o mar do poeta

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terça-feira, abril 19

VINHOS - PORTUGAL vs ROMÉNIA

 

 


Sem dúvida alguma Portugal é um país vinícola por natureza, porém a sua comercialização não é feita em moldes internacionais, tais como o fazem outros países, tais como a França, Itália, Chile, Espanha, Africa do Sul, Australia, Estados Unidos da America e a Roménia.

Vem isto a propósito de na Tailândia, país de imenso consumo de alcóol, e nas parteleiras dfos supermercados se poder encontrar vinhos dos países a que referi, é uma pena que Portugal, e seus exportadores não apostem neste imenso comércio.

Não é o articulista Enólogo, nem pensar nisso, bebe o seu copinho de vez enquando, em Macau, sim os vinhos portugueses enchem as parteleiras sos supermercados, e o articulista, como referi não Énologo algum nem sequer comerciante, foi sim empregado de balcão, onde se vendia igualmente algumas marcas de vinhos, me recordo do Camilo Alves e Sanguinhal, entre outros, conhece imensas marcas de vinhos portugueses e muitas delas são de alta qualidade.
A seguir irei referir os vinhos portugueses, suas qualidades e regiões, depois sim, abordarei o tema a que levou ao articulista escrever. Portugal vs Roménia em vinhos.

Vinhos portugueses


As vinhas tradicionais do Douro são feitas em socalcos, ao longo do rio Douro e afluentes, criando uma paisagem reconhecida pela UNESCO como Património da Humanidade

Os vinhos portugueses são o resultado de uma sucessão de tradições introduzidas em Portugal pelas diversas civilizações que aí se sucederam, como os fenícios, cartagineses, gregos e, acima de tudo os romanos.

A exportação dos vinhos portugueses iniciou-se para Roma durante o Império Romano. A exportaçoes modernas desenvolveram-se com o comércio para o Reino Unido, após a assinatura do Tratado de Methuen, também referido como Tratado dos Panos e Vinhos, assinado entre a Grã-Bretanha e Portugal, em 1703.

Portugal tem o mais antigo sistema de apelação do mundo, a região demarcada do Douro. Esta região, entre outras, como a dos vinhos Verdes, produzem alguns dos vinhos mais requintados, exclusivos e valorizados do mundo.

Portugal possui duas regiões produtoras de vinho protegidas pela UNESCO como património mundial: a Região Vinhateira do Alto Douro, onde se produz o conhecido generoso Vinho do Porto, e a Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico.

A vastíssima quantidade de castas nativas (cerca de 285) permite produzir uma grande diversidade de vinhos com personalidades muito distintas. O guia The Oxford Companion to Wine descreve o país como um verdadeiro "tesouro de castas locais".

A qualidade e carácter único dos seus vinhos fazem de Portugal uma referência entre os principais países produtores, com um lugar destacado e em crescimento, entre os 10 principais produtores, com 4% do mercado mundial (2003). Considerado um produtor tradicional do Velho Mundo, 8% do continente é dedicado à cultura da vinha.

 

Denominações de origem


A Denominação de Origem designa vinhos cujas características e individualidade são indissociáveis de uma região determinada, sendo vinhos originários dessa região ou vinhos cujas características se devem essencial ou exclusivamente ao meio geográfico, incluindo os factores naturais e humanos.

Para beneficiar de uma Denominação de Origem, o processo de produção do vinho é rigorosamente controlado, desde a vinha até ao consumidor, cumprindo a selecção de castas autorizadas, os métodos de vinificação e as características organolépticas, cabendo às Comissões Vitivinícolas Regionais fazer esse controlo, garantindo a genuinidade dentro das suas regiões demarcadas(Lei nº. 8/85, de 4 de Junho).

Com a adesão de Portugal à Comunidade Europeia adoptou-se a nomenclatura comunitária, de classificação dos vinhos: VQPRD, Vinho de Qualidade Produzido em Região Determinada.

Esta designação reúne todos os vinhos classificados como DOC, Denominação de Origem Controlada e IPR, Indicação de Proveniência Regulamentada. Existe ainda uma nomenclatura própria para os vinhos licorosos e espumantes: VLQPRD - Vinho Licoroso de Qualidade Produzido em Região Determinada; VEQPRD - Vinho Espumante de Qualidade Produzido em Região Determinada; VFQPRD - Vinho Frisante de Qualidade Produzido em Região Determinada.
  • DOC, Denominação de Origem Controlada: Designação atribuída a vinhos de qualidade produzidos em regiões geograficamente limitadas, que cumprem um conjunto de regras que definem as características dos solos, castas autorizadas, práticas de vinificação, teor alcoólico, tempo de estágio, etc. Todas as mais antigas regiões produtoras portuguesas usufruem deste deste estatuto.

  • IPR, Indicação de Proveniência Regulamentada: Designa o vinho que embora gozando de características particulares, terá ainda de cumprir (num período mínimo de 5 anos) todas as regras estabelecidas para poder passar à classificação de DOC.
  • Vinho de Mesa: Os vinhos que não se enquadram nas designações atrás referidas, seja pela combinação de castas, vinificação ou outras características, são considerados vinhos de mesa.
  • Vinho Regional: Classificação dada a vinhos de mesa com indicação da região de origem. São vinhos produzidos na região específica cujo nome adoptam, elaborados com um mínimo de 85% de uvas provenientes da mesma região, de castas autorizadas (Decreto-Lei nº. 309/91, de 17 de Agosto).

Castas Portuguesas


Cacho de Alvarinho, casta característica do Vinho Verde
Em Portugal, como na Europa, são usadas numerosas castas de Vitis vinifera. A vastíssima quantidade de castas nativas (cerca de 285) permite produzir uma grande diversidade de vinhos com personalidades muito distintas. O guia The Oxford Companion to Wine descreve o país como um verdadeiro "tesouro de castas locais".

Algumas das castas tintas Portuguesas mais importantes são: Touriga Nacional, Baga, Castelão, Touriga Franca e Trincadeira (ou Tinta Amarela). Entre as castas brancas Portuguesas destacam-se: Alvarinho, Loureiro, Arinto, Encruzado, Bical e Fernão Pires. Tradicionalmente combinam-se diversas castas brancas.

Na sequência da devastação causada pela filoxera em finais do século XIX, passou a ser utilizada uma casta americana como porta-enxerto das castas portuguesas. Apesar de terem características próprias, há que considerar que a mesma casta de uva poderá produzir vinhos diferentes consoante as condições em que é cultivada.

Tem existido um debate em Portugal relativamente ao uso de castas estrangeiras. O debate contínua uma vez que muitos mercados estrangeiros parecem preferir castas que já conhecem como Cabernet Sauvignon em relação às castas Portuguesas, menos conhecidas.

Principais regiões vinícolas portuguesas

Minho


Vinhedo na região do Rio Minho

O Minho é a maior região vitícola portuguesa e situa-se no noroeste de Portugal, limitada a norte pelo Rio Minho e a oeste pelo Oceano Atlântico. Aí produzem-se vinhos de acidez e frescura características, das denominações de origem Vinho Verde DOC e Vinho Regional Minho.

O Minho é uma região de solos maioritariamente graníticos, rica em recursos hídricos, com um clima ameno e húmido de influência atlântica. A cultura da vinha tem no Minho remotas tradições e é possível seguir a sua história até à época romana.

A vinha é cultivada em socalcos, com vestígios de uma das mais antigas formas de condução da vinha: a "vinha de enforcado" ou "uveira", em que as videiras são plantadas junto a uma árvore e crescem apoiadas nos seus ramos. No entanto, a maioria das novas explorações opta por métodos modernos de condução da vinha.

Nesta região destacam-se as castas brancas, sendo as mais reconhecidas e utilizadas as: Alvarinho, Loureiro, Trajadura, Avesso, Azal e Arinto, aqui designada Pedernã.

Douro


Barcos rabelo, meio de transporte tradicional dos Vinhos do Porto no rio Douro.

O Douro é a mais antiga Região Demarcada do mundo, conhecida pela notável qualidade dos seus vinhos e pelo famoso Vinho do Porto, o vinho generoso que esteve na origem desta demarcação, ordenada em 1756 pelo Marquês de Pombal.

O Douro localiza-se no Nordeste de Portugal, rodeado pelas serras do Marão e de Montemuro. A maioria das plantações é feita em socalcos, talhados nas encostas dos vales ao longo do rio Douro e seus afluentes. Os solos são essencialmente de xisto embora, em algumas zonas, também graníticos.

Embora particularmente difíceis de trabalhar, estes solos são benéficos para a longevidade das vinhas e permitem mostos concentrados de açúcar e cor. A cultura da vinha na região remonta à ocupação romana, mas foi no século XVII que o Vinho do Porto teve grande expansão, originando o Tratado de Methwen entre Portugal e a Inglaterra, com vista à sua exportação.

As vinhas do Douro criam uma paisagem magnífica reconhecida pela UNESCO como Património da Humanidade desde 2001. Entre as diversas castas cultivadas destacam-se a Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Barroca, Tinto Cão e Tinta Roriz.

Dão

A região do Dão situa-se na Beira Alta, no centro Norte de Portugal, protegida dos ventos pelas serras do Caramulo, Montemuro, Buçaco e Estrela. As vinhas situam-se entre os 400 e os 700 metros de altitude, em planaltos de solos xistosos e graníticos de pouca profundidade, onde abundam os pinhais, produzindo vinhos encorpados com elevada capacidade de envelhecimento em garrafa.

O clima de influência continental do Dão apresenta extremos, com Invernos frios e chuvosos e Verões quentes e secos. Inicialmente a vinha foi desenvolvida pelo clero, especialmente pelos monges de Cister. Em 1908, tornou-se na segunda região demarcada portuguesa.

Com a entrada de Portugal na CE, em 1986, as vinhas passaram por um processo de reestruturação, com novas técnicas vinícolas e escolha de castas apropriadas.

O Dão apresenta uma grande diversidade de castas, entre as quais as tintas Touriga Nacional, Alfrocheiro, Jaen e Tinta Roriz, e Encruzado, Bical, Cercial, Malvasia Fina e Verdelho nos brancos.

Bairrada

A Bairrada estende-se na Beira Litoral, entre Águeda e Coimbra, até às dunas do litoral. A Bairrada tem um clima suave, temperado pela proximidade do Oceano Atlântico. Apesar da produção de vinho existir desde o século X, foi no século XIX que se transformou numa região produtora de vinhos de qualidade tintos, brancos e espumantes.

Nesta região de terras planas destacam-se dois tipos de solos que originam vinhos diversificados: os argilosos, cujo barro deu origem ao nome Bairrada, e os solos arenosos. A casta Baga é a variedade tinta dominante na região. Cultivada nos solos argilosos, origina vinhos carregados de cor e muito ricos em taninos, que lhes dão elevada longevidade.

Nas castas brancas, plantadas nos solos arenosos da região, destacam-se as castas Bical e Fernão Pires, na região denominada Maria Gomes, que origina vinhos brancos delicados e aromáticos. Os espumantes naturais da região são muito utilizados a acompanhar a cozinha local, como o tradicional Leitão da Bairrada.

Recentemente, foi permitido na região DOC da Bairrada plantar castas internacionais, como a Cabernet Sauvignon, Syrah, Merlot e Pinot Noir que partilham os terrenos com as castas nacionais.

Valpaços

A Região vinícula de Valpaços, situa-se em plena Terra Quente Transmontana.

Valpaços é um vinho de qualidade, produzido no Concelho de Valpaços, mas também em Mirandela. Os viticultores desta Região apostaram na reconversão das suas vinhas. As vinificações são feitas todas em cubas de aço inox e com controlo de temperatura, Os vinhos velhos são estagiados em barricas de madeira de carvalho novo.

Os vinhos da região de Valpaços são produzidos com castas regionais seleccionadas de qualidade superior. A conjugação da qualidade dessas castas com um micro-clima com características excepcionais para a produção de um vinho de superior resulta num vinho que por variadas vezes é premiado internacionalmente.

O clima quente na altura da maturação da uva determina a concentração de açucares na mesma e determina um teor alcoólico mais elevado nos vinhos produzidos a partir dessa uva.

Os vinho de região de Valpaços têm algumas semelhanças aos vinhos do Alentejo devido ao clima quente que possuem as duas regiões na altura da maturação da uva e distinguem-se dos vinhos da região demarcada do Douro porque nesta é realizada a selecção das uvas de melhor qualidade para fazer os vinhos Generosos enquanto que na região de Valpaços essa selecção não é realizada.

Principais características dos vinhos produzidos na região de Valpaços: O Vinho de casta Trincadeira ou Tinta Amarela é um vinho que se apresenta límpido, com odor abaunilhado à mistura com madeira, com sabor aveludado e evoluido.

Os vinhos Tintos são vinho muito encorpados, com muita cor, macios e faceis de beber. Os vinhos Brancos são vinhos que possuem uma acidez correcta, que são frescos, leves e com odor floral

Alentejo

O Alentejo é uma das maiores regiões vinícolas de Portugal, com cerca de 22.000 hectares, correspondendo a dez por cento do total de vinha de Portugal. Região quente e seca do sul, é dominada por extensas planícies de solos pobres. As muitas horas de sol e as temperaturas muito elevadas no Verão permitem a maturação perfeita das uvas, mas também exigem a rega da vinha.

A cultura da vinha na região remonta à presença romana, após a fundação de Beja, entre 31 e 27 a. C.. [3] A vinificação tradicional da região é herdeira dos processos Romanos, como a fermentação feita em grandes talhas de barro.

Nos anos 1980 o Alentejo foi palco de uma vasta modernização da produção vitivinícola, com inúmeros investimentos, novos produtores e cooperativas, resultando na demarcação oficial da região em 1988 e no reconhecimento internacional dos vinhos alentejanos.

Nos vinhos alentejanos pontuam as castas Trincadeira, Aragonez, Castelão e Alicante Bouschet, resultando em tintos encorpados, ricos em taninos e aromas a frutos silvestres. As castas brancas são a Roupeiro, a Antão Vaz e a Arinto, resultando em vinhos brancos geralmente suaves, com aromas a frutos tropicais.

A Região está subdividida em oito sub-regiões nas quais se produzem vinhos DOC: Reguengos, Borba, Redondo, Vidigueira, Évora, Granja-Amareleja, Portalegre e Moura. Apresenta também uma elevada produção de Vinho Regional, que permite a inclusão de outras castas, como Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon, Syrah ou Chardonnay.

Actualmente é a região com maior crescimento de Portugal. Entre Fevereiro de 2008 e Janeiro de 2009 os vinhos do Alentejo, com Denominação de Origem Controlada (DOC) e Vinho Regional Alentejano, atingiram uma quota de mercado de 44,30 por cento, em valor, e de 40 por cento, em volume.

Madeira


Vinha entre outras culturas próximo de Santana, Madeira

A Ilha da Madeira situada no Oceano Atlântico, a oeste da costa africana, ficou famosa pelo Vinho da Madeira, vinho generoso muito aromático mencionado por Shakespeare e que chegou a ser usado como perfume nas cortes europeias.

O arquipélago é de origem vulcânica e clima subtropical de temperaturas amenas, com baixas amplitudes térmicas e humidade atmosférica elevada. Embora não pareça o clima ideal para a vinicultura, a adaptação de castas mediterrânicas e a posição estratégica no Atlântico contribuíram para criar aqui um dos mais famosos vinhos do mundo.

A produção de vinho na Madeira remonta à época do descobrimento da ilha, em 1419. As primeiras castas como a Malvasia chegaram à ilha por ordem do Infante D. Henrique, importadas de Cândia, capital de Creta. Mais tarde foram introduzidas outras como a Tinta Negra Mole, a Sercial, a Boal e a Verdelho.

A produção de vinho foi estimulada pela necessidade de abastecer os navios nas rotas Atlânticas entre a Europa, o Novo Mundo e a Índia. Transportados em navios, os barris ficavam sujeitos a grandes variações de temperatura, pelo que os vinhos eram fortificados para resistir à viagem, verificando-se que o vinho resultava mais aromático.

Assim nasceu o processo de vinificação por "estufagem" em "canteiro", em que o vinho é aquecido, e que dá aos vinhos da Madeira uma longevidade pouco comum, permanecendo inalterados longos anosd após o engarrafamento ou a abertura.

A Denominação de Origem Madeira é constituída por cerca de 450 hectares de vinha, de castas tintas e brancas, plantadas nas encostas de origem vulcânica. A casta Tinta Mole é a mais plantada, contudo também existem castas mais raras como a Sercial, a Boal, a Malvasia e Verdelho que conferem quatro níveis de doçura ao vinho (doce, meio doce, meio seco e seco).

Bucelas


Vinha em Bucelas, próximo de Lisboa, região de vinhos brancos históricos, onde domina a casta Arinto

Bucelas é uma pequena região a norte de Lisboa, no concelho de Loures, que produz um dos vinhos brancos mais históricos de Portugal. Foi elevada a Região Demarcada em 1911 e é uma Denominação de Origem Controlada (DOC).

Foi no século XVIII que o vinho de Bucelas se tornou conhecido internacionalmente. Durante as invasões Francesas o Duque de Wellington, comandante das tropas anglo-portuguesas contra os exércitos napoleónicos, ofereceu-o a Jorge III introduzindo-o na corte Inglesa, onde o seu consumo se tornou um hábito. Inicialmente foi conhecido pelo nome de "Charneco", e mais tarde pelo nome de Lisbon Hock (vinho branco de Lisboa).

As vinhas instalam-se em "caeiras", no vale do rio Trancão, em solos derivados de margas e calcários duros. Com um clima bastante frio no inverno e temperado no verão, a casta dominante é a Arinto, com uma presença mínima de 75%, seguida da Sercial e Rabo de Ovelha. Os vinhos brancos de Bucelas são secos, leves e quando envelhecidos ganham tom dourado e aromas complexos. Produzem-se também espumantes com aromas frutados, de excelente qualidade.

Colares

Pequena região vinícola em redor da vila de Colares, entre a serra de Sintra e o Atlântico.
É conhecida pelos vinhos tintos encorpados, de cor densa e ricos taninos, nascidos junto ao mar, entre dunas de areia e paliçadas de cana. Colares foi região demarcada em 1908, mas a origem dos seus vinhos remonta a 1255, quando D. Afonso III aí fez plantar videiras vindas de França.

As suas características únicas são principalmente o facto da vinha ser instalada em "chão de areia", com as videiras plantadas directamente na areia, sem recurso a porta-enxertos: os solos arenosos conseguiram manter afastada a filoxera, por isso certas vinhas de Colares, não enxertadas, estão entre as mais antigas de Portugal.  A casta tinta tradicional da região é a Ramisco, com representação mínima de 80% nos vinhos DOC da região, assim como a Malvasia, nas castas brancas.

Carcavelos

Carcavelos é a mais pequena região vinícola portuguesa e situa-se em torno da freguesia de Carcavelos, nos concelhos de Cascais e de Oeiras. A região tem a classificação DOC, Denominação de Origem Controlada. Com uma tradição vinícola que remonta ao Marquês de Pombal, que aí possuía vinhas, a região distingue-se pelo vinho licoroso, cor de topázio, com sabores e aromas amendoados,[9] adquirindo um perfume acentuado com o envelhecimento.

Setúbal

A península de Setúbal, que usufrui de um clima misto sub-tropical e mediterrânico, influenciado pela proximidade do mar e dos rios Tejo e Sado, e da Serra da Arrábida tem uma tradição vinícola que remonta ao intenso comércio romano da região.

É conhecida pelos vinhos generosos Moscatel de Setúbal, produzidos de castas moscatel, por vinhos tintos de cor intensa e aroma cheio onde se destaca a casta Periquita e por vinhos brancos elegantes, elaborados com predominância da casta Fernão Pires, que exibem um aroma frutado. A região, que reúne as DOC Stéubal e Palmela foi demarcada em 1907/1908.

Algarve

Exportação

Os vinhos têm sido uma das mais destacadas exportações portuguesas. O país é o sétimo maior exportador mundial, em valor.
Top 10 dos países exportadores em 2005
PosiçãoPaís1000 toneladas
1Itália Italia1,552.10
2França França1,367.86
3Espanha Espanha1,364.75
4Austrália Austrália695.51
5Chile Chile422.42
6África do Sul África do Sul349.28
7Estados Unidos E.U.A.345.92
8Alemanha Alemanha284.50
9Moldávia Moldova254.18
10Portugal Portugal251.47
Predefinição:Total mundial7,929.85
2005 Mercado de exportações
PosiçãoPaísPercentagem do mercado
(% valores em US$)
1França França34.01%
2Itália Itália18.03%
3Austrália Austrália10.24%
4Espanha Espanha9.18%
5Chile Chile4.13%
6Alemanha Alemanha3.25%
7Portugal Portugal3.17%
8Estados Unidos E.U.A.3.00%
9África do Sul África do Sul2.90%
10Nova Zelândia Nova Zelândia1.61%

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Vinhos Romenos


HISTÓRIA

A Romênia tem uma longa história vinícola atrás de si: as vinhas da orla do mar Negro foram plantadas há 3 mil anos pelos gregos; os saxões depois introduziram as variedades germânicas na Transilvânia. Foi preciso que uma epidemia de filoxera dizimasse a maior parte das plantas no fim do século XIX para que as cepas fossem substituídas em grande parte por outras de origem francesa (Pinot Noir, Cabernet Sauvignon, Merlot e Sauvignon Blanc).

Foram conservadas, no entanto, algumas variedades nativas, das quais as mais conhecidas são a Tamaiioasa Romaneasca, a Feteasca Alba, a Feteasca Regala (branca) e a Feteasca Neagra (tinta). Com cerca de 260 mil hectares de vinhedos, a Romênia ocupa uma boa posição entre os países produtores de vinho - muito à frente de seus vizinhos nos Bálcãs -, e o vinhedo constitui parte importante da economia rural.

A maioria dos vinhos romenos é consumida no próprio país, o que limita as possibilidades de exportação. Os vinhedos se distribuem em oito regiões, que por sua vez se subdividem em cinqüenta denominações. O sistema de denominações é inspirado no modelo francês, enquanto o princípio de classificação copia o modelo alemão, motivo pelo qual os vinhos são classificados em função de seu teor alcoólico potencial e da data da colheita.

A classificação mais baixa corresponde à do vinho de mesa sem origem específica, que possui entre 8,5% e 10,5% vol. Seguem-se os vinhos regionais, ainda sem origem precisa, que têm entre 10,5% e 11,5% vol. No alto da escala encontram-se os vinhos de denominação, com teor alcoólico mínimo de 11,6% vol. Não se pratica a chaptalização.

Embora ela não seja proibida, qualquer pedido de autorização se perde nos meandros da burocracia. Além disso, o açúcar é um bem escasso e caro no país, e por esse mes­mo motivo a maioria das vinhas ro­menas jamais viu sequer a sombra de um produto químico capaz de tratar a podridão e outras doenças.

Como todas as atividades na Romênia, a indústria vinícola passou por uma fase de transição.

A terra foi restituída a seus antigos donos à medida que se desmantelavam as enormes fa­zendas do Estado, assim como as cooperativas, os únicos centros com capacidade para produzir e engarrafar o vinho corretamente.

O equipamento dos produtores pode variar desde os mais rudimentares até os de tecnologia mais recente, pois em alguns deles se fizeram grandes investimentos. Apesar de tudo, há um potencial real para a produção de vinhos de qualidade na Romênia.

Os melhores vinhos, que não tardarão a ser descobertos pelos apreciadores, provêm de quatro regiões principais: Timave (Transilvânia), Cotnari, Dealul Maré e Murfatlar.

Como país setentrional dos Bálcãs, a Romênia tem o clima mais frio e por isso privilegia os vinhos brancos.

Em todas as regiões, excetuadas as do extremo sul, as uvas amadurecem com dificuldade, salvo nos anos particularmente quentes. Investidores dinamarqueses e ingleses mostram interesse por certas adegas, enquanto a GT2, um organismo alemão de cooperação técnica, presta assessoria aos produtores romenos. A Carl Reh Winnery, por sua vez, plantou 200 hectares de vinhas.

As regiões e os estilos de vinho


A cultura do vinho na Roménia já existe há quase 6.000 anos e remonta aos primeiros habitantes da história. Argumenta-se a ser uma das mais antigas de toda a Europa.

Diz a lenda que o deus do vinho Tharacian nasceu ao norte do delta do Danúbio. Quando os romanos ocuparam essa área foi muitas vezes referido como Feliz Dacia (Dacia Felix) por causa da riqueza que a terra prevista para o cultivo do vinho.


Devido à sua localização, solo e clima a Roménia atraiu países como a França, Alemanha e Itália a investir em vinhedos desde a 19C. Por essa razão poderemos ver  uma variedade de cipós diferentes, como Pinot Noir, Cabernet Sauvignon, Merlot, Chardonnay e Sauvignon Blanc.

A Roménia tem quatro principais regiões produtoras de vinho. Descubra os vinhos dos deuses.

Murfatlar 

Murfatlar é a região vitivinícola mais importante do litoral romeno. vinhos de colheita tardia são uma especialidade aqui, e os níveis de açúcar de uva pode ser muito alto. As castas de  Merlot e Cabernet Sauvignon  são plantadas em encostas viradas a norte, num esforço para prolongar a maturação.

Dealul  Mare

A região vinícola de  Mare Dealul é conhecida por seus vinhos tintos produzidos das castas  Pinot Noir, Cabernet Sauvignon, Merlot e um número de variedades locais. Alguns vinhos brancos são feitos, incluindo alguns vinhos de colheita tardia.

Cotnari


No século passado, os vinhos de Cotnari, claros, com gosto de mel, adquiriram certa reputação que não deixa de lembrar o Tokay húngaro.

O Cotnari provém das cepas Grasa, Feteasca Alba, Tamaiiosa Romaneasca e Francusa. A Grasa é uma variedade muito rica, sujeita à podridão nobre. A Feteasca traz a finesse, a Tamaiioasa Romaneasca, um perfume de incenso, e a Francusa, uma nota ácida para um vinho que poderia ser excessivamente doce.

Cada cepa é vinificada separadamente e depois misturada, na proporção de 30% de Grasa, 30% de Feteasca Alba, 20% de Tamaiioasa e 20% de Francusa.

Grandes tonéis de carvalho são utilizados para a fermentação e a maturação do vinho durante alguns anos antes do engarrafamento. O Cotnari envelhece bem.

Tarnave

O Târnave (também chamado Tîrnave) região do vinho está situado a norte de Sibiu, cercado pelas Montanhas dos Cárpatos. É um dos mais importantes e antigas na Roménia, sendo citado por Herodot cerca de 600 aC .

Esta região tem um clima frio, devido à sua altitude (cerca de 300 metros sobre o nível de ver) e alta umidade fornecida pela proximidade dos rios Pequeno e Grande Târnava.

Devido ao frio que faz sentir na região, seus vinhos brancos saem frutados e com uma acidez muito boa.

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Depois das explicações e nformações dadas sobre ~Portugal e a Roménia e suas regiões vinícolas, agora começa o assunto que levou ao articulista escrever sobre este tema.

O articulista conhece a Tailândia vai para 42 anos, por volta dos anos 80 havia dois ou três supermercados que comercializavam vinhos do Dão, por essa altura trabalha na Embaixada de Portugal, em Bangkok, o meu amigo José Martins, que muito fez para lançar os vinhos portugueses no mercado tailandes, porém, após a sua saída da embaixada, os responsáveis nada fizeram, e nos dias de hoje, encontrar vinhos portugueses na Tailândia, é como encontrar uma agulha num palheiro, embora as Caves Aliança, já tenham algumas marcas no mercado, mas pouco ou nada divulgadas, e neste momento um português radicado em França está tendo contactos para a comercialização dos vinhos portugueses na Tailândia, oxalá tenha sucesso.

O representante comercial da embaixada nada tem feito, nesse sentido.

No dia 17 o articulista saiu com sua família para jantar, num restaurante seu conhecido, o APICHART, sito Kaset-Navamin, Bangkok, bem perto de sua casa.
A comida escolhida se proporcionava a beber um tinto à maneira, ora havendo naquele restaurante duas marcas de vinho tinto, de origem Romena, o articulista escolheu uma que lhe pareceu ser a melhor, o preço era o mesmo, 750 baths = à volta de 17 euros, garrafa de 750 ml.

Nunca em sua vida o articulista tinha provado vinho da Roménia, mas a escolha. única possível, saiu maravilhosamente bem.


Foi este o vinho escolhido, colheita de 2006, uma delícia



Como se pode ler o rótulo trazia a seguintes informações:

Região - Dealut Mare - Sub-Carpathian Moutaine

Cor - Encarnado intenso

Aroma - Frutado delicado

Sabor - Suave, que permanece na boca por longo tempo, encorpado

Idade - Conservado em barris de carvalho pelo período de 2 a 4 anos e em garrafa pelo periodo de 6 a 12 meses.

Graduação 12º graus.

Digo sinceramente que nunca tinha bebido um vinho tão saboroso, e ao longos demais de 50 anos, centenas foram  as marcas de vinho tinto, de diversos países que já teve o prazer de beber, mas este Romeno lhe ficou no goto, óptimo vinho.












REQUALIFICAÇÃO DO CASTELO DO ALANDROAL





O Castelo do Alandroal, no Alentejo, ergue-se na vila do Alandroal, Freguesia de Nossa Senhora da Conceição, Distrito de Évora, em Portugal.

O castelo medieval

Erguido sob o reinado de D. Dinis (1279-1325), de acordo com a inscrição epigráfica sobre uma das portas, a sua primeira pedra foi lançada em 6 de Fevereiro de 1294 por D. Lourenço Afonso, Mestre da Ordem de Avis. Uma segunda inscrição, no alçado Oeste da Torre de Menagem (hoje integrado na Sala do Tesouro da Igreja Matriz), informa a conclusão de sua edificação, em 24 de Fevereiro de 1298, sendo Mestre da Ordem, o mesmo D. Lourenço Afonso. Uma terceira inscrição, no torreão à direita do portão principal, datada críticamente entre 1294 e 1298, refere o nome do seu construtor, que se identificou apenas como "Eu, Mouro Galvo".

O Alandroal foi elevado à condição de vila por Carta de Foral de 1486, outorgada por D. João II (1481-1495). Nessa qualidade, no reinado de seu sobrinho e sucessor, D. Manuel I (1495-1521), a vila e seu castelo encontram-se figurados por Duarte de Armas (Livro das Fortalezas, c. 1509).

Do século XVII aos nossos diasEm 1606, a maior parte das construções no interior da cerca encontravam-se arruinadas. No século XVIII, o conjunto perdeu a sua barbacã, demolida para dar lugar, no interior dos muros, às edificações dos novos Paços do Concelho e da Cadeia da Comarca.

Considerado como Monumento Nacional por Decreto de 16 de Junho de 1910, apenas na década de 1940 se procederam a obras de consolidação e restauro, principalmente a reconstrução de alguns troços de muralhas e a desobstrução da estrutura de numerosas casas que, ao longo dos séculos, se haviam adossado às muralhas.



Características

Em estilo gótico, o castelo apresenta planta oval (na qual se inscreve um pequeno bairro intra-muros), reforçada por três torres de planta quadrangular, nos ângulos, e uma sólida Torre de Menagem adossada à cerca. O portão principal (Porta Legal) é ladeado por duas torres quadrangulares, ligeiramente avançadas (para permitir o tiro vertical sobre a entrada), ligados por uma cortina e encimadas por ameias de remate piramidal.

A Torre de Menagem, de planta quadrangular, divide-se internamente em três pavimentos. O acesso ao seu interior encontra-se, atualmente, entaipado. A esta torre, adossou-se, ainda no século XIII, a Igreja de Nossa Senhora da Graça, que alterada posteriormente, hoje apresenta traços renascentistas, patentes particularmente na abóbada artesoada. Em 1744, o terraço da Igreja foi aproveitado para edificar a Torre do Relógio.

Ao castelo, em posição dominante, associava-se a cerca da vila, de urbanismo muito simples, com uma única via (rua do Castelo) no sentido leste-oeste, flanqueada por duas portas. A principal, denominada Porta Legal, a leste, através da qual se acede ao adro da igreja, é constituída por um arco gótico com corredor, flanqueada por dois torreões quadrangulares ligados por cortina e encimados por ameias de remate piramidal.

Parte daqui a única rua que atravessa a vila e que termina na chamada Porta do Arrabalde, a oeste, com seteiras em mármore e também flanqueada por uma torre, onde no seu pé-direito, no exterior, foi gravada a “vara”, medida padrão à época, para a aferição das medidas utilizadas no comércio local.

Os estudiosos apontam ainda, como marcas identificativas da formação cultural islâmica de seu construtor, além da epigrafia anteriormente citada, uma janela em forma de ferradura numa das torres e semelhanças entre o sistema de torres deste castelo e as muralhas almóadas de Sevilha.




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Manuel Aires Mateus Assina Requalificação do Castelo de Alandroal


Segunda, 18 Abril 2011 16:08 - Jornal Diário do Sul

A requalificação do interior do castelo visa devolver este imóvel classificado, situado em pleno coração da vila, ao dia-a-dia dos alandroalenses, ao mesmo tempo que vem dotar o espaço das infra-estruturas básicas para acolher espectáculos de ar livre e outros eventos culturais e promocionais.

Caracteriza-se como um intervenção no espaço público, nas portas de acesso e na iluminação, com o menor impacto possível, de modo a dignificar o imóvel sem o descaracterizar, com especial atenção para a emblemática torre de menagem.

Aires Mateus é um dos mais conceituados arquitectos portugueses da actualidade sendo responsável por projectos tão emblemáticos como o Centro de Monitorização e Investigação das Furnas, na Ilha São Miguel, Açores, ou o Museu do Farol de Santa Marta, em Cascais. Venceu o concurso de ideias para a reabilitação do Parque Mayer, em Lisboa e, entre outros prémios nacionais e internacionais, conta com uma menção honrosa no concurso para o Grande Museu Egípcio, no Cairo.

A intervenção envolve um montante próximo dos 400 mil euros e será financiada no âmbito do INALENTEJO, regulamento Política de Cidades – Redes Urbanas para a Competitividade e a Inovação, com uma taxa de comparticipação de 85%.

Este projecto foi desenvolvido em parceria com o IGESPAR e a Direcção Regional de Cultura do Alentejo e conta com o parecer favorável destas entidades.

Também em parceria com a Direcção Regional de Cultura está a ser desenvolvido um Plano Estratégico para o Castelo de Alandroal que visa enquadrar futuras intervenções ainda necessárias, como por exemplo, a reabilitação do caminho de ronda.

João Grilo, presidente da autarquia, referiu que “muito se tem falado de requalificação do vasto e riquíssimo património arquitectónico e monumental do concelho, mas este é o primeiro passo concreto e significativo nesse sentido, facto que muito orgulha este executivo, uma vez que é um projecto desenvolvido de raiz neste mandato e representativo do rumo que queremos traçar.

A requalificação do castelo e os eventos culturais que estamos a perspectivar para este espaço são uma das melhores formas de projectar este concelho”.



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Vila alentejana que muito diz ao articulista, visto seus familiares, parte materna, ali terem vivido, e lá repousam, no cemitério da vila.

ALENTEJANAS



ALENTEJANO...SÓ PODIA!


Um alentejano abre uma filial de sua loja de pregos em Roma.

Como a propaganda é a alma do negócio, fez um outdoor com a figura de Cristo pregado à cruz e em baixo estava escrito: 'Pregos Garcia - 2.000 anos de Garantia'. Foi aquele rebuliço. O Bispo de Roma foi pessoalmente conversar com o alentejano e explicar-lhe que não podia fazer aquilo, que era pecado mortal...

Então o alentejano resolveu fazer um novo outdoor.

Colocou Cristo com uma das mãos pregadas na cruz e a outra solta, acenando. Em baixo estava escrito:

'Adivinhe em qual mão foi usado o Prego Garcia?'

- Meu Deus do Céu! - Até o Santo Papa saiu do Vaticano e foi conversar com o alentejano:

- Que heresia meu filho! Não se pode usar Jesus Cristo como garoto propaganda... Inventa outra coisa e retire isto já!

- Então vou fazer um novo outdoor, sem o Cristo! - pensou o alentejano. Colocou a foto da cruz vazia e em baixo estava escrito:

'Se o Prego fosse Garcia, o fulano não fugia...'




- Ontem à noite fiz amor com a minha mulher quatro vezes seguidas - disse o algarvio - e de manhã, ela fez um delicioso crepe e disse que me amava muito.
- Ah, ontem à noite fiz amor com a minha seis vezes - resposta do lisboeta - e de manhã, ela fez uma deliciosa omeleta e disse que eu era o homem da vida dela.
Como o alentejano ficou calado, o algarvio perguntou:
- Quantas vezes é que fez amor com a sua mulher ontem à noite?
- Uma - respondeu o alentejano.
- SÓ UMA...?! - exclamou o lisboeta
- E de manhã, o que é que ela disse?
- Ná pares!!!!!!!





MASSACRE DE LISBOA - 19 DE ABRIL DE 1506

Massacre de Lisboa de 1506

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Uma das duas únicas gravuras sobreviventes ao Terramoto de Lisboa 1755 e ao incêndio da Torre do Tombo: “Von dem Christeliche – Streyt, kürtzlich geschehe – jm. M.CCCCC.vj Jar zu Lissbona – ein haubt stat in Portigal zwischen en christen und newen chri – sten oder juden, von wegen des gecreutzigisten [sic] got.” (Da Contenda Cristã, que recentemente teve lugar em Lisboa, capital de Portugal, entre cristãos e cristãos-novos ou judeus, por causa do Deus Crucificado”).

No Massacre de Lisboa de 1506, também conhecido como Pogrom de Lisboa ou Matança da Páscoa de 1506, uma multidão perseguiu, violou, torturou e matou centenas de pessoas, acusadas de serem judias. Isto sucedeu antes do início da Inquisição e nove anos depois da conversão forçada dos judeus em Portugal, em 1497, durante o reinado de D. Manuel I.
Antecedentes
Cerca de 93 mil judeus se refugiaram em Portugal nos anos que se seguiram à sua expulsão de Espanha, pelos reis católicos, em 1492. D. Manuel I se mostrara mais tolerante para com a comunidade judaica, mas, sob a pressão de Espanha, também em Portugal, a partir de 1497, os judeus foram forçados a converter-se.

 

 

O massacre

A historiografia situa o início da matança no Mosteiro de São Domingos (Santa Justa), no dia 19 de abril de 1506, um domingo, quando os fiéis rezavam pelo fim da seca e da peste que tomavam Portugal, e alguém jurou ter visto no altar o rosto de Cristo iluminado — fenômeno que, para os católicos presentes, só poderia ser interpretado como uma mensagem de misericórdia do Messias - um milagre.

Um cristão-novo que também participava da missa tentou explicar que a luz era apenas o reflexo do sol, mas foi calado pela multidão, que o espancou até a morte.

A partir daí, os judeus da cidade que anteriormente já eram vistos com desconfiança tornaram-se o bode expiatório da seca, da fome e da peste: três dias de massacre se sucederam, incitados por frades dominicanos que prometiam absolvição dos pecados dos últimos 100 dias para quem matasse os "hereges", e que juntaram um grupo de mais de quinhentas pessoas incluindo marinheiros da Holanda, da Zelândia e de outras terras com as suas promessas.

A corte encontrava-se em Abrantes - onde se instalara para fugir à peste - quando o massacre começou. D. Manuel I tinha-se posto a caminho de Beja, para visitar a mãe. Terá sido avisado dos acontecimentos em Avis, logo mandando magistrados para tentar pôr fim ao banho de sangue. Entretanto, mesmo as poucas autoridades presentes foram postas em causa e, em alguns casos, obrigadas a fugir.

Como consequência, homens, mulheres e crianças foram torturados, massacrados, violados e queimados em fogueiras improvisadas no Rossio. Os judeus foram acusados entre outros "males", de deicídio e de serem a causa da profunda seca e da peste que assolava o país. A matança durou três dias - de 19 a 21 de Abril, na Semana Santa de 1506 - e só acabou quando foi morto um cristão-novo que era escudeiro do rei, João Rodrigues Mascarenhas, e as tropas reais afinal chegaram para restaurar a ordem.

Consequências

D. Manuel I penalizou os envolvidos, confiscando-lhes os bens, e os dominicanos instigadores foram condenados à morte por enforcamento. Há também indícios de que o Convento de São Domingos (da Baixa) teria sido fechado durante oito anos e sabe-se que os representantes da cidade de Lisboa foram expulsos do Conselho da Coroa (equivalente ao actual Conselho de Estado), onde tinham assento desde 1385, quando o rei D. João I lhes concedeu esse privilegio pelo seu apoio á sua campanha pela conquista do Trono português.

No seguimento do massacre, do clima de crescente anti-semitismo em Portugal e do estabelecimento do Tribunal do Santo Ofício — que entrou em funcionamento em 1540, perdurando até 1821 — muitas famílias judaicas fugiram ou foram expulsas do país, tendo como destino principal os Países Baixos e secundariamente, França, Turquia e Brasil, entre outros.

Mesmo expulsos da Península Ibérica, os judeus só podiam deixar Portugal mediante o pagamento de "resgate" à Coroa. No processo de emigração, os judeus abandonavam suas propriedades ou as vendiam por preços irrisórios e viajavam apenas com a bagagem que conseguissem carregar.

O massacre na historiografia


Monumento em Lisboa em homenagem aos Judeus mortos no massacre de 1506

O Massacre de 1506 ficou como que apagado da memória colectiva, um pedaço de história esquecida que não está nos livros de História, caiu no esquecimento e são poucos os historiadores que lhe fazem referência. O horror e a violência foram descritos e reproduzidos por Damião de Góis, Alexandre Herculano, Oliveira Martins, Garcia de Resende, Salomon Ibn Verga e Samuel Usque.

Damião de Góis in «Chronica do Felicissimo Rey D. Emanuel da Gloriosa Memória»:
No mosteiro de São Domingos da dita cidade estava uma capela a que chamava de Jesus, e nela um crucifixo, em que foi então visto um sinal, a que davam cor de milagre, com quanto os que na igreja se acharam julgavam ser o contrário dos quais um cristão-novo disse que lhe parecia uma candeia acesa que estava posta no lado da imagem de Jesus, o que ouvindo alguns homens baixos o tiraram pelos cabelos de arrasto para fora da igreja, e o mataram, e queimaram logo o corpo no Rossio.
Ao qual alvoroço acudiu muito povo, a quem um frade fez uma pregação convocando-os contra os cristãos-novos, após o que saíram dois frades do mosteiro, com um crucifixo nas mãos bradando, heresia, heresia, o que imprimiu tanto em muita gente estrangeira, popular, marinheiros de naus, que então vieram da Holanda, Zelândia, e outras partes, ali homens da terra, da mesma condição, e pouca qualidade, que juntos mais de quinhentos, começaram a matar todos os cristãos-novos que achavam pelas ruas, …tirando-os delas de arrasto pelas ruas, com seus filhos, mulheres, e filhas, os lançavam de mistura vivos e mortos nas fogueiras, sem nenhuma piedade, e era tamanha a crueza que até nos meninos, e nas crianças que estavam no berço a executavam, tomando-os pelas pernas fendendo-os em pedaços, e esborrachando-os de arremesso nas paredes. …tornaram terça-feira este danados homens a prosseguir a sua crueza, mas não tanto quanto nos outros dias porque já não achavam quem matar, pois todos os cristãos-novos que escaparam desta tamanha fúria, serem postos a salvo por pessoas honradas, e piedosas que nisto trabalharam tudo o que neles foi.

Cidade da tolerância

Esse massacre é lembrado hoje por um monumento construído no largo de São Domingos (que fica diante do Convento de São Domingos de Lisboa) em homenagem ao Judaísmo, o qual foi inaugurado em 23 de abril de 2008. O local é um tradicional ponto de encontro de estrangeiros, principalmente africanos, havendo ali ainda outro monumento em homenagem ao Catolicismo, e um muro onde a frase "Lisboa, cidade da Tolerância" está escrita em 34 línguas.