o mar do poeta

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sábado, junho 4

E- CIGARRO ELETRÔNICO









O cigarro eletrônico, também chamado de e-cigarro, e-cig ou e-cigarrette é um aparelho mecânico-eletrônico desenvolvido com o objetivo de simular um cigarro e o ato de fumar.

É um dispositivo que produz vapor inalável com ou sem nicotina, apresentando diversos sabores (ex: tabaco, café, frutas, etc.) e podendo servir como uma alternativa ao fumante, pois, além de entregar nicotina, também proporciona sabor e sensação física semelhante a da fumaça do tabaco inalado, embora não haja tabaco, combustão e fumaça.

Também, o cigarro eletrônico imita o hábito de fumar, o que para muitos fumantes é um dos obstáculos para o sucesso em parar de fumar tabaco.

O modelo clássico do cigarro eletrônico é visualmente muito parecido com o produto verdadeiro, ou seja, possui a mesma cor branca e amarela, o mesmo formato e até a ponta simula estar acesa quando tragado.

Contudo, existem diversos modelos disponíveis no mercado, sendo que o chamado cigarro eletrônico vai além de oferecer uma alternativa ao fumante de cigarros convencionais, pois já existem dispositivos em forma de charutos, cigarrilhas, cachimbo, entre outros muitos formatos.

Atualmente, a maioria dos cigarros eletrônicos disponíveis para venda são reutilizáveis e contém peças de reposição e/ou recarregáveis. Porém, é possível também encontrar cigarros eletrônicos totalmente descartáveis, sendo usados mais como uma versão de testes.

Componentes e funcionamento

O cigarro eletrônico é constituído basicamente de três partes: uma bateria com alguns componentes eletrônicos, um vaporizador (também chamado atomizador) e um cartucho, sendo que funciona da mesma forma que os adesivos e chicletes de nicotina, entregando aos poucos esta substância ao fumante.

Na maioria dos modelos, a bateria dos cigarros eletrônicos está ligada a um sensor que detecta a sucção realizada pelo usuário, a qual ativa o atomizador e inicia a vaporização do líquido contido no cartucho (chamado e-líquido ou e-suco), sendo então inalado pelo usuário.

Ainda, esse sensor ativa um LED (pequeno dispositivo luminoso), geralmente de cor laranja, localizado na ponta do cigarro. Com isso, o cigarro eletrônico simula muito bem o real ato de fumar. Para entender melhor como o cigarro eletrônico funciona, assista ao vídeo da referência número 10.

E-liquido

O e-líquido ou e-suco (e-liquid ou e-juice, em inglês) é um líquido mais viscoso do que a água, apresenta uma alta tensão superficial e tem a propriedade de ser facilmente vaporizado, sendo, portanto, usado como veículo para a nicotina chegar aos pulmões.

Na maioria dos e-líquidos o principal componente é o propilenoglicol, seguido de glicerina, água, nicotina e flavorizantes, os quais dão o sabor e aroma. Os e-líquidos não apresentam, desse modo, alcatrão, monóxido de carbono e nenhuma das outras substâncias comumente encontradas em produtos do tabaco.

Propilenoglicol: a FDA (The Food and Drug Administration), o equivalente a nossa ANVISA nos Estados Unidos, há muito tempo reconheceu que esta substância é segura para o uso humano em alimentos, cosméticos e em medicamentos (incluído os inalatórios), sendo largamente usado por diversos ramos da indústria.

Entre outros exemplos, esta substância é usada como solvente para corantes alimentícios e flavorizantes, como conservante de alimentos, como anticongelante não tóxico, como hidratante em medicamentos e cosméticos, em pastas de dentes, enxaguatórios bucais, como fixador para perfumes e é também usado em máquinas que simulam fumaça.

No e-líquido, o propilenoglicol é usado para produzir vapor e carregar o sabor e aroma, sendo que a intoxicação por inalação do propilenoglicol não se mostra preocupante.

Ainda, o propilenoglicol não causa sensibilização e não apresenta qualquer evidência de ser uma substância cancerígena, contudo alguns indivíduos podem apresentar alergia a este componente.

Glicerina: também chamada de glicerol, é uma substância higroscópica, inodora, viscosa e de sabor adocicado, sendo usada amplamente pela indústria como umectante, solvente, amaciante e agregante em alimentos e bebidas e na área médica, hospitalar e farmacêutica em pomadas, loções, elixires, xaropes, anestésicos, etc.

O glicerol é reconhecido como seguro para o consumo humano desde 1959, podendo ser utilizado em diversos produtos alimentícios para os mais diversos propósitos. Vários estudos mostraram que uma grande quantidade de glicerol (sintético ou natural) pode ser administrada sem aparecimento de qualquer efeito adverso à saúde.

Água: geralmente água destilada é usada nos e-líquidos.

Nicotina: substância alcalóide básica semelhante à cafeína contida no café, líquida e de cor amarela, encontrada em certos tipos de plantas, principalmente no tabaco, mas também é detectada em pequenas quantidades no tomate, batata, berinjela, couve-flor, em alguns chás, entre outros. Quando consumida através do tabaco, manifesta-se de duas maneiras distintas: tem um efeito estimulante e, após algumas tragadas profundas, tem efeito tranquilizante, bloqueando o stress.

Seu uso causa dependência psíquica e física, provocando sensações desconfortáveis na abstinência. Em doses excessivas, é extremamente tóxica: provoca náuseas, dor de cabeça, vômitos, convulsão, paralisia e até a morte. A dose letal (LD50) é de 0,4 mg/kg em adultos.

Flavorizantes: são substâncias (naturais ou sintéticas) ou misturas que adicionadas a um alimento ou medicamento lhes conferem um sabor e aroma característicos. Podem ser naturais (óleos essenciais extraídos de plantas e sabores naturais de frutas) ou artificiais (álcoois aromáticos, aldeídos, bálsamos, fenóis, terpenos, etc.). São largamente usados pela indústria alimentícia e farmacêutica.

Relações com a saúde

O tabagismo, ou seja, o ato de fumar tabaco é um problema sério de saúde no mundo, pois:

Com mais de 4.700 substâncias tóxicas, 60 das quais são conhecidas ou suspeitas de causar câncer, o tabagismo afeta negativamente a todas as partes do corpo humano;

Aproximadamente 47% de toda a população masculina e 12% da população feminina no mundo fumam. Enquanto nos países em desenvolvimento os fumantes constituem 48% da população masculina e 7% da população feminina, nos países desenvolvidos a participação das mulheres mais do que triplica: 42% dos homens e 24% das mulheres têm o comportamento de fumar;

Há 1,1 bilhões de fumantes de tabaco no mundo, e se a tendência atual continuar, esse número deverá aumentar para 1,6 bilhões até 2025;

Os 10 países que mais tem fumantes de tabaco no mundo são: China, India, Indonesia, Russia, Estados Unidos, Japão, Brasil, Bangladesh, Alemanha e Turquia. Estes países representam dois terços da população de fumantes do mundo;

Em todo o mundo cerca de 10 milhões de cigarros são adquiridos por minuto, 15 bilhões de cigarros são vendidos a cada dia e 5 trilhões de cigarros são produzidos e usados anualmente;

O tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a principal causa de morte evitável em todo o mundo;

Já o tabagismo passivo é considerado a 3ª maior causa de morte evitável no mundo, subseqüente ao tabagismo ativo e ao consumo excessivo de álcool. Um estudo feito pela "Revista Britânica de Medicina" (British Medical Journal), de agosto de 2004, relatou que um cigarro libera 10 vezes mais poluição no ar do que um motor a diesel;

Em 1993, a Environmental Protection Agency (Agência de Proteção do Meio-Ambiente) categorizou o fumo passivo em Grupo A - a forma mais grave – juntamente com outros muitos carcinógenos, como o arsênico, gás mostarda e amianto;

O tabagismo passivo gera um risco 30% maior de câncer de pulmão e 24% maior de infarto do coração do que os não-fumantes que não se expõem;

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), O total de mortes devido ao uso do tabaco atingiu a cifra de 4,9 milhões de mortes anuais, o que corresponde a mais de 10 mil mortes por dia. Caso as atuais tendências de expansão do seu consumo sejam mantidas, esses números aumentarão para 10 milhões de mortes anuais por volta do ano 2030, sendo metade delas em indivíduos em idade produtiva (entre 35 e 69 anos);

No Brasil, segundo dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer), o tabagismo é diretamente responsável por 30% das mortes por câncer em geral, 90% das mortes por câncer de pulmão e 25% das mortes por doença coronariana;

O tabaco mata mais americanos que a Aids, drogas, homicídios, incêndios e acidentes de carro juntos;

O tabagismo gera uma perda mundial de 200 bilhões de dólares por ano, sendo que a metade dela ocorre nos países em desenvolvimento.

Este valor, calculado pelo Banco Mundial, é o resultado da soma de vários fatores, como o tratamento das doenças relacionadas ao tabaco, mortes de cidadãos em idade produtiva, maior índice de aposentadorias precoces, aumento no índice de faltas ao trabalho e menor rendimento produtivo;

Anualmente, o tabagismo custa somente aos Estados Unidos mais de 97 bilhões em perda de produtividade ("pausas para fumar") e mais de 96 bilhões em despesas de saúde;

Se uma pessoa fumar um maço de cigarros de tabaco por dia durante 50 anos (média de idade de começar a fumar tabaco é 13), ela irá gastar cerca de 109.500 dólares em cigarros de tabaco, em comparação com 122.220 dólares em mantimentos durante o mesmo período;

Nos Estados Unidos, todos os anos os incêndios iniciados por cigarros são responsáveis por mais de US 6 bilhões em custos sociais e danos diretos, cerca de 2.500 feridos e mais de 1.000 mortes. Um em cada quatro incêndios florestais são causados por cigarros de tabaco;

Para uma pessoa conseguir ter sucesso em parar de fumar, em média, são necessárias de seis a oito tentativas. Todos os anos, 45% das pessoas que fumam vão parar de fumar por somente um dia, sendo que menos de 3% conseguirão não voltar mais a fumar;

Somente nos Estados Unidos, fumantes gastaram cerca de 3 bilhões no mundo em 2008 em produtos para parar de fumar. Em 2002 esta quantia foi de 1,4 bilhões. Ainda assim, os produtos existentes para parar de fumar são conhecidos por serem somente cerca de 5% eficazes, sendo que 80% das vendas desses produtos são feitas para os utilizadores habituais de nicotina;

90% dos fumantes começam a fumar antes dos 19 anos de idade.

Seduzir os jovens faz parte de uma estratégia adotada por todas as companhias de tabaco visando reabastecer as fileiras daqueles que deixam de fumar ou morrem, por outros consumidores que serão aqueles regulares de amanhã;

No Brasil um estudo foi realizado entre escolares de 12 capitais brasileiras, nos anos de 2002 e 2003, e encontrou uma prevalência de experimentação variando de 36 a 58% no sexo masculino e de 31 a 55% no sexo feminino, entre as cidades.

De acordo com o mesmo estudo, a prevalência de escolares fumantes atuais variou de 11 a 27% no sexo masculino e 9 a 24% no feminino;

O risco de infarto do miocárdio, embolia pulmonar e tromboflebite em mulheres jovens que usam anticoncepcionais orais e fumam chega a ser 10 vezes maior que o das que não fumam e usam este método de controle da natalidade.

As fumantes que fazem uso de contraceptivos orais apresentam risco para doenças do sistema circulatório, aumentando em 39% as chances de desenvolver doenças coronarianas e 22 % a de acidentes vasculares cerebrais;

Mulheres fumantes que não usam métodos contraceptivos hormonais reduzem a taxa de fertilidade de 75% para 57%, devido ao efeito causado pelas toxinas do cigarro no ovário;

Calcula-se que o tabagismo seja responsável por 40% dos óbitos nas mulheres com menos de 65 anos e por 10% das mortes por doença coronariana nas mulheres com mais de 65 anos;

Mulheres fumantes de dois ou mais maços de cigarros por dia têm 20 vezes mais chances de morrer de câncer de pulmão do que mulheres que não fumam;

Fumar durante a gravidez traz sérios riscos. Abortos espontâneos, nascimentos prematuros, bebês de baixo peso, mortes fetais e de recém-nascidos, complicações com a placenta e episódios de hemorragia (sangramento) ocorrem mais frequentemente quando a grávida é fumante.

Tais problemas se devem, principalmente, aos efeitos do monóxido de carbono e da nicotina exercidos sobre o feto, após a absorção pelo organismo materno. Um único cigarro fumado pela gestante é capaz de acelerar em poucos minutos os batimentos cardíacos do feto, devido ao efeito da nicotina sobre seu aparelho cardiovascular.

Quanto ao cigarro eletrônico, apesar de os efeitos na saúde de seu uso não serem totalmente conhecidos no campo científico, vários estudos têm demonstrado que este dispositivo apresenta enorme vantagens em relação ao cigarro de tabaco, pois, justamente por não possuir tabaco ou combustão, apresentando somente a nicotina, traz uma série de benefícios:

Não compromete o olfato e o paladar;

Não causa escurecimento dos dentes, inflamação das gengivas e mau hálito;

Não causa envelhecimento da pele (rugas);

Não deixa mau cheiro na pessoa que fuma e no ambiente em que ela está fumando;

Não compromete o fôlego;

Não causa pigarro ("catarro");

Não causa tosse crônica;

Não promove risco de incêndio;

Não polui o meio ambiente com bitucas;

Não provoca doenças relacionadas ao cigarro de tabaco como: pneumonia, câncer (pulmão, bexiga, laringe, faringe, esôfago, boca, estômago), infarto de miocárdio, bronquite crônica, enfisema pulmonar, derrame cerebral, trombose, úlcera digestiva, impotência sexual, etc.;

Não expõe outras pessoas aos riscos da fumaça do tabaco (fumantes passivos);

Vários estudos não conseguiram provar que a nicotina isolada, como em medicamentos usados na terapia de reposição de nicotina, promova significativo malefício ao sistema cardiovascular. Além disso, alguns estudos sugeriram que a nicotina parece ser benéfica de várias formas, como, por exemplo, na estimulação da recuperação de danos cerebrais na Doença de Parkinson e Alzheimer;

O propilenoglicol, principal constituinte do e-líquido usado no cigarro eletrônico, possui conhecidas propriedades bactericidas e antivirais, podendo proteger os fumantes de cigarro eletrônico de gripes e infecções respiratórias, enquanto que o cigarro de tabaco duplica o risco de morte em uma epidemia de gripe;

Por ultimo, é mais barato que o cigarro de tabaco.

Dentre os estudos que se destacaram, o pioneiro “Safety Report on the Ruyan® e-cigarette Cartridge and Inhaled Aerosol” conduzido na Nova Zelândia com ajuda do Canadá no ano de 2008 pelo Dr. Murray Laugesen evidenciou que o cigarro eletrônico, desenhado para ser uma alternativa segura ao tabagismo, “é muito seguro em relação aos cigarros de tabaco e também muito seguro em termos absolutos em todas as medidas que temos aplicado neste estudo”.

Ainda, o mesmo pesquisador realizou outros estudos e debates, em que confirmou a segurança do cigarro eletrônico, provando cientificamente mais uma vez que o cigarro eletrônico não possui quaisquer níveis tóxicos de substâncias maléficas à saúde humana.

Contudo, neste mesmo contexto, em maio de 2009, a Food and Drug Administration (FDA) realizou um estudo que testou o conteúdo de 18 variedades de cartuchos do cigarro eletrônico produzidos por dois fornecedores norte-americanos (NJoy e Smoking Everywhere) e encontrou nos resultados traços da substância dietilenoglicol em um dos cartuchos fabricados pela Smoking Everywhere, além de traços de nitrosaminas específicas do tabaco (TSNAs), conhecidas agentes causadoras de câncer, em todos os cartuchos de uma das marca e em dois dos cartuchos da outra marca.

O estudo, ainda, descobriu que os níveis de nicotina real nem sempre corresponderam à quantidade de nicotina que os cartuchos diziam conter. Ainda, a análise encontrou vestígios de nicotina em alguns cartuchos que diziam ser sem nicotina e outras preocupações foram levantadas sobre níveis inconsistentes de nicotina entregues quando em uso do dispositivo.

Com isso, em julho de 2009, a FDA emitiu um comunicado de imprensa desencorajando o uso de cigarros eletrônicos, repetindo as preocupações anteriormente citadas, afirmado que os cigarros eletrônicos podem ser atrativos ao público jovem e que não possuem advertências adequadas em relação ao risco para a saúde.

Porém, o estudo supracitado de 2008 do Dr. Murray Laugesen já havia concluído que os traços de TSNAs encontrados no cigarro eletrônico não chegam perto de atingirem níveis cancerígenos e que as mesmas quantidades de TSNAs são encontradas nos medicamentos para terapia de reposição de nicotina já aprovados pela própria FDA, tais como a goma de mascar com nicotina.

Ainda, o estudo de 2009 do mesmo autor mostrou que o escore de emissão de tóxicos, que é baseado em 59 substâncias tóxicas, foi de 0 (zero) para o cigarro eletrônico, em contraste com 126 para a marca de cigarro Marlboro e de mais de 100 para outras marcas.

Além do Dr. Murray Laugesen, várias pessoas e organizações questionaram o estudo da FDA e entraram em defesa do cigarro eletrônico: “um grupo de proeminentes médicos e pesquisadores de tabaco, incluindo o Dr. Michael Siegel da Boston University School of Public Health, o Dr. Joel Nitzkin da The American Association of Public Health Physicians (AAPHP) Tobacco Control Task Force e o Dr. Brad Rodu, Endowed Chair da Tobacco Harm Reduction Research University of Louisville, desafiaram a FDA a fornecer os dados completos do estudo quantitativo sobre as quais a FDA baseou a sua advertência contra o cigarro eletrônico.

Eles ainda afirmaram estar preocupados com a possibilidade de que a FDA falsamente teria incriminado os cigarros eletrônicos através de uma apresentação parcial dos dados científicos, provocando um impacto negativo significativo sobre a percepção pública dos cigarros eletrônicos, enquanto a melhor evidência disponível tem demonstrado que os dispositivos oferecem grande potencial para reduzir graves problemas de saúde entre os fumantes de tabaco tradicional”.

Somando a isso, segundo o Professor Carl Philips do Instituto Tobacco Harm Reduction da University of Alberta, Canada: “não há absolutamente nenhuma dúvida de que o cigarro eletrônico é uma alternativa mais segura que o cigarro de tabaco”, “ nós estimamos que provavelmente o cigarro eletrônico é 99% menos nocivo do que o cigarro de tabaco” e “os benefícios da mudança do cigarro de tabaco para o cigarro eletrônico são quase os mesmos benefícios de parar de fumar, sendo que isso se aplica também aos medicamentos usados para a terapia de reposição de nicotina, como a goma de mascar de nicotina.

Se um fumante de cigarro de tabaco consegue mudar para o cigarro eletrônico, os benefícios são aproximadamente os mesmos do que parar de fumar: eles reduzem o risco de câncer, eles reduzem os riscos de doenças cardiovasculares, eles se livram dos problemas nos pulmões e nas vias aéreas e assim por diante.

Neste caso a mudança é tão boa quanto parar de fumar, pois do ponto de vista da saúde não há motivos para se preocupar com a diferença entre parar de fumar e usar cigarro eletrônico”.

Ainda, sobre os achados do estudo feito pela FDA, o professor afirma que “não há nenhum significado dessas descobertas a partir de qualquer ponto de vista científico ou de saúde. Já do ponto de vista político o fato de eles terem feito isso foi bastante significativo.

Assim, no primeiro ponto, o fato de existir no cigarro eletrônico quaisquer níveis detectáveis de quaisquer moléculas que podem ser encontradas na planta do tabaco não é de maneira alguma surpreendente.

Considerando que a nicotina é extraída da planta do tabaco, a detecção de traços de moléculas contaminantes no cigarro eletrônico significa que, basicamente, qualquer molécula encontrada na planta do tabaco que é pequena o suficiente para ser um contaminante será também encontrada no cigarro eletrônico e, além disso, vai também ser encontrada no Nicoderm, Nicorette e em qualquer produto que contenha nicotina extraída da planta do tabaco.

Então isso é completamente sem sentido, pois a quantidade de nitrosaminas encontradas no cigarro eletrônico foi tão extremamente menor do que aquela encontrada no cigarro de tabaco, que essa informação sequer importa, já que essa quantidade não causa nenhum risco importante de câncer”.

Por ultimo, a Electronic Cigarette Association se pronunciou dizendo que o teste da FDA foi muito limitado para chegar a conclusões válidas e confiáveis.

Para provar isso, contratou a companhia Exponent Inc. para revisar o estudo feito pela FDA. Sendo assim, após análises, a Exponent Inc. evidenciou que o estuda da FDA, “em resumo, sofre de diversas limitações, que somadas resultam na falha em adequadamente apoiar os efeitos adversos do cigarro eletrônico na saúde e suas consequências, em comparação com medicamentos para terapia de reposição de nicotina já aprovados pela própria FDA no passado”.

Assim a Exponent Inc., concluiu que o estudo feito pela FDA não tinha fundamentos para apoiar as reivindicações dos potenciais efeitos adversos para a saúde no uso de cigarros eletrônicos.

Como se isso não bastasse, a FDA classificou os cigarros eletrônicos como sendo dispositivos de liberação de drogas, estando sujeitos à regulamentação sob a Lei de Alimentos, Medicamentos e Cosméticos (FDCA) para serem importados e vendidos nos Estados Unidos.

Em seguida esta classificação feita pela FDA foi contestada nos tribunais e anulada pelo juiz Richard J. Leon, citando que "os dispositivos devem ser regulamentados como os produtos do tabaco, em vez de drogas e medicamentos”.

Em março de 2010, o Tribunal de Recursos dos EUA suspendeu a liminar na pendência de um recurso, durante o qual a FDA argumentou o direito de regulamentar os cigarros eletrônicos com base em sua capacidade anterior para regulamentar terapias de reposição de nicotina, como goma de nicotina ou adesivos.

Além disso, a agência argumentou que a legislação do tabaco aprovada no ano anterior "expressamente exclui da definição de ‘produto do tabaco’ qualquer dispositivo que seja uma droga ou produto combinado e prevê que estes objetos devem ser regulamentados no âmbito das disposições pré-existentes da FDCA (Federal Food, Drug, and Cosmetic Act)".

Em 7 de Dezembro de 2010, o tribunal de apelações decidiu contra o FDA em uma unânime votação de 3-0, decidindo que a FDA só pode regulamentar os cigarros electrónicos como produtos de tabaco, e, portanto, não pode bloquear as suas importações.

O juiz decidiu que tais dispositivos estariam sujeitos à legislação da droga apenas se comercializados para uso terapêutico (os fabricantes de cigarros electrónicos com sucesso comprovaram que seus produtos eram destinados a fumantes e não para pessoas que pretendem deixar de fumar). Hoje, o cigarro eletrônico é legal nos Estados Unidos, mas pode estar sujeito à legislação no âmbito estadual.

No Brasil, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) decidiu que “Fica proibida a comercialização, a importação e propaganda de quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar, conhecidos como cigarros eletrônicos, e­cigarretes, e­ciggy, ecigar, entre outros, especialmente os que aleguem substituição de cigarro, cigarrilha, charuto, cachimbo e similares no hábito de fumar ou objetivem alternativa no tratamento do tabagismo”.

Sendo assim, mais estudos precisam ser feitos para comprovar se há riscos à saúde pelo consumo de cigarro eletrônico, se esse eventual risco é maior ou menor que o risco dos cigarros de tabaco e, finalmente, se os cigarros eletrônicos poderiam ser usados como estratégia para parar ou diminuir o fumo.


Fontes - Enciclopédia livre
Fotos e instruções dos cigarros elect^rônicos, da autoria do articulista.
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O articulista, na sua ida a Chi Hoi, República Popular da China, comprou uma caixa de cigarros electrônicos, a qual contem 11 boquilhas, dois carregadores de energia, um, para com USB, para carregar através do pc e um outro para ser ligado ao isqueiro de qualquer viatura automóvel.
 
Embora os peritos de saúde, digam que este tipo de cigarros, é óptimo para se deixar de fumar, e que não apresenta qualquer perigo para a saúde, antes pelo contrário, mas, o articulista não irá fazer uso deste tipo de cigarros, sem primeiro consultar seu médico cardiologista.
 

terça-feira, maio 31

O JOGO DO PIÃO E SUA HISTÓRIA




 

 

Pião

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Este objeto moderno representa o sistema natural em que os piões giram, sempre dependentes de um material que os una ao chão e que os permitam rodar.


Pião (ou pinhão, como é chamado em algumas partes do Brasil, em corruptela de pião; xindire, em Maputo; n'teco, em Nampula e mbila, no Niassa, em Moçambique) é o nome dado em português aos vários tipos de brinquedo que consistem, na brincadeira clássica e antiga, em puxar uma corda enrolada a um objecto afunilado, geralmente de madeira ou plástico e com uma ponta de ferro, colocando-o em rotação no solo, mantendo-se erguido. Atualmente, há novos materiais para piões e esses materiais permitem girá-los sem a utilização de uma corda.

Nos piões mais antigos, a corda é o intermerdiário que transmite a força motriz dos braços, fazendo girar o pião em movimentos circulares em torno do próprio eixo que, em equílibro, gira (por causa da inércia) até perder sua força e parar.

Os piões mais simples são feitos de plástico ou madeira e giram apenas com a força dos dedos (sem o auxílio e cordas ou molas), até pararem devido ao atrito com a superfície. Quanto mais rápido o pião estiver girando, mais equilibrado ele fica. Dependendo da superfície o pião pode não girar corretamente.

Ao longo da história, seu uso vem variando da mais simples brincadeira de criança até instrumento de adivinhação e xamanismo. De fato, acredita-se que esta brincadeira (jogo), de origem arcaica, está associada com rituais de adivinhação e interpretação de presságios em certas épocas do ano, utilizando-se o pião para recriar o movimento dos astros, dando possivelmente como fruto a perinola.

Para as comunidades hispânicas (e também do Japão e anglófonas) existe uma ligeira variante do pião, chamada de trompo, na verdade o mesmo pião com um corpo mais bojudo, cuja nomenclatura pode variar segundo o lugar e a época.

Existem também múltiplas denominações derivadas do termo "pião", consideradas incorretas em espanhol.

Nos países lusófonos, entretanto, é adotado o termo pião para designar este brinquedo.

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Freestyle.

Foi um dos brinquedos mais populadores e difundidos na América Latina e no sul da Espanha, sendo substituído gradativamente por jogos/brinquedos das novas gerações.

Sem dúvida, na tentativa de subsistir a tradição, os fabricantes de piões revolucionaram o conceito: atualmente encontram-se piões impulsionados por molas e métodos de fricção diferentes da corda. Novos modelos de piões, como o Beyblade e o Levitron, ainda possuem certa vigência no mercado e tem se desenvolvido uma estrutura em torno deles que vão das tradicionais brincadeiras até elaboradas competições freestyle.

 

História

A origem do pião é incerta ainda que se tenha conhecimento de sua existência desde o ano 4000 a.C., já que foram encontrados alguns exemplares, elaborados com argila, nas margens do rio Eufrates. Há vestígios de piões em pinturas antigas e em alguns textos literários que citam o brinquedo/jogo. É citado também nos textos de Marco Porcio Catón, político e historiador romano. Além disso, o pião aparece nos escritos de Virgílio, destacando-se em sua obra Eneida (século I a.C.).

Da mesma forma, se tem encontrado piões pertencentes à civilização romana. No Museu Britânico, é conservado o pião mais antigo do mundo, encontrado em Tebas e datado de 1250 a.C..


Pião de plástico nada convencional, que vinha gratuitamente numa promoção do Sucrilhos Kellog's.

A Platão o pião servia como metáfora do movimento e Aristófanes se confessava aficionado pelo objeto. O poeta romano Ovídio também menciona o pião em seus poemas. Aulus Persius Flaccus (34 - 62), outro poeta romano, dizia que "em sua infância teve mais afeição ao pião do que aos estudos".

Durante umas escavações realizadas em Tróia foram encontradores alguns piões feitos de barro e outros exemplares têm sido desenterrados em Pompéia.

Os romanos e os gregos tinham este elemento como brinquedo. No entanto, as culturas do Oriente - China e Japão - foram os responsáveis por sua introdução no Ocidente.



No Japão, adultos e crianças brincam (jogam) com o pião convertendo este aspecto lúdico a uma verdadeira arte e desta forma executam numerosos espetáculos, dentre estes destaca-se aquele em que, juntamente depois de lançar o pião, utilizando um tipo de fita para fazê-lo bailar na palma das mãos ou em tábuas duplas passando de uma a outra.

Também há diversos exemplares de piões no México e na Argentina que são testemunhos de sua permanência no tempo.

Alguns pintores têm utilizado piões como motivo em seus quadros, como o espanhol González Ruiz (1640 - 1706), que em sua obra Catedral de Toledo demonstra uma partida de piões. O pintor e gravador chileno, Pedro Lobos (1919 - 1968) utilizou em seus temas o pião. O alemão Manfred Bluth, em sua obra Quadro Familiar (1979), de óleo sobre lona, incorpora em primeiro plano um pião musical.

Poetas chilenos têm se inspirado neste brinquedo, como Homero Arce (1901 - 1977), Alejandro Galaz (1905 - 1938), que escreveu Romance de la infância ou trompo de 7 colores ("Romance da infância ou pião de sete cores", em português), Victoria Contreras Falcón (1908 - 1944) que escreveu Trompo dormido ("Pião adormecido", traduzido), ou ainda María Cristina Menares, com Danza del trompo multicolor ("Dança do pião multicolorido", traduzido), incluído em seu livro de poemas para crianças Lunita Nueva ("Luazinha nova", traduzido).

Cita-se ainda, o peruano José Diez Canseo que escreveu em seus Estamapas Mulatas em 1951 o conto El Trompo, onde narra como Chupitos, um menino de dez anos, joga o pião com seus vizinhos no bairro de Rímac em Lima.

Além disso, existem selos postais que representam este jogo no Brasil (1979), Argentina (1938), Suíça (1986), Espanha (1989) e Portugal (1989).

O pião tem sido considerado como um dos brinquedos mais populares e conhecidos entre os adolescentes até o final da década de 1980.

Atualmente, como a maior parte dos jogos tradicionais, está desaparecendo.

Graças ao aparecimento de outros tipos de piões como o beyblade e o levitron, ainda possui certa vigência na indústria de brinquedos.

Além disso, têm sido incorporadas novidades em seu desenho visando facilitar seu uso, como os PowerStart, que em sua parte superior possuem um aparato no qual é inserido um dispositivo dotado de um sistema que, ao ser retirado, produz uma força de giro no pião deixando-o cair, evitando o desgaste de ter que recolocar (enrolar) o cordão inúmeras vezes.

Brasil e Portugal

As tradições de jogo do pião e ainda mesmo em jogos de adivinhação, são bastante semelhantes nos dois países lusófonos, como demonstram os estudos dos portugueses Jaime Lopes Dias (Etnografia da Beira, VI, 166-167); Augusto César Pires de Lima (Jogos e Canções Infantis, 26-27) e Rocha-Mandahil que, na "Revista Lusitana" (vol. XXVI, Porto, 1927) registrou ter o Arcebispo de Braga e irmão bastardo de Dom João V, Dom Jorge (1703-1756) jogado de modo entusiasmado o pião; e do brasileiro Aluísio de Almeida (in: Revista do Arquivo Municipal, CVIII, São Paulo, 1946) – como regista o folclorista brasileiro Luís da Câmara Cascudo.

Interessante cantiga evoca o pião e sua capa (o barbante), cantada em Portugal:
Para andar lhe pus a capa
E tirei-lha para andar,
Que ele sem capa não anda,
Nem com ela pode andar,
Com capa não dança,
Sem capa não pode dançar;
Para dançar se bota a capa,
Tira-se a capa para dançar.
Teófilo Braga, in "Eras Novas" ("As Adivinhas Portuguesas", p. 254)
Também no Brasil uma adivinhação brota do desafio entre dois cantadores, onde Zefinha de Chabocão argüi a Jerônimo de Junqueira:
Gerome, tu pra cantar
Fizeste pauta c’o Cão…
Que é o passo que tem
Nos altos do teu sertão,
Que dança só enrolado
E sorto não dança não.
Dança uma dança firmada
C’um pá sentado no chão?
  • Sobre o caso do Arcebispo Dom Jorge, registou José Reis (1742):
«O pião, no qual se simboliza o ímpio e vingativo, é fabricado do coração do pau mais duro. Arma-se com ferro agudo enquanto o cingem: cingido com o cordel, parece um penitente. Com o ferrão para cima, mostra que se acautela de molestar com ele. Porém, tanto que o poder de algum braço lhe dá corda e impulso, vai como um raio, volta o ferro para terra, racha, fere e lastima, ficando tão satisfeito que, em giros, anda campeando; até que, nesta felicidade dormindo e ressonando, serenissimamente acaba a vida que, animada do impulso, lhe durava. Deste jogo, que é de Meninos, podem aprender os homens, especialmente sendo Príncipes, a não darem o seu poder para vinganças sem ofensas»

Terminologia

Sobretudo entre as crianças e nas diversas regiões e países lusófonos, alguns termos servem para complementar as denominações do pião. Seu diminutivo é piorra ou pitorra  - sendo que, em Portugal, a pitorra é um outro tipo de pião, que possui uma pequena haste, diferindo deste principalmente porque no pião o movimento só ocorre com um impulso, ao passo em que na pitorra são dados diversos impulsos.

No Brasil a pitorra lusa chama-se carapeta ou carrapeta.

Em Portugal, há ainda a piasca, que pode ser simplesmente um pião mais pequeno, usualmente para os jogos das meninas, ou um tipo diferente de pião, de tamanho reduzido e que se lança friccionando os dedos indicador e polegar, isto é, sem cordel (piasca pode ainda, no jogo do pião-das-nicas, referir-se ao pião que fica no centro do círculo, que vai ser "atacado" pelos outros piões).
A linha ou barbante de enrolamento chama-se, nalgumas partes, de fieira, capa, cordel.

O pião, quando se move com tanta velocidade que parece estar parado, diz-se estar dormindo, no Brasil.

Estrutura do pião

Corpo

O pião é um corpo que pode girar sobre uma ponta que se situa no centro gravitatório de forma perpendicular ao eixo (ângulo) de giro, equilibrando-se sobre a ponta graças à velocidade angular, que permite o desenvolvimento do efeito giroscópico. Normalmente, como foi dito anteriormente, é utilizado como brinquedo e já foi usado como instrumento em jogos de azar e para realizar profecias e outros rituais.

O efeito giroscópico permite que se mantenha sobre sua ponta até que o vetor peso (massa · gravidade) termina por se inclinar em relação ao eixo, provocando uma variação na localização do centro de gravidade. Isto provoca uma variação na trajetória de giro, que começa a descrever círculos propiciando a queda do pião. Desta maneira, a queda é diretamente proporcional ao mencionado ângulo e ao vetor peso, e inversamente proporcional à velocidade de giro.






Sendo:
  • g: Vetor gravidade.
  • m: Massa.
  • c.m.: Centro de massas.
  • r: Vetor distância entre o centro de massas e o ponto de apoio.
  • L: Vetor movimento angular da força.
  • θ: Ângulo de inclinação do pião perpendicular ao solo.
  • Φ: Ângulo percorrido durante o giro, pertencente ao vetor movimento angular.
  • Α: Variação.
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Portanto, com o passar do tempo, o atrito com o ar e sobre tudo com o solo, provoca que o giro vá se debilitando. Então, o centro de gravidade começa a se tornar mais instável de tal maneira que o pião começa a girar descrevendo círculos no terreno, até perder por completo o equilíbrio, atingindo a queda.

Material e fabricação

Tradicionalmente, os piões eram feitos por artesãos e construídos com madeiras duras (Crataegus monogyna, Citrus, azinheira ou buxo, dentre outras) com a finalidade de serem resistentes para suportar os golpes que recebiam durante os jogos. Também têm sido encontrados exemplares de piões feitos de argila de civilizações antigas com a de Tróia.

Também eram fabricados pelas próprias crianças, com madeira de Fagus sylvatica ou azinheira que talhavam toscamente, colocando neles por fim um pedaço de ferro como ponta. As crianças também faziam piões com frutas secas, que faziam ruídos ao girar devido as sementes que levavam dentro. As crianças guayaberas fazem piões pequenos feitos de noz de tucumã (Astrocaryum aculeatum).

Hoje, se massificou e sua fabricação se faz com diferentes tipos de madeira  e inclui materiais sintéticos onde se destacam diferentes tipos de plásticos, a fibra de carbono e outros polímeros, importados usualmente de países asiáticos como a China e Taiwan, além dos Estados Unidos nas Américas. Além disso, tem sido incorporado, para evitar danificações na colisão, filamentos que vão desde o neoprene ao aço, passando por todo tipo de plásticos na zona de maior diâmetro.

Desenho

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Enrolando um pião.

O desenho do pião variou enormemente ao longo da história, diversificando-se segundo a região. Tradicionalmente, possuem forma cônica e são maciços, entretanto pode-se encontrar diversas características conforme a região. Considerando as particularidades existentes, o mais essencial no desenho do pião é que sua forma seja a adequada para propiciar o efeito giroscópico.

Considera-se que o pião propriamente dito mede em torno de seis centímetros de altura, por quatro centímetros de raio em seu diâmetro maior.

Entretanto, esse tamanho pode variar facilmente. Os piões alemães, mais grossos, têm às vezes quase cinco polegadas de diâmetro  ainda que os piões esculpidos possam ser menores Os piões "taguas" são mais achatados, permitindo uma maior estabilidade.

Cabe mencionar também que aqueles piões que carecem da incisão entre a ponta e o corpo para começar a enrolar a corda (em geral, aqueles para menores de sete anos) apresentam uma fenda com o mesmo objetivo no corpo do pião.

Ornamentação


Pião tradicional com desenhos de forma horizontal com faixas e com marcas no corpo cumprindo uma função meramente decorativa.

Pião sem ponta metálica e com corte transversal. A função das faixas é aprumar a corda enrolada e apresenta desenhos no plano superior.


A forma mais usual de personalizar o pião é pintando o corpo à mão, existindo todo um artesanato para sua ornamentação. Nos piões que apresentam um corte transversal na parte superior, podem-se encontrar no plano distintos desenhos mas, geralmente, é usual realizar desenhos de forma horizontal como faixas, que ao girar se "esfumaceiam" e fazem um curioso efeito multicolorido no pião. Esse conceito artístico do pião teve importância na América do Sul, utilizando-se motivos maias e astecas.

Atualmente, pode-se encontrar piões com luzes e outros produzem, ao girar, sons musicais entretanto, os novos materiais não permitem a facilidade de pintar em cima deles, mas ainda assim pode-se obter de múltiplas cores e com diferentes desenhos.

Cabe especial menção às marcas realizadas no corpo. Estas correm o perímetro do pião de forma paralela umas às outras. Normalmente de pouca profundidade, nada fazem senão cumprir uma função decorativa, entretanto, em alguns tipos de piões como aqueles que carecem de ponta, a função é sujeitar a corda enrolada para que não resvale sobre a superfície.

Ponta

O corpo do pião termina com uma ponta, sobre a qual se apoiará durante o jogo. Desta forma, o pião permanecerá de pé, sobre a mesma, algo impensável sem o efeito giroscópico, que permite que isso aconteça.


Nos Estados Unidos e na Europa a ponta determina a idade do usuário para a qual se dirige o jogo: para menores de sete anos são dirigidos uma série de piões sem ponta metálica, nos quais o corpo termina em forma de ponta, igualmente, mas sendo esta de materiais mais brandos. Este modelo conserva a fenda para enrolar a corda no corpo do pião, mas na zona de maior diâmetro, na qual se liga a totalidade do cordel, faixa sobre faixa.




A ponta, que é também chamada de pico, garrocha ou ponteiro ou ainda ferrão, é o grande elemento influente na normativa que regula o jogo, além de ser o elemento mais perigoso do objecto. Ademais, para maiores de sete anos, podem-se encontrar dois grandes grupos de pontas diferentes: as arredondadas e as pontiagudas, que são as mais comuns.
Com ponta incrustada
Aqueles que têm uma incrustação de metal dentro do corpo, na sua parte inferior observa-se um orifício para tal efeito. Neste último caso, a ponta consta de duas partes: uma que sobressai do corpo e cuja finalidade será converter-se em ponto de apoio do pião e receber o impacto contra o solo, e outra que fica dentro do corpo, e cuja finalidade será permitir que permaneça sujeita ao pião. Desta forma, o corpo contempla uma abertura pela qual se introduz a ponta ficando unicamente de fora a "ponta" propriamente dita.

Neste último caso, a ponta costuma ter um desenho no qual existe uma fenda entre o corpo e a parte que sobressai, denominada espiga, que serve de apoio quando se começa a enrolar a corda, facilitando a tarefa.

É de notar que é normal ocorrer, nas pontas incrustadas, que depois de severos impactos se acabe "metendo a ponta", desaparecendo a dita fenda, impedindo o pião de jogar de novo.
As pontas incrustadas costumeiramente são metálicas (aço ou ferro, normalmente) e podem ser observados dois grandes grupos:
  • Ponta de grão ou ponta achatada. É a ponta do pião que tem forma arredondada. A sua forma permite que seja mais difícil que ele se enterre em terrenos em terrenos moles, ou que se introduza dentro do corpo do pião, mas aumenta a rotação diminuindo a duração do efeito rotativo. Além disso, resulta em clara desvantagem na hora de realizar jogos, como o parte-piões (em Portugal: pião das nicas), apesar de que, por outro lado, faz com que o pião seja mais seguro e que danifique menos o chão.
  • Ponta afiada ou ponta de ferro. Em contraposição com a ponta de grão, esta é mais pontiaguda, sendo considerada mais agressiva. Assim, tende a enterrar-se mais nos terrenos moles, a danificar o solo e, ao receber todo o impacto sobre um mesmo ponto, costuma furar mais facilmente o corpo. As vantagens que apresenta são uma diminuição da rotação, ao estar em menor contacto com a superfície e é claramente mais letal no jogo do parte-piões.
Sem ponta incrustada
Os que não possuem ponta incrustada dançam no extremo do corpo, que obviamente termina em forma de ponta, como que um prolongamento do pião, pelo que costumam ser feitos por inteiro do mesmo material (ainda que possam ser feitos com um material um pouco mais resistente na ponta). É o modelo próprio para menores de sete anos, segundo a normativa norte-americana e europeia. Este modelo conserva a fenda para enrolar a corda em redor do corpo, mas numa zona de maior diâmetro, na qual se liga a totalidade do cordel, banda sobre banda.

Corda

A corda, também conhecida como cordel, fio, cordão ou laço, é o elemento que, depois de enrolado no pião, ao atirá-lo, permite imprimir-lhe a força necessária que desenvolverá o efeito giroscópico. Quanto maior a rapidez ao lançá-lo, mais rápido será o movimento giratório.

O cordel costuma medir entre 30 centímetros e meio metro.

Para evitar que o cordel se escape da mão, na hora de lançar, é usual atar-se no extremo do fio, um troço de madeira, uma arandela, um clip, ou, o mais comum, uma moeda pequena furada, as quais, aproveitando-se o seu furo, introduzia-se o cordel e fazia-se um nó para que ficasse preso, assim conseguía-se ao lançar o pião, o objeto entre os dedos do lançador, evitando que a corda fosse lançada também.

Existe uma nova variante que prescinde do cordel tradicional, os PowerStart, que na parte superior possuem um engate no qual se insere um dispositivo que faz com que ao lançar o pião, imprime uma força giratória no pião, deixando-o cair, evitando o incômodo de usar o cordel.

Funcionamento

Para lançar o pião, o primeiro passo é ligar a corda em redor do corpo do pião. Coloca-se o cordel de forma paralela ao pião, sujeitando-o com o dedo polegar e com a outra mão começa-se a enrolá-lo perpendicularmente, formando camadas paralelas, de tal maneira que se cubra toda a superfície do pião. Para isso apoia-se uma fenda existente na ponta do corpo, que permite deixar a corda esticada, enquanto se enrola.

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Reproduzir vídeo
Lançamento do pião.


No momento prévio ao lançamento, sujeita-se o corpo do pião na palma da mão e agarra-se o extremo do cordel entre os dedos indicador e polegar, com força para que o fio não escape durante o lançamento. Imediatamente antes de o lançar, coloca-se o dedo indicador na parte superior do pião e o dedo polegar na ponta.

Finalmente lança-se o pião e seguidamente puxa-se o cordel para trás. Este lançamento pode fazer-se de pé ou com o corpo encurvado, o que reduz o impacto contra o chão. Da mesma forma, pode fazer-se com a ponta virada para baixo, e com um movimento horizontal gira-se o braço, ou ainda com a ponta virada para cima, cima uma sacudida vertical do braço, até baixo.

Ao puxar o cordel para trás, exerce-se força, que se traduz num movimento angular ou cinético que faz com que o pião gire sobre si mesmo. Finalmente a ponta bate no solo e graças ao efeito giroscópico, que faz com que o pião gire, converte-se no centro de gravidade do corpo, permitindo que o pião "dance".

O efeito giroscópico permite que o pião se mantenha sobre a sua ponta até que o vetor peso (massa · gravidade) acabe por ter uma inclinação com respeito ao eixo, provocando uma variação na localização do centro de gravidade. Isto provoca uma variação na trajectória de rotação que começa a descrever círculos propiciando a queda do pião. Desta maneira a queda é directamente proporcional ao mencionado ângulo e ao vetor peso, e inversamente proporcional à velocidade de rotação.

Jogos

A partir do momento em que desenvolveu a técnica de fazer o pião girar, surgiram vários jogos, com vários níveis de dificuldade. Seguidamente são mencionados os mais tradicionais e conhecidos.

Individuais

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Ponte ou teleférico.
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Fazendo o pião girar na palma da mão.
  • Ponte ou teleférico: Com uma mão, agarra-se os dois extremos do cordel e estica-se. Na ponte que é formada, faz-se o pião "dançar". Ao levantar uma das duas mãos pode-se inclinar o cordel de tal maneira que o pião deslize.
  • Fazê-lo "dançar" na mão: Pode-se fazer com que o pião gire em cima da palma da mão. Outra forma é dar-lhe um golpe certeiro e fazer com que salte em cima da palma da mão onde está..
  • Lançamento ao ar: consiste em lançar o pião e antes que este atinja o chão e a corda se desenrole totalmente, se o traga de volta até à mão, fazendo com que o pião fique a rodar ali.
  • Deslizamento: Enquanto o pião gira, com a ajuda do cordel movimenta-se o pião de um lugar para outro.
  • Lançamento: Enquanto o pião gira no chão, enrola-se o cordel ligeiramente à sua ponta e puxa-se para cima. Nisto, o pião salta e vai cair, continuando a girar, seja no chão ou na mão.

Coletivos

  • Sacar objetos: Forma-se um círculo no chão, em cujo centro coloca, cada jogador, uma bola-de-gude, outro pião, ou mais usualmente, uma moeda, e depois de cada um lançar o seu pião, recolhe-se o mesmo na mão e tenta-se lançá-lo contra uma das moedas (ou outro objeto) a fim de a tirar do círculo, repetindo a operação enquanto o pião continuar girando. Quem consegue tirar a moeda do círculo, fica com ela. Quando o pião deixa de girar, passa a ser a vez de outro jogador.
  • Parte-piões (pião das nicas): Forma-se um círculo no chão, em cujo centro se coloca um pião, contra o qual se lançam os outros piões com a finalidade de destruí-lo. O jogador que falhar o "tiro" terá de substituir o pião do centro (o pião das nicas, ou piasca) pelo seu próprio.
  • Parte-piões, de maior dificuldade: Forma-se um círculo no chão e um dos participantes tem de lançar o seu pião, ficando este girando no centro do círculo. O outros jogadores lançam os seus piões contra esse que gira no centro. Quando o pião para de girar, precisa de ficar fora do círculo, para que o dono o recolha. Se não ficar fora do círculo, passa a ser a "vítima" e apenas poderá sair com os golpes ou choques dos outros.
  • Tira-piões: Forma-se um círculo no chão e os participantes precisam de atirar o seu pião a fim de ele ficar girando dentro do círculo. O pião que acabe por sair do círculo, por causa do impacto com os outros piões, perderá.

Tipos de pião

Pião tradicional, ou bearing

Piões maiores do que os piões tradicionais lhes proporciona uma maior estabilidade.


Considera-se como o pião propriamente dito, e mede cerca de seis centímetros de altura, por quatro centímetros de raio no seu diâmetro maior.

É o pião mais comum, feito tradicionalmente de madeira, artesanalmente, embora hoje em dia seja fabricado, muitas vezes, com materiais sintéticos entre os quais se destacam vários tipos de plásticos, a fibra de carbono e outros polímeros, importados usualmente de países asiáticos como China, Taiwan ou Estados Unidos. Foi também incorporado, para evitar danos na colisão, materiais que vão do neoprene ao aço, passando por todo tipo de plásticos na zona de maior diâmetro.
Pião alemão
O pião alemão é feito de madeira de azinheira ou de buxo e são ocos. Os piões alemães são mais largos, chegando a medir quase onze centímetros de diâmetro na zona de maior perímetro. Na lateral possui uma abertura redonda, bastante ampla. Possui um prego largo, de ponta redonda que mede quase 5 centímetros, e é da grossura de um dedo. Faz-se girar com um cordel, como os piões tradicionais.
Pião pequeno
É um pião diminuto, que se faz com pequenos cocos de palmeiras.
Pião coot
Assim se denominam os piões mais achatados. Serem assim proporciona-lhes mais estabilidade.
Pião sede e pião peixe-ruivo
O pião sede é aquele que apresenta ponta redonda e suave, ao contrário do pião peixe-ruivo, que apresenta uma ponta afiada e rugosa. Este termo também se aplica àqueles piões com ponta torcida ou desnivelada.

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Hoje, o articulista, através de sua nétinha, regessou ao tempos de sua infância, não para brincar ao jogo do pião, aquele que, aquando criança, brincava com seus amigos, em sua terra natal, Évora, não era desses piões, que precisavam de usar gita, e que se faziam torneios de luta com os mesmos.


Este que minha nétinha têm é um pião moderno, tal como se podem ver nas fotos.


O piso onde o pião irá girar

O pião girando, como se pode ver, tem até uma proteção, caso o pião tende em sair.

A máquina, tipo pistola, para o arremesso do pião


Este jogo, moderno, do pião, tem algumas variantes, podendo-se escolher os tipos de piões e seus efeitos, coisas dos japoneses, desta forma, embora bizarra, o jogo do pião, na nova vertente, não esquece o jogo do pião antigo, e foi isso que mostrei a minha nétinha, como o avô jogava, nos seus tempos de infância.


A caixa com todos os apetrechos para o jogo do pião, moderno.

Mudam-se os tempos, mas na memória de muitos o velho pião continua bem vivo, e continua sendo transmitido às novas gerações.