, ser umas boas esponjas, já em Portugal outro monje inventou o licor de Merda, e provávelmente outros monjes inventaram ouras bebidas alcoólicas, talvez, estas descobertas tivessem, a ver com as doçarias conventuais, entre ela a barriga de freira, devida condizer a 100%.






Dom Pérignon foi um monge beneditino (Sainte-Menehould, 1639 - Abadia de Saint-Pierre d'Hautvillers, 24 de Setembro de 1715) que inventou o método para a fabricação do champagne denominado Método Champenoise inspirado nn Método antigo de Limoux.


Quase contemporâneo de Luís XIV, ele não era nem viticultor nem alquimista. Foi numa peregrinação à Abadia de Saint Hillaire que ele descobriu o método de vinificação dos vinhos efervescentes. De volta ao mosteiro de Hautvillers, perto de Épernay, ele importou então o método Limouxine.



Sua vida


Nasceu em Dezembro de 1638 ou Janeiro de 1639, em Sainte-Menehould, sob o nome de Pierre Pérignon. Apesar de sua data de nascimento ser imprecisa, o seu acto de baptismo é datado de 5 de Janeiro de 1639. Cresceu em Sainte-Menehould e fez parte do coral da Abadia Beneditina de Moiremonte. Aos treze anos entrou para o colégio de jesuítas de Chálons e, em 1656 entrou para o mosteiro beneditino de Verdun onde, fiel às regras de São Bento, alternava trabalho manual, leitura e oração, adquirindo sólidos conhecimentos em filosofia e teologia. Em 1668, então com trinta anos, entra para a Abadia Saint-Pierre de Hautvillers.


Até à sua morte em 1715, ele fica encarregado da adega e dos produtos da abadia. Um cargo de elevada importância numa época onde os mosteiros possuiam vastos domínios e de onde tiravam todas as espécies de produtos destinados à venda. E que, sobretudo, dá-lhe o controle sobre as vinhas e as prensas. Foi enterrado na frente do coro da igreja de Hautvillers.




Os seus trabalhos











Estátua de Dom Perignon na sede da empresa vinícola Moet & Chandon. Epernay - França jun 2007



Neste último terço do século XVII, a abadia Saint-Pierre de Hautvillers não gozava de um grande prestígio. Ela contava com apenas um punhado monges que tentavam tirar o sustento dos domínios da abadia, que eram muito pouco explorados. Os depósitos, as adegas e as prensas estavam em ruínas ! Com paciência e obstinação, o jovem monge tratou de recuperá-los. O seu objetivo: voltar a dar à abadia os meios que lhe faltam tanto e, enquanto isso, restaurar o brilho da pequena comunidade religiosa. Neste país de velha tradição vinícola, a exploração das vinhas e o comércio do vinho constituem, sem dúvida, o melhor produto de comércio.



A partir de 1668, primeira inovação de Don Pérignon consiste em acompanhar sistematicamente a evolução das vinhas, antes mesmo de prensar as uvas. Tinha à sua disposição vária qualidades de uvas cuja mistura ele mesmo fez a fim de harmonizar as qualidades e minimizar os defeitos. “É o conhecimento do bom efeito que produzem as uvas de três ou quatro vinhas de diferentes qualidades que levou à perfeição os famosos vinhos de Sillery, de Av e de Hautvillers. Dom Pérignon, religioso beneditino de Hautvillers, é o primeiro a aplicar com sucesso a mistura de uvas das diferentes vinhas” escrito em 1763 pelo abade Noel-Antoine Pluche, reconhecendo assim a contribuição do jovem na elaboração de um champanhe de qualidade.


Dom Pérignon tem um cuidado específico com as vindimas e a escolha das uvas, e não permite que outro as prove em seu lugar. “Dom Pérignon não provava as uvas”, disse o irmão dele, aluno e sucessor “do pai” do champanhe. “Mas fazia-se trazer uvas das vinhas que destinava a compor a mistura fermentada. Fazia degustação apenas o dia seguinte em jejum, após ter feito passar a noite ao ar livre sobre a sua janela, julgando do gosto de acordo com os anos. Não somente compunha fermentados de acordo com este gosto, mas ainda de acordo com a disposição, os anos precoces, tardios, frios, chuvosos, e de acordo com as vinhas boas ou medíocres. Todos os acontecimentos serviam-lhe de regras para distinguir a composição de seus fermentados.” Com Dom Pérignon, a enologia ascendeu à categoria de uma verdadeira ciência.


Com essa prática, o champanhe adquire assim uma qualidade que não tinha até então e que fará grande diferença para a sua reputação. A história quer que Dom Pérignon tenha sido o primeiro a descobrir o meio para fazer fermentar o vinho de Champanhe em garrafas. Verdadeira ou falsa, a história vale a pena: À época, as garrafas eram tapadas com cavilhas de madeiras envoltas de estopa embebida de óleo.


À procura de um método mais limpo e mais estético, Dom Pérignon teve a ideia de derretee cera de abelhas no gargalo das garrafas, que assegura-lhes assim uma perfeita vedação. Ao fim de algumas semanas, a maior parte das garrafas explodiu, deixando o monge perplexo. Demorou algum tempo para compreender que o açúcar contido na cera de abelha tinha provocado, em contato com o vinho, uma segunda fermentação provocando uma brusca efervescência. Incapazes de de opor-se à pressão, as garrafas tinham voado das prateleiras. Foi essa feliz má sorte que permitiu a Dom Pérignon descobrir a fermentação em garrafa: “o método champanhês” ou, mais simplesmente o champanhe, acabava de nascer. Embora nada permitisse afirmar com certeza, o monge de Hautvillers teria inventado também a rolha de cortiça para substituir o arcaico feixe de madeira mantida ao gargalo por um cordão de cânhamo.


Sem dúvida o processo de elaboração do vinho foi uma obra longa. E neste processo, esse monge amante de enologia desempenhou indubitavelmente um papel essencial. No início do século XVIII, o champanhe como conhecemos hoje faz a felicidade das mesas aristocráticas e reais.

segunda-feira, agosto 2

MILITAR - ILHA VERDE 1965

O articulista no Jardim do Quartel, encontrando-se nesse dia, desempenhando a missão de Sargento de Dia.



No jantar de Natal de 1964, podendo ver-se ao fundo, fardado, o Comandante da Companhia Tenente Barroso de Moura, hoje, com o posto de General.
Por essa altura havia no Quartel um jovem chinês, que apotado pelos militares, na comissão anterior, visto ser orfão e não ter familiares.
Anos mais tarde o voltei a encontrar, falava fluentemente o português e era agente de primeira classe da Polícia de Segurança Pública.


O articulista sendo abraçado por um colega seu, Furriel Macaense, dos quadros de Macau, chamado Rosário, amigo este, que ainda nos dias de hoje quando nos encontramos, relembramos os velhos tempos da tropa.

Nesta foto, pode ver-se, perfeitamente, o Tenente Barroso de Moura, Comandante da Companhia de Caçadores 690.





Tendo sido punido quando se encontrava a comandar o Posto Militar da Ilha da Taipa, passou o articulista o Natal de 1964, detido e ainda por cima escalado de Sargento de Dia.








O articulista, à civil, comemorando o Natal de 1964, com alguns soldados da sua Companhia de Caçadores 690.












Mais uma foto desse jantar, que jamais esquecerei.






O Alferes Nunes colocando na cabeça do cozinheiro "Ossinhos" um barrete turco, podendo ver-se o articulista com uma braçadeira, verde, que significava estar de serviço como Sargento de dia.



A foto é a preto e branco, visto que nessa altura ainda não havia rolos de filmes coloridos.






De novo o articulista com alguns amigos seus, todos eles alentejanos, deles me recordo, o que enverga uma camisda branca, o soldado de apelido Canhão.









Foi articulista acordado por este dois seus amigos, ambos barranquenhos, que foram convidar para ir-mos tomar um café!...



Mas, pela foto, parece que chamaram o articulista para ir preso !....









O dormitório dos Sargentos, que possuia seis camas, ar condicionado nem pensar, ventoinha essa, por vezes essa cedida pelo Primeiro Sargento e para que os mosquitos não chateassem usavamos mosquiteiro.






Esse dormitório não possuia instalações sanitárias, o que obrigava, os Furrieis, que lá dormiam, quatro apenas, quando desejavam ir à casa de banho, tinham que atravessar uma pequena parada e utilizar os sanitários das praças.










Dia 10 de Junho de 1965, desfilando, na Praia Grande, defronte do Palácio do Governo.











MINI COOPER - AUSTIN E MORRIS









































































































Estas belas viaturas, estão de novo em moda, e em Macau a procura e muita, embora o seu preço seja um pouco elevado.




A Linfan Motors, companhia chinesa, lançou no mercado o Hatch 320 que é uma cópia fiel dos novos Minis, e a preços bem acessíveis.