Évora O TE é uma cidade portuguesa, capital do Distrito de Évora, e situada na região Alentejo e sub-região do Alentejo Central, com uma população de cerca de 41 159 habitantes.
É sede de um dos maiores municípios de Portugal, com 1307,04 km² de área e 54.780 habitantes (2008), subdividido em 19 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Arraiolos, a nordeste por Estremoz, a leste pelo Redondo, a sueste por Reguengos de Monsaraz, a sul por Portel, a sudoeste por Viana do Alentejo e a oeste por Montemor-o-Novo. É sede de distrito e de antiga diocese, sendo metrópole eclesiástica (Arquidiocese de Évora).
O seu centro histórico bem-preservado é um dos mais ricos em monumentos de Portugal, o que lhe vale o epíteto de Cidade-Museu. Em 1986, o centro histórico da cidade foi declarado Património Mundial pela UNESCO.
História
Évora e sua região circundante tem uma rica história que recua a mais de dois milênios, como demonstrado por monumentos megalíticos próximos como a Anta do Zambujeiro e o Cromeleque dos Almendres. Alguns povoados neolíticos desenvolveram-se na região, o mais próximo localizado no Alto de São Bento. Outro povoado deste tipo é o chamado Castelo de Giraldo, habitado continuamente desde o 3o milênio até o primeiro milênio antes de Cristo e de esporádica ocupação na época medieval. Escavações arqueológicas, porém, não demonstraram até agora se a área da actual cidade era habitada antes da chegada dos romanos.
Segundo uma lenda popularizada pelo humanista e escritor eborense André de Resende (1500-1573), Évora teria sido sede das tropas do general romano Sertório, que junto com os lusitanos teria enfrentado o poder de Roma. O que é sabido com certeza é que Évora foi elevada à categoria de municipium sob o nome de Ebora Liberalitas Julia, em homenagem a Júlio César.
Na época do Imperador Augusto (63 a.C. - 14 d.C.), Évora foi integrada à Província da Lusitânia e beneficiada com uma série de transformações urbanísticas, das quais o Templo romano de Évora - dedicado provavelmente ao culto imperial - é o vestígio mais importante que sobreviveu aos nossos dias, além de ruínas de banhos públicos.
O período visigótico corresponde a uma época obscura da cidade. Na época da dominação muçulmana, a cidade conheceu um novo período de esplendor económico e político, graças a sua localização privilegiada. As muralhas foram reconstruídas e um alcácer e uma mesquita foram construídos na área da acrópole romana.
A tomada de Évora aos mouros deu-se em 1165 pela acção do cavaleiro Geraldo Sem Pavor, responsável pela reconquista cristã de várias localidades alentejanas. Inaugurou-se assim uma nova etapa de crescimento da urbe, que chegou ao século XVI como a segunda cidade em importância do reino.
D. Afonso Henriques concedeu-lhe seu primeiro foral (carta de direitos feudais) em 1166, e estabeleceu na cidade a Ordem dos Cavaleiros de Calatrava (mais tarde Ordem de Avis). Entre os séculos XIII e XIV foi erguida a Sé Catedral de Évora, uma das mais importantes catedrais medievais portuguesas, construída em estilo gótico e enriquecida com muitas obras de arte ao longo dos séculos.
Além da Sé, na zona do antigo forum romano e alcácer muçulmano foram erguidos os antigos paços do concelho e palácios da nobreza local. A partir do século XIII instalam-se na cidade vários mosteiros de ordens religiosas nas zonas fora das muralhas, o que contribuiu para a formação de novos centros aglutinadores urbanos.
A área extra-muros contava ainda com uma judiaria e uma mouraria. O crescimento da cidade para fora da primitiva cerca moura levou à construção de uma nova cintura de muralhas no século XIV, durante o reinado de D. Dinis. As principais praças da cidade eram a Praça do Giraldo (originalmente Praça Grande) e o Largo das Portas de Moura e o Rossio.
A Praça do Giraldo, sede de uma feira anual desde 1275, também foi sede dos paços do concelho (desde o século XIV) e da cadeia. Com o tempo, especialmente a partir do século XVI, o Rossio passou a concentrar as feiras e mercados da cidade.
O século XVI corresponde ao auge de Évora no cenário nacional, transformando-se num dos mais importantes centros culturais e artísticos do reino. A partir de D. João II e especialmente durante os reinos de D. Manuel e D. João III, Évora foi favorecida pelos reis portugueses, que passavam longas estadias na urbe. Famílias nobres (Vimioso, Codovil, Gama, Cadaval e outras) instalaram-se na cidade e ergueram palácios. D. Manuel concedeu-lhe um novo foral em 1501 e construiu seus paços reais em Évora, em uma mistura de estilos entre o mudéjar, o manuelino e o renascentista.
D. João III ordenou a construção da Igreja da Graça, belo templo renascentista onde planeou ser sepultado, e durante seu reinado foi construído o Aqueduto da Água de Prata por Francisco de Arruda. Nessa época viveram na cidade artistas como o poeta Garcia de Resende, os pintores Frei Carlos, Francisco Henriques, Gregório Lopes, o escultor Nicolau de Chanterenne e eruditos e pensadores como Francisco de Holanda e André de Resende.
Em 1540 a diocese de Évora foi elevada à categoria de arquidiocese e o primeiro arcebispo da cidade, o Cardeal Infante D.Henrique, fundou a Universidade de Évora (afecta à Companhia de Jesus) em 1550. Um rude golpe para Évora foi a extinção da prestigiada instituição universitária, em 1759 (que só seria restaurada cerca de dois séculos depois), na sequência da expulsão dos Jesuítas do país, por ordem do Marquês de Pombal.
Nos séculos XVII e XVIII muito edifícios importantes foram reformados ou construídos de raiz em estilo maneirista ("chão"). No património da cidade destaca-se a capela-mor barroca da Sé, obra do arquitecto Ludovice, e os muitos altares e painéis de azulejos que cobrem os interiores das igrejas e da Universidade.
No século XIX, Évora passou por muitas transformações urbanísticas, algumas de discutível qualidade. Na Praça do Giraldo, a cadeia e os antigos paços do concelho manuelinos foram demolidos e em seu lugar foi levantado o edifício do Banco de Portugal, enquanto que a sede do concelho foi transferida ao Palácio dos Condes de Sortelha, na Praça do Sertório.
O Convento de S. Francisco também foi demolido (a igreja gótica foi poupada) e em seu lugar foi construído um novo quarteirão habitacional e um mercado.
No lugar do Convento de S. Domingos foi erguido o Teatro Garcia de Resende (c. 1892). As muralhas medievais foram em grande parte preservadas, mas das antigas entradas apenas a Porta de Avis foi mantida. No século XX foi construído um anel viário ao redor do perímetro da muralha, o que ajudou na seua preservação.
Évora é testemunho de diversos estilos e correntes estéticas, sendo ao longo do tempo dotada de obras de arte a ponto de ser classificada pela UNESCO, em 1986, como Património Comum da Humanidade.
Freguesias de Évora
- Bacelo
- Canaviais
- Horta das Figueiras
- Malagueira
- Nossa Senhora da Boa Fé
- Nossa Senhora da Graça do Divor
- Nossa Senhora da Tourega
- Nossa Senhora de Guadalupe
- Nossa Senhora de Machede
- Santo Antão
- São Bento do Mato
- São Mamede
- São Manços
- São Miguel de Machede
- São Sebastião da Giesteira
- São Vicente do Pigeiro
- Sé e São Pedro
- Senhora da Saúde
- Torre de Coelheiros
Geografia
Localização
O Concelho de Évora localiza-se em meio à grande planície alentejana, caracterizada por uma ondulação muito suave e altitude média de 240 metros. Com uma área de 1309 km², o concelho ocupa 5% da superfície da região do Alentejo. A área urbana de Évora abrange 1643 ha.
A paisagem da região de Évora caracteriza-se pelo cultivo extensivo de cereais, com manchas de pastagem e florestas de sobro a azinho. Vinhedos, olivais e arrozais também são parte da paisagem.
Arraiolos | Estremoz | |||
Montemor-o-Novo | Redondo | |||
Évora | ||||
Viana do Alentejo | Portel | Reguengos de Monsaraz |
Clima
O clima da cidade é de tipo mediterrânico, com chuvas distribuídas de maneira desigual ao longo do ano: a pluviosidade máxima registra-se no inverno, enquanto que os verões são quentes e secos.A temperatura média anual é de 16°C, mas as variações mensais de temperatura são grandes; as média mensal mais alta dá-se em Agosto (23,2°C) e a mais baixa em Janeiro (9,4°C).
Gráfico climático para Évora, Portugal | |||||||||||
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J | F | M | A | M | J | J | A | S | O | N | D |
88
13
6
|
86
14
7
|
57
16
8
|
56
18
9
|
38
22
11
|
29
26
14
|
8
30
16
|
4
30
16
|
27
27
16
|
69
22
13
|
80
16
9
|
85
13
7
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Temperaturas em °C • Precipitações em mm Fonte: allmetsat.com[2] |
Valores climáticos para Évora, Portugal | |||||||||||||
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Mês | Jan | Fev | Mar | Abr | Mai | Jun | Jul | Ago | Set | Out | Nov | Dez | Ano |
Média da temperatura máxima °C (°F) | 12.8 (55) | 13.7 (57) | 15.9 (61) | 17.8 (64) | 21.6 (71) | 26.2 (79) | 30.0 (86) | 30.2 (86) | 27.4 (81) | 21.7 (71) | 16.3 (61) | 13.1 (56) | 20,6 (69) |
Temperatura média diária °C (°F) | 9.5 (49) | 10.2 (50) | 11.8 (53) | 13.4 (56) | 16.4 (62) | 20.1 (68) | 23.0 (73) | 23.3 (74) | 21.6 (71) | 17.3 (63) | 12.7 (55) | 9.9 (50) | 15,8 (60) |
Média da temperatura mínima °C (°F) | 6.1 (43) | 6.7 (44) | 7.7 (46) | 8.9 (48) | 11.1 (52) | 14.0 (57) | 16.0 (61) | 16.3 (61) | 15.7 (60) | 12.9 (55) | 9.1 (48) | 6.6 (44) | 10,9 (52) |
Precipitação mm (polegadas) | 88 (3.46) | 86 (3.39) | 57 (2.24) | 56 (2.2) | 38 (1.5) | 29 (1.14) | 8 (0.31) | 4 (0.16) | 27 (1.06) | 69 (2.72) | 80 (3.15) | 85 (3.35) | 627 (24,69) |
Horas de luz solar | 148.8 | 149.7 | 201.5 | 219.0 | 285.2 | 300.0 | 362.7 | 347.2 | 252.0 | 204.6 | 159.0 | 142.6 | 2 272,3 |
Número médio de dias de chuva | 10 | 10 | 7 | 8 | 6 | 3 | 1 | 0 | 3 | 7 | 9 | 9 | 73 |
Fonte: allmetsat.com 6 de março de 2010 |
Demografia
Com uma população de mais de 50.000 habitantes, Évora é o principal aglomerado urbano da região. A tendência de crescimento é idêntica a de outras cidades portuguesas de mediano tamanho e é mais alto que o da região envolvente. Como outros centros urbanos portugueses, há uma tendência de movimento de população de povoados pequenos circundantes para Évora.
População do concelho de Évora (1801 – 2008) | ||||||||
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1801 | 1849 | 1900 | 1930 | 1960 | 1981 | 1991 | 2001 | 2008 |
18 620 | 16 995 | 25 563 | 35 903 | 50 095 | 51 572 | 53 754 | 56 519 | 54 780 |
Infraestrutura
Educação
- Básicas 2º e 3º Ciclo
- Escola Básica 2,3 André de Resende
- Escola Básica 2,3 de Santa Clara
- Escola Básica 2,3 Conde de Vilalva
- Secundárias
- Escola Secundária André de Gouveia
- Escola Secundária Gabriel Pereira
- Escola Secundária Severim de Faria
- Profissionais
- Escola Profissional da Região Alentejo
- Escola Profissional Bento de Jesus Caraça
- Centro de Formação Profissional de Évora
- Superiores
Smart grids
Em Portugal, o primeiro projeto de rede elétrica inteligente começou em abril de 2010 em Évora, com a instalação de 31 000 contadores inteligentes.Centro Histórico
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Património Mundial — UNESCO | ||||
Praça do Giraldo
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Informações | ||||
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Inscrição: | 1986 | |||
Localização: | Europa e América do Norte | |||
Critérios: | ii, iv | |||
Descrição UNESCO: | fr en |
- Templo romano de Évora: é um dos monumentos romanos mais importantes de Portugal. Situa-se no ponto mais alto da cidade e foi parte do forum romano. Pensa-se que foi criado por volta do século I para homenagear o Imperador Augusto, mas mais tarde passou a ser conhecido erradamente por Templo de Diana.
- Sé Catedral: construída entre os séculos XIII e XIV em estilo gótico, é uma das catedrais medievais mais importantes do país, com plano inspirado na Sé de Lisboa românica. No século XIV foi construído um claustro e foram esculpidas as estátuas dos apóstolos do portal principal, obra-prima da escultura medieval portuguesa. No século XVIII a capela-mor foi reconstruída em exuberante estilo barroco.
- Igreja de São Francisco: foi reconstruída a partir do reinado de D. João II e terminada na época de D. Manuel. Sua arquitectura e decoração mistura os estilos gótico, mudéjar e manuelino. A nave única, coberta por uma imensa abóbada de pedra, é uma obra-prima da arquitectura gótica portuguesa.
- Capela dos Ossos: situada na Igreja de São Francisco, foi construída no século XVIII e é inteiramente forrada com ossos humanos. É conhecida pela famosa frase escrita à entrada "Nós ossos que aqui estamos pelos vossos esperamos"
- Palácio de D. Manuel: do paço construído na cidade por este rei nos inícios do século XVI sobreviveu a chamada Galeria das Damas, em que se misturam influências do gótico-mudéjar, manuelino e renascentista.
- Convento dos Lóios: a igreja e o claustro do convento são bons exemplos do gótico-mudéjar e manuelino em Évora. Actualmente o convento abriga uma pousada.
Câmara Municipal de Évora
O actual presidente da Câmara Municipal de Évora é José Ernesto Ildefonso Leão de Oliveira, eleito com maioria relativa em lista do Partido Socialista a 11 de Outubro de 2009. É o seu terceiro mandato à frente da câmara.Geminações
Évora tem acordos de parceria com várias cidades e tem múltiplos acordos como cidade gémea (português europeu) ou cidade-irmã (português brasileiro) com as seguintes cidades:- Angra do Heroísmo, Portugal - 8 de Dezembro de 1988.
- Sines, Portugal - (sem data).
- Chartres, France - desde 2003.
- Ilha de Moçambique, Moçambique - 15 de Fevereiro de 1997.
- Suzdal, Rússia - 8 de Outubro de 1986.
- Tønsberg, Noruega - (sem data).
Infra-estruturas
Évora prepara-se para receber inúmeros investimentos, incluindo a construção de um novo Centro Comercial (Évora Shopping)e de um Retail Park, a contrução de uma nova fábrica aeronáutica (Embraer), a construção de um novo Hospital Central de Évora, a criação de uma linha de TGV que a unirá Lisboa a Madrid e restante Europa (com estação em Évora), a restauração da parte principal da cidade (entre o Templo Romano e a Sé Catedral) e que é parte integrante do projecto Acrópole XXI, a modernização e renovação entre Casa Branca e Évora (Linha de Évora) e que é parte integrante da Ligação Ferroviária de Mercadorias Sines – Elvas, assim como a modernização e renovação de várias infra-estruturas já existentes na cidade.
Fonte - Enciclopédia livre
Fonte - Enciclopédia livre