o mar do poeta

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terça-feira, maio 11

HISTÓRIA DA TAILÂNDIA



BANDEIRA DO REINO DO SIÃO.

No dia 11 de Maio de 1949 o Reino do Sião passou a designar-se Tailândia.



Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.



O povo tai, originário da China ocidental, chegou a Yunnan nos séculos I a.C. e II a.C. No século III d.C., fundaram o reino de Nanchao, que perdurou até a conquista do Império Mongol em meados do século XIII. No fim do primeiro milênio da era cristã, os tais migraram em direção ao sul e se fixaram em diversas regiões que mais tarde constituiriam o Vietnã, o Laos, Myanmar e a Tailândia. No século XIII, surgiram dois reinos tais, cujas capitais situavam-se no norte da atual Tailândia: o reino Sukhotai e o Chiang Mai.




No final do século XIII, o reino Sukhotai expandiu-se pela planície central da Tailândia. Os tais já haviam assimilado vários elementos étnicos e culturais de outros povos habitantes da região, como a religião budista, que inspirava seu sistema de governo, ou a escrita, derivada do sistema empregado pelos cambojanos.




Reino Ayutthaya









Estátua de Buda deitado em Ayutthaya.





Em 1350, Rama Tibodi fundou um novo reino tai, nas planícies do curso inferior do rio Chao Phraya, com capital em Ayutthaya. Em poucos decênios, o reino de Ayutthaya se expandiu consideravelmente, à custa do decadente império khmer do Camboja e do reino de Sukhotai, que foi absorvido pelo novo Estado. O império de Ayutthaya empregou novas técnicas de centralização do poder e herdou do Estado Khmer a visão do governante como um rei divinizado. O reino desenvolveu um extenso aparato burocrático, e a sociedade se hierarquizou rigidamente.


As guerras foram frequentes e o território dominado a partir de Ayutthaya alcançou limites próximos ao da atual Tailândia. No entanto, as fronteiras com os Estados vizinhos, devido às contínuas guerras e aos planos separatistas das províncias distantes, modificaram-se constantemente. Em 1569, os birmaneses transformaram Ayutthaya num Estado dependente. Quinze anos mais tarde, a independência do Sião foi restabelecida pelo príncipe Naresuan, considerado desde então um herói nacional na Tailândia.




Pouco depois de tomar posse de Malaca, no início do século XVI, Portugal entrou em contato com o império de Ayutthaya. Os comerciantes e missionários portugueses não exerceram, no entanto, grande influência sobre o país. O maior grupo de portugueses na Tailândia era formado por aventureiros que se puseram a serviço dos exércitos reais como mercenários e que foram responsáveis pela adoção de algumas técnicas militares ocidentais nas operações militares tailandesas.




No século XVII, comerciantes holandeses e britânicos começaram a fundar centros comerciais junto à capital e na península de Malaca. Mais tarde, chegaram os franceses, que se impuseram aos outros europeus. A chegada de uma expedição francesa composta de 600 homens armados, em 1687, despertou receios. No ano seguinte, um golpe dado por líderes tais anti-ocidentais levou à expulsão de todos os franceses. Teve início então uma etapa de relativo isolamento do Sião com relação ao Ocidente, uma política que durou 150 anos.




Dinastia Chakkri




Em 1767, as tropas birmanesas ocuparam novamente Ayutthaya, a capital do reino, que foi saqueada e destruída, pondo fim à dinastia Ayutthaya. O nobre general Pya Taksin (Phraya Taksin) conseguiu, entretanto, restabelecer a unidade política do país e expulsar os birmaneses. Taksin se autoproclamou rei e fundou uma nova capital em Thon Buri, 60 km a sul da anterior, mas foi deposto em 1781, depois de ter enlouquecido. Um de seus generais, Chao Phraya Chakkri, que estava em missão no Camboja, inaugurou então a dinastia Chakkri (1782) e mudou a capital do país para Banguecoque.










O rei Rama II.



Os primeiros reis da nova dinastia se dedicaram à restauração política e cultural do antigo reino. Rama I, que reinou de 1782 a 1809, concluiu a reunificação do Sião. Depois dele, Rama II, poeta famoso, dedicou-se às artes e às letras, e Rama III conquistou novos territórios no sul e no norte, na primeira metade do século XIX. No mesmo período, desembarcou no país grande número de comerciantes chineses, que estimularam o comércio tailandês com a China e fomentaram a exportação de açúcar. Em meados do século, aproximadamente metade dos 400.000 habitantes da capital eram chineses.




O interesse ocidental pelo país acentuou-se no início do século XIX. As conquistas britânicas sobre Myanmar, a expansão na Malásia e a abertura forçada da China ao capital ocidental levaram a uma mudança da política externa tailandesa: ciente do poder do Ocidente, o rei Mongkut, Rama IV (1851-1868) , assinou tratados comerciais com o Reino Unido (1855), os Estados Unidos da América (1856), a França (1856) e outros países.



Às concessões comerciais seguiram-se concessões territoriais: em 1867, o Sião renunciou a seus direitos sobre o Camboja, reclamado pela França. A influência ocidental sobre os assuntos internos limitava-se, porém, à aceitação de algumas inovações trazidas por missionários, como a imprensa e a vacinação. Nessa época, professores e técnicos ocidentais se fixaram no país. Durante o reinado de Rama IV, realizou-se também uma profunda reforma no budismo, com o objetivo de torná-lo menos vulnerável ao trabalho evangelizador dos missionários cristãos.










O rei Chulalongkorn, Rama V, e o príncipe Vajirunnahis.



O rei Chulalongkorn, Rama V (1868-1910), assumiu o poder depois de um período de cinco anos de regência. Continuou com os esforços pela modernização iniciada por seu pai e, sabendo explorar a rivalidade entre dois grandes impérios coloniais - o francês, a leste, e o britânico, a oeste - manteve a independência do Sião, embora com grandes concessões territoriais. Claro exemplo disso foi a disputa territorial que manteve com a França, em 1893, quando a Tailândia dominava a Cochinchina, Annam, Tongking e Camboja. Os franceses obtiveram todos os territórios situados a oeste do rio Mekong (Laos). O país perdeu em 1909 os quatro estados da península de Malaca em favor da Grã-Bretanha. As reformas internas que empreendeu destinavam-se a fortalecer o Estado e a modernizar a sociedade segundo padrões ocidentais. O jovem rei criou uma burocracia fortemente centralizada e o embrião de um exército moderno; transformou os Estados vassalos em províncias do reino; aboliu a escravidão e os restos do feudalismo; construiu ferrovias e telégrafos e estabeleceu uma rede de ensino público.










Rei Rama VI.



No início do século XX, Rama VI continuou as reformas empreendidas por seu pai. A participação do país na Primeira Guerra Mundial, ao lado dos aliados, significou para os tailandeses o alívio das pesadas condições impostas pelos tratados comerciais assinados com as potências europeias. Em 1917, foi inaugurada a primeira universidade do Sião. Quatro anos mais tarde, o ensino primário tornou-se obrigatório. A principal obra de Rama VI foi, no entanto, a promoção do nacionalismo tai. Rama VII, irmão de seu predecessor, foi um soberano fraco que deixou o governo do Estado nas mãos de parentes.



A classe média, oriunda do substancial processo de modernização do país, tornou-se intolerante ao domínio real absolutista e as dificuldades provocadas pela crise econômica mundial iniciada em 1929 motivaram o violento golpe de Estado que, em 1932, tornou o regime do país uma monarquia constitucional, mantendo a dinastia no trono.




Governos militares e democráticos




A assembleia formada a partir do golpe de estado, majoritariamente esquerdista, era composta pelos setores que apoiaram o golpe e cujos interesses divergiam amplamente entre si. Após uma série de conflitos pelo poder, nos quais intervieram o rei e os militares, o governo do país ficou sob controle militar.







Em 1935, o rei Rama VII foi obrigado a abdicar em favor de sobrinho, Ananda Mahidol, Rama VIII, que era menor de idade. Quatro anos depois, o nome oficial do país mudou de Sião para Tailândia. Graças à mediação japonesa, em 1941, o governo chegou a um acordo com a França pelo qual a Tailândia recebia parte do Camboja ocidental e todos os territórios do Laos às margens do rio Mekong.




Ao eclodir na Ásia a Segunda Guerra Mundial, as forças armadas japonesas avançaram rapidamente pela Indochina até a fronteira do Camboja. A Tailândia não resistiu à ocupação japonesa e, sem alternativa, o governo tailandês, liderado pelo marechal-de-campo Pibul Songgram, declarou guerra aos Estados Unidos da América e à Grã-Bretanha em 1942. Os Estados Unidos, entretanto, recusaram-se a aceitá-la como inimigo. A Tailândia incorporou alguns territórios fronteiriços da península de Malaca e da Indochina que haviam estado sob a dominação francesa e britânica desde o início do século. Apesar de tecnicamente aliada ao Japão, a Tailândia sustentou relações de amizade com os países ocidentais, pois a resistência guerrilheira combateu secretamente as forças japonesas. O governo pró-japonês foi derrotado em 1944 e o civil Pridi Phanomyong, orientado claramente pelos aliados, tomou posse do governo. A Tailândia teve de devolver os territórios coloniais anexados.




Em 1946, a Tailândia firmou um tratado com a Grã-Bretanha e com a Índia, pelo qual renunciava a seus direitos sobre os territórios malaios adquiridos durante a guerra; em 1946, a França recebeu os territórios que havia cedido em 1941. Após o assassinato do rei Ananda Mahidol, em 1946, começou a regência até a maioridade de seu irmão Bhumibol Adulyadej, ou Rama IX. Meses depois, o Exército, beneficiando-se do apoio dos EUA, depôs o governo civil, acusando seus líderes de regicídio.




Pibul Songgram voltou a ser nomeado primeiro-ministro em 1948 e governou durante nove anos até ser substituído por outro militar, Sarit Thanarat, que tomou o poder em 1958, aboliu a Constituição e proibiu as eleições. Com sua morte, em 1963, ascendeu ao governo outro militar, Thanom Kittikachorn. No início da década de 1960, a guerrilha comunista no norte do país promoveu numerosos atentados terroristas. O novo gabinete de Thanom apoiou a posição do vizinho Laos durante a Guerra do Vietnã (1959-1975). O governo tomou medidas para a restauração dos direitos políticos, suspensos em 1958. Em 1968, entrou em vigor uma nova Constituição. Nas eleições de 1969 para uma nova assembléia, venceu o Partido Unido do Povo.




Um novo governo militar em 1971, liderado pelo general Thanom, aboliu a Constituição e dissolveu a assembléia. Em 1973, as forças armadas reprimiram com violência manifestações de descontentamento com o regime, lideradas por estudantes. Desacreditado, o governo perdeu o apoio do Exército. O rei Bhumibol Adulyadej obrigou então o gabinete a renunciar e, no ano seguinte, lavrou-se uma Constituição democrática a qual tornou o governo responsável ante o Parlamento, mas a ameaça de uma agressão comunista, principalmente a partir do Camboja, permitiu uma forte influência militar. Realizaram-se eleições em 1975 e 1976 e, nesse mesmo ano, um golpe de Estado suspendeu a Constituição, dissolveu o Parlamento e colocou os militares de volta no poder, inaugurando uma série de governos militares.




Em 1977 foram realizadas eleições legislativas. Em 1981, por renúncia de K. Chamanand, a chefia do governo passou ao general Prem Tisulanond, substituído em 1988 por Chatchai Chunhawan, deposto em 1991 por um golpe militar. Os partidos pró-militares ganharem as eleições gerais de 1992. O general Suchinda Kraprayoon tornou-se primeiro-ministro e impôs um estado marcial. A oposição saiu às ruas reivindicando reformas democráticas. Tropas do Exército abriram fogo contra os manifestantes, matando várias pessoas. O rei Bhumibol restaurou a estabilidade com um compromisso de conciliação. Suchinda então renunciou, a pedido do rei, e os partidos políticos civis foram novamente legalizados.

O rei, então, convocou uma reunião com as principais lideranças transmitida pela TV Anan Panyarachun foi confirmado primeiro-ministro, dissolveu o Parlamento e convocou eleições. Nas eleições gerais, realizadas em setembro de 1992, os partidos democratas, de oposição aos militares, ganharam a maioria dos assentos no Parlamento e escolheram Chuan Leekpai como primeiro-ministro. Em 1993, Paulo César Farias foi preso em Banguecoque e extraditado para o Brasil. As eleições de 1995 permitiram, depois de vinte anos, a substituição do poder; venceu o principal partido da oposição, Nação Tailandesa, cujo dirigente Banharn Silpa-archa formou um novo governo de coalizão.

segunda-feira, maio 10

DEUSA TIN HAU

Imagem da Deusa TIN HAU, no alto da Colina de Coloane.

China - dia 10 de Maio

Mitologia Chinesa: dia de Tin Han, deusa que protege os pescadores e navegantes


A mitologia chinesa é o conjunto de histórias, lendas e ritos passados de geração para geração de forma oral ou escrita. Há diversos temas na mitologia chinesa, incluindo mitos envolvendo a fundação da cultura chinesa e do Estado chinês. Como em muitas mitologias, acredita-se que ela seja uma forma de rememoração de fatos passados.

Os historiadores supõem que a mitologia chinesa tem início por volta de 1100 a.C. Os mitos e lendas foram passados de forma oral durante aproximadamente mil anos antes de serem escritos nos primeiros livros como o Shui Jing Zhu e o Shan Hai Jing. Outros mitos continuaram a ser passados através de tradições orais tais como o teatro e canções, antes de serem escritos em livros como no Fengshen Yanyi.
Matsu (妈祖) — Matsu deusa do Oceano, também conhecida como Rainha do Paraíso (天后). De acordo com a lenda, ela nasceu em 960 (durante a Dinastia Sung) como a sétima filha de Lîm Goān (林愿) na Ilha Meizhou, Fujian. Há muitas lendas envolvendo ela e o mar. Ainda que tenha começado a nadar tarde, com 15 anos, logo virou uma ótima nadadora. Usava um vestido vermelho para guiar os barcos de pescadores para a costa, mesmo durante tempestades. Há pelo menos duas versões envolvendo sua morte.
Em uma delas, ela morreu em 987 com 28 anos, quando escalou uma montanha, subiu aos céus e tornou-se uma deusa. Outra versão da lenda diz que ela morreu de cansaço após nadar muito em busca de seu pai aos 16 anos. Após sua morte, as famílias de muitos pescadores e marinheiros começaram a rezar em honra de seus atos de bravura tentando salvar aqueles ao mar. Sua adoração espalhou-se rapidamente. É representada normalmente usando um vestido vermelho e sentada em um trono
Nomes como também é conhecida

Mazu (媽祖, literally "Mother-Ancestor"), or Mazu-po (媽祖婆, "Elder Lady Mazu"), transcribed as Matsu in Wade-Giles

Tian Hou or Tianhou (天后, literally "Heavenly Empress" or "Heavenly Queen") or Tin Hau in Cantonese

Tian Fei (天妃, literally "Heavenly Princess Consort"), pronounced as Tenpi in Japanese
A-Ma or A-Po (阿媽, 阿婆, "Grandmother")

Tianshang Shengmu orTianhou Shengmu (天上聖母, 天后聖母, both meaning "Heavenly Holy Mother").
Most Northern Chinese use the first title, whereas most persons from Southern China use the second title.

Thiên Hậu Thánh Mẫu or bà Thiên Hậu in Vietnamese
Existem 1 500 Templos em sua honra. expalhados por 26 países.



Porta de entrada para o Templo da Deusa Tin Hau, sito em Sec Pai Van - Coloane

O templo na colina de Coloane.




Templo de A-Ma

O nome de Macau deriva de A-Ma-Gau ou Baía de A-Ma, datando este templo dedicado à deusa dos navegantes dos princípios do séc. XVI. conforme a lenda, os proprietários dos juncos recusaram a A-Ma, uma rapariga pobre, passagem para Cantão, tendo sido levada a bordo por um pobre pescador. Rebentou uma tempestade, tendo naufragado todos os barcos excepto o que transportava a rapariga. Ao chegar a Macau, a rapariga desapareceu para reaparecer como deusa, no lugar em que os pescadores construíram o Templo.

Este é constituído por recintos de oração, pavilhões e pátios espalhados pelos rochedos da encosta e pequenos jardins. À entrada existe uma grande rocha em que está gravado um junco à vela tradicional. Noutros rochedos vêem-se gravações de caracteres vermelhos com invocação aos deuses ou orações.

Três dos quatro pavihões estão dedicados a A-Ma, neles havendo algumas belas estátuas da deusa juntamente com um modelo de um junco com canhões, barcos de cobre e capelas a deuses budistas e taoístas. O altar principal é em honra de Kun Iam.
Este templo ostenta lindíssimos telhados tradicionais, oferecendo vistas panorâmicas espectaculares a partir dos jardins superiores.

O festival de A-Ma realiza-se no 23º dia do 3º mês lunar (Abril ou Maio).

No pátio da entrada são queimados panchões para afastar os espíritos maus e saudar os grupos de visitantes. Durante o fim-de-semana realizam-se também Danças dos Leões.



«Durante o reino de Tou Kuang (1821-1850), da dinastia Cheng, no ano de 1833, a Taipa era um coito de piratas, que infestavam as ilhas vizinhas.Para pôr termo às suas depredações, o imperador enviou uma esquadra, à qual se juntaram algumas lorchas de marítimos e pescadores.A luta durou vários anos, com muitas mortes de parte a parte; entre os mortos achavam-se 200 voluntários dos juncos governamentais, que foram agraciados com medalhas de mérito, recebendo as suas famílias uma pensão de uma só vez.
Com esse dinheiro e outras dádivas de 48 ricos da vila, os barqueiros levantaram um pagode em honra de T'in Hau, ou Rainha do Céu, protectora dos marítimos.Os nomes desses 200 voluntários ficaram lá gravados ad perpetuam rei memoriam.»(Padre Manuel Teixeira, in Pagodes de Macau).
A acreditar na informação do Padre Teixeira, o templo só poderá ter sido construído depois de 1833, entre 1840 e 1845, com o tal dinheiro das pensões e dádivas, e não em 1785 como afirma Leonel Barros (em Templos, Lendas e Rituais - Macau).O templo situa-se na Rua do Governador Tamagnini Barbosa, na Taipa. Era composto, inicialmente, por três pavilhões, todos ao mesmo nível. Actualmente, apenas funciona como espaço de culto o pavilhão central. Os outros dois foram alugados a um restaurante.
Rede do Património Cultural de Macau: Templo de Tin Hau



Templo de Tin Hau, nas Rua dos Pescadores.
É um pequeno Tempo dedicado à Deusa Tin Hau, a Deusa do Céu, situado na Rua dos Pescadores, no topo de uma colina junto ao reservatéio de água de Cacilhas.
Construído em 1865 e recontruído em 1987, o Templo possui um pequeno pavilhão que alberga a imagem da Deusa do Céu.





domingo, maio 9

DIA DO ORGASMO EM ESPERANTINA - 9 DE MAIO




Dia do Orgasmo





O Dia Mundial do Orgasmo foi informalmente criado na Inglaterra no dia 31/07 por redes de sex shops. Estas realizaram pesquisas que revelaram que 80% das mulheres inglesas não atingem o clímax em suas relações. Em termos de insatisfação sexual, os brasileiros não ficam longe. Estudo conduzido pelo Projeto de Sexualidade da USP (ProSex) detectou que 50% das brasileiras têm problemas. Cerca de 12 milhões de homens sofreriam de alguma disfunção sexual.



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Ministro da saúde indica sexo para combater doenças


O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, recomendou nesta segunda-feira (26) que as pessoas façam sexo como uma das medidas de combate a doenças crônicas. A declaração foi feita durante a cerimônia de lançamento da campanha nacional de prevenção à hipertensão arterial. “Não é brincadeira, é sério, fazer atividade física regular significa também fazer sexo, com proteção sempre, claro”, afirmou Temporão.



Ele chegou a brincar se seria possível fazer cinco vezes por dia, mas destacou que o sexo era recomendável pelo menos cinco vezes por semana. Ele destacou que esta atividade tem o mesmo efeito de outras no combate a doenças como a hipertensão. “Dancem, façam sexo, mantenham o peso, mudem o padrão alimentar, façam atividades físicas e, principalmente, meçam sua pressão arterial”.



Dia 9 de Maio, DIA DO ORGASMO em ESPERANTINA, PIAUÍ - BRASIL, uma lei municipal cria esse dia para ser fruido na localidade.



sábado, maio 8

ABOLIDA A ESCRAVATUA DOS INDIOS NO BRASIL 8 DE MAIO DE 1758




A escravidão, também conhecida como escravismo ou escravatura, foi a forma de relação social de produção adotada, de uma forma geral, no Brasil desde o período colonial até o final do Império. A escravidão no Brasil é marcada principalmente pelo uso de escravos vindos do continente africano, mas é necessário ressaltar que muitos indígenas foram vítimas desse processo.



Os escravos foram utilizados principalmente em atividades relacionadas à agricultura – com destaque para a atividade açucareira – e na mineração, sendo assim essenciais para a manutenção da economia. Alguns deles desempenhavam também vários tipos de serviços domésticos e/ou urbanos.



A escravidão só foi oficialmente abolida no Brasil com a assinatura da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888. No entanto, o trabalho compulsório e o tráfico de pessoas permanecem existindo no Brasil atual, a chamada escravidão moderna, que difere substancialmente da anterior.


Os índios e o surgimento da escravidão no Brasil


Não é possível entender o Brasil sem antes entender a escravidão no Brasil, já disse uma grande estudiosa do tema. Antes da chegada dos portugueses a escravatura não era praticada no Brasil. Há grande dificuldade em se analisar a sociedade e os costumes indígenas devido à diferença entre a nossa cultura e a dos índios, e ainda hoje existem fortes preconceitos em torno da temática, sem contar a falta de dados, da diversidade de documentos escritos e da dificuldade de se obtê-los. Os europeus, quando aqui chegaram, encontraram uma população bastante parecida em termos culturais e lingüísticos. Esses indígenas se encontravam espalhados pela costa e pelas bacias dos rios Paraná e Paraguai. Não obstante a semelhança de cultura e língua, podemos distinguir os indígenas em dois grandes blocos: os tupis-guaranis e os tapuias. Os tupis-guaranis se localizavam numa extensão que vai do litoral do Ceará até o Rio Grande do Sul. Os tupis ou tupinambás dominavam a faixa litorânea do norte até a Cananéia, no sul do atual Estado de São Paulo; os guaranis, na bacia do Paraná-Paraguai e no trecho do litoral entre Cananéia e extremo sul do Brasil de anos mais tarde. Em alguns pontos do litoral, outros grupos menores dominavam. Era o caso dos goitacazes, na foz do rio Paraíba, e pelos aymorés no sul da Bahia e norte do Espírito Santo ou ainda pelos tremembés no litoral entre o Ceará e o Maranhão. Esses outros grupos eram chamados de tapuias pelos tupis-guaranis, pois falavam outra língua.



Entre as tribos indígenas, além das atividades como a caça, a coleta de frutas, a pesca e, é claro, a agricultura, havia também guerras e capturas de inimigos. Para a agricultura usavam a terra até seu esgotamento relativo. Depois se mudavam definitiva ou permanentemente para outras áreas. A derrubada de árvores e as queimadas eram um modo costumeiro de preparar a terra para a lavoura e essa técnica foi incorporada mais tarde pelos colonizadores. Plantavam feijão, milho, abóbora e especialmente mandioca da qual faziam a farinha, que se tornou um alimento básico no Brasil a partir do período colonial. A economia era destinada ao consumo próprio, sendo basicamente de subsistência, e cada aldeia produzia apenas para suprir suas próprias necessidades, havendo assim pouca troca de mercadorias entre aldeias. Mas existiam, sim, contato entre as aldeias para a troca de mulheres e de bens de luxo, como penas de tucano e de pedras para se fazer botoque. Dessas trocas nasciam alianças entre as tribos, que se viam obrigadas a lutar uma ao lado da outra quando qualquer delas fosse atacada. Daí nasceram as guerras entre as tribos e a captura de índios inimigos.



É bom não confundir o simples apresamento de inimigos com escravização, que é mais complexa. Tais inimigos, quando capturados, recebiam um tratamento diferenciado, eram bem alimentados, às vezes andando livremente pela tribo e ajudando na caça e, inclusive, obtendo da tribo, consentidamente, favores sexuais das índias. Isso se prolongava até chegar o dia em que eram mortos em meio à celebração de um ritual canibalístico, cujo costume se baseava na crença de que a bravura do guerreiro inimigo passaria ao vencedor quando este se alimentasse da carne daquele outro bravo guerreiro. Toda a tribo participava desse ritual e cabia a cada parcela da tribo (crianças, mulheres, guerreiros e velhos) uma parte específica do corpo do adversário vencido. O movimento artístico de 1922, chamado Movimento Antropofágico, tinha como base tais princípios. Com a chegada dos portugueses os índios seus aliados passam a vender muitos dos seus prisioneiros em troca de mercadorias. Este comercio era chamado de resgates. No entanto, só podiam ser resgatados os índios de corda, aqueles que eram prisioneiros ou escravos capturados nas guerras tribais e que iriam ser devorados; e os índios capturados nas guerras justas, operações militares organizadas pelos colonos ou pela coroa. A lei de 1610 decreta que o índio assim resgatado só poderia ficar escravizado por 10 anos. Esta lei foi alterada em 1626 para que os índios pudessem ser escravizados por toda a vida. Em 1655 uma nova lei proibia fazer guerra contra os índios sem ordem do rei e impedia qualquer tipo de violência contra eles. Os índios convertidos ao cristianismo não poderiam servir os colonos mais tempo do que o regulamentado pela lei, deveriam viver livres dirigidos pelos seus chefes e padres da companhia. Estas regulamentações desagradaram os colonos que em 1661 repetidamente se motinaram em protesto.



Durante o período pré-colonial (15001530), os portugueses desenvolveram a atividade de exploração do pau-brasil, árvore abundante na Mata Atlântica naquele período. A exploração dessa matéria-prima foi possibilitada não só pela sua localização, já que as florestas estavam próximas ao litoral, mas também pela colaboração dos índios, com os quais os portugueses desenvolveram um tipo de comércio primitivo baseado na troca – o escambo. Em troca de mercadorias européias baratas e desconhecidas, como espelho e pedaços de pano, os índios extraíam e transportavam a valiosa madeira para os portugueses até o litoral.



A partir do momento em que os colonizadores passam a conhecer mais de perto o modo de vida indígena, com elementos desconhecidos ou condenados pelos europeus, a exemplo da antropofagia, os colonos passam então a alimentar uma certa desconfiança em relação aos índios. A colaboração em torno da atividade do pau-brasil já não era mais possível e os colonos tentam submetê-los à sua dominação, impondo sua cultura, sua religião – função esta que coube aos jesuítas, através da catequese – e forçando-os ao trabalho compulsório nas lavouras, já que não dispunham de mão-de-obra.



A escravidão no Brasil segue assim paralelamente ao processo de desterriorização sofrido por estes. Diante dessa situação, os nativos só tinham dois caminhos a seguir: reagir à escravização ou aceitá-la.



Houve reações em alguns os grupos indígenas, muitos lutando contra os colonizadores até a morte ou fugindo para regiões mais remotas. Essa reação indígena contra a dominação portuguesa ocorreu pelo fato de que as sociedades indígenas sul-americanas desconheciam a hierarquia e, conseqüentemente, não aceitavam o trabalho compulsório.[carece de fontes?] Antes dos estudos etnográficos mais profundos (fins do século XIX e, principalmente, século XX), pensava-se que os índios eram simplesmente "inaptos" ao trabalho, tese que não se sustenta depois de pesquisas antropológicas em suas sociedades sem o impacto desestabilizador do domínio forçado.



Os índios assimilados, por sua vez, eram superexplorados e morriam, não só em decorrência dos maus-tratos recebidos dos colonos, mas também em decorrência de doenças que lhes eram desconhecidas e que foram trazidas pelos colonos europeus, como as doenças venéreas e a varíola e mais tarde pelos escravos africanos.



Diante das dificuldades encontradas na escravização dos indígenas, a solução encontrada pelos colonizadores foi buscar a mão-de-obra em outro lugar: no continente africano. Essa busca por escravos na África foram incentivados por diversos motivos. Os portugueses, reinois e colonos, tinham interesse em encontrar um meio de obtenção de altos lucros com a nova colônia, e a resposta estava na atividade açucareira, uma vez que o açúcar tinha grande aceitação no mercado europeu. A produção dessa matéria-prima, por sua vez, exigia numerosa mão-de-obra na colônia e o lucrativo negócio do tráfico negreiro africanos foi a alternativa descoberta, iniciando-se assim a inserção destes no então Brasil colônia. Convém ressaltar que a escravidão dos índios perdura até meados do século XVIII.Os negros vinham em navios negreiros da África do Sul. Eram escravos. Sofriam castigos físicos, eram apartados definitivamente de seus familiares.



A escravização indígena e africana - o lucrativo tráfico negreiro








"Família de um chefe camacã se prepara para uma festa", de Jean Baptiste Debret - Os índios foram os primeiros escravos no Brasil.











Recibo de compra e venda de escravos. Rio de Janeiro, 1851.


A escravidão ameríndia foi a principal forma de obtenção de escravos pelos europeus após a descoberta da América. A partir de 1530, com a colonização portuguesa tomando forma, a razão de ser do Brasil passou a ser a de fornecer aos mercados europeus gêneros alimentícios ou minérios de grande importância. A metrópole portuguesa passou a incentivar um comércio que tinha suas bases em alguns poucos produtos exportáveis em grande escala, assentadas na grande propriedade. Assim, por causa da decisão lusitana em exportar poucos produtos tropicais em grande escala para a Europa, nasceu em Portugal uma justificativa para a existência do latifúndio no Brasil. Após a captura, os índios eram forçados a executar um duro trabalho nas lavouras de cana-de-açúcar, onde eram supervisionados, explorados e maltratados. Os portugueses que vinham para o Brasil não desejavam executar o trabalho que a produção de açúcar exigia. Isso se explica em parte porque a tradição católica e ibérica desprezava o trabalho manual, considerando-o como "coisa de escravo". Os índios capturados nas guerras tribais também começaram a ser vendidos aos colonos em vez de permanecerem escravos na aldeia do seu captor.



Os índios sofreram violência cultural, epidemias e mortes. Eles eram difíceis de escravizar por vários motivos. Um desses era a incompatibilidade com um trabalho intensivo, regular e obrigatório, como pretendidos pelos europeus. Não eram vadios ou preguiçosos, apenas faziam o que era necessário à sua sobrevivência. Nada difícil em épocas de abundância de peixes, frutas e animais. Eles empregavam grande parte de sua energia nos rituais e nas guerras. Noções como a de produtividade eram estranhas ao entendimento deles. Outras formas de resistência foram as fugas, a guerra e a recusa ao trabalho compulsório. Outro fator importante que desestimulou a escravização indígena foi a catástrofe demográfica, pois eles não tinham defesa biológica contra as doenças européias como sarampo, varíola, gripe. Outro fator foi o conhecimento indígena dos relevos, das terras americanas, posto que o interior permanecia quase inexplorado pelos invasores portugueses. Isso facilitou uma maior organização de ataques contra as fazendas e fortes portugueses distribuídos ao longo da faixa litorânea brasileira. Além disso, a partir de um certo momento, a própria Igreja Católica passou, através principalmente dos jesuítas, a fazer um trabalho de catequização junto aos índios, dificultando aos comerciantes e colonos portugueses a escravização dos nativos. Isso provocou inúmeros atritos entre os padres e os colonos. Mas não significa que os padres tratavam os índios com respeito, muito menos no que se refere à cultura indígena. A cultura dos índios, suas crenças religiosas eram consideradas pelos padres inferior se comparadas à cristã. Os padres chegavam mesmo a duvidar que os índios fossem pessoas.



As línguas indígenas, apesar de parecidas, não ajudavam a formar uma nação indígena, coesa contra ataques externos, representando apenas grupos dispersos, muitas vezes em conflito. Isso permitiu aos portugueses encontrar aliados indígenas na luta contra os grupos que lhes resistiam. Uma forma de resistência aos colonizadores, principalmente à escravização, foi o isolamento, alcançado por meio de permanentes deslocamentos para áreas mais pobres. Os que assim procederam conseguiram, com algum sucesso, a preservação de uma herança biológica, social e cultural. Se bem que há tribos isoladas que por comercializarem diretamente com empresas estrangeiras, falam sua língua materna mas também um inglês rudimentar para viabilizar os negócios. Como resultado, temos hoje tanto grupos indígenas mais isolados como grupos indígenas que sofreram uma maior mestiçagem, tanto no aspecto biológico como social e cultural, mostrando sua influência na formação da sociedade brasileira. Certamente, o encontro desses povos com os europeus foi catastrófico, pois de uma população tão numerosa - embora os cálculos variem enormemente, entre 2 milhões e mais de 5 milhões - apenas entre 300 mil e 350 mil indígenas existam atualmente em território nacional.



Além disso, a escravização indígena era uma atividade que gerava lucros internos, ou seja, a metrópole portuguesa não se beneficiava com ela. Portanto, a preferência pelo trabalho escravo negro e não pelo índio se deve ao fato de que o comércio internacional de escravos trazidos da costa africana era tão tentador que acabou se transformando no negócio mais lucrativo da Colônia. Portugueses, holandeses e, no final do período colonial, brasileiros disputaram o controle dessa área tão lucrativa. Portanto, o tráfico se tornou mais do que um meio de prover braços para a grande lavoura de exportação, mas uma potencial fonte de riqueza para quem vendia os escravos, tratados como coisa, produto. Devido às dificuldades encontradas em escravizar os índios, a partir de 1570 a Coroa portuguesa passou a incentivar a importação de africanos, tomando também medidas para tentar evitar a escravização desenfreada e o morticínio indígena. Porém, a transição da escravização indígena para a negra africana se deu de maneira diferente na América portuguesa, variando no tempo e no espaço. Ela acabou mais rapidamente no núcleo mais importante da empresa mercantil, destinada à exportação de produtos agrícolas em grande escala. E demorou mais para acabar nas regiões periféricas, como é o caso de São Paulo.




Esses fatores contribuíram para que a mão-de-obra africana fosse inserida nas lavouras brasileiras, sendo obtida através do tráfico de escravos vindos principalmente das colônias portuguesas na África. A atividade do tráfico negreiro inicia-se oficialmente em 1559, quando a metrópole portuguesa decide permitir o ingresso de escravos vindos da África no Brasil. Antes disso, porém, transações envolvendo escravos africanos já ocorriam no Brasil, sendo a escassez de mão-de-obra um dos principais argumentos dos colonos.



Capturados nas mais diversas situações, como nas guerras tribais e na escravização por dívidas não pagas, os escravos africanos provinham de lugares como Angola e Guiné. Eram negociados com os traficantes Africanos (negros, também) em troca de produtos como fumo, armas e aguardentes e transportados nos chamados navios negreiros. Esses navios tinham destinos como as cidades do Rio de Janeiro, Salvador, Recife e São Luís, e delas eram transportados para regiões mais distantes. Durante as viagens, muitos escravos morriam em decorrência das péssimas condições sanitárias existentes nas embarcações, que vinham superlotadas. Quando desembarcavam em solo brasileiro, os escravos africanos eram vendidos em praça pública. Os mais fortes e saudáveis eram os mais valorizados.



A aquisição de mão de obra escrava tornou-se imperativa para o sucesso da colonização holandesa. Os holandeses passaram a importar escravos para trabalhar nas plantações. A Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais começou a traficar escravos da África para o Brasil.



Havia protestos, embora por vezes distantes, sem continuidade e sem medidas coercitivas, contra os maus tratos. Em 1º de março de 1700 por exemplo, o Rei de Portugal D. Pedro II escreveu uma carta indignada ao governador-geral D. João de Lencastre sobre os maus tratos dados aos escravos no Brasil: «... Não lhe dando fardas e outros nem ainda farinha», e comentando dos «cruéis castigos, por dias e semanas inteiras, havendo alguns que por anos se acham metidos em correntes, sendo mais cruéis as senhoras em alguns casos para com as escravas, apontando-se alguns que obram tanto os senhores como as senhoras com tal crueldade como são pingar de lacre e marcar com ferro ardente nos peitos e na cara, executando neles a mutilação de membros. De Francisco Pereira de Araujo se diz que cortou as orelhas a um, e pingou com lacre; outro veio do sertão, a quem o senhor cortou as partes pudendas, entendeu com uma sua negra; de outro, que se curou no hospital, se diz que foi tão cruelmente açoitado do seu senhor que lhe provocara especialmente o rigor da Justiça Divina, pelo que é de razão». Diz ainda de castigos que se fazem por suspensão de cordas em árvores, para que os mosquitos os estejam picando e desesperando, sobre os açoitarem e pingarem com a mesma crueldade que fazem os demais...»



Houve muito alvoroço com a necessidade de mão-de-obra nas Minas Gerais. Datado de 26 de março de 1700, um Bando do Governador do Rio Artur de Sá e Menezes proibiu que fossem transportados para as Minas escravos de cana e mandioca, enquanto ao mesmo tempo a Câmara se dirigia ao Conselho Ultramarino e pedia providências para facilitar entrada de africanos. Conseguiu duas medidas: a instituição de um tributo de 4$500 por cada escravo tirado de engenhos e despachado para as Minas, (e desde Carta Real de 10 de junho de 1699 havia direitos de entrada de 3$500 por cada negro vindo da África para o Rio de Janeiro) e a liberdade de comércio de negros e do tráfico. A própria Coroa traficava: e desde a Carta Régia de 16 de novembro de 1697 o preço de cada negro vendido era 160$000; em 1718 o preço tinha subido a 300$000, embora custo fosse de apenas 94$000.



A atividade do tráfico negreiro foi extremamente lucrativa e perdurou até 1850, sendo oficialmente extinguida nesse ano com a Lei Eusébio de Queirós.L



O trabalho dos escravos









O Tronco, de Jean Baptiste Debret - Escravos sendo castigados no tronco.


Os índios que foram assimilados e escravizados pelos colonos portugueses mostraram-se mais eficientes na execução de tarefas a que já estavam adaptados no seu modo de vida, como a extração e o transporte de madeira, do que nas actividades agrícolas. Esses trabalhadores eram superexplorados e muitos morriam em decorrência dos castigos físicos aplicados pelos seus senhores. O uso de indígenas como escravos perdurou até o século XVIII.



Diante das dificuldades encontradas no processo de escravização dos indígenas, os colonos encontram como alternativa a utilização de escravos africanos, obtidos através do tráfico negreiro. Os escravos africanos poderiam ser designados pelos seus senhores para o desenvolvimento dos mais diversos tipos de atividades,destacando-se as atividades agrícolas,lavoura, sendo a extração da cana-de-açúcar a principal, a mineração e os serviços domésticos.



A atividade açucareira foi durante muito tempo o pilar sobre o qual a economia colonial se sustentou. Foi desenvolvida principalmente na Zona da Mata, no litoral nordestino, que oferecia condições naturais favoráveis ao cultivo da cana-de-açúcar, produto que obtinha grande aceitação no mercado europeu e que garantia alta lucratividade. Para o seu cultivo, adotou-se o sistema de plantation, caracterizado pelo uso de latifúndios monocultores. A extração da cana necessitava de um grande contingente de mão-de-obra e foi a partir dessa necessidade que uma grande quantidade de africanos passou a trabalhar nos engenhos - propriedades destinadas ao cultivo e produção de açúcar.



Na agricultura, muitos escravos foram utilizados também no cultivo de tabaco, algodão e café, por exemplo.



Já na mineração, actividade que começa a ganhar grande importância na economia colonial durante o século XVIII, muitos nativos foram utilizados na exploração de metais preciosos, principalmente o ouro, na região de Minas Gerais. Vale ressaltar que com o desenvolvimento da mineração foram desenvolvidas várias actividades secundárias e dependentes dela, como a pecuária, das quais os escravos também participaram.



Os escravos domésticos - como indica o próprio nome - trabalhavam nas casas de seus senhores, realizando serviços como cozinhar e costurar. Existiram ainda casos de escravos que prestavam serviços remunerados e deveriam pagar parcela de sua renda ao seu proprietário, os chamados “escravos ao ganho”, além de escravos que eram alugados pelos seus senhores para desenvolver algum ofício (pedreiro, carpinteiro, cozinheiro, ama de leite) a um terceiro, sendo assim “escravos de aluguel”. Estes dois últimos tipos de escravos desenvolviam suas tarefas geralmente nos espaços urbanos.









Escravo sendo castigado, em pintura de Jean Baptiste Debret


O escravo encontrava-se na posição de propriedade de seu senhor, não possuindo assim qualquer direito. Era o seu proprietário o responsável por garantir os elementos básicos à sua sobrevivência, como a alimentação e as suas vestimentas. O cativo estava à disposição do seu dono, que o superexplorava. Era vigiado pelos chamados capitães-do-mato, que também capturavam os escravos fugidos e lhes aplicava os mais diversos tipos de castigos, como o açoitamento, o tronco, peia, entre outras punições, o que contribuía para diminuir o tempo de vida dessa mão-de-obra. Em síntese, executava o seu trabalho nas mais desumanas das condições.



Por parte dos senhores, existia uma discriminação com relação ao trabalho, já que o consideravam como “coisa de negros”. Convém ressaltar que houve casos de alforria, isto é, de escravos que foram libertados. Essas libertações ocorriam pelos mais variados motivos, desde vontade do senhor em virtude da obediência e lealdade do escravo até casos em que o cativo conseguia comprar a sua liberdade. Vale ressaltar também que a escravidão foi a base de sustentação da economia brasileira até o final do Império.



Resistência à escravidão

Os índios resistiram desde o momento em que os colonos tentam escravizá-los a força. Os africanos e seus descendentes, por sua vez promoveram várias formas de resistência à escravidão. A mais conhecida de todas foi a criação dos quilombos, uma espécie de "sociedade paralela" formada por escravos que fugiam de seus senhores, sendo o mais popular o Quilombo dos Palmares, localizado em Alagoas. Existiram, porém, inúmeras outras formas de se resistir à escravidão, como o suicídio, assassinatos, rebeliões, Aborto e revoltas organizadas contra os senhores.


Convém ressaltar que essas revoltas são um dos fatores que contribuíram para a abolição da escravatura. Diga-se que a escravatura também era frequentemente praticada nos quilombos, por exemplo, no Quilombo dos Palmares os cativos eram mantidos como escravos e utilizados para o trabalho nas plantações. No entanto, não era abolir a escravatura que algumas destas revoltas tinham como objetivo. A revolta dos Malês não só visava a libertação dos escravos africanos como pretendia escravizar os brancos, os mulatos e os não muçulmanos.



Abolição da Escravatura





A carta original da Lei Áurea



A abolição da escravatura foi processada de forma gradual e decorreu de toda uma situação formada com a sucessão do processo histórico, sendo ocasionada por uma série de pressões exercidas tanto por fatores externos quanto internos.


Pode-se encontrar nos fatores internos a ação de grupos abolicionistas compostos por indivíduos oriundos de diversas camadas da sociedade. Deve-se distinguir entre aqueles que eram favoráveis ao fim da escravidão os abolicionistas dos emancipacionistas, visto que estes eram favoráveis a uma abolição lenta e gradual dessa relação de trabalho, enquanto aqueles defendiam o fim imediato do trabalho escravo. Além da ação dos grupos abolicionistas, deve-se destacar a atuação de resistência da maior vítima do processo de escravidão, visto que os escravos não eram passivos e resistiam à dominação das mais diversas maneiras, como fugas, revoltas, assassinatos, suicídios, entre outros métodos.



Entre os fatores externos, pode-se destacar as pressões exercidas pelo Império Britânico sobre o governo brasileiro. A Inglaterra vivia naquele momento o auge do fenômeno do qual foi berço - a Revolução Industrial. O processo de industrialização demandava a ampliação dos mercados consumidores a fim de se obter a venda da crescente produção. O Brasil era um dos grandes parceiros comerciais ingleses, mas a relação de trabalho escravista não garantia aos trabalhadores que dela foram alvos poder aquisitivo. Além disso, o governo inglês já abolira a escravidão em todos os seus territórios.



As elites latifundiárias das colônias inglesas nas Antilhas sofreram perdas nesse processo a partir do momento em que haviam ganhado mais um custo de produção com o desenvolvimento de relações de trabalho assalariadas e que perdiam espaço na concorrência com a produção brasileira. Sentindo-se lesados, esses latifundiários passaram a exercer pressão sobre o parlamento inglês a fim de que a escravidão fosse combatida de forma mais efetiva. Em 1845, o parlamento inglês aprovou a chamada Lei Bill Aberdeen (em inglês, Aberdeen Act), que concedia à Marinha Real Britânica poderes de apreensão de qualquer navio envolvido no tráfico negreiro em qualquer parte do mundo. Como conseqüência da pressão inglesa, em 1850, o tráfico negreiro é oficialmente extinto com a Lei Eusébio de Queirós. Com o fim da principal fonte de obtenção de escravos, o preço destes elevou-se significativamente, uma vez que ocorre uma diminuição na sua oferta. Já em 1871, é promulgada a Lei do Ventre Livre, que garante a liberdade aos filhos de escravos. Oito anos depois, em 1879, inicia-se uma campanha abolicionista estimulada por intelectuais e políticos, como José do Patrocínio e Joaquim Nabuco.[2]



O sistema escravista enfraquece-se mais ainda com a Lei dos Sexagenários (1885), que liberta todos os escravos com mais de 60 anos de idade.



Em 5 de maio de 1888, o Papa Leão XIII, na enciclica In Plurimis, dirigida aos bispos do Brasil, pede-lhes apoio ao Imperador, e a sua filha, na luta que estão a travar pela abolição definitiva da escravidão. No dia 13 de maio, a Lei Áurea é assinada pela Princesa Isabel, extinguindo oficialmente a escravidão no Brasil.



A abolição da escravidão, apesar de garantir a liberdade, não alterou em nada as condições socioeconômicas dos ex-escravos, que continuaram a viver, de uma forma geral, na pobreza, sem escolaridade e sofrendo com a discriminação. Não impediu também que a superexploração de mão-de-obra em regime de escravidão e o tráfico de pessoas continuassem sendo praticados até os dias atuais.



Convém ressaltar que, enquanto relação social de trabalho predominante no território brasileiro, a escravidão foi substituída pela mão-de-obra imigrante assalariada.



A herança dos escravos








Figura de Debret.



Tanto os indígenas quanto os escravos africanos foram elementos essenciais para a formação não somente da população, mas também da cultura brasileira. A diversidade étnica verificada no Brasil decorre do processo de miscigenação entre colonos europeus (portugueses), indígenas e africanos. A cultura brasileira, por sua vez, apresenta fortes traços tanto da cultura indígena quanto da cultura africana. Desde a culinária, onde se verificam o vatapá, o caruru e chegando até a língua portuguesa, é impossível não perceber a influência da cultura dos povos que foram escravizados no Brasil.


A origem da feijoada brasileira tem sido alvo de controvérsias, alguns afirmam que, ao contrário do que é amplamente difundido, não tem origem entre os escravos, mas em um prato português. Nesse aspecto, entretanto, é importante ressaltar que partes dos porcos utilizados no preparo da feijoada não eram usados pelos escravocratas, o que reforça a tese de que, como em outros espaços da cultura brasileira, houve uma reelaboração a partir do que os negros dispunham para sua alimentação.



No contexto do estado de São Paulo



Durante o período escravocrata, a cidade brasileira de São Carlos, no estado de São Paulo, atingiu o segundo lugar no tráfico de escravos para o interior paulista, perdendo somente para a região de Campinas. A economia da povoação era totalmente agrária com alguma produção de cana e quase totalmente voltada para a subsistência. Na época o negro era a base da produção, sendo o escravo quem trabalhava no campo e produzia o alimento e a renda. A abolição dá escravidão foi ocorrida no dia 13 de maio de 1888...