o mar do poeta

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domingo, outubro 25

7o. FESTIVAL DE CULTURA E TURISMO A-MA



UMA estátua da deusa A-Má, considerada a protectora da comunidade piscatória de Macau e venerada pela generalidade da população local, foi colocada no ponto mais alto do território, a 170 metros de altura. Da autoria do artista chinês, Leung Man Nin, pretende homenagear a deusa que muitos historiadores consideram ter estado na origem do nome de Macau.


Com 19,99 metros de altura e mil e cem toneladas de peso é a mais alta do mundo. A estátua, cuja altura é superior em quatro metros a uma outra existente no Palácio de Bei Kong Caotian, em Taiwan, consiste num conjunto independente de 120 peças em jade branco e na sua concepção trabalhou durante oito meses uma equipa de 120 escultores da província chinesa de Hebei.


A estátua da deusa A-Má, que é venerada por milhões de pessoas em todo o mundo, permitirá atrair a Macau turistas e peregrinos, à semelhança do que acontece noutros santuários da região, como é o caso da escultura de A-Má de Fukien, em Taiwan, que motiva a deslocação de cerca de 340.000 pessoas e devotos por ano. No território existem mais de vinte templos em honra da deusa A-Má, sendo o mais antigo, com mais de 500 anos de história, o templo de A-Má, na Barra, que é dos mais visitados e, durante as festividades do Ano Novo Lunar, filas intermináveis de crentesjuntam-se nos portões de acesso ao templo para agradecer a protecção recebida no ano anterior. Em todo o mundo estão contabilizados cerca de cinco mil templos em honra da deusa, dos quais cerca de mil em Taiwan.

Uma lápide junto à base da estátua, colocada no Alto de Coloane, refere que a divindade do panteão tauista, protectora dos navegantes, pescadores e mercadores é também conhecida por Ma Chou, Tin Hau e Neong-Má e está profundamente ligada aos primórdios e nome de Macau, porque o local onde os portugueses desembarcaram pela primeira vez foi a baía de A-Má, que em chinês se pronuncia "A-Má Gau".

Originária de uma família de pescadores da região de Fujian, onde terá nascido no século X, esta jovem (...) de apelido Lin, desde cedo terá revelado a sua virtude e poderes milagrosos, salvando mareantes e viajantes de tempestades no mar alto, vindo a tornar-se depois de séculos de veneração popular nas regiões de Fujian e Guangdong (...) na Imperatriz do Céu. Segundo a lenda, a deusa A-Má terá estendido a sua protecção milagrosa a viajantes com destino a Macau, sendo o seu templo, situado na Barra, já objecto de tão ferverosa veneração pelas comunidades locais à data da chegada dos portugueses que por esse motivo lhe terão dado a designação de Macau, significando o seu nome ocidental Porto da Deusa A-Má.

A lápide indica ainda que mais do que as razões históricas ou míticas, o culto da deusa A-Má (...) e o carisma de que goza junto da população de Macau, representam um momento simbólico de renovação e de partilha de uma terra que pela sua abertura ao exterior, constitui para todos os que nela se acolheram um verdadeiro porto de abrigo.

Na cerimónia de inauguração, que foi transmitida em directo pela televisão para toda a Ásia, o governador Rocha Vieira considerou que a estátua vem valorizar o património de Macau nas suas cambiantes culturais, religiosas e sociais e manifestou-se satisfeito pela grande adesão da população do território e da província de Fujian que veio a Macau mostrar as suas tradições, a sua cultura e o culto à deusa A-Má.




Templo de A-Má (Macau)


Porta principal do Templo de A-Má

Uma pintura desenhada numa rocha existente no Templo. Crê-se que o barco desenhado na rocha era possuido por um explorador europeuO Templo de A-Má, que se localiza à entrada do Porto Interior (no extremo-sul da Península de Macau), a meio da encosta poente da Colina da Barra, já existia antes da própria Cidade de Macau ter nascido. Especula-se que o templo foi construído pelos pescadores chineses residentes de Macau no séc. XV, para homenagear e adorar a Deusa A-Má (Deusa do Céu), chamada também de Tin Hau, Mazu ou Matsu. Esta divindade taoísta é muito venerada em todo o Sul da China e em várias partes do Sudeste Asiático e é considerada como a protectora dos pescadores e marinheiros. Crê-se que os portugueses desembarcaram pela primeira vez em Macau, possivelmente no ano de 1554 ou 1557, precisamente à entrada do Porto Interior, também chamada pelos pescadores chineses de "Baía de A-Má". Segundo as lendas do séc. XVI, o nome da Cidade deriva precisamente da palavra em cantonense "A-Má-Gau", que significa literalmente Baía de A-Má.

O Templo de A-Má está incluído na Lista dos monumentos históricos do "Centro Histórico de Macau", por sua vez incluído na Lista do Património Mundial da Humanidade da UNESCO. Pode-se considerar que este templo é o símbolo máximo da cultura chinesa em Macau.

É composto pelo Pavilhão do Pórtico, o Arco Memorial, o Pavilhão de Orações, o Pavilhão da Benevolência, o Pavilhão de Guanyin e o Pavilhão Budista Zhengjiao Chanlin, cada um disposto harmoniosamente com o ambiente natural circundante e contribuindo para a beleza do conjunto. Cada pavilhão é dedicado ao culto de uma divindade chinesa, algo que torna o templo um exemplo singular das diversas influências da cultura chinesa, passando pelo taoísmo, confucionismo, budismo e pelas diversas crenças populares. Os pavilhões datam de épocas diferentes, sendo a configuração actual datada de 1828.

O Pavilhão das Orações, também conhecido por "Primeiro Palácio da Montanha Sagrada", foi construído em granito no ano de 1605 e restaurado no ano de 1828, como indica uma placa de madeira na sua entrada. Este pavilhão, com telhado verde de beirais decorativos de pontas levantadas e janelas com grades, é dedicado à deusa dos navegantes, Tian Hou.

O Pavilhão da Benevolência, de telhado verde semelhante ao do Pavilhão das Orações, data de 1488, pensando-se que pertence à estrutura original do templo. Durante a sua construção, para além de usar granito, foi usado também tijolos. É um pavilhão de menores dimensões, tirando proveito do declive natural da Colina da Barra.

Um pouco acima, na mesma colina, encontra-se o Pavilhão de Guanyin, construído em tijolo. A data da construção deste pavilhão é desconhecida, mas conhece-se a data da sua restauração que foi realizada no ano de 1828, como indica uma placa de madeira na zona da sua entrada.

O Pavilhão Budista foi também restaurado no ano de 1828. É de maior dimensão e mais refinado em termos dos pormenores arquitectónicos. Possui um santuário dedicado à deusa dos navegantes, com uma estrutura de quatro pilares, assim como uma área de retiro. A fachada é ornamentada com uma porta em forma de lua, com esculturas de várias cores a decorá-la.

O Pavilhão do Pórtico foi construído em granito, com cerca de quatro metros e meio de altura. Possui decorações representando animais em cerâmica nos beirais do telhado de pontas levantadas e noutras secções. Perto da sua porta principal, guardado por um par de leões em pedra, encontra-se o Arco Memorial que conduz os crentes ao Pavilhão de Orações, que se encontra em frente ao Pavilhão da Benevolência. O Arco e estes 3 pavilhões encontram-se alinhados no mesmo eixo.


Curiosidades

Junto à entrada do templo, no pátio, são queimados panchões para saudar os visitantes e afastar os espíritos malignos.

Aos fins-de-semana, realizam-se danças dos leões.

Realiza-se um festival dedicado a A-Má no 23º dia do 3º mês lunar (que corresponde a Abril ou Maio).



O Festival de Cultura e Turismo "A-Ma" que se realizará em Macau entre os dias 24 e 26 de Outubro deste ano, é organizado pela Direcção dos Serviços de Turismo da RAEM, pelo Instituto Cultural e pela Fundação da Deusa "A-Ma" de Macau, com a colaboração do Departamento de Turismo da Província de Fujian.


Trata-se de um festival de turismo de grande dimensão, que contará com as seguintes actividades:

-Na noite do dia 24 de Outubro, haverá vários espectáculos de dança e cultura;

-Na manhã do dia 25 de Outubro, terão lugar a Cerimónia Inaugural, Ritos de Sacrifício e a Cerimónia de Colocação do "Trípode de Macau". À tarde, os oradores provenientes da China, Taiwan, Hong Kong e Macau irão assistir ao "Seminário sobre a Cultura da Deusa A-Ma" no Auditório do Museu de Macau;

-Na manhã do dia 26 de Outubro, o seminário continuará e à noite haverá actividades culturais

sábado, outubro 24

EMPEROR HOTEL - ALMOÇO DO DIA 24




















O almoço bufett no Hotel Emperor, as fotos acima exposta não mostram, na totalidade, a enorme variedade de comidas, pois havia muitas mais, bem mais bolos, frutas, gelados e a respectiva bica.
O local é aprezível, os empregados são super gentis e a quantia a pagar é bem acessível, somente 10 euros por pessoa,  paguei 216 patacas pelo almoço, duas pessoas,eu e minha esposa, mas nos deliciamos com tudo.
Várias vezes tenho frequentado este magnifico restaurante, tenho a vantagem de ficar perto de minha casa.


FESTIVAL DA LUSOFONIA - 2009


LUSOFONIA


























SÃO TOMÉ E PRINCIPE










O Festival da Lusofonia vêm sempre animar a Zona do carmo na Ilha da Taipa, e este ano seu continuidade ao maravilhoso trabalho realizado pelas comunidades Lusofonomas residentes em Macau.

O local estava bem composto, com muita animção e muito concorrido.

Os repesentantes dos stands, representativos de seus países, não se pouparam a esforços para darem a conhecer as suas terras.

Esta seria uma óptima oportunidade para dinfundir mais profundamente os países Lusofonos, porém os subsídios atribuídos são poucos e só com muita carolice e empenho se conhece fazer desta forma um Festival que orgulha toda a comunidade.

BEM HAJAM

GOIÂNIA - 24 de OUTUBRO DE 1933


História


Planos de mudança da capital (1753-1930)

Um dos primeiros a lançar a ideia da mudança da capital goiana foi D. Marcos de Noronha, primeiro intendente da capitania de Goiás. Em 1753, ele cogitou transferir a sede administrativa da capitania para a região do município de Pirenópolis. Décadas depois, em 1830, Miguel Lino de Morais, o segundo presidente da província de Goiás, idealizou a transferência da capital para a região de Niquelândia. Em 1863, José Vieira Couto de Magalhães, também presidente da província, advogou a tese de transferir a capital para as margens do rio Araguaia.



Fundação (1930-1940)

Os planos de transferência da capital goiana permaneceram, contudo, em latência até a nomeação de Pedro Ludovico Teixeira como interventor federal do estado de Goiás após a Revolução de 1930. Por sua decisão, criou-se em 20 de Dezembro de 1932 uma comissão encarregada de escolher o local em que seria construída a nova capital. O relatório da comissão apontou um sítio nas proximidades do povoado de Campinas como lugar ideal para a edificação da futura capital. Em 24 de Outubro de 1933, lançou-se a pedra fundamental da construção, num gesto simbólico que marcou a fundação da nova cidade. Em 2 de Agosto de 1935, criou-se, através do Decreto Estadual n. 327, o Município de Goiânia. A efectiva transferência da capital do estado para Goiânia, todavia, somente foi oficializada em 1937, e a inauguração oficial da cidade somente aconteceria em 1942.


O nome da nova capital foi escolhido através de um concurso realizado pelo jornal O Social em Outubro de 1933.





Goiânia é um município brasileiro e capital do estado de Goiás.


É a segunda cidade mais populosa do Centro-Oeste do Brasil. Localiza-se no Planalto Central, a 48 quilômetros de Anápolis, e 209 quilômetros a sudoeste da capital federal, Brasília.

A cidade possui 1.281.975 de habitantes, sendo o 13º município mais populoso do Brasil. A Região Metropolitana de Goiânia possui 2.102.097 de habitantes, o que a torna a décima primeira região metropolitana mais populosa do Brasil.

Assim como algumas outras cidades brasileiras, Goiânia desenvolveu-se a partir de um plano urbanístico, tendo sido construída com o propósito de desempenhar a função de centro político e administrativo do estado de Goiás. Foi fundada em 24 de Outubro de 1933, absorvendo, em 1937, da cidade de Goiás, a função de capital do estado.







Goiânia


Região Metropolitana de Goiânia

Abadia de Goiás • Aparecida de Goiânia • Aragoiânia • Bela Vista de Goiás • Goianápolis • Goiânia • Goianira • Guapó • Hidrolândia • Nerópolis • Santo Antônio de Goiás • Senador Canedo • Trindade

Goiás, Brasil

Estado de Goiás

Portal — Geografia, Política, Cultura, Esportes

Capital Goiânia

Mesorregiões Centro de Goiás • Leste de Goiás • Noroeste de Goiás • Norte de Goiás • Sul Goiano

Microrregiões São Miguel do Araguaia • Rio Vermelho • Aragarças • Porangatu • Chapada dos Veadeiros • Ceres • Anápolis • Iporá • Anicuns • Goiânia • Vão do Paranã • Entorno do Distrito Federal • Sudoeste de Goiás • Vale do Rio dos Bois • Meia Ponte • Pires do Rio • Catalão • Quirinópolis.


 


Regiões Metropolitanas

Distrito Federal e Entorno • Goiânia

Mais de 100.000 habitantes Goiânia • Aparecida de Goiânia • Anápolis • Luziânia • Rio Verde • Águas Lindas de Goiás • Valparaíso de Goiás • Trindade • Valparaíso de Goiás

Mais de 50.000 habitantes Itumbiara • Formosa • Novo Gama • Jataí • Catalão • Planaltina • Senador Canedo • Caldas Novas • Goianésia • Santo Antônio do Descoberto • Cidade Ocidental Centro-Oeste, Brasil.



Edifícios e Monumentos ●


Arquivo Histórico Estadual de Goiás • Biblioteca Estadual Pio Vargas • Centro de Convenções de Goiânia • Coreto da Praça Cívica • Grande Hotel • Palácio das Esmeraldas • Palácio Pedro Ludovico • Monumento às Três Raças • Monumento à Paz Mundial • Relógio • O Violeiro

● Entretenimento ●

Araguaia Shopping • Bosque Botafogo • Bosque dos Buritis • Clube de Regatas Jaó • Flamboyant Shopping Center • Feira Hippie de Goiânia • Goiânia Shopping • Horto Florestal de Goiânia • Jardim Botânico Chico Mendes de Goiânia • Jardim Zoológico de Goiânia • Mutirama • Parque Areião • Parque Vaca Brava • Shopping Bougainville • Teatro Goiânia • Teatro Rio Vermelho

● Eventos ●

Goiânia Noise Festival • Vaca amarela





Museus



Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás

Museu de Arte de Goiânia

Museu de Arte Contemporânea de Goiânia

Museu Estadual Professor Zoroastro Artiaga

Museu Pedro Ludovico Teixeira

Museu de Ornitologia de Goiânia

Memorial do Cerrado

Planetário de Goiânia

Esportes

A cidade de Goiânia abriga quatro equipes profissionais de futebol: Atlético Clube Goianiense, Goiânia Esporte Clube, Goiás Esporte Clube e Vila Nova Futebol Clube.






● Logradouros ●


Avenida Goiás • Praça Atílio Correia Lima • Praça Cívica

● Transportes ●


Aeroporto Internacional Santa Genoveva • Eixo Goiânia-Brasília • Metrô de Goiânia • Terminal Rodoviário de Goiânia • Viaduto Latif Sebba

● Religião ●

Arquidiocese de Goiânia • Catedral Metropolitana de Goiânia

● Escolas e Universidades ●

Centro Federal de Educação Tecnológica de Goiás • Universidade Católica de Goiás • Universidade Estadual de Goiás • Universidade Federal de Goiás • Colégio WR • Instituto Federal Goiano • Instituto Federal de Goiás









Um estado, uma cidade jovem, cheia de vida de cultura e de desenvolvimento, as seus habitantes, nesta data festiva da passagem do seu 76 Aniversário da sua Fundação, vos desejo as maiores venturas, prosperidades e sucesso.
A uma estimada Amiga residentem Góias, um abraço sincero, cheios de raios de Sol, de Paz e de Faternidade.


CONQUISTA DE LISBOA AOS MOUROS - 24 de OUTUBRO de 1147




O Cerco de Lisboa, com início a 1 de Julho de 1147 e que durou até 25 de Outubro, e foi um episódio integrante do processo de Reconquista cristã da península Ibérica, culminando na conquista desta importante cidade aos mouros pelas forças de D. Afonso Henriques (1112-1185) com o auxílio dos Cruzados em trânsito para o Médio Oriente. Efetivamente, este episódio constituiu o único sucesso da Segunda Cruzada.


Após a queda de Edessa, em 1144, o Papa Eugénio III convocou uma nova cruzada para 1145 e 1146. O Papa ainda autorizou uma cruzada para a Península Ibérica, embora esta fosse uma guerra desgastante de já vários séculos, desde a derrota dos Mouros em Covadonga, em 718. Nos primeiros meses da Primeira Cruzada em 1095, já o Papa Urbano II teria pedido aos Cruzados ibéricos (futuros Portugueses, Castelhanos, Leoneses, Aragoneses, etc.) que permanecessem na sua terra, já que a sua própria guerra era considerada tão valente como a dos Cruzados em direcção a Jerusalém. Eugénio reiterou a decisão, autorizando Marselha, Pisa, Génova e outras grandes cidades mediterrânicas a participar na guerra da Reconquista.

A 19 de Maio zarparam os primeiros contingentes de Cruzados de Dartmouth, Inglaterra, constituídos por Flamengos, Normandos, Ingleses, Escoceses e alguns cruzados Germanos. Segundo Odo de Deuil, perfaziam no total 164 navios — valor este provavelmente aumentado progressivamente até à chegada a Portugal. Durante esta parte da Cruzada, não foram comandados por nenhum príncipe ou rei; a Inglaterra estava em pleno período d'A Anarquia. Assim, a frota era dirigida por Arnold III de Aerschot (sobrinho de Godofredo de Louvaina), Christian de Ghistelles, Henry Glanville (condestável de Suffolk), Simon de Dover, Andrew de Londres, e Saher de Archelle.

A armada chegou à cidade do Porto a 16 de Junho, sendo convencidos pelo bispo do Porto, Pedro II Pitões, a tomarem parte nessa operação militar. Após a conquista de Santarém (1147), sabendo da disponibilidade dos Cruzados em ajudar, as forças de D. Afonso Henriques prosseguiram para o Sul, sobre Lisboa.

As forças portuguesas avançaram por terra, as dos Cruzados por mar, penetrando na foz do rio Tejo; em Junho desse mesmo ano, ambas as forças estavam reunidas, ferindo-se as primeiras escaramuças nos arrabaldes a Oeste da colina sobre a qual se erguia a cidade de então, hoje a chamada Baixa. Após violentos combates, tanto esse arrabalde, como o a Leste, foram dominados pelos cristãos, impondo-se dessa forma o cerco à opulenta cidade mercantil.


Bem defendidos, os muros da cidade mostraram-se inexpugnáveis. As semanas se passavam em surtidas dos sitiados, enquanto as máquinas de guerra dos sitiantes lançavam toda a sorte de projéteis sobre os defensores, o número de mortos e feridos aumentando de parte a parte.




No início de Outubro, os trabalhos de sapa sob o alicerce da muralha tiveram sucesso em fazer cair um troço dela, abrindo uma brecha por onde os sitiantes se lançaram, denodadamente defendida pelos defensores. Por essa altura, uma torre de madeira construída pelos sitiantes foi aproximada da muralha, permitindo o acesso ao adarve. Diante dessa situação, na iminência de um assalto cristão em duas frentes, os muçulmanos, enfraquecidos pelas escaramuças, pela fome e pelas doenças, capitularam a 24 de Outubro.


Entretanto, somente no dia seguinte, o soberano e suas forças entrariam na cidade, nesse meio tempo violentamente saqueada pelos Cruzados.


Decorrente deste cerco surgem os episódios lendários de Martim Moniz, que teria perecido pela vitória dos cristãos, e da ainda mais lendária batalha de Sacavém.

Alguns dos Cruzados estabeleceram-se na cidade, de entre os quais se destaca Gilbert de Hastings, eleito bispo de Lisboa.

Após a rendição uma epidemia de peste assolou a região fazendo milhares de vitimas entre a população.

Lisboa tornou-se, entretanto, capital de Portugal a 1255.




De expugnatione Lyxbonensi (em português Da captura de Lisboa) é o nome pelo qual é conhecida uma carta em latim escrita por um cruzado que participou do cerco e conquista de Lisboa em 1147, durante a Segunda Cruzada. A tomada de Lisboa aos mouros foi realizada por uma força conjunta de cruzados oriundos do norte da Europa e portugueses sob comando do rei Afonso Henriques. A carta descreve com riqueza de detalhes as negociações políticas entre o rei e os cruzados estrangeiros, assim como as ações militares que levaram à conquista de Lisboa, sendo a principal fonte histórica da conquista da cidade.

Autoria


A carta começa com uma fórmula abreviada de saudação: Osb. de Baldr. R. salutem. As ambiguidades do latim medieval fazem com que seja difícil saber quem foi o autor e quem o destinatário. Tradicionalmente a carta é atribuída a Osb. de Baldr. e é dirigida a R.; porém também é possível que tenha sido escrita por R. e dirigida a Osb.. Este Osb. é Osberno (ou Osberto) de Bawdsey (Suffolk). R. é identificado por alguns como um presbítero inglês chamado Raul.

Seja quem for o autor, o importante é que era um cruzado de formação religiosa (um clérigo ou presbítero) oriundo da Inglaterra ou da Normandia, e que foi testemunha ocular dos acontecimentos da tomada de Lisboa aos mouros em 1147. A qualidade do latim empregado por ele e as características do texto indicam que era um homem culto.

Texto

Na carta, o autor descreve a conquista desde as fases preparatórias até o período imediatamente posterior à tomada da cidade. Os cruzados, oriundos principalmente da Inglaterra, Gales, Normandia, Condado da Flandres, norte da França e Renânia (Alemanha), a caminho da Terra Santa, aportam na cidade do Porto, no norte de Portugal, em Junho de 1147. Os cruzados são recebidos pelo bispo do Porto, Pedro Pitões, enviado do rei Afonso Henriques, que tenta convencê-los em ajudar os portugueses na conquista de Lisboa.

O próprio rei português se encontra com os cruzados nos arredores de Lisboa e faz um discurso para convencê-los de participar na conquista da cidade. Também o condestável inglês, Hervey de Glanville, faz um discurso e termina de convencer as tropas. O autor da carta reproduz todos esses discursos, ainda que seja impossível saber com que grau de exatidão. As palavras do bispo e do rei apelam tanto ao espírito da cruzada contra os inimigos muçulmanos (a Reconquista era considerada parte das Cruzadas) quanto à promessa de botim da rica cidade de Lisboa. No acordo final o rei também se compromete a que os cruzados que assim desejassem se pudessem estabelecer em terras na região de Lisboa, onde estariam isentos de impostos. O arcebispo de Braga, João Peculiar, dirige um discurso aos lisboetas tentando convencê-los a que se rendam sem luta, mas estes se recusam. Este último discurso é muito interessante por explicitar claramente a justificação moral da Reconquista, ou seja, que os mouros haviam tomado injustamente as terras cristãs durante a invasão muçulmana da península Ibérica no século VIII.

O longo cerco começa em Julho de 1147. O autor descreve em detalhe vários momentos de tensão ocorridos nesse período entre os cruzados, causados especialmente pela rivalidade entre os anglo-normandos por um lado e os flamengos e alemães por outro. De maneira geral, o autor anglo-normando descreve de maneira favorável o comportamento dos seus compatriotas e denigra a dos flamengos e alemães. A relação com as tropas portuguesas também é tensa por vezes.

De expugnatione Lyxbonensi também reproduz cartas dos mouros, traduzidas do árabe, interceptadas pelos sitiadores. Numa delas, enviada pelo rei mouro de Évora e destinada aos moradores de Lisboa, o rei eborense recusa-se a ajudá-los na luta contra os cristãos, com a desculpa de não quebrar um acordo de paz que havia feito com Afonso Henriques.

Depois de muito esforço, os sitiadores conseguem derrubar parte dos muros da cidade e constroem uma máquina de cerco - uma torre dotada de ponte -, que debilita enormemente as defesas da cidade, levando finalmente os lisboetas a renderem-se aos cristãos. O acordo de rendição com os mouros é negociado por Fernão Cativo, por parte do rei, e Hervey de Glanville, um dos condestáveis dos anglo-normandos. Desacordos sobre o botim geram mais tensão e mesmo violência entre os cristãos, sendo necessárias novas negociações para acordar a divisão das riquezas da cidade.

Finalmente, no dia 25 de Outubro, a cidade é adentrada pelos cruzados. Apesar de que Afonso Henriques ordenou que os habitantes fossem bem tratados, o autor do texto informa que as tropas flamengas e alemãs massacraram a muitos habitantes da cidade sem razão, matando inclusive o bispo moçárabe da Lisboa muçulmana, enquanto que os anglo-normandos comportaram-se com mesura, respeitando os acordos. Já espoliada de seus pertences de valor, a população moura é obrigada a abandonar Lisboa.

Na parte final a carta descreve entre outras coisas a restauração da diocese de Lisboa e a eleição do seu primeiro bispo, o também cruzado Gilberto de Hastings. Também faz referência ao abandono pelos mouros do Castelo de Sintra e do Castelo de Palmela após a conquista de Lisboa.

Manuscrito

O manuscrito latino da carta conserva-se atualmente no Corpus Christi College da Universidade de Cambridge, na Inglaterra. Várias traduções tanto ao português como ao inglês foram publicadas.

Fonte - Enciclopédia livre



A capitulação dos Mouros