o mar do poeta

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domingo, junho 14

VULTOS MARCANTES EM MACAU - JORGE ALVARES

Jorge Álvares
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Jorge Álvares (Freixo de Espada à Cinta, ? - m. 8 de Julho de 1521) foi um explorador português.


Biografia


Foi um dos portugueses que, de Malaca, se dirigiram à China, sendo o primeiro a chegar ao Sul da China, em 1513. A esta visita seguiu-se o estabelecimento de algumas feitorias portuguesas na província de Cantão, onde mais tarde se viria a estabelecer o entreposto de Macau. De acordo com os registos disponíveis, foi o primeiro europeu a alcançar e visitar o território que actualmente é Hong Kong.


Possuía um Junco com o qual se dedicava ao comércio entre Malaca e Cantão, juntamente com Simão de Andrade e Rafael Perestrello, pioneiros desse comércio, considerado ilegal pelos Chineses.


Participou de uma guerra contra o sultão de Bintão, capitaneando uma galé na Armada Portuguesa. Com a abordagem de Tamang (Cantão), apesar da oposição do "Itau" (mandarim local), conseguiu estabelecer-se em uma praia na ilha de Sanchoão, onde ergueu uma cabana que servia de refúgio aos comerciantes clandestinos e onde, para se achar como em terra portuguesa, fizera assentar um padrão.


Passou assim a ser considerado como feitor português de Tamang, continuando, no seu Junco, a navegar pelas Molucas. Nestas águas veio a ser atacado pelos indígenas de Ternate, vindo a ser gravemente ferido. Veio falecer na sua cabana, pedindo que fosse enterrado junto ao padrão que fizera erigir.


Há informações acerca de outro Jorge Álvares (um filho, um homónimo?), um rico mercador português que, em 1544, foi ao Japão com Fernão Mendes Pinto e que escreveu "Informação do Japão", a pedido de São Francisco Xavier. Auxiliou ainda este religioso tendo conduzido, da China, o seu converso japonês de nome Anger. Em 1552 o religioso aportou à ilha de Sanchoão gravemente enfermo, tendo sido acolhido por Jorge Álvares na sua cabana. Os cuidados que lhe proporcionou, entretanto, foram em vão, vindo o futuro santo a falecer.



Estátua de Jorge Alvares em Macau, ano de 1954





Estátua de Jorge Alvares em Macau anos 70s'
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Reza a história que foi Sarmento Rodrigues, Ministro do Ultramar que em 1952 - ano em que visitou Macau - mandou erguer uma estátua a Jorge Álvares, o primeiro navegador português a chegar a portos chineses cerca de 1513. Coincidência ou não... eram ambos de Freixo de Espada à Cinta.


A estátua foi colocada frente ao recentemente construído (na altura) edifício das Repartições, na então zona de aterro da baía da Praia Grande... a 16 de Setembro de 1954. Ainda hoje lá está...

Hoje o local está diferente depois da construção dos Lagos Nam Van, dando a este lugar um outro aspecto mais condigno, com um belo jardim que se situa na zona da Praia Grande, havendo uma Praça que tem o nome de Jorge Alvares.


HÁ 20 ANOS


SERVIÇOS DE MARINHA TÊM NOVO REBOCADOR


O rebocador Jorge Alvares vai se a mais nova unidade dos Serviços de Marinha de Macau quando no próximo dia 20 (de Janeiro de 1989), for lançado à água na Doca D. Carlos I. Construído nas Oficinas Navais a partir de projecto do director das oficinas, capitão de fragata Eng. Matias Cortes, o Jorge Alvares foi encomendado pelos Serviços de Marinha para substituir o velho Guia que há 37 anos presta serviço em Macau e que agora faz parte das embarcações que podem ser visitadas pelo público, junto ao Museu Marítimo.


O novo rebocador tem 25 metros de comprimento, 6.55 de boca, 2.60 de pontal e desloca 190 toneladas com uma potencia de 800 BHP. Além do equipamento necessário ao trabalho de rebocador, o Jorge Alvares dispõe também de dois canhões de combate a incêndios em embarcações. A madrinha do novo barco vai ser a jovem Tai Hoi Heng e a cerimónia de lançamento à água contará com a presença do Governador Carlos Melancia.

(Extraído do Jornal Tribuna de Macau - 18-1-2008)



Macau : a quem aproveita esta polémicain HOMEM Magazine, Nº 135, Junho 2000

Conseguirá Macau manter o estatuto conquistado de elevada autonomia perante a China? Esta é a questão fulcral que, em última análise, parece esconder-se por detrás da polémicas que nos últimos meses envolveram a Fundação Jorge Álvares e o novo Governo de Macau. Se a isto acrescentarmos as “ondas de fumo” que varreram a imprensa portuguesa, pode surgir a interrogação : a quem aproveita realmente todo este estado de coisas? A Portugal de certeza que não.


É caso para perguntar: a quem interessa a polémica sobre a Fundação Jorge Álvares? Consultada a imprensa portuguesa sobre a questão que puxou para manchete o ex-governador de Macau, General Vasco Rocha Vieira, e o caso da Fundação Jorge Álvares, algumas questões continuam por esclarecer.


Segundo "Homem Magazine" soube, junto de fontes bem informadas, a "essência da questão é de natureza política" e prende-se com a manutenção ou não da singularidade de Macau enquanto território com identidade própria dentro da China, no âmbito da política "um país, dois sistemas".


Alguns factos
Fazendo um breve historial da questão, recorde-se que a publicação do "testemunho" do General Rocha Vieira nas páginas do semanário "Expresso" (27 Maio 2000), sob o título "A Minha Verdade Sobre Macau", e que "Homem Magazine" reproduz nestas páginas, corresponde a um ponto final do último governador de Macau sobre a questão.
No referido documento, Rocha Vieira esclarece alguns pontos do processo que tem origem na constituição da Fundação Jorge Álvares.


Essas razões são explicadas em "A Minha Verdade Sobre Macau", sob a alegação de que "considera que perdeu sentido para mim a existência da Fundação Jorge Álvares". Porqu8? A essa pergunta Rocha Vieira também responde: "porque foi quebrado um compromisso expresso, que perante mim tinha sido assumido pelo dr. Edmund Ho e no qual se baseava a garantia de uma cooperação continuada, séria e responsável".


A Fundação Jorge Álvares, constituída legalmente durante a Administração portuguesa em Macau com fundos de duas origens, a Sociedade de Turismo e Diversões de Macau e a Fundação para a Cooperação e Desenvolvimento de Macau, corresponde a um projecto que tem por detrás toda uma filosofia: o prolongamento da cooperação entre Portugal e Macau.


Seria através de um canal como este que a Cultura portuguesa poderia manter uma chama viva no território, ajudando Macau a preservar a sua singularidade, razão fundamental do estatuto de autonomia de que aufere, pelo menos durante 50 anos, de acordo com a Declaração Conjunta assinada por Portugal e a China.


Mas Portugal é pequeno perante o gigantismo da China, onde uma forte e poderosa corrente política não vê com bons olhos o estatuto algo autónomo do território de Macau, com as suas características únicas a que a influência lusa não é alheia.


Acresce que se as atitudes de Edmund Ho, que hoje opõem o actual Chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Macau ao General Rocha Vieira, encontram algum eco em Lisboa, talvez se possa encontrar a origem em sectores que porventura estão sobretudo interessados em desgastar a imagem do ex-governador.


0 "filme" da ruptura
Observador privilegiado, "Homem Magazine" publica nestas páginas as fotos exclusivas de vários momentos cruciais do encontro ocorrido em Maio em Lisboa entre Edmund Ho e Vasco Rocha Vieira, e que levaram à tomada de posição deste último.


A vinda de Edmund Ho a Lisboa incluiu-se rum breve périplo europeu e constituiu a primeira deslocação do Chefe do Executivo depois da transferência dos poderes de Macau de Portugal para a República Popular da China.


Nesta visita em que foi recebido ao mais alto nível, Edmund Ho fez-se acompanhar de um grupo restrito de individualidades, em que se contavam nomeadamente Susana Chou, Presidente da Assembleia Legislativa da PAEM, Francis Tam Pak Yuen, Secretário para a Economia e Finanças, Victor Chan Chi Ping, Director do Gabinete de Comunicação Social da RAEM, Louis Sou, "Personal Assistant" do Chefe do Executivo da RAEM, e S.W. Fung Daniel, assessor do Chefe do Executivo da RAEM.


Através das fotos publicadas por "Homem Magazine" é possível acompanhar, como se de um filme se tratasse, fotograma a fotograma, episódios de um encontro em que Rocha Vieira reiterou o pedido de um diálogo em privado com Edmund Ho, tendo conseguido levar por diante a sua vontade. As fotos documentam o acontecido pela seguinte ordem: primeiro, o cumprimento formal entre os dois políticos, seguindo-se o momento em que Rocha Vieira reitera o pedido, aceite por Edmund Ho. Finalmente ambos têm o encontro, sem prejuízo da reunião havida na mesma ocasião com todos os outros ex-governadores (General Garcia Leandro, Prof. Pinto Machado, General Melo Egídio, Ergº Carlos Melancia, Gen. Lopes dos Santos e Almirante Almeida e Costa), a qual Edmund Ho teria pensado poder evitar.


Susana Chou, presidente da Assembleia Legislativa de Macau, juntou-se mais tarde a este grupo de personalidades. Na sequência do encontro com Edmund Ho, Vasco Rocha Vieira decide abandonar a presidência da Fundação Jorge Álvares, constituída nos últimos dias da permanência de Portugal em Macau, com sede em Lisboa e com "objectives de cooperação continuada entre Portugal e Macau", tal como atrás foi dito.


Decisão polémica
A decisão de Edmund Ho de mandar instaurar um inquérito às condições de constituição da Fundação Jorge Álvares, embora compreensível politicamente, carece, segundo alguns analistas, de legalidade, na medida em que Macau não pode avaliar actos executados durante a Administração Portuguesa.


Acresce que, segundo "Homem Magazine" apurou, não só as conclusões não foram publicadas, alegadamente por falta de fundamento para pôr em causa a existência da Fundação, como o processo parece ter servido apenas para lançar dúvidas sobre a transparência do comportamento dos portugueses em Macau, contentando assim uma facção dura na China que quer ver os laços com Portugal definitivamente cortados.


Culpas portuguesas
Perante o manancial de informação veiculada pela imprensa portuguesa, em boa parte reproduzindo acriticamente o que foi tendenciosamente publicado nos jornais chineses, é legítimo perguntar se não temos assistido a uma convergência objectiva e maquiavélica entre as forças mais radicais e antiportuguesas da China e do Território, que querem condicionar Edmund Ho, e alguns sectores portugueses que, por razões diversas, mantêm contenciosos com Vasco Rocha Vieira. Assim, resta saber se o actual Chefe do Executivo da RAEM conseguirá levar por diante o projecto de identidade de Macau.


Será, pois, caso para perguntar: afinal, quem está interessado em alimentar esta polémica artificial?
Fontes por nós contactadas e bem conhecedoras dos assuntos de Macau, indicaram-nos "tentáculos em Portugal que veriam com apreensão a sombra que uma Fundação como a Jorge Álvares poderia eventualmente fazer a outros interesses constituídos".


"As poeiras lançadas aos olhos dos portugueses têm", segundo as mesmas fontes, “misturado razões de Estado (ilegitimidade de estrangeiros poderem analisar actividades e decisões de representantes do Estado português em pleno exercício de funções) com questões menores do presente e do passado."


Perante isto, a pergunta não pode ser outra: afinal, a quem, cá e lá, serviu ou serve toda esta polémica?


Fundação Jorge Álvares
General Lopes dos Santos é o novo Presidente


Informação de última hora diz respeito à designação do General Lopes dos Santos para a Presidência da Fundação Jorge Álvares.


A decisão foi tomada, por unanimidade, pelo Conselho de Curadores da Fundação, de que fazem parte, estatutariamente, entre outras personalidades, todos os ex-governadores de Macau, em consequência da indisponibilidade manifestada por Rocha Vieira para continuar à frente da Fundação Jorge Álvares.


António Adriano Lopes dos Santos, de 83 anos, foi governador de Macau entre 1962 e 1966, tendo sido igualmente governador português de Cabo Verde

(Artigos extraídos do Home Magazine)


Fundação Jorge Álvares alvo de polémica em MacauJN, 18/1/00
Chefe do Governo local investiga transferência de dinheiros para instituição portuguesa O chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Macau, Edmund Ho, anunciou ter pedido um relatório à Fundação para a Cooperação e Desenvolvimento de Macau (FCDM) sobre a entrega de 1,2 milhões de contos à Fundação Jorge Álvares (FJA) presidida por Roc ha Vieira, último governador de Macau.

Aquela fundação, criada dias antes da transição da soberania macaense para a China e com sede em Lisboa, pretende promover o intercâmbio cultural e científico entre Portugal e Macau. A posição de Edmund Ho surgiu horas depois da presidente da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau, Susana Chou, ter renunciado à sua participação na FJA. Susana Chou, que foi nomeada curadora da Fundação Jorge Álvares, disse ao jornal local "Va Kio" que tinha abandonado a nova fundação por discordar do método como foi obtido o fundo de 100 milhões de patacas (cerca de 2,4 milhões de contos) para o seu funcionamento.

A Fundação Jorge Álvares (nome do primeiro navegador português que chegou à China, no século XVI) resulta de contribuições, em partes iguais, da FCDM e da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM), esta última pertencente a Stanley Ho. Susana Chou referi a-se claramente à FCDM, que substituiu a Fundação Oriente na recepção de uma percentagem sobre os lucros do jogo de Macau.

Os deputados Ng Kuok Cheong e Leong Heng Teng manifestaram-se igualmente contra a criação da Fundação Jorge Álvares e pediram esclarecimentos ao Governo sobre o assunto. A organização política Associação Novo Macau Democrático entregou ontem à FCDM uma carta em que também exige explicações sobre o financiamento à fundação Jorge Álvares. Apoio de Edmund HoSegundo a Lusa, fontes ligadas à Fundação Jorge Álvares disseram que "a constituição da fundação contou com o apoio das autoridades da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), nomeadamente do Chefe do Executivo, que sempre disse que a FCDM poderia apoiar a nova fundação"."Além de ter concordado com a contribuição financeira da FCDM, Edmund Ho cedeu ainda o 4º. andar da Missão de Macau, em Lisboa, pertencente ao Governo da RAEM, para instalação da sede da Fundação Jorge Álvares", referiram as fontes ouvidas pela Lusa.

Ainda segundo a Lusa, fontes do gabinete de Edmund Ho disseram que o Chefe do Executivo "não concorda com o modo como foram obtidos os fundos para a criação da Fundação", mas reconhece ter sido uma medida tomada durante a administração portuguesa, "o que impede qualquer intervenção".O convite a Rocha Vieira para presidir à nova fundação foi feito pelo Conselho de Curadores da instituicao numa reunião realizada em Dezembro, em Macau, durante a transferência da administração do território para a China.O Conselho de Curadores da Fundação Jorge Álvares é constituído pelos antigos governadores de Macau Rocha Vieira, Carlos Melancia, Pinto Machado, Almeida e Costa, Melo Egídio, Garcia Leandro e Lopes dos Santos.====================================================

JORGE ALVARES

Quando Vasco da Gama chegou à India em 1498, já há muitos que os chineses haviam deixado de estender as suas viagens para além de Samatra. Mas em Calicut os portugueses ouviram falar dum povo de raça branca, que outrora negociava com a Índia. Isto chegou aos ouvidos do rei D. Manuel, o qual nas instruções que deu a Diogo Lopes de Sequeira lhe recomendou que se informasse acerca dos "chins", donde vinham e de quão longe, onde comerciavam, se eram cristãos ou o que é que adoravam.

Quando Sequeira chegou a Malaca em 11 de Setemvbro de 1509, achou lá três ou quatro juncos chineses, com os quais parece que os portugueses tiveram contactos amigáveis. Mas nada puderam fazer, devido à hostilidade dos malaios.

A 1 de Julho de 1551, aportou ali Albuquerque e encontrou cinco juncos chineses, cujos capotães se ofereceram para o ajudar no ataque a Malaca. Ele agradeceu, mas recusou, recomendando-lhes que vissem como os portugueses combatiam. No entanto, auxiliaram-no, levando os seus enviados ao Sião (actual Tail6andia) e trazendo-os a Malaca. Ao regressarem à China, forneceram impressões favoráveis acerca do caráter e valentia dos portugueses. E quando o ex-rei de Malaca, vencido por Albuquerque, enviou seu tio a Pequim a pedir auxílio contra os portugueses, o Imperador não lho deu.

Foi só em 1514 que o Capitão ou Governador de Malaca, Jorge de Albuquerque, sobrinho do Conquistador, mandou à China um junco, de que era feitor Jorge Álvares. Este junco fora comprado em 1513 no Pegu (actual Myanmar) por 3788 viças e 85 ticas e meia ( cada viça valia 108 réis, 2 arráteis, 15 onças e 1 oitavo).

Jorge Albuquerque, escrevendo a el-Rei D. manuel em janeiro de 1515, dá-lhe conta dessa viagem, dizendo que promovera Jorge Álvares a escrivão, "por ser homem suficientes para isso e vos ter servido em outras coisas, como na ida à China, em que foi feitor de um junco de Vossa Alteza; foi mui bem recebido, os Chins folgam com nossa companhia".

Onde é que ele aportou?

Parece ter sido à ilha de Tamão, situada em Chu-Kiang (Rio de Cantão ou da Pérola, que os ingleses chamam Pearls River), no distrito do Rio de Este. Castanheda diz que essa ilha ficava a 3 léguas da costa da China; Damião de Góis, a 3 léguas de Nantó, e Gaspar Correa, a 18 a 20 léguas de Cantão. Em vista disto, o historiador macaense José Maria Braga identificou Tamão como a ilha de Lin-tin.

Jorge Álvares ficou fascinado pelo Oriente e nunca mais regressou a Portugal. Em Tamão levantou o primeiro Padrão Português na China; junto a esse Padrão sepultou em 1514 o seu filho. A 8 de Julho de 1521, o seu próprio corpo foi ali reunir-se às cinzas desse jovem, falecido seis anos antes do pai.

Morreu nos braços do seu amigo Duarte Coelho, famoso capitão dos mares do oriente, que com infinita mágoa deu o corpo à sepultura.

O nosso grande cronista João de Barros diz que aquela terra de idolatria pode comer o seu corpo, mas visto que "por honra de sua Pátria em os fins da terra pôs aquele padrão de seus descobrimentos, não comerá a memória de sua sepultura, enquanto esta nossa escritura durar".
(Artigo extraído do livro Vultos Marcantes em Macau - do historiador Padre Manuel Teixeira)


                                     Estátua de Jorge Alvares em Macau

É de referir que mo ano de 1966, aquando da guerra do Chaumi, os manisfestantes partiram o braço direito da estátuta, e só volvidos alguns anos a mesma foi composta.

sábado, junho 13

CALIGRAFOS E PINTORES CHINESES

O ARTICULISTA, NO JARDIM LOU LIN IOK, JUNTO A UMA PORTA BEM TÍPICA

VISTA PARCIAL DO LAGO


UM RECANTO DO JARDIM, ONDE ALGUMAS SENHORAS EXERCITAM A SUA VÓZ, EM ESTILO DE ÓPERA CHINESA, OU PRATICAM TAI CHI


UMA DAS MUITAS VIATURAS DO IACM, FAZENDO PUBLICIDADE AO FESTIVAL DA FLOR DE LOTUS


JARDIM E LAGO - Pintor VAN KENG VAI




BAMBUS E ROCHAS - Pintor LAM PING KUN






DANÇA DO PAVÃO - Pintor - CHAN CHI VAI





Fantasia junto ao Lago - Pintor LEI TAK SENG












O articulista junto a uma estátua de uma linda moça chinesa ( Jardim Lou Lin Iok)






A FLOR DE LOTUS DESPONTANDO, QUE SE ENCONTRAVA NUM LOCAL DO JARDIM E QUE O ARTICULISTA NÃO PERDEU TEMPO EM A FOTOGRAFAR.









JUNTO A INUMEROS RAMOS DE FLORES OFERTADOS AOS MEMBROS DA ASSOCIAÇÃO YU UN DOS CALIGRAFOS E PINTORES CHINESES DE MACAU, PELA PASSAGEM DESTA BELA EXPOSIÇÃO DE PINTUA, QUE SE INTEGRA NAS COMEMORAÇÕES DO 60o. ANIVERSÁRIO DA IMPLATANÇÃO DA R.P.C. E 10o. ANIVERSÁRIO DA TRANSFERÊNCIA DE SOBERANIA DA RAEM.












O ARTICULISTA NO SALÃO PRINCIPAL DA EXPOSIÇÃO, QUE SE REALIZOU NO JARDIM LOU LIN IOK

















PARTE DO JARDIM, TODO ELE É MAGESTOSO COM RECANTOS ENCANTADORES

























DUAS PINTURAS DE ENTRE AS 60 EXPOSTAS










O ARTICULISTA JUNTO A DUAS ENORMES, BELAS E VISTOSAS PINTURAS








O Homem não Tritura a Tinta mas a Tinta Tritura o Homem


Pintor CHAU VAN





OUTRO RECANDO DO BELO JARDIM, QUE SE ASSOCIOU IGUALMENTE AO FESTIVAL DA FLOR DE LOTUS




MAIS UMA DAS PINTURAS EXPOSTAS








OUTRO RECANTO DO JARDIM, ONDE SE PODE VER UM PEQUENO PAVILHÃO















As obras de arte são expressões simbólicas de sentimentos humanos, de ideias e sensações que nunca poderiam ser expressas de outra forma. É esta a força arrebatadora da arte.
Os membros da Associação Yu Un dos Calígrafos e Pintores de Macau têm conseguido ao longo dos anos que a sua associação seja uma das mais prestigiadas na cena artística de Macau, pela grande qualidade dos trabalhos dos seus membros, todos eles pintores e calígrafos de primeira água.
Nesta exposição podem ser admiradas mais de 60 obras de temas diversos. Desde a pintura tradicional chinesa, flores, pássaros, peixes e insectos às pinturas a óleo realistas marcadas pela precisão do traço, passando pela caligrafia, despojada, plena de graça e vigor. É um conjunto coerente em que a beleza evidencia num mundo de cor . O pensamento dos artistas flui livremente no reino conceptual, fruto de viagens mentais e flutuações emocionais













VÁRIAS PINTURAS EXPOSTAS





Regressando à Pátria com alegria
Pintor - WU CHONG KUONG











MAIS UM RECANTO DO JARDIM, ONDE EXISTE ESSA LINDA PONTE





MAIS TRÊS LINDAS PINTURAS EXPOSTAS

UM RECANTO DO ENCANTADOR JARDIM






MAIS DUAS LINDISSIMAS PINTURAS DAS 60 EXPOSTAS







O ARTICULISTA NUMA PONTE EM ESTILO BEM CHINÊS









SENDO O ARTICULISTA DO ZODIACO DO MACACO, AQUI FICA ESTA BELA PINTURA MA QUAL REPRESENTA UM MACACO



UM DOS MUITOS CARTAZES RELATIVO AO FESTIVAL DA FLOR DE LOTUS






O ARTICULISTA JUNTO À ENTRADA DO BELO JARDIM



Este é o jardim mais chinês de Macau, e foi construído, juntamente com uma casa num estilo extravagante do Ocidente, por um mercador chinês rico no séc.XIX. Ele era conhecido como Lou Kau, que é o nome popular do jardim, e na sua morte, em 1906, o seu filho Lou Lim Ieok, herdou a propriedade. Lou Kau modelou o seu jardim como o de Soochow, o mais famoso de todos os jardins clássicos chineses.

Ao contrário de outros jardins, neste a entrada custa 1 Pataca, à excepção das sextas-feiras.

PONTE DAS NOVE CURVAS DO JARDIM LOU LIM IOK

Foi construída no virar deste século por um rico mercador chinês, . O lago de lotus está cheio de carpas douradas e flores de lotus, tem uma passagem única cujo acesso é feito através de uma ponte com nove curvas, algo que o torna único não apenas em Macau mas igualmente em Hong Kong.


Designação : Jardim de Lou Lim Iok

Também conhecido por : Jardim de Lou Kau
Localização : Entre a Estrada de Adolfo Loureiro e a Avenida Horta e Costa



Introdução : O Jardim de Lou Lim Iok era anteriormente designado por Yu Yuen (Zona de Entretenimento).
Em 1870, o abastado comerciante chinês Lou Wa Sio comprou este terreno e designou Lou Lim Iok, o seu filho mais velho, para transformar o local num jardim chinês ao estilo de Suzhou. Como Lou Wa Sio era o nono filho da sua familia a população também chamava ao jardim Lou Kau (Kau = nove).
Com a morte de Lou Wa Sio e Lou Lim Iok a casa foi vendida. O Governo adquiriu o espaço e, desde então, tem vindo a renova-lo. Rebaptizado de Jardim de Lou Lim Iok, este espaço verde foi reaberto ao p Clico a 28 de Setembro de 1974.
Regista ainda a História que o Dr. Sun Yat Sen visitou uma vez esta casa, em Maio de 1912, para se encontrar com alguns dignatários chineses e portugueses.
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É neste maravilhoso local que decorre a exposição das Obras dos Membros da Associação YU UN dos Caligrafos e Pintores Chineses de Macau, bem como apresenta um belo conjuto de flores de Lotus que integram o Festival da Flor de Lotus em Macau.


































































































































































































































































































































































































sexta-feira, junho 12

TRATADO COR DE ROSA

O chamado Mapa cor-de-rosa seria o documento representativo da pretensão de Portugal de soberania sobre os territórios sitos entre Angola e Moçambique, nos quais hoje se situam a Zâmbia, o Zimbabwe e o Malawi.
A disputa com a Grã-Bretanha sobre estes territórios levou ao ultimato britânico de 1890, a que Portugal cedeu, causando sérios danos à imagem do governo monárquico português.




Enquadramento histórico Face ao crescente interesse das potências europeias pela África, ao final do século XIX, tornou-se claro que Portugal deveria também definir uma nova política africana já que a crescente presença inglesa, francesa e alemã naquele continente ameaçava a tradicional hegemonia portuguesa nas zonas costeiras de Angola e Moçambique. Com base no chamado direito histórico, alicerçado na primazia da ocupação europeia, Portugal reclamava vastas áreas do continente africano, embora, de facto, apenas dominasse feitorias costeiras com um pequeníssimo hinterland.


Contudo, a partir da década de 1870 ficou claro que apenas o direito histórico não seria suficiente e que a presença portuguesa dependia do alargamento para o interior das possessões reclamadas. Para tal começaram a ser organizados planos destinados a promover a exploração do interior da África. Em 1877 foi lançado, por João de Andrade Corvo, um conjunto de iniciativas de exploração destinadas a conhecer a zona que separava as colónias de Angola e Moçambique, que levaram às famosas expedições de Hermenegildo Capelo, Roberto Ivens e Serpa Pinto, integradas numa nova, e então pouco aceite, estratégia portuguesa para o continente africano que privilegiava a ocupação efectiva através da exploração e colonização em detrimento dos simples direitos históricos.


A génese do mapa cor-de-rosa Predominando em Portugal a visão colonial que assentava ainda nos direitos históricos, o governo português começou por reclamar áreas cada vez maiores do continente africano, entrando em colisão com as restantes potências europeias, o que levou a um agudizar de tensões, enquanto eram desenvolvidos esforços para uma ocupação efectiva do território. Nesse contexto, a Sociedade de Geografia de Lisboa, defendendo a necessidade de formar uma barreira às intenções expansionistas britânicas que pretendiam a soberania sobre um território que, do Sudão, se prolongasse até ao Cabo da Boa Esperança pelo interior da África, organizou uma subscrição permanente para manter estações civilizadoras na zona de influência portuguesa do interior do continente, definida num mapa como uma ampla faixa da costa à contra-costa, ligando Angola a Moçambique.


Nascia assim, ainda sem sanção oficial, o chamado "Mapa Cor-de-Rosa". Em 1884 a aceitação unilateral pela Grã-Bretanha das reivindicações portuguesas ao controlo da foz do rio Congo levou ao agudizar dos conflitos com as potências europeias rivais. Convocada uma conferência internacional, a Conferência de Berlim (1884–1885), para dirimir os múltiplos conflitos existentes e fixar as zonas de influência de cada potência em África, assistiu-se a um entendimento entre a França e Alemanha, face a uma atitude conciliatória da Grã-Bretanha, que abandonou totalmente o seu anterior entendimento com Portugal. O resultado foi a partilha do continente entre as potências europeias e o estabelecimento de novas regras para a corrida à África.


Portugal foi o grande derrotado da Conferência de Berlim pois, para além de assistir à recusa do direito histórico como critério de ocupação de território, foi ainda obrigado a aceitar o princípio da livre navegação dos rios internacionais (aplicando-se ao Congo, ao Zambeze e ao Rovuma em território tradicionalmente português), e perdeu o controlo da foz do Congo, ficando só com o pequeno enclave de Cabinda. Após o choque da Conferência de Berlim, em Portugal percebeu-se a urgência de delimitar as possessões em África. Logo em 1885, começaram negociações com a França e a Alemanha para delimitar as fronteiras dos territórios portugueses. O tratado com a França foi assinado em 1886. Nele foi incluído, como anexo, a primeira versão oficial do "mapa cor-de-rosa", apesar da França não ter interesses naquele território.


No tratado com a Alemanha, concluído em 1887, o mapa "mapa cor-de-rosa" foi novamente apenso, sendo apresentado às Cortes como a versão oficial das pretensões territoriais portuguesas. Contudo, no tratado assinado, a Alemanha apenas garantiu que não tinha pretensões directas na zona. Informada desta pretensão portuguesa, a Grã-Bretanha reagiu de imediato informando a Portugal ser nulo o pretenso reconhecimento francês e alemão do "mapa cor-de-rosa", pois aquelas potências nunca tiveram interesses na zona.


O governo português, que necessitava do acordo britânico (a Grã-Bretanha era a super-potência do tempo) para a delimitação de fronteiras, resolveu atrasar a negociação, fazendo saber que as suas pretensões eram efectivamente as do "mapa cor-de-rosa", que entretanto se tinha transformado num documento com ampla divulgação pública e objecto de arraigadas paixões patrióticas (a designação de "mapa cor-de-rosa" nasceu nesta altura dado o mapa enviado ao parlamento apresentar os territórios em disputa aguados com esta cor). Barros Gomes, o responsável pela política colonial da época, aparentemente apostou no atraso inglês no controlo efectivo das áreas disputadas e organizou expedições portuguesas que percorreram as zonas em disputa e assinaram dezenas de tratados de vassalagem com os povos autóctones.


O plano era secreto mas a espionagem britânica estava a par dele desde o primeiro momento, graças a um informador que tinha no próprio gabinete de Barros Gomes. Após o desfecho do ultimato britânico de 1890 foi afirmado que o governo português em 1888 não assumia por completo as pretensões do "mapa cor-de-rosa", tendo-o utilizado apenas como base para negociações com Londres. Estaria então disposto a ceder à Grã-Bretanha o norte do Transval (o país dos Matabeles), retendo apenas o sul do lago Niassa e o planalto de Manica, por temer que a cedência daqueles territórios, para além de impedir a ligação costa a costa, conduzisse à livre navegação no rio Zambeze, podendo retalhar Moçambique.


Procurando o apoio do Transval e da Alemanha, o governo português procurou convencer o chanceler Bismarck que era do interesse bóer (bóeres ou boeres, também denominados africânderes, africâneres ou ainda afrikaans, são descendentes de colonos calvinistas da Holanda e também da Alemanha e França) e alemão entregar a zona central de África a um terceiro poder de modo criar uma comunidade de interesses que obrigasse a Inglaterra a cedências. Prosseguindo uma política de aproximação aos interesses bóer, o governo português retirou à Inglaterra o controlo do caminho-de-ferro de Lourenço Marques expropriando em meados de 1889 a companhia inglesa que o controlava.


O Transval, em contrapartida, assinou pouco depois um acordo de tarifas aduaneiras e acedeu na fixação do traçado definitivo da fronteira com Moçambique. Considerando injusta e injustificável a expropriação do caminho-de-ferro, a Grã-Bretanha reclamou de imediato, com o apoio dos Estados Unidos da América, pedindo uma arbitragem internacional, que Portugal recusou. Iniciou-se uma grande campanha de imprensa contra Portugal, que criou as condições políticas para a ruptura.


O resultado foi o ultimato britânico de 11 de Janeiro de 1890 sendo exigido a Portugal a retirada de toda a zona disputada sob pena de serem cortadas as relações diplomáticas. Isolado, Portugal protestou mas seguiu-se a inevitável cedência e recuo. E assim acabou o "mapa cor-de-rosa", mas não sem que antes tivesse deixado um legado de humilhação nacional e frustração (bem patente no Finis Patriae de Guerra Junqueiro) que haveria de marcar Portugal durante muitas décadas. Na sequência deste episódio, Alfredo Keil compôs a portuguesa.
Fonte: Wikipédia. ..........................



















REI EDUARO III



















A génese do mapa cor-de-rosa
Predominando em
Portugal a visão colonial que assentava ainda nos direitos históricos, o governo português começou por reclamar áreas cada vez maiores do continente africano, entrando em colisão com as restantes potências europeias, o que levou a um agudizar de tensões, enquanto eram desenvolvidos esforços para uma ocupação efectiva do território.


Nesse contexto, a
Sociedade de Geografia de Lisboa, defendendo a necessidade de formar uma barreira às intenções expansionistas britânicas que pretendiam a soberania sobre um território que, do Sudão, se prolongasse até ao Cabo pelo interior da África, organizou uma subscrição permanente para manter estações civilizadoras na zona de influência portuguesa do interior do continente, definida num mapa como uma ampla faixa da costa à contra-costa, ligando Angola a Moçambique. Nascia assim, ainda sem sanção oficial, o chamado "Mapa Cor-de-Rosa".


Em
1884 a aceitação unilateral pela Grã-Bretanha das reivindicações portuguesas ao controlo da foz do rio Congo levou ao agudizar dos conflitos com as potências europeias rivais. Convocada uma conferência internacional, a Conferência de Berlim (18841885), para dirimir os múltiplos conflitos existentes e fixar as zonas de influência de cada potência em África, assistiu-se a um entendimento entre a França e Alemanha, face a uma atitude conciliatória da Grã-Bretanha, que abandonou totalmente o seu anterior entendimento com Portugal. O resultado foi a partilha do continente entre as potências europeias e o estabelecimento de novas regras para a corrida à África.


Portugal foi o grande derrotado da Conferência de Berlim pois, para além de assistir à recusa do direito histórico como critério de ocupação de território, foi ainda obrigado a aceitar o princípio da livre navegação dos rios internacionais (aplicando-se ao Congo, ao Zambeze e ao Rovuma em território tradicionalmente português), e perdeu o controlo da foz do Congo, ficando só com o pequeno enclave de Cabinda.


Após o choque da
Conferência de Berlim, em Portugal percebeu-se a urgência de delimitar as possessões em África. Logo em 1885, começaram negociações com a França e a Alemanha para delimitar as fronteiras dos territórios portugueses.


O tratado com a
França foi assinado em 1886. Nele foi incluído, como anexo, a primeira versão oficial do "mapa cor-de-rosa", apesar de a França não ter interesses naquele território. No tratado com a Alemanha, concluído em 1887, o mapa "mapa cor-de-rosa" foi novamente apenso, sendo apresentado às Cortes como a versão oficial das pretensões territoriais portuguesas. Contudo, no tratado assinado, a Alemanha apenas garantiu que não tinha pretensões directas na zona.


Informada desta pretensão portuguesa, a
Grã-Bretanha reagiu de imediato informando a Portugal ser nulo o pretenso reconhecimento francês e alemão do "mapa cor-de-rosa", pois aquelas potências nunca tiveram interesses na zona.


O governo português, que necessitava do acordo britânico (a
Grã-Bretanha era a super-potência do tempo) para a delimitação de fronteiras, resolveu atrasar a negociação, fazendo saber que as suas pretensões eram efectivamente as do "mapa cor-de-rosa", que entretanto se tinha transformado num documento com ampla divulgação pública e objecto de arraigadas paixões patrióticas (a designação de "mapa cor-de-rosa" nasceu nesta altura dado o mapa enviado ao parlamento apresentar os territórios em disputa aguados com esta cor).


Barros Gomes, o responsável pela política colonial da época, aparentemente apostou no atraso inglês no controlo efectivo das áreas disputadas e organizou expedições portuguesas que percorreram as zonas em disputa e assinaram dezenas de tratados de vassalagem com os povos autóctones. O plano era secreto mas a espionagem britânica estava a par dele desde o primeiro momento, graças a um informador que tinha no próprio gabinete de Barros Gomes.


Após o desfecho do
ultimato britânico de 1890 foi afirmado que o governo português em 1888 não assumia por completo as pretensões do "mapa cor-de-rosa", tendo-o utilizado apenas como base para negociações com Londres. Estaria então disposto a ceder à Grã-Bretanha o norte do Transvaal (o país dos Matabeles), retendo apenas o sul do lago Niassa e o planalto de Manica, por temer que a cedência daqueles territórios, para além de impedir a ligação costa a costa, conduzisse à livre navegação no rio Zambeze, podendo retalhar Moçambique.


Procurando o apoio do
Transvaal e da Alemanha, o governo português procurou convencer o chanceler Bismarck que era do interesse bóer e alemão entregar a zona central de África a um terceiro poder de modo criar uma comunidade de interesses que obrigasse a Inglaterra a cedências.


Prosseguindo uma política de aproximação aos interesses bóer, o governo português retirou à Inglaterra o controlo do caminho-de-ferro de
Lourenço Marques expropriando em meados de 1889 a companhia inglesa que o controlava. O Transvaal, em contrapartida, assinou pouco depois um acordo de tarifas aduaneiras e acedeu na fixação do traçado definitivo da fronteira com Moçambique.


Considerando injusta e injustificável a expropriação do caminho-de-ferro, a Grã-Bretanha reclamou de imediato, com o apoio dos
Estados Unidos da América, pedindo uma arbitragem internacional, que Portugal recusou. Iniciou-se uma grande campanha de imprensa contra Portugal, que criou as condições políticas para a ruptura.
O resultado foi o ultimato britânico de
11 de Janeiro de 1890 sendo exigido a Portugal a retirada de toda a zona disputada sob pena de serem cortadas as relações diplomáticas. Isolado, Portugal protestou mas seguiu-se a inevitável cedência e recuo. E assim acabou o "mapa cor-de-rosa", mas não sem que antes tivesse deixado um legado de humilhação nacional e frustração (bem patente no Finis Patriae de Guerra Junqueiro) que haveria de marcar Portugal durante muitas décadas. Na sequência deste episódio, Alfredo Keil compôs a portuguesa.


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DIZ O DITADO PORTUGUÊS: " DE ESPANHA NEM BONS VENTOS NEM BONS CASAMENTOS".


O QUE DIRÁ O POVO SOBRE OS INGLESES, QUE SERÃO UMAS GRANDES PANTERAS E QUE ADORAM A COR DE ROSA E TRATAR OS OUTROS POVOS, INCLUINDO OS PORTUGUESES, COMO SERES INFERIORES, QUANDO ELES NÃO PASSAM DE UMAS BESTAS, SEMPRTE PRONTOS A INVESTIR.