o mar do poeta

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segunda-feira, setembro 19

DIA DA INSTITUIÇÃO DA BANDEIRA DO BRASIL




A atual bandeira do Brasil foi adotada em 19 de novembro de 1889, tendo suas cores e dimensões estabelecidas pelo decreto-lei número quatro, de 19 de novembro de 1889, sofrendo poucas alterações desde então. Tem por base um retângulo verde com proporções de 7:10, sobrepondo-se um losango amarelo e um círculo azul, no meio do qual está atravessada uma faixa branca com o lema nacional, "Ordem e Progresso", em letras maiúsculas verdes sendo a letra E central um pouco menor, além de vinte e sete estrelas brancas.

A atual bandeira nacional é a segunda republicana e o terceiro estandarte oficial do Brasil desde sua independência.

 

 
História

América Portuguesa (1500–1816)


Bandeira histórica, não oficial actualmente Bandeira portuguesa da navegação para o Brasil.

Os territórios da América Portuguesa — correspondentes, aproximadamente, ao que é hoje o Brasil — nunca tiveram bandeira própria, uma vez que a tradição portuguesa era a de hastear a Bandeira do Reino, em todos os territórios da Coroa de Portugal. Assim, as unidades administrativas que constituíram a América Portuguesa (capitanias, Estado do Brasil e Estado do Maranhão) nunca tiveram bandeiras próprias.

Podem-se considerar como as primeiras representações vexilológicas brasileiras, as bandeiras marítimas privativas, usadas pelos navios mercantes portugueses, que navegavam para o Brasil.

Até 1692, era usada uma bandeira com listras verdes e brancas. As cores verde e branca, deveriam-se referir às cores da Casa de Bragança, sendo consideradas, igualmente, as cores nacionais de Portugal até 1797. Em 1692, esta bandeira deixou de ser usada pelos navios que navegavam para o Brasil, passando a ser a bandeira das embarcações mercantes costeiras de Portugal.

Provavelmente, em 1692, foi introduzida uma nova bandeira para as embarcações na navegação para o Brasil. Esta nova bandeira era branca com uma esfera armilar dourada. A esfera armilar era, inicialmente, o emblema pessoal do Rei D. Manuel I. Durante o seu reinado ela foi amplamente usada nas bandeiras hasteadas nos navios portugueses, acabando por se tornar um emblema nacional de Portugal e, mais especificamente, do Império Português. Na mesma época, foi introduzida uma bandeira para as embarcações portuguesas que navegavam para a Índia, muito semelhante, mas com a esfera armilar vermelha.


Bandeira histórica, não oficial actualmente Hipotética bandeira armorial do Reino do Brasil.

Apesar da esfera armilar representar todo o Ultramar Português, ela começou a ser usada mais intensivamente no Brasil - o seu maior e mais desenvolvido território da época - não só em bandeiras marítimas, mas também em moedas e em outros suportes. Por isso, acabou por se tornar o emblema oficioso do Brasil.

A bandeira com a esfera armilar dourada é considerada, em alguns trabalhos sobre vexilologia, como sendo o pavilhão privativo do Príncipe do Brasil - título do príncipe herdeiro do trono de Portugal, a partir do reinado de D. João IV. No entanto, aparentemente, nunca foi usada como tal, sendo apenas uma das bandeiras marítimas portuguesas.

Outra bandeira marítima portuguesa ligada ao Brasil, usada durante o século XVIII, era a chamada "Bandeira para converter a América", que incluía as Armas Reais de Portugal, a esfera armilar em ouro com o zodíaco em vermelho e um frade segurando uma cruz na mão direita, tudo assente sobre um campo branco. Esta bandeira destinava-se a ser hasteada nas embarcações portuguesas envolvidas no comércio com a Região das Missões, do Sul do Brasil.

Durante o domínio holandês, entre 1630 e 1654, as capitanias conquistadas utilizaram durante esses 24 anos a bandeira das Províncias Unidas dos Países Baixos, que era composta de três faixas horizontais; a de cima vermelha, a do centro branca e a inferior azul, e tendo ao centro o monograma da Companhia das Índias Ocidentais, encimada por uma coroa.

Reino do Brasil (1815–1822)


Bandeira histórica, não oficial actualmenteReino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.

Na sequência da elevação do Brasil a Reino Unido ao de Portugal e Algarves, em 1815, por Carta de Lei de 13 de maio de 1816 foram criadas armas para o novo Reino, que passaram a estar incluídas nas armas do novo Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.

A Carta de Lei de 1816 refere Que o Reino do Brasil tenha por Armas uma Esfera Armilar de Ouro em campo azul. A mesma carta de lei refere que o Escudo Real Português (representando Portugal e Algarve) assente sobre a dita Esfera Armilar de Ouro em campo azul (representando o Brasil), com uma Coroa sobreposta passasse a constituir as Armas do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.

A Carta de Lei não se refere a modelos específicos de bandeiras, mas refere que os emblemas então criados passassem a ser usados em todos os estandartes, bandeiras, selos reais, cunhagens de moedas e nas demais utilizações como se tinha feito, até então, das armas antecedentes.


Bandeira histórica, não oficial actualmente Pavilhão pessoal dos príncipes reais do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, adaptada com bandeira do Reino do Brasil de setembro a dezembro de 1822.

Tem-se especulado sobre a existência de uma bandeira armorial brasileira, que reproduziria as armas atribuídas ao Reino do Brasil, usada entre 1816 e 1822. Essa bandeira teria uma esfera armilar dourada sobre um campo azul.

Na verdade, é muito pouco provável que essa bandeira tenha, alguma vez, existido. O uso limitado que era feito das bandeiras na época - basicamente apenas um uso militar e naval - indica que só tenham sido usadas as armas completas do Reino Unido. O que aconteceu, foi a diminuição do uso da esfera armilar sozinha, já que os suportes onde ela era usada assim - por exemplo, nas moedas em curso no Brasil - passaram também a ostentar o escudo português assente sobre a esfera.

Por outro lado, se, eventualmente, foi feito um uso restrito de uma bandeira exclusivamente brasileira, ela seria provavelmente de campo branco, com o azul a ocupar apenas a base da esfera armilar, como acontecia na Bandeira do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.

Na Revolução Pernambucana de 1817, os revolucionários não usaram uma bandeira com a esfera armilar, mas sim uma bandeira semelhante à atual bandeira do estado de Pernambuco.

Império do Brasil (1822–1889)


Bandeira histórica, não oficial actualmente Bandeira do Império do Brasil durante o Primeiro Reinado.

A bandeira imperial do Brasil foi criada, originalmente, como pavilhão pessoal do Príncipe Real do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, a pedido de D. Pedro de Alcântara, ainda como príncipe-regente. Seu autor foi Jean-Baptiste Debret, ainda que fontes divirjam sobre um possível co-autor: alguns afirmam ter sido José Bonifácio de Andrada e Silva, outros D. Leopoldina.

O fato é que, entre setembro e dezembro de 1822, o pavilhão passou a ser utilizado para representar a nação, que ainda era considerada reino. Apenas com a sagração de D. Pedro I é que foi substituída a coroa real do brasão, pela imperial. Em Portugal, o título para indicar o herdeiro aparente do trono passou a ser o de Príncipe Real de Portugal, e, no Brasil, o de Príncipe Imperial do Brasil.

A nova bandeira ainda preservava muitos dos elementos do antigo reino, como a esfera armilar e a cruz da Ordem de Cristo, muito semelhante à bandeira da província da Cisplatina. Novos elementos foram introduzidos: a combinação auriverde a ordenação de três figuras no campo, presentes até hoje, bem como os ramos de café e tabaco, ainda utilizados como suportes do brasão nacional. Sobre os significados dos elementos, contudo, muito se especula, uma vez que nada consta no dispositivo legal que instituiu o pavilhão nem em fonte oficial alguma conhecida.

Acredita-se, porém, que o campo verde representava a Casa de Bragança (dinastia de D. Pedro I) e o amarelo do losango - formato dos brasões femininos na heráldica portuguesa - representava a Casa de Habsburgo (dinastia de D. Leopoldina). Os ramos de café e tabaco, colocados como suportes, representavam as duas culturas que passavam a destacar-se na produção nacional. As estrelas, dezenove, representavam as províncias de então, inclusive a Cisplatina.


Bandeira histórica, não oficial actualmente Bandeira do Império do Brasil durante o Segundo Reinado.

Foi relevante a descoberta, nos anos 1940, de projeto de bandeira atribuído a Debret por encomenda de D. João VI, em 1820, e que se encontrava no arquivo pessoal do rei, em Lisboa. O achado, efetuado pelo historiador português Augusto de Lima Júnior, suscita ainda mais questões sobre a verdadeira coautoria e as finalidades originais do pavilhão brasileiro, cujos elementos perduram até hoje.

 O esboço do artista francês apresenta um desenho já muito parecido com o que viria a ser o pavilhão do príncipe real: em campo verde, um losango amarelo sobre o qual pousava um brasão muito parecido com aquele que viria a ser o dos Bragança brasileiros – uma cruz da Ordem de Cristo sob uma esfera armilar, circundada por dezenove estrelas, tudo suportado por um ramo de cana-de-açúcar e outro de fumo e encimado por uma coroa real.

 De fato, o brasão apresenta elementos já utilizados para simbolizar o Brasil desde, pelo menos, o século XVI (a cruz e a esfera armilar). Não há certezas sobre as intenções do monarca ao pedir o estudo a Debret – se para criar o estandarte pessoal dos príncipes reais, um novo pavilhão para o Reino do Brasil ou mesmo a bandeira de uma futura nação independente – nem os motivos pelos quais o projeto ficou esquecido por, pelo menos, um ano – quando D. Pedro encomendaria a confecção de estandarte similar para o título de príncipe real. Seja como for, é uma indicação contundente de que a bandeira nacional brasileira antecede em muito a Independência.

A única alteração efetuada na bandeira imperial ocorreria já no Segundo Reinado, quando, por volta de 1870, D. Pedro II resolveu acrescentar a vigésima estrela para adequar o pavilhão à organização territorial do País, ato que careceu de instrumentação jurídica formal: a perda da Cisplatina foi compensada pela criação de duas províncias: Amazonas e Paraná, resultado da divisão das províncias do Grão-Pará e de São Paulo respectivamente. Ainda que seus significados tenham mudado, muitos dos elementos da bandeira imperial permaneceram após o advento da República.

República do Brasil (1889–atual)

Após a proclamação da República, um dos líderes civis do movimento, o advogado Rui Barbosa, propôs um desenho para a bandeira da nova nação, fortemente inspirado na bandeira dos Estados Unidos.

 Hasteada inicialmente na redação do jornal A Cidade do Rio, e, posteriormente, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, por José do Patrocínio, a bandeira era composta por treze listas horizontais alternadas em verde e amarelo, tendo no canto superior, junto a tralha, vinte e uma estrelas em campo azul.

 Essa bandeira, que foi usada por apenas quatro dias, de 15 de novembro a 19 de novembro de 1889, também chegou a ser arvorada no navio "Alagoas", que conduziu a família imperial brasileira ao exílio. Já em São Paulo, nos primeiros dias da república, foi hasteada no palácio do governo a bandeira criada por Júlio Ribeiro (que veio a se tornar a bandeira daquele estado na década de 1930).

Marechal Deodoro, que foi monarquista por toda a sua vida, aceitou e proclamou a República devido à instabilidade política, e sugeriu que a nova bandeira republicana fosse igual a bandeira imperial, com a eliminação da coroa imperial que encimava o brasão de armas.[10][11][12] A bandeira desenhada por Barbosa serviu de base para, primeiramente, a bandeira do Estado de Goiás, apesar de outras bandeiras estaduais serem semelhantes, como as dos estados de Sergipe e do Piauí. Outra bandeira republicana vetada foi a que atualmente representa o estado de São Paulo, criada em 1888 pelo abolicionista Júlio Ribeiro.


Bandeira histórica, não oficial actualmente Primeira bandeira republicana, de Rui Barbosa, utilizada como modelo para várias bandeiras estaduais.

Cabe ressaltar que, durante os primeiros anos da República, não houve uma total uniformização do estandarte pelo território, havendo diversos exemplares com pequenas imprecisões ou mesmo outras completamente diferentes, criadas de maneira informal. Dentre essas versões alternativas, as que mais foram usadas apresentavam uma estrela vermelha de cinco pontas – símbolo republicano – sobre o brasão imperial ou tomando todo o centro do losango amarelo.

A atual bandeira nacional mantém, embora um pouco modificado, o campo verde e o losango amarelo da bandeira imperial. Substituiu-se o brasão de armas imperial pelo círculo que, como a anterior, também representa a esfera celeste; a faixa eclíptica pela faixa azimutal e a cruz da Ordem de Cristo pelo Cruzeiro do Sul.

A ideia da atual bandeira foi desenvolvida por um grupo formado pelo positivista Raimundo Teixeira Mendes, vice-diretor do Apostolado Positivista do Brasil, por Miguel Lemos, diretor do Apostolado Positivista do Brasil, e por Manuel Pereira Reis, catedrático de astronomia da Escola Politécnica do Rio de Janeiro. O desenho do disco azul foi executado pelo pintor Décio Vilares e, por indicação de Benjamin Constant, acrescentou-se em meio às estrelas a constelação do Cruzeiro do Sul, com as estrelas Acrux e Gacrux equilibradas no instante 13 sideral.

Embora não houvesse mais modificações quanto às dimensões e as suas formas, a bandeira adotada pelo decreto n.° 4, de 19 de novembro de 1889, permanece intacta até hoje, à parte o acréscimo de algumas estrelas, no círculo azul, representativas dos novos Estados.

Projetos rejeitados

Inúmeros projetos foram criados para o estandarte nacional, estando aqui listados os mais conhecidos. É de se notar que vigorou entre as primeiras alternativas à bandeira imperial a combinação tricolor rubro-alvinegra, inspirada na tese histórica de Carl Friedrich Philipp von Martius de que os povos fundadores do Brasil seriam os das etnias indígena, europeia e africana.

Evolução da atual bandeira nacional

Número de
estrelas↓
DesenhoUnidades federativas
pelas novas estrelas
Em vigor↓Duração
21Flag of Brazil (1889-1960).svgAmazonas, Pará, Mato Grosso, Goiás, Maranhão, Piauí, Ceará,
Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe,
Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo,
Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Distrito Federal
01889-11-19 19 de novembro de 1889
01960-06-01 1 de junho de 1960
70 anos
22Flag of Brazil (1960-1968).svgGuanabara[1]01960-06-01 1 de junho de 1960
01968-05-28 28 de maio de 1968
8 anos
23Flag of Brazil (1968-1992).svgAcre01968-05-28 28 de maio de 1968
01992-05-11 11 de maio de 1992
23 anos
27Flag of Brazil.svgAmapá, Roraima, Rondônia e Tocantins01992-05-11 11 de maio de 1992
Atual
(presente)
  A estrela que representava a Guanabara — α Hydrae — passou a simbolizar o Mato Grosso do Sul a partir de 1992.

Bandeiras estaduais semelhantes

Muitas bandeiras estaduais do Brasil foram inspiradas no pavilhão nacional, seja no primeiro desenho, de Rui Barbosa, seja no desenho atual.

Significado


Troca da Bandeira na Praça dos Três Poderes, em Brasília.(Imagem: José Cruz/ABr)

Apesar de muito se especular, o decreto que originalmente determina os símbolos da nova nação, assinado aos 18 de setembro de 1822, nada oficializa sobre os possíveis significados das formas e cores adotadas.

Especialistas, todavia, geralmente acreditam que a cor verde originalmente simbolizaria a casa de Bragança, da qual fazia parte D. Pedro I, em referência ao estandarte pessoal de D. Pedro II de Portugal, ao passo que a amarela simbolizaria a casa de Habsburgo, da qual fazia parte D. Leopoldina. Entretanto a cor verde nunca foi utilizada exclusivamente como representação da Casa de Bragança na História de Portugal, tendo sido usados igualmente o vermelho, o azul e sobretudo o branco.

Ainda hoje, não foi expedido decreto que defina oficialmente os significados de cada cor e forma, sendo contudo extremamente popular a interpretação de que o verde representa as florestas, o amarelo, os minérios, e o azul, o céu, ao ponto que a hipótese heráldica é virtualmente desconhecida do grande público. As estrelas, que representam os Estados que formam a União, e a faixa branca estão de acordo, respectivamente, com os astros e o azimute no céu carioca na manhã de 15 de novembro de 1889, às 8h30 (doze horas siderais), e devem ser consideradas como vistas por um observador situado fora da esfera celeste.

Foram mantidas as cores verde e amarela da bandeira imperial, pois, o decreto nº 4 que criou a bandeira republicana, nos seus considerandos, diz que: "as cores da nossa antiga bandeira recordam as lutas e as vitórias gloriosas do exército e da armada na defesa da pátria e .. que essas cores, independentemente da forma de governo, simbolizam a perpetuidade e integridade da pátria entre as outras nações".

Sobre o lema

A inscrição "Ordem e Progresso", sempre em verde, é uma forma abreviada do lema político positivista cujo autor é o francês Auguste Comte: O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim (em francês: "L'amour pour principe et l'ordre pour base; le progrès pour but").

Euclides da Cunha, aluno de Benjamin Constant, declarou: "O lema da nossa bandeira é uma síntese admirável do que há de mais elevado em política".

Sobre as estrelas

A estrela Espiga, situada acima da faixa branca, representa o estado do Pará, que, à época da proclamação da República, era o Estado cuja capital, Belém, era a mais setentrional do país. As estrelas do Cruzeiro do Sul representam os cinco principais Estados de então: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Espírito Santo. O Distrito Federal, inicialmente na cidade do Rio de Janeiro, e em 1960 transferido para Brasília, foi representado pela estrela sigma da constelação do Oitante, também chamada de Polaris Australis ou Estrela Polar do Sul, por situar-se no Polo Sul celestial (em contrapartida a Polaris, situada no Polo Norte celestial). Apesar de ser pouco brilhante e estar próxima ao limite de visualização a olho nu, essa estrela tem uma posição única no céu do hemisfério sul, pois é em torno dela que todas as estrelas visíveis giram.

A posição e dimensões exatas de cada componente da bandeira são definidas em lei, bem como a associação das estrelas das constelações com os estados do Brasil.

As duas faces da bandeira são exatamente iguais, sendo vedado fazer uma face como avesso da outra.


██ Crucis
██ Scorpii
██ Canis Majori
██ Hydrae
██ Carinae
██ Octantis
██ Virginis
██ Canis Minoris

Flag of Brazil (sphere).svg

Eis alguns nomes alternativos das estrelas: 11 - Rubídea; 13 - Intrometida ou Intrusa; 14 - Estrela de Magalhães; 17 - Acrab.

Inexatidão astronômica

Observe-se no tópico anterior a ilustração imediatamente acima. Em 1992 acrescentaram-se em torno da estrela número 5, Sirius, no Cão Maior, outras quatro, todas pertencentes àquela mesma constelação: Mirzam (número 6), Muliphen (7), Wezen (8) e Adhara (9). As duas últimas são representadas mais próximas de Canopus (número 10, na constelação da Quilha) do que de Sirius, contrariamente ao que se vê no céu. Tal distorção veio somar-se a tantas outras que, sob o aspecto do posicionamento estelar, são flagrantes na bandeira. Já em 1889 seus idealizadores não julgavam imprescindível — nem mesmo conveniente — ostentar ali um espelho fiel da abóbada estrelada. Por exemplo: a menor das 88 constelações, o Cruzeiro do Sul, a que pretendiam dar o máximo destaque, não poderia figurar respeitando-se suas exatas proporções em relação à esfera celeste, pois resultaria ridiculamente pequena.

O Escorpião, por sua vez, constelação das mais fáceis de reconhecer no céu, foi tão dramaticamente desfigurado na bandeira que se tornou quase impossível identificar os astros que o compõem. Designadas pelas letras gregas α (número 16), β (17), ε (18), θ (22), ι (23), κ (20), λ (19) e μ (21), lá se encontram oito estrelas pertencentes à constelação. A fim de confrontar seu arranjo com a real disposição dos astros correspondentes, é preciso definir como referência inicial um par de pontos em comum. Ora, a maior distância angular que as oito estrelas representados guardam entre si observa-se, no firmamento, tanto entre β e θ quanto entre β e ι, cerca de 30 graus. Como, na bandeira, as duas mais afastadas são β e ι, constituem ambas excelentes pontos de referência.

Sobrepondo, pois, o desenho do Escorpião na bandeira com um mapa da constelação em escala e orientação tais que β e ι de um coincidam com β e ι do outro, o que se constata é que, das seis restantes estrelas do desenho, apenas μ posiciona-se em concordância com o mapa astronômico. Vale frisar que aqui nos referimos a um mapa especular da constelação, como se a avistássemos imaginariamente a partir do exterior da esfera celeste — perspectiva comum às cartas astronômicas antigas e ao céu da bandeira.

Grosso modo, as demais cinco estrelas encontram-se deslocadas da seguinte forma: α aparece no lugar de π ; ε, no de σ ; θ, a meio caminho entre μ e ι ; κ, no lugar de ε ; λ, no de τ (π, σ e τ são alguns dos astros que, além dos oito representados na bandeira, fazem parte do Escorpião). Para que o grau de distorção fique contundentemente evidenciado, basta traçar sobre cada uma das figuras (mapa e desenho) segmentos de reta unindo as estrelas β, α, ε, μ, θ, ι, κ e λ — nessa ordem — e comparar os alinhamentos resultantes.

Scorpius Bandeira Brasil.GIF

Dentre as "liberdades artísticas" deliberadamente tomadas pelos idealizadores da bandeira em 1889, o Escorpião não exemplifica apenas (1) o desarranjo dos astros no âmbito da constelação, mas também (2) a representação exageradamente grande do asterismo em relação à esfera celeste (ainda que em grau bem inferior ao do Cruzeiro do Sul); (3) a posição pouco condizente com o todo da abóbada constelada (quando o Cruzeiro avista-se em pé no Sudeste brasileiro, o Escorpião já se mostra a mediana altura do horizonte — a bandeira, no entanto, o retrata como tendo acabado de nascer); (4) a errônea indicação de brilho (κ, de segunda grandeza — ou seja, de magnitude maior ou igual a 1,5 e menor que 2,5 —, está desenhada como se fosse de terceira); (5) a despreocupada inobservância da relação entre as estrelas e a eclíptica, linha pela qual separam-se na bandeira dois hemisférios celestes e abre-se entre eles o campo branco com o lema "Ordem e Progresso" (β, situada logo ao norte do plano orbital da Terra, deveria figurar não abaixo, mas acima da faixa branca — ela própria, por sinal, traçada de modo pouco fiel à realidade astronômica).

Esse quinto tipo de incorreção — ou, usando um termo que não desagradaria ao criador da bandeira, Raimundo Teixeira Mendes, "licença poética" — verifica-se somente com mais uma estrela, Spica, na constelação da Virgem. Único astro desenhado acima do lema positivista, situa-se, na verdade, ao sul da eclíptica. A esse respeito escreveu Teixeira Mendes em sua Apreciação Philosophica, publicada em 24 de novembro de 1889 no Diario Official da então recém-instaurada república brasileira (v. transcrição completa às páginas 64—79 do livro A Bandeira Nacional, de Eduardo Prado — São Paulo, Escola Typographica Salesiana, 1903): "Na bandeira ella [Spica] está figurada acima da Ecliptica para quebrar a monotonia do hemispherio boreal. Procyon, que é a única estrella das escolhidas que está no hemispherio norte, não podia ser collocada acima da Ecliptica, porque a constellação está ao sul dessa linha." "A liberdade esthetica, pelo contrario, permittia collocar a Espiga acima da faixa [...], por se tratar de uma constellação que tem parte acima e abaixo do plano da orbita terrestre, e de uma estrella que bastaria uma pequena variação na inclinação desse plano, para transportal-a ao norte delle. Mas ella foi representada junto da faixa."

Quanto ao quarto tipo de incorreção, há um caso na bandeira atinente aos acréscimos feitos em 1992. Adhara, de segunda grandeza, ao invés de figurar com dimensão igual à da vizinha Wezen, aparece como um astro de terceira grandeza. Além de anacrônico, seria injusto atribuir tão grave falha à "liberdade estética" alegada no século retrasado: se κ Scorpii é representada de maneira identicamente equivocada, há enfim a atenuante de ser a menos luminosa dentre as quatro componentes na mesma faixa de brilho (λ, θ, ε e κ) escolhidas para retratar o Escorpião, ao passo que Adhara, de magnitude 1,5, é a mais luminosa dentre todas as estrelas de segunda grandeza do firmamento. Atrás apenas de Sirius, Adhara é o segundo astro mais brilhante do Cão Maior; por um lapso absolutamente injustificável, figura na bandeira como o segundo menos brilhante.

Dimensões

A feitura da bandeira nacional obedecerá às seguintes regras:


Esquema oficial da bandeira segundo a lei n.º 8.421, de 11 de maio de 1992.
  1. Para cálculo das dimensões, tomar-se-á por base a largura desejada, dividindo-se esta em 14 partes iguais. Cada uma das partes será considerada uma medida ou módulo.
  2. O comprimento será de vinte módulos (20m).
  3. A distância dos vértices do losango amarelo ao quadro externo será de um módulo e sete décimos (1,7m).
  4. O círculo azul no meio do losango amarelo terá o raio de três módulos e meio (3,5m).
  5. O centro dos arcos da faixa branca estará dois módulos (2m) à esquerda do ponto do encontro do prolongamento do diâmetro vertical do círculo com a base do quadro externo.
  6. O raio do arco inferior da faixa branca será de oito módulos (8m); o raio do arco superior da faixa branca será de oito módulos e meio (8,5m).
  7. A largura da faixa branca será de meio módulo (0,5m).
  8. As letras da legenda Ordem e Progresso serão escritas em cor verde. Serão colocadas no meio da faixa branca, ficando, para cima e para baixo, um espaço igual em branco. A letra P ficará sobre o diâmetro vertical do círculo. As letras da palavra Ordem e da palavra Progresso terão um terço de módulo (0,33 m) de altura. A largura dessas letras será de três décimos de módulo (0,30 m). A altura da letra da conjunção E será de três décimos de módulo (0,30 m). A largura dessa letra será de um quarto de módulo (0,25 m).
  9. As estrelas serão de cinco dimensões: de primeira, segunda, terceira, quarta e quinta grandezas. Devem ser traçadas dentro de círculos cujos diâmetros são: de três décimos de módulo (0,30 m) para as de primeira grandeza; de um quarto de módulo (0,25 m) para as de segunda grandeza; de um quinto de módulo (0,20 m) para as de terceira grandeza; de um sétimo de módulo (0,14 m) para as de quarta grandeza; e de um décimo de módulo (0,10 m) para a de quinta grandeza.

Cores

Valores CMYK e Pantone, conforme encontrado nos arquivos disponíveis para descarga no sítio do Governo, são:
VerdeAmareloAzulBranco
RGB0/168/89255/204/4162/64/149255/255/255
Hexadecimal00A859FFCC293E4095FFFFFF
CMYK100/0/100/00/20/100/0100/100/0/00/0/0/0

Normas de apresentação


Cerimônia mensal da troca da bandeira, na Praça dos Três Poderes, em Brasília (Imagem:José Cruz/ABr) .

A bandeira do Brasil pode ser usada em todas as manifestações do sentimento patriótico dos brasileiros, de caráter oficial ou particular. Nas solenidades oficiais, há várias formalidades a serem seguidas. Nas festas particulares, principalmente aquelas que se realizam nas ruas e nos estádios, com grande aglomeração de pessoas, a informalidade prevalece.
Existem, a respeito da matéria, normas protocolares de diversos órgãos governamentais e das Forças Armadas que, embora divirjam nos detalhes, concordam na maioria dos procedimentos. Segundo essas normas, a bandeira poderá ser apresentada das seguintes formas:
  1. hasteada em mastro ou adriças, nos edifícios públicos ou particulares, templos, campos de esporte, escritórios, salas de aula, auditórios, embarcações, ruas e praças, e em qualquer lugar em que lhe seja assegurado o devido respeito;
  2. distendida e sem mastro, conduzida por aeronaves ou balões, aplicada sobre parede ou presa a um cabo horizontal ligando edifícios, árvores, postes ou mastros;
  3. reproduzida sobre paredes, tetos, vidraças, veículos e aeronaves;
  4. compondo, com outras bandeiras, panóplias, escudos ou peças semelhantes;
  5. conduzida em formaturas, desfiles, ou mesmo individualmente;
  6. distendida sobre ataúdes, até a ocasião do sepultamento.
Hasteia-se a bandeira:
  1. diariamente nos órgãos públicos federais, estaduais e municipais, nas missões diplomáticas brasileiras e nas unidades da Marinha Mercante;
  2. nos dias de festa e de luto nacional, também nos estabelecimentos de ensino e sindicatos;
  3. pelo menos uma vez por semana, em caráter solene, nas escolas públicas ou particulares.
A bandeira pode ser hasteada e arriada a qualquer hora do dia ou da noite, mas normalmente isso é feito às 8 horas e às 18 horas, respectivamente. Apenas no Dia da Bandeira (19 de novembro), o hasteamento é realizado às 12 horas, em solenidade especial. Durante a noite a bandeira deve estar iluminada.

Quando várias bandeiras são hasteadas ou arriadas simultaneamente, a bandeira brasileira é a primeira a atingir o topo e a última a dele descer.

Se a bandeira estiver a meio-mastro ou a meia-adriça, em sinal de luto, no hasteamento ou arriamento, deve ser levada inicialmente até o topo. Em marcha, o luto é assinalado por um laço de crepe atado junto à lança.
Hasteia-se a bandeira em funeral, em todo o País, quando o presidente da República decretar luto oficial, salvo nos dias em que o luto coincida com alguma festa nacional. Quando não for decretado luto oficial, o hasteamento em funeral fica limitado à Casa Legislativa ou ao Tribunal em que haja ocorrido o falecimento de um de seus membros.

A bandeira deve sempre ocupar lugar de honra, em posição central, destacada à frente de outras bandeiras e à direita de tribunas, púlpitos, mesas de reunião ou de trabalho. Nas missões diplomáticas em países estrangeiros, estas regras podem-se tornar mais flexíveis em atenção às leis, usos e costumes do país hospedeiro.

Modo de dobrar


Como dobrar a bandeira do Brasil.
A bandeira nacional brasileira, no arriamento, após ser desenvergada, é dobrada da seguinte forma :
  1. segura pela tralha e pelo lais, é dobrada ao meio em seu sentido longitudinal, ficando para baixo a parte em que aparecem a estrela isolada Espiga e a parte do dístico Ordem e Progresso;
  2. ainda segura pela tralha e pelo lais, é, pela segunda vez, dobrada ao meio, novamente no seu sentido longitudinal, ficando voltada para cima a parte em que aparece a ponta de um dos ângulos obtusos do losango amarelo; a face em que aparece o dístico deve estar voltada para a frente da formatura;
  3. a seguir é dobrada no seu sentido transversal, em três partes, indo a tralha e o lais tocarem o pano, pela parte de baixo, aproximadamente na posição correspondente às extremidades do círculo azul que são opostas; permanece voltada para cima e para a frente a parte em que aparecem a estrela isolada e o dístico;
  4. ao final da dobragem, a Bandeira Nacional apresenta a maior parte do dístico para cima e é passada para o braço flexionado do mais antigo, sendo essa a posição para transporte;
  5. para a guarda, pode ser feita mais uma dobra no sentido longitudinal, permanecendo o campo azul voltado para cima.
Quando em tropa armada, a bandeira nacional brasileira é exibida de forma destacada, por uma guarda armada denominada "Guarda da Bandeira", sendo conduzida pelo Porta-bandeira da seguinte forma:
  1. em posição de "ombro arma", o porta-bandeira a conduz apoiada em seu ombro direito, inclinada, com o conto mais abaixo, mantendo, com a mão direita, o pano seguro na altura do peito e naturalmente caído ao lado recobrindo seu braço;
  2. desfilando em continência, o Porta-bandeira desfralda-a e posiciona-a verticalmente, colocando o conto no talabardão e, com a mão direita, cotovelo lançado para fora, auxiliada pela outra, segura a haste na altura do ombro.

O mastro da Praça dos Três Poderes




O mastro da bandeira do Brasil na Praça dos Três Poderes, em Brasília.(Imagem: Jhowcs)

Um exemplar especial da bandeira, com 280 metros quadrados de área, está permanentemente a cem metros de altura, no alto do mastro plantado na Praça dos Três Poderes, em Brasília. A construção em aço é considerada a maior do gênero no mundo, para bandeiras nacionais.

A substituição desta bandeira, que frequentemente se rasga pela ação do vento, é feita em solenidades especiais no primeiro domingo de cada mês,em datas nacionais, nos dias de cada uma das forças armadas,além do dia do ínicio de uma nova legislatura federal. O novo exemplar deve atingir o topo do mastro antes que o exemplar substituído comece a ser arriado. A cada hasteamento, a cerimônia é revezada pelos três ramos das Forças Armadas,juntamente com as forças de segurança pública do Distrito Federal.As bandeiras são fornecidas pelas unidades da federação,forças armaadas,além de entidades públicas ou privadas.

O mastro é uma estrutura cônica tubular com 24 tubos, dispostos ao redor de seções circulares centrais, e que se fecham na direção do vértice do cone, terminando em um tubo único de maior calibre que sustenta a bandeira. O número de tubos é representativo da quantidade de unidades da federação (estados) na época da construção do mastro, no início da década de 1970. Além da necessidade da imposição da bandeira nacional, a altura do mastro deve-se também em razão da necessidade que a bandeira ficasse acima das representações de cada poder, sendo o prédio central do Congresso Nacional o mais alto da praça,obrigou que a altura do mastro fosse superior a do ponto mais alto do prédio.



A lei federal 12.157, de 23 de dezembro de 2009, passa a obrigar o hasteamento da bandeira do Mercosul junto à bandeira do Brasil na Praça dos Três Poderes.

Críticas

Desde sua adoção pelo governo provisório em 1889, a então nova bandeira do Brasil recebeu duras críticas e suscitou polêmicas na imprensa diária, em livros e na tribuna parlamentar.

 Seja por seu apuro estético, em devido a argumentos subjetivos, como o uso simultâneo de tantas cores (verde, amarelo, azul e branco), bem como o fato de ser essa uma bandeira custosa e de difícil reprodução.

O lema "ordem e progresso" foi objeto de duros protestos por se relacionar com obscura seita oitocentista, o positivismo, que poucos iniciados fez no Brasil.

Segundo José Feliciado, que o defendeu, o lema simboliza os elementos dominantes na ocasião da proclamação da República, isto é, os positivistas. No entanto, o lema acabou por desagradar vários brasileiros, lenvando, até mesmo, ao uso de outras bandeiras que não a oficial.

Até hoje não há um consenso sobre a posição correta das estrelas na data e hora pretendidas. Além disso, críticos apontam a dificuldade de reproduzir fielmente o modelo proposto em lei, sendo muito comum encontrar bandeira brasileira em que as estrelas estejam confeccionadas de maneira errada – ou suas posições, ou suas grandezas ou mesmo sua quantidade. Questiona-se também a conveniência de haver algo escrito na bandeira, dificultando ainda mais sua fiel reprodução. Esses elementos, o círculo estrelado e o lema, obrigam a bandeira a ter seus dois lados exatamente iguais, exigindo maior quantidade de tecido e tornando assim mais cara ainda sua confecção.

Independentemente dos possíveis erros técnicos e a falta de praticidade, a atual bandeira brasileira conquistou o imaginário de sua população e é tida reconhecidamente como um símbolo nacional.

Outras bandeiras oficiais do Brasil

Fonte - Enciclopédia livre