Um grupo de jovens quer juntar-se às manifestações do Dias do Trabalhador, marchando a partir da Alameda da Tranquilidade para resistir contra o silêncio da sociedade em nome da harmonia, além de gritar apelos mais convencionais como habitação, emprego e preocupação com os desfios enfrentados pela juventude. Um grupo criado para o efeito na rede social Facebook reinia já 620 incritos ontem à noite, incluindo o deputado da Assembleia Legislativa (AL) Au Kam San.
O grupo do Facebook designado "Levanta-te, juventude patética de Macau!" foi formado há cerca de duas semanas para promover a participação dos jovens nos protestos do Dia do Trabalhador. Posteriormente, o grupo criou um evento no Facebook e decidiu organizar a sua própria manifestação para expressar o seu ponto de vista muito próprio, tendo já sido enviada uma notificação ao Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) para pedir autorização para o ajuntamento na área de lazer na Alameda da Tranquilidade.
O plano é reunir manifestantes a partir das 13h e começar a marcha às 14h, atravessando as zonas do mercado Iao Hon, jardim Triângulo, Mercado Vermelho, Avenida de Horta e Costa, Tap Seac e sede da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) antes de partir para o protesto em frente à sede do Governo em Nam Van. Uma mensagem lançada no fórum da CyberCTM a apelar à participação recolheu mais de 1100 visualizações ontem em 13 horas.
O aumento da oferta de habitação económica, oportunidades de emprego, mais preocupação com os problemas encontrados pela juventude e "resistência à cultura do silêncio em nome da harmonia" foram enumeradas como as principais exigências. Numa declaração na página do evento no Facebook, os organizadores afirmam que, apesar do silêncio sobre política vivido no passado, as pessoas de Macau deviam bater-se agora pelos seus direitos porque a mudança da sociedade chegou a um ponto crítico.
A democracia foi também considerada um problema a resolver em Macau, com os organizadores a culparem os deputados eleitos indirectamente para a AL pelos tumultos relacionados com a subsistência em Macau, enquanto o gabinete do chefe do Executivo se tornou um "negócio hereditário" que passa por cima do interesse público e aumenta a disparidade dos rendimentos.
Tanto a TDM como o jornal "Ou Mun" foram acusados de autocensura e fracasso na expressão das necessidades do povo. "Seja um cidadão e marche com o cheque no bolso. Dê o primeiro passo", apela o grupo, notando que as seis mil patacas oferecidas aos residentes não são muito comparadas com o PIB de Macau.
Esther Un, que faz parte do grupo de jovens organizadores do evento, afirma que os meios de comunicação desempenham um papel crucial na criação da atmosfera de silêncio em Macau e os jovens têm sido incapazes de exprimir os seus próprios pensamentos. E explicou que a segurança e as diferenças de exigências estiveram entre as razões que levaram o grupo a optar por uma acção independente das associações sindicais. Pelo menos três outros grupos de trabalhadores revelaram planos para organizar acções de protesto na tarde do dia 1º de Maio.
Na sua página pessoal no Facebook, Au Kam San mostrou total apoio ao protesto juvenil. O deputado considera que os jovens não precisam chamar à sua acção de "resistência feliz" como os seus colegas de Hong Kong, mas devem acabar com o silêncio e optar pela acção como forma de expressar as suas opiniões próprias de forma eficaz.
Fonte - Jornal Hoje Macau
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Amanhã se festeja em todo o mundo o dia do trabalhador, mas nem todos folgam, muitos dos restaurantes em Macau encerram as portas, e os que as mantêm abertas cobram mais 20%, porém e em contraste será inaugurada a maior Expo do mundo, na cidade de Shangai, China, e como tal milhares de operários não têm descanso.
A todos os operários do mundo um abraço solidário.
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