o mar do poeta
o mar do poeta
domingo, agosto 15
PB AIR - EMBRAER ERJ-145
MANDARIN AIRLINES - BOEING 747-SP
A única vez que viajei na companhia aérea Mandarin Airlines, foi de Bangkok para Hong-Kong, anos 80s,tinha feito o chek-in, normalmente, e ninguém informou que seria a Mandarim Airlines a efectuar o vôo, em vcz da China Airlines.
SABENA - BOEING 707
TWA - BOEING 707
sábado, agosto 14
ÉVORA - PALMA DE MAIORCA 1998
EMIRATES 777-200 - 8 de AGOSTO de 1999
Boeing 777-200 da EMIRATES
Desejando seguir nesse mesmo dia para bangkok, ainda o articulista indagou se havia algum lugar vago em Busines Classe, mas a resposta foi negativa.
Embora o articulista tenha barafustado e informado que a reconfirmação tinha sido feita, por duas vezes, como tal não compreendia não poder embarcar nesse vôo.
MINHAS AVENTURAS AÉREAS
BATALHA DE ALJUBARROTA -14 DE AGOSTO
A Batalha de Aljubarrota decorreu no final da tarde de 14 de Agosto de 1385 entre tropas portuguesas com aliados ingleses, comandadas por D. João I de Portugal e o seu condestável D. Nuno Álvares Pereira, e o exército castelhano e seus aliados liderados por D. Juan I de Castela. A batalha deu-se no campo de São Jorge, nas imediações da vila de Aljubarrota, entre as localidades de Leiria e Alcobaça, no centro de Portugal.
O resultado foi uma derrota definitiva dos castelhanos, o fim da crise de 1383-1385 e a consolidação de D. João I como rei de Portugal, o primeiro da dinastina de Avis. A aliança Luso-Britânica saiu reforçada desta batalha e seria selada um ano depois, com a assinatura do Tratado de Windsor e o casamento do rei D. João I com D. Filipa de Lencastre. Como agradecimento pela vitória na Batalha de Aljubarrota, D. João I mandou edificar o Mosteiro da Batalha. A paz com Castela só viria a estabelecer-se em 1411.
A Batalha de Aljubarrota representa uma das raras grandes batalhas campais da Idade Média entre dois exércitos régios e um dos acontecimentos mais decisivos da história de Portugal. No campo militar significou a inovação de uma táctica, onde os homens de armas apeados foram capazes de vencer a poderosa cavalaria medieval. No campo diplomático, permitiu a aliança entre Portugal e a Inglaterra, que perdura até ao dias de hoje. No aspecto político, resolveu a disputa que dividia o Reino de Portugal do Reino de Castela e Leão, permitindo a afirmação de Portugal como Reino Independente. Tornou possível também que se iniciasse umas das épocas mais grandiosas da história de Portugal, a época dos Descobrimentos.
Antecedentes
No fim dp século XIV, a Europa encontrava-se a braços com uma época de crise e revolução. A Guerra dos Cem Anos devastava a França, epidemias de peste negra levavam vidas em todo o continente, a instabilidade política dominava e Portugal não era excepção.
Em 1383, El-rei D. Fernando morreu sem um filho varão, que herdasse a coroa. A sua única filha era a infanta D. Beatriz, casada com o rei D. João de Castela. A burguesia mostrava-se insatisfeita com a regência da Rainha D. Leonor Teles e do seu favorito, o conde Andeiro e com a ordem da sucessão, uma vez que isso significaria anexação de Portugal por Castela. As pessoas alvoroçaram-se em Lisboa, o conde Andeiro foi morto e o povo pediu ao mestre de Avis, D. João, filho natural de D. Pedro I de Portugal, que ficasse por regedor e defensor do Reino.
O período de interregno que se seguiu ficou conhecido como crise de 1383-1385. Finalmente a 6 de Abril de 1385, D. João, mestre da Ordem de Avis, é aclamado rei pelas cortes reunidas em Coimbra, mas o rei de Castela não desistiu do direito à coroa de Portugal, que entendia advir-lhe do casamento.
Perante a revolta da população portuguesa em vários pontos e cidades do Reino de Portugal, o Rei de Castela, decide em 1384 entrar em Portugal. Entre Fevereiro e Outubro deste ano monta um cerco a Lisboa, por terra e por mar.
Uma frota portuguesa vinda do Porto enfrenta, a 18 de Julho de 1384, à entrada de Lisboa, a frota castelhana, na batalha do Tejo. Os portugueses perdem três naus e sofrem vários prisioneiros e mortos, no entanto, a frota portuguesa consegue romper a frota castelhana, que era muito superior, e descarregar no porto de Lisboa os alimentos que trazia. Esta ajuda alimentar veio-se a revelar muito importante para a população que defendia Lisboa.
O cerco de Lisboa pelas tropas castelhanas acaba por não resultar, devido a determinação das forças portuguesas em resistir ao cerco, ao facto de Lisboa estar bem murada e defendida, a ajuda dos alimentos trazidos do Porto e devido a epidemia de peste negra que assolou as forças castelhanas acampadas no exterior das muralhas.
Em Junho de 1385, D. Juan I decide invadir novamente Portugal, desta vez à frente da totalidade do seu exército e auxiliado por um forte contingente de cavalaria francesa.
Disposição da hoste portuguesa
Quando as notícias da invasão chegaram, João I encontrava-se em Tomar na companhia de D. Nuno Álvares Pereira, o condestável do reino, e do seu exército. A decisão tomada foi a de enfrentar os castelhanos antes que pudessem levantar novo cerco a Lisboa. Com os aliados ingleses, o exército português interceptou os invasores perto de Leiria. Dada a lentidão com que os castelhanos avançavam, D. Nuno Álvares Pereira teve tempo para escolher o terreno favorável para a batalha.
A opção recaiu sobre uma pequena colina de topo plano rodeada por ribeiros, perto de Aljubarrota. Contudo o exército Português não se apresentou ao Castelhano nesse sítio, inicialmente formou as suas linhas noutra vertente da colina, tendo depois, já em presença das hostes castelhanas mudado para o sítio predefinido, isto provocou bastante confusão nas tropas de Castela.
Assim pelas dez horas da manhã do dia 14 de Agosto, o exército tomou a sua posição na vertente norte desta colina, de frente para a estrada por onde os castelhanos eram esperados. A disposição portuguesa era a seguinte: infantaria no centro da linha, uma vanguarda de besteiros com os 200 archeiros ingleses, 2 alas nos flancos, com mais besteiros, cavalaria e infantaria. Na retaguarda, aguardavam os reforços e a cavalaria comandados por D. João I de Portugal em pessoa. Desta posição altamente defensiva, os portugueses observaram a chegada do exército castelhano protegidos pela vertente da colina.
A chegada dos castelhanos
A vanguarda do exército de Castela chegou ao teatro da batalha pela hora do almoço, sob o sol escaldante de Agosto. Ao ver a posição defensiva ocupada por aquilo que considerava os rebeldes, o rei de Castela tomou a esperada decisão de evitar o combate nestes termos. Lentamente, devido aos 30 000 soldados que constituíam o seu efectivo, o exército castelhano começou a contornar a colina pela estrada a nascente. A vertente sul da colina tinha um desnível mais suave e era por aí que, como D. Nuno Álvares previra, pretendiam atacar.
O exército português inverteu então a sua disposição e dirigiu-se à vertente sul da colina, onde o terreno tinha sido preparado previamente. Uma vez que era muito menos numeroso e tinha um percurso mais pequeno pela frente, o contingente português atingiu a sua posição final muito antes do exército castelhano se ter posicionado. D. Nuno Álvares Pereira havia ordenado a construção de um conjunto de paliçadas e outras defesas em frente à linha de infantaria, protegendo esta e os besteiros. Este tipo de táctica defensiva, muito típica das legiões romanas, ressurgia na Europa nessa altura.
Pelas seis da tarde, os castelhanos ainda não completamente instalados decidem, precipitadamente, ou temendo ter de combater de noite, começar o ataque.
É discutível se de facto houve a tão famosa táctica do "quadrado" ou se simplesmente esta é uma visão imaginativa de Fernão Lopes de umas alas reforçadas. No entanto tradicionalmente foi assim que a Batalha acabou por seguir para a história.
A batalha
O ataque começou com uma carga da cavalaria francesa: a toda a brida e em força, de forma a romper a linha de infantaria adversária. Contudo as linhas defensivas portuguesas repeliram o ataque. A pequena largura do campo de batalha, que dificultava a manobra da cavalaria, as paliçadas (feitas com troncos erguidos na vertical separados entre sí apenas pela distancia necessária à passagem de um homem, o que não permitia a passagem de cavalos) e a chuva de virotes lançada pelos besteiros (auxiliados por 2 centenas de arqueiros ingleses) fizeram com que, muito antes de entrar em contacto com a infantaria portuguesa, já a cavalaria se encontrar desorganizada e confusa. As baixas da cavalaria foram pesadas e o efeito do ataque nulo.
Ainda não perfilada no terreno, a retaguarda castelhana demorou a prestar auxílio e, em consequência, os cavaleiros que não morreram foram feitos prisioneiros pelos portugueses.
Depois deste revés, a restante e mais substancial parte do exército castelhano atacou. A sua linha era bastante extensa, pelo elevado número de soldados. Ao avançar em direcção aos portugueses, os castelhanos foram forçados a apertar-se (o que desorganizou as suas fileiras) de modo a caber no espaço situado entre os ribeiros. Enquanto os castelhanos se desorganizavam, os portugueses redispuseram as suas forças dividindo a vanguarda de D. Nuno Álvares em dois sectores, de modo a enfrentar a nova ameaça. Vendo que o pior ainda estava para chegar, D. João I de Portugal ordenou a retirada dos besteiros e archeiros ingleses e o avanço da retaguarda através do espaço aberto na linha da frente.
Desorganizados, sem espaço de manobra e finalmente esmagados entre os flancos portugueses e a retaguarda avançada, os castelhanos pouco puderam fazer senão morrer. Ao pôr-do-solo a batalha estava já perdida para Castela. Precipitadamente, D. João de Castela ordenou uma retirada geral sem organizar uma cobertura. Os castelhanos debandaram então desordenadamente do campo de batalha. A cavalaria Portuguesa lançou-se então em perseguição dos fugitivos, dizimando-os sem piedade.
Alguns fugitivos procuraram esconder-se nas redondezas, apenas para acabarem mortos às mãos do povo.
Surge aqui uma tradição portuguesa em torno da batalha: uma mulher, de seu nome Brites de Almeida, recordada como a Padeira de Aljubarrota, iludiu, emboscou e matou pelas próprias mãos alguns castelhanos em fuga. A história é por certo uma lenda da época, de qualquer forma pouco depois D. Nuno Álvares Pereira ordenou a suspensão da perseguição e deu trégua às tropas fugitivas.
O dia seguinte
Na manhã de 15 de Agosto, a catástrofe sofrida pelos castelhanos ficou bem à vista: os cadáveres eram tantos que chegaram para barrar o curso dos ribeiros que flanqueavam a colina. Para além de soldados de infantaria, morreram também muitos nobres fidalgos castelhanos, o que causou luto em Castela até 1387. A cavalaria francesa sofreu em Aljubarrota outra pesada derrota contra as tácticas de infantaria, depois de Crécy e Poitiers. A batalha de Azincourt, já no século XV, mostra que Aljubarrota não foi a última vez que isso aconteceu.
Com esta vitória, D. João I tornou-se no rei incontestado de Portugal, o primeiro da dinastia de Avis. Para celebrar a vitória e agradecer o auxílio divino que acreditava ter recebido, D. João I mandou erigir o Mosteiro de Santa Maria da Vitória e fundar a vila da Batalha.
sexta-feira, agosto 13
ACIDENTE COM UM JACTO DA OCEAN AIR
Aeroporto com pistas curtas em área urbana é risco, diz especialista
Jato executivo saiu da pista no Santos Dumont e foi parar no mar.Em Congonhas, acidente de 2007 revelou o perigo da localização.
Do G1, com informações do Bom Dia Brasil
O acidente com o jato executivo no aeroporto Santos Dumont, no Rio, na manhã de quinta-feira (12) levantou a questão sobre os aeroportos instalados em áreas urbanas com pistas curtas. No Rio de Janeiro, o Santos Dumont tem 1.323 metros de pista que termina no mar. Em São Paulo, a pista do aeroporto de Congonhas tem mais 300 metros de vantagem: 1.640, mas o que um avião encontra quando uma emergência acontece são prédios, avenidas e carros.
avião caído no mar da Baía de Guanabara, e tragédia em 2007 em Congonhas, deixam bem presente na cabeça de quem frequenta esses aeroportos o medo que pistas curtas provocam.
“Apesar de serem pistas com dimensões semelhantes, aeroportos com características semelhantes, o Santos Dumont leva vantagem porque a área de escape dele, embora não oficial, uma área tomada, mas é água. Só para efeito de comparação, aquele acidente da colisão do avião da TAM contra o prédio da cabeceira [em São Paulo], no Rio de Janeiro, muitíssimo provavelmente não teria aquela quantidade de vitimas, nem aquelas características”, compara o especialista em análise de riscos/COPPE-UFRJ Moacyr Duarte. “Por outro lado, esse acidente não tão sério no Santos Dumont, se atravessasse uma daquelas avenidas movimentadas de São Paulo em torno do aeroporto, teria graves consequências”, diz.
Uma pista pequena não necessariamente representa perigo para um avião grande. As aeronaves maiores, das grandes empresas, embora mais pesadas, têm mais recursos, uma sofisticação tecnológica que permite se pousar com velocidades menores e frear com uma eficiência bem superior.
Aeroportos em locais centrais, dentro das cidades, como Congonhas e Santos Dumont, têm pistas com mínimas áreas de escape. Mas não há como escapar da constatação de que a conveniência dessa localização para muita gente vale mais do que os riscos que esses aeroportos oferecem.
“Muitos têm essa opinião. Quando foi feita a pesquisa do acidente da TAM, sobre a modificação da localização do aeroporto, é impressionante o percentual das pessoas que se recusam, por isso disse que socialmente acho que assumimos que aquele risco é aceitável”, diz Moacyr Duarte.
Para o comandante do Learjet, um modelo de 1986, as condições eram bem piores. Uma imagem cedida pelas Barcas S/A mostra o piloto com os motores ligados já dentro d'água.
Em termos de aviação, esse foi um acidente menor, quase banal. Mas foi capaz de causar um dia inteiro de transtorno, de atrasos na conexão entre as duas principais cidades do país. Só quase à noite o avião foi retirado do local do acidente.
Dezenas de voos foram afetados, e foram necessárias oito horas para retirar com guindastes um avião relativamente pequeno. Essa operação poderia ter sido mais rápida?
“Parece que a Infraero não tem um plano de emergência, de resgate e liberação da pista adequado. Acidentes acontecem. Não estamos livres disso. O importante é estar preparado para responder a isso adequadamente”, destaca o especialista em aeronáutica Gustavo Melo.
A aeronave foi retirada da água com a ajuda de um guindaste
Foto: Alessandro Buzas/Futura Press
Conforme o diretor, o piloto percebeu a falha logo depois de decolar do aeroporto. Ele, então, retornou ao Santos Dumont, que deslizou na pista, tentou parar com uma volta, mas acabou caindo no mar. Para Santos, o piloto realizou o procedimento correto. "Foi uma operação segura, mesmo com a aeronave tendo parado no quebra-mar, a 2 m da cabeceira da pista. Foi um pouso de emergência seguro", afirmou.
Ainda segundo o diretor, a investigação vai determinar se a pane foi mecânica ou eletrônica. O problema cortou a comunicação do piloto com a torre e ele teve que acionar um dispositivo para avisar o comando que estava em uma emergência.
A empresa já iniciou a investigação, em conjunto com o Centro de Prevenção e Investigação de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), para apurar os motivos da pane. O diretor informou ainda que um relatório preliminar vai indicar a provável causa e deve ficar pronto em cinco dias. A análise mais aprofundada sobre o acidente deve sair em 30 dias, mas o prazo pode ser prorrogado até 90 dias.
O acidente
O bimotor caiu com três pessoas a bordo no início da manhã e ficou parcialmete submerso. Os passageiros foram resgatados com vida por um barco. A aeronave foi retirada da água com a ajuda de um guindaste, no final da tarde de hoje.
Apesar de a OnceanAir não confirmar o destino do avião, ele estaria se dirigindo, segundo uma fonte no Santos Dumont, ao aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim (Galeão), onde pegaria passageiros. A assessoria da apresentadora Xuxa Meneghel confirmou que ela embarcaria na aeronave em direção ao Recife, onde participa de diversos eventos na sexta-feira.
quinta-feira, agosto 12
Unidade hoteleira fez uma recreação de um serão quinhentista no passado sábado
Estamos em pleno serão de 1510. El’Rei D. Manuel, o Venturoso, está em Évora, mais precisamente no Convento do Espinheiro, vindo do Paço de Almeirim. Consigo trás nobres, jograis, grupos de música para animar os repastos repletos de carnes de caça e de sobremesas ligadas à prática festiva da vida monástica. Entrar no limbo do tempo, retroceder quinhentos anos foi o que o Hotel Convento do Espinheiro fez, no passado sábado, levando artistas, funcionários da unidade hoteleira e clientes a envergarem o momento histórico com vestidos a rigor.
“Esta noite é um momento inesquecível para todos. Tendo como cenário este magnífico claustro manuelino, convidámos algumas pessoas a participarem neste serão e a viajarem connosco até ao distante dia 7 de Agosto de 1510”, avançou o director do hotel, Rui Dinis.
O mesmo responsável explicou que a administração há muito que tem feito um esforço no sentido de perceber a história do Convento do Espinheiro e, apercebendo-se que em 1510, o rei D. Manuel tinha ficado aqui - aliás foi um dos cinco reis que ficou aqui várias vezes – “achámos um momento óptimo, já que ele ficou aqui no Verão, relembrar um pouco a corte de D. Manuel, que foi uma das mais faustosas de todos os tempos, em Portugal”.
Recorda o historiador Francisco Bilou, que interpretou a personagem de Jorge da Silveira, que a família real tinha por hábito visitar a Nossa Senhora do Espinheiro por quem D. Manuel tem especial devoção, bem como a rainha velha, sua irmã, D. Leonor, viúva de D. João II.
Neste ano de 1510, na cidade de Évora, estão quase prontas as grandiosas obras da igreja de São Francisco, onde o pintor régio Francisco Henriques trabalha no magnífico retábulo da capela-mor. A 7 de Agosto, fazendo precisamente 500 anos, o eborense Fernão Rodrigues Ramalho obtém mercê del’ Rei para o servir como escudeiro.
Foi precisamente a evocação da época manuelina – entre música, dança e poesia palaciana – que foi conseguida com as personagens históricas, com excepção do grupo musical Carmim Antiqua, interpretadas por hóspedes e convidados que generosamente se voluntariam para o efeito.
Todo o cenário de requinte ocorreu nos claustros do convento, onde foi servido o jantar aos hóspedes do hotel que tiveram a oportunidade de voltar atrás no tempo e deliciarem-se com algumas iguarias que são recriações do receituário do século XVI acompanhadas pelo afamado vinho da Peramanca, que já no século XVI era embarcado nas nossas caravelas, e o Solar dos Lobos, um dos mais premiados vinhos alentejanos, produzido pelos herdeiros de uma família com pergaminhos históricos ligados, precisamente, ao rei D. Manuel – os Lobos da Silveira, à época dos barões de Alvito.
Depois das trovas do nosso Cancioneiro Geral aqui trazidas por três fidalgos da corte, Garcia de Resende, Jorge da Silveira e Francisco Silveira – todos eles figuras históricas sepultadas no Espinheiro – foi a vez de anunciar os manjares de leite. “Estes mimos gastronómicos a que hoje chamamos sobremesas perduraram por muitos séculos ligados à práticas festivas da vida monástica. Apesar da austeridade religiosa praticada pelo clero regular, conhecemos a história de alguns destes manjares confeccionados aqui no Convento do Espinheiro, em particular nas festas do padroeiro, S. Jerónimo, celebradas a 30 de Setembro de cada ano”, salientou Rui Dinis, realçando que a sobremesa histórica de doce de escorcioneira e de manjar branco, receitas com cinco séculos de antiguidade, “vão passar a integrar, provavelmente a nossa carta gastronómica.
O director-geral mostrou-se bastante satisfeito com a iniciativa, afirmando sentir que o hotel tem a obrigação, como unidade histórica, de dar uma animação cuidada e diferente, aprendendo e recreando a história de Portugal. “Correu tudo bem e estou muito feliz porque conseguimos alcançar um dos nossos objectivos que é promover eventos excepcionais, tendo como parceiros os nossos hóspedes”, frisou.
Hóspedes devem ser embaixadores do nosso património
Para Francisco Bilou, historiador, este foi “um momento único na vida do Convento do Espinheiro, nesta versão de hotel”. Em seu entender, é importante criar a partir da história, memórias e fazer uma relação afectiva com as pessoas que visitam o hotel. “O que foi feito aqui foi precisamente a ponte entre aquilo que foi do ponto de vista histórico com aquilo que é a exigência de um hotel que quer dar aos seus hóspedes experiências únicas”, sublinhou.
Francisco Bilou adiantou ainda a importância destes espaços históricos, como o Convento do Espinheiro, serem valorizados. “Hoje foi uma experiência baseada em história, amanhã poderá assentar na arte ou na poesia”, avançou, reconhecendo que há sempre um bom motivo para visitar e ficar em Évora. “Temos de oferecer aos nossos visitantes o melhor da nossa cultura e fazer uma coisa que é muito relevante no turismo que é fazer com que as pessoas que estão, hoje, aqui, amanhã queiram regressar, sendo uma espécie de embaixadores deste nosso património”, vincou.
Turismo cultural está cada vez mais na moda
Esta iniciativa que encheu totalmente o claustro do hotel Convento do Espinheiro teve a participação de clientes que vieram de propósito de Lisboa para o hotel porque tinham conhecimento desta iniciativa. O exemplo disso é a família Silveira Ramos que vestiu diferentes gerações, desde a avó até às netas, literalmente a rigor, com trajes da época, para viver este momento histórico.Maria Silveira Ramos – Rainha D. Maria – Já tinha estado duas vezes nesta unidade hoteleira e foi convidada pelo director do hotel para estar presente neste evento. “É com agrado que aqui estamos porque o consideramos muito giro, completamente diferente do que se vê nos hotéis de charme por todo o país”, explicitou, deixando a ideia de que deveria ser uma iniciativa para ter continuidade, por ser uma forma de atrair turistas.
Maria de Lurdes – rainha velha – D. Leonor – salientou a relevância destas iniciativas, defendendo que as várias unidades hoteleiras do interior deveriam tirar partido das coisas que têm. “As férias não são apenas praias, há mundo cheio de coisas para fazer, é o conhecimento do nosso património e eu penso que é muito interessante”, justificou.
Quem foi apanhado totalmente de surpresa foi uma família espanhola, mas que aderiu de imediato. “Chegámos ontem e assim que soubemos do evento decidimos logo participar, eu como uma mulher nobre e o meu filho como um infante”, afirmou Mury, adiantando que assim ficaram a conhecer mais um pouco da história de Portugal.
FONTE - Jornal Diário do Sul - Évora
quarta-feira, agosto 11
BELEZAS RARAS DO NATURISMO ALENTEJANO
Grândola, Santiago do Cacém, Sines e Odemira estão entre os municípios do país mais interessados em aumentar o número de praias naturistas, quando se sabe que neste momento o país se encontra “estagnado e não há ninguém em Portugal interessado em investir nesta prática, o que obriga os naturistas, portugueses e estrangeiros, a procurarem outros países", segundo Rui Martins, presidente da Federação Portuguesa de Naturismo.
Recorde-se que no Litoral Alentejano existem apenas duas praias oficiais para quem pretende praticar nudismo, embora não faltem autênticos paraísos a descobrir para o contacto director com natureza, longe das designadas “zonas têxteis”.
Quem conhece o melhor da região para o mais puro naturismo até arrisca a fugir por instantes das praias oficiais para a modalidade, para “mergulhar” na praia do Monte Velho, lá para os lados de Santo André (Santiago do Cacém), a sul da célebre Lagoa. Basta caminhar para sul da zona concessionada que encontrar um areal dourado.
Mais a norte, eis que se ergue a praia da Comporta, mas para sul da zona a que os nudistas chamam de “têxtil”. Sem ser tão discreta como o Monte Velho, depois da procura dos últimos anos, Paulo Serra também dá nota de “excelente” às condições oferecidas. “Não falta nada, porque temos sempre a zona concessionada ali perto.”
Já mais sul, a praia da Aberta Nova, tem sido palco de nudez para muitos espanhóis, que descobriram este destino de há cinco anos a esta parte, apesar da oferta hoteleira não ser generosa. “Vale mesmo a pena visitar esta praia, apesar do percurso não ser o seu maior atributo”, afirma o nosso “guia naturista”, alertando que o extenso areal, com poucas pessoas, justifica o esforço, já que pela frente o turista vai encontrar uma praia quase no seu estado selvagem, por entre uma paisagem que combina mar, dunas e pinhal.
Fonte - Jornal Diário do Sul